Mulheres são mais interrompidas que homensvbet mediaconversasvbet mediatrabalho?:vbet media

Trump e Hillary

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Legenda da foto, Hillary Clinton foi interrompida 51 vezes por Donald Trump durante suas falas, o que levantou debate sobre o chamado "manterrupting"

Não se sabe exatamente onde ou quando o termo surgiu, mas o assunto é um tema frequentemente pesquisado, tanto por mulheres, quanto por homens. Mas afinal, o que essas pesquisas revelam sobre o fenômeno?

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Legenda da foto, Estudo mostrou que mulheres são interrompidas duas vezes mais do que homens

Estudos

Um estudo realizadovbet media2014 na Universidadevbet mediaGeorge Washington (EUA) e liderado por Adrienne B. Hancock, pesquisadoravbet mediacomunicação e gênero, mostrou que mulheres são duas vezes mais interrompidas que homensvbet mediaconversas neutras. A pesquisa utilizou 40 pessoas - 20 homens e 20 mulheres - e estimulou diálogos aleatórios,vbet mediamulheres com mulheres,vbet mediahomens com mulheres,vbet mediahomens com homens.

O resultado constatou que mulheres foram 2,1 vezes mais interrompidas por homensvbet mediaconversasvbet mediatrês minutos. Mais do que isso, o estudo mostrou que mulheres também são mais interrompidas por outras mulheres: quando falavam com uma interlocutora, elas interrompiam até 2,9 vezes. Mas mulheres só interrompiam homensvbet mediamédia apenas uma vez.

"O quevbet mediafato descobrimos é que mulheres têm suas falas interrompidas com mais frequência - tanto por homens, quanto pelas próprias mulheres", afirmou Hancock à BBC Brasil.

"Há explicações diferentes para isso, já que muitos outros aspectos da conversa são relevantes, além do gênero dos participantes. Algumas pessoas dizem que mulheres são interrompidas por homens porque homens gostamvbet mediadominar; outros dizem que mulheres são interrompidas por mulheres porque essa é uma formavbet mediafacilitar a amizade."

Na pesquisavbet mediaHancock, pelo fatovbet mediaas conversas terem tom neutro e não serem relacionadas a trabalho, não foi possível identificar ao certo se haveria uma explicação "cultural" para as interrupções.

"Seria preciso fazer pesquisas mais específicas,vbet mediacontextovbet mediatrabalho, para entender isso. Acho que pode existir uma explicação cultural, mas não há provas concretas que expliquem por que homens estão fazendo isso ou por que mulheres estão fazendo isso."

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Legenda da foto, Em situaçõesvbet mediatrabalho, pesquisador diz que homens falam durante 75% do tempo

Quem fala mais?

Já o cientista político e pesquisador Christopher Karpowitz, da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos, identificou um outro aspecto da questão:vbet mediasituaçõesvbet mediatrabalho, alémvbet mediasofrerem interrupções, as mulheres falam menos.

Segundo a pesquisa "Desigualdadevbet mediaGênerovbet mediaParticipações Deliberativas" realizada por elevbet media2012, os homens falam durante 75% do tempovbet mediadiscussõesvbet mediatrabalho, .

O experimento foi realizado com 94 gruposvbet mediapelo menos cinco pessoas -vbet mediaque havia uma ou duas mulhers -, que tinhamvbet mediadiscutir o que fazer com uma quantiavbet mediadinheiro que elas haviam ganhado juntas. A decisão teriavbet mediaser tomadavbet mediaduas maneiras: a primeira, por maioria, e a segunda, por unanimidade.

Na primeira situação, as mulheres falaram bem menos. De acordo com o pesquisador, isso acontecia porque, por serem minoria, se sentiam menos "influentes" no grupo e sentiam que dificilmentevbet mediavoz seria ouvida.

Mas quando a decisão precisava ser tomada por unanimidade, as mulheres se sobressaíam - mesmo estandovbet mediamenor número.

Ainda segundo a pesquisa, os resultados constataram que os grupos chegaram a decisões diferentes dependendo da quantidadevbet mediaintervenções femininas na discussão. "Quando as mulheres participavam mais, elas traziam perspectivas únicas e muito úteis para a questãovbet mediadiscussão", explicou Karpowitz.

Motivos e estratégias para evitar

Apesarvbet mediamuitas mulheres já terem percebido e relatado situaçõesvbet mediaque foram frequentemente interrompidas por homensvbet mediareuniões ou apresentaçõesvbet mediatrabalho, não há uma explicação científica ou exata para as ocorrências.

Pesquisadores do tema, porém, levantam algumas possibilidades. A especialistavbet mediacomunicação e gênero Deborah Tannen, autoravbet mediaYou Just Don't Understand: Women and Men in Conversation (Você Não Entende: Mulheres e Homensvbet mediaConversaçãovbet mediatradução livre), afirma que homens "tendem a falar para atingir um poder ou um status", enquanto mulheresvbet mediaseus discursos "buscam uma conexãovbet mediasuas falas".

A colunista do New York Times e também especialistavbet mediagênero Jessica Bennett pontua também a questão cultural e histórica que pode estar envolvida nessas situações.

"Estes comportamentos são profundamente enraizados, socialmente arraigados e que remontam há milharesvbet mediaanos. Se você olhar para a história, sempre foram os homens os únicos a falar e assumir o controle. Eles foram ensinados a liderar e falar, e as mulheres foram ensinadas a ouvir", afirmou à BBC Brasil.

Autora do livro Feminist Fight Club: A Survival Manual for a Sexist Workplace (Clube da Luta Feminista: Um Manualvbet mediaSobrevivência para um Localvbet mediaTrabalho Machista", na tradução livre), Bennett tem alguns conselhos para mulheres que desejam fugir do "manterrupting" e se fazer ouvidas.

"Um deles é continuar falando até quem te interrompeu pararvbet mediafalar. Outro é se debruçar, literalmente, sobre a mesa, colocando os cotovelos sobre ela, porque pesquisas mostram que isso passa a impressãovbet mediaautoridade e faz com que as pessoas sejam menos interrompidas", disse.

"E a minha estratégia favorita: interromper quem está te interrompendo. É só dizer: 'então, você pode me deixar terminar?'. Pode parecer estranho, mas realmente funciona", concluiu.