Cessar-fogo entrabet esvigor na Síria: 7 perguntas para entender a guerra no país:bet es

Soldados do governo síriobet esAleppo

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Legenda da foto, Acordo é anunciado após governo ter retomado, na semana passada, controlebet esAleppo

bet es Uma semana após a retomada da cidadebet esAleppo pelas forças do presidente Bashar al-Assad, o governo sírio e parte dos grupos rebeldes, protagonistas da guerra civil que arrasa o país desde 2011, fecharam um acordobet esum cessar-fogo, a ser seguido por negociaçõesbet espaz.

O acordo, anunciado pelo presidente russo, Vladimir Putin, entroubet esvigor à meia-noite desta sexta-feira. As informações sãobet esque os combates no país cessaram "embet esmaioria", apesarbet esalguns confrontos isolados próximos à capital síria, Damasco.

Rússia e Turquia, que apoiam lados opostos no conflito - governo e rebeldes, respectivamente -, são os fiadores do entendimento.

As negociações não incluem o grupo extremista autoproclamado Estado Islâmico, que controla regiões do território sírio, e a Frente Nusra, ligada à Al-Qaeda, alémbet es"grupos filiados a eles". A Rússia continuou bombardeando posições do EI na Síria.

Em seu anúncio, na quinta-feira à noite, Putin classificou o acordo como "frágil", mas o celebrou como resultado dos esforços dos ministros da Defesa e do Exterior russos junto a parceiros do país na região.

Espera-se que as negociaçõesbet espaz comecem um mês após o cessar-fogo. Elas devem ocorrerbet esAstana, capital do Cazaquistão.

Vladimir Putin

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Legenda da foto, Putin celebrou acordo como resultadobet esesforços russos

A retomadabet esAleppo pelas forçasbet esAssad, anunciada na semana passada, também ocorreubet esmeio a um cessar-fogo negociado por Moscou e Ancara, que permitiu que dezenasbet esmilharesbet esrebeldes e civis pudessem ser retirados e encaminhados a áreas controladas por opositores do governo sírio.

Confira o que estábet esjogo na Síria, país arrasado por uma guerra que, segundo a ONU, já matou maisbet es400 mil pessoas e obrigou maisbet es4,5 milhões a fugirem.

1. Qual era a situação na Síria antes da guerra?

Antes do início do conflito, muitos sírios se queixavambet esum alto nívelbet esdesemprego, corrupçãobet eslarga escala, faltabet esliberdade política e repressão pelo governo Bashar al-Assad - que havia sucedido seu pai, Hafez,bet es2000.

Um marçobet es2011, adolescentes que haviam pintado mensagens revolucionárias no murobet esuma escola na cidadebet esDeraa, no sul do país, foram presos e torturados pelas forçasbet essegurança.

O fato provocou protestos por mais liberdades no país, inspirados na Primavera Árabe - manifestações populares que naquele momento se estendiam pelos países da região.

Quando as forçasbet essegurança sírias abriram fogo contra os ativistas - matando vários deles -, as tensões se elevaram e mais gente saiu às ruas. Os manifestantes pediam a saídabet esAssad.

A resposta do governo foi sufocar as divergências, o que reforçou a determinação dos manifestantes. No fimbet esjulhobet es2011, centenasbet esmilhares saíram às ruasbet estodo o país exigindo a saídabet esAssad.

Protestosbet esDeraa,bet esmarçobet es2011

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Legenda da foto, Protestosbet esDeraa,bet esmarçobet es2011, foram suprimidos pelo governo

2. Como começou a guerra civil?

À medida que os levantes da oposição aumentavam, a resposta violenta do governo se intensificava.

Simpatizantes do grupo antigoverno começaram a pegarbet esarmas - primeiro para se defender e depois para expulsar as forçasbet essegurançabet essuas regiões.

Assad prometeu "esmagar" o que chamoubet es"terrorismo apoiado por estrangeiros" e restaurar o controle do Estado.

A violência rapidamente aumentou no país: grupos rebeldes se reunirambet escentenasbet esbrigadas para combater as forças oficiais e retomar o controlebet escidades e vilarejos.

Em 2012, os enfrentamentos chegaram à capital, Damasco, e à segunda cidade do país, Aleppo.

O conflito já havia, então, se transformadobet esmais que uma batalha entre aqueles que apoiavam Assad e os que se opunham a ele - adquiriu contornosbet esguerra sectária entre a maioria sunita do país e xiitas alauitas, o braço do Islamismo a que pertence o presidente.

Isto arrastou as potências regionais e internacionais para o conflito, conferindo-lhe outra dimensão.

Em junhobet es2013, as Nações Unidas informaram que o saldobet esmortos já chegava a 90 mil pessoas.

Pai reage à mortebet esseus filhosbet esataque aéreobet esAleppo

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Legenda da foto, Vítimas da guerra incluem crianças

3. Quem está lutando contra quem?

A rebelião armada da oposição evoluiu significativamente desde suas origens.

O númerobet esmembros da oposição moderada secular foi superado pelobet esradicais e jihadistas - partidários da "guerra santa" islâmica. Entre eles estão o autointitulado Estado Islâmico e a Frente Nusra, afiliada à Al-Qaeda.

Os combatentes do EI - cujas táticas brutais chocaram o mundo - criaram uma "guerra dentro da guerra", enfrentando tanto os rebeldes da oposição moderada síria quanto os jihadistas da Frente Nusra.

Também combatem o Exército curdo, um dos grupos que os Estados Unidos estão apoiando no norte da Síria.

Desde 2014, os EUA, junto com o Reino Unido e a França, realizam bombardeios aéreos no país, mas procuram evitar atacar as forças do governo sírio.

Já a Rússia lançoubet es2015 uma campanha aérea com o fimbet es"estabilizar" o governo após uma sériebet esderrotas para a oposição. Essa intervenção possibilitou vitórias significativas das forças sírias, incluindo a importante retomadabet esAleppo, antigo centro financeiro e industrial do país, considerada um microcosmo do conflito.

Os rebeldes moderados têm requisitado armas antiaéreas ao Ocidente para responder ao poderio do governo sírio. Mas Washington e seus aliados têm procurado controlar o fluxobet esarmas por medobet esque acabem indo parar nas mãosbet esgrupos jihadistas.

Combatente rebelde na Síria

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Legenda da foto, Rebeldes da oposição moderada têm recebido ajuda limitadabet espotências ocidentais

4. Qual é o envolvimento das potências internacionais?

Os Estados Unidos culpam Assad pela maior parte das atrocidades cometidas no conflito e exigem que ele deixe o poder como pré-condição para a paz.

Já a Rússia apoia a permanênciabet esAssad no poder, o que é crucial para defender os interessesbet esMoscou no país.

O Irã,bet esmaioria xiita, é o aliado mais próximobet esBashar al-Assad. A Síria é o principal pontobet estrânsitobet esarmamentos que Teerã envia para o movimento Hezbollah no Líbano - a milícia também enviou milharesbet escombatentes para apoiar as forças sírias.

Estima-se que os iranianos já tenham desembolsado bilhõesbet esdólares para fortalecer as forças sírias, provendo assessores militares, armas, crédito e petróleo.

Contrapondo-se à influência do Irã, a Arábia Saudita, principal rivalbet esTeerã na região, tem enviado importante ajuda militar para os rebeldes, inclusive para grupos radicais.

Outro aliado importante dos rebeldes sírios, a Turquia tem buscado limitar o apoio dos EUA às forças curdas, que acusambet esapoiar rebeldes do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).

Os rebeldes da oposição síria ainda têm atraído apoiobet esvárias medidasbet esoutras potências regionais, como Catar e Jordânia.

Destruiçãobet esHoms, na Síria

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Legenda da foto, Homs, chamadabet es"capital da revolução", foi uma das cidades que mais sofreram

5. Por que a guerra está durando tanto?

Um fator chave é a intervençãobet espotências regionais e internacionais.

Seu apoio militar, financeiro e político tanto para o governo quanto para a oposição tem contribuído diretamente para a continuidade e intensificação dos enfrentamentos, e transformado a Síriabet escampo para uma guerra indireta.

A intervenção externa também é responsabilizada por fomentar o sectarismo no que costumava ser um Estado até então secular (imparcialbet esrelação às questões religiosas).

As divisões entre a maioria sunita e a minoria alauita no poder alimentou atrocidadesbet esambas as partes, não apenas causando a perdabet esvidas, mas a destruiçãobet escomunidades, afastando a esperançabet esuma solução pacífica.

A escaladabet esterror causada por grupos jihadistas como o EI - que aproveitou a fragilidade do país para tomar o controlebet esvastas partesbet esterritório no norte e leste - acrescentou outra dimensão ao conflito.

Tropas do governo com bandeira síria

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Legenda da foto, Forças governamentais assumiram o controlebet esAleppo

6. Qual é o impacto da guerra?

Segundo a ONU, a guerra já matou maisbet es400 mil pessoas e obrigou maisbet es4,8 milhõesbet espessoas a fugirbet essuas casas - a maioria mulheres e crianças.

O êxodobet esrefugiados, um dos maiores da história recente, colocou sob pressão os países vizinhos - Líbano, Jordânia e Turquia.

Cercabet es10% deles buscam asilo na Europa, provocando divisões entre os países do bloco europeu sobre como dividir essas responsabilidades.

E as estatísticas terríveis não param por aí.

A ONU disse que são necessários US$ 3,2 bilhões para prover ajuda humanitária a 13,5 milhõesbet espessoas - incluindo seis milhõesbet escrianças - no país.

Além disso, 70% da população não tem acesso a água potável, umabet escada três pessoas não consegue suprir as necessidades alimentares básicas, maisbet es2 milhõesbet escrianças não vão à escola e umabet escada cinco indivíduos vive na pobreza.

Criançabet escampo para refugiados próximo à fronteira entre Síria e Turquia

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Legenda da foto, Guerra na Síria deu origem a crise humanitária

7. O que a comunidade internacional faz para pôr fim ao conflito?

Como nenhuma das partes é capazbet esimpor uma derrota decisiva à outra, a comunidade internacional há muito concluiu que a única formabet espôr fim à guerra é por meiobet esuma solução política.

O Conselhobet esSegurança da ONU pediu a implementação do Comunicadobet esGenebra, adotadobet es2012 na cidade suíça, que contempla um governobet estransição com amplos poderes executivos "baseado no consentimento mútuo".

Porém, as negociaçõesbet espazbet es2014, conhecidas como Genebra 2, foram interrompidas. A ONU responsabilizou o governo sírio por se recusar a discutir as demandas da oposição.

Um ano depois, a ascensão do grupo autodenominado Estado Islâmico deu novo ímpeto à busca por uma solução pacífica.

Em janeiro deste ano, Estados Unidos e Rússia conseguiram convencer as partesbet esconflito a participarbet es"conversasbet esaproximação"bet esGenebra para implementar o plano da ONU.

Ruínabet esAleppo

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Legenda da foto, Antigo centro financeiro e industrial sírio, Aleppo estábet esruínas

Mas as negociações foram suspensas ainda na fase preparatória, depois que as forçasbet essegurança sírias lançaram uma ofensiva contra a cidadebet esAleppo, no norte do país.

Este ano, as duas superpotências mundiais conseguiram negociar uma interrupção das hostilidades, com a qual os enfrentamentos foram suspensos.

A última trégua parcial,bet esmeadosbet essetembro, fracassou dias depoisbet esentrarbet esvigor, após um ataque letal contra um comboiobet esajuda humanitária, no qual morreram 20 civis. Os EUA culparam a Rússia pelo bombardeio - Moscou negou as acusações.

Na última semana, um cessar-fogo liderado pela Rússia permitiu a retiradabet esrebeldes e civis cercados pelas forçasbet esAssad nas áreasbet esAleppo então controladas pelos oposicionistas, cercados pelos soldados pró-governo.

A ausência dos EUA na recente negociaçãobet esMoscou provocou críticasbet esparte da imprensa americana, que questiona a liderança do presidente Barack Obama.