Aleppo antes da guerra: 'A cidade mais bonita e elegante do mundo':joueur zebet

Vista aéreajoueur zebetAleppo

Crédito, Arquivo Nacionaljoueur zebetAleppo

Legenda da foto, Vista aérea, antes da guerra,joueur zebetAleppo, palcojoueur zebetconflito que já matou dezenasjoueur zebetmilharesjoueur zebetpessoas

Em 2010, Al-Sayyed publicou o livro Aleppo's History in Pictures ("A Históriajoueur zebetAleppojoueur zebetFotos", tradução livre para português) - e dois anos depois a guerra da Síria começou. Cada granada que era lançada emjoueur zebetcidade natal, cada bomba que explodia, ele se sentia pessoalmente atingido.

Mercadojoueur zebettapete

Crédito, Arquivo Nacionaljoueur zebetAleppo

Legenda da foto, Aleppo era o centro financeiro e industrial do país

Em 2013, quando várias bibliotecas foram incendiadas e destruídas, ele se viu obrigado a reagir. Sua missão passou a ser fazer cópias digitaisjoueur zebetcada fotografia e documento histórico que encontrava, cadastrando-os online para a posteridade.

Alaa al-Sayyed
Legenda da foto, Alaa al-Sayyed resgatou documentos históricosjoueur zebetbibliotecas

Al-Sayyed já visitava bibliotecas e digitalizava documentos históricos havia alguns anos, mas intensificou suas atividades com a ajudajoueur zebettrês estudantes voluntários. Em 2014, eles lançaram o Arquivo Nacionaljoueur zebetAleppo, usando uma página no Facebook para divulgá-lo.

Varandas, uma rainha, um carro antigo e um vendedorjoueur zebetmercado

Crédito, Arquivo Nacionaljoueur zebetAleppo

Legenda da foto, Acervo digitalizado está disponíveljoueur zebetpágina no Facebook

"Nós trabalhamos sob condiçõesjoueur zebetguerra, sitiados, com cortesjoueur zebetenergia e água", conta Al-Sayyed.

"Também perdemos conexão com a internet por longos períodosjoueur zebettempo", acrescenta.

Sem financiamento externo, eles digitalizaram tudo -joueur zebetlivros raros e documentos do governo até registros familiares e mapas. Mesmo mapas recentes ganharam relevância, uma vez que o traçado da cidade vem sendo alterado diariamente com a guerra, que já dura quatro anos e meio.

Mapajoueur zebetAleppo

Crédito, Arquivo Nacionaljoueur zebetAleppo

Legenda da foto, Mapas recentes também ganharam relevância, já que o traçado da cidade vem sendo alterado diariamente

Entre os jornaisjoueur zebetAleppo que estão no arquivo, há alguns exemplares que datam do século 19. Muitos acabaram sendo destruídos pela guerra após serem digitalizados.

"Os jornais são tesouros que documentam a vida cotidiana na cidade e seus problemas. Muitas vezes são destruídos e raramente são salvos", afirma Al Sayyed.

Jornal al-Furat, fundandojoueur zebet1867

Crédito, Arquivo Nacionaljoueur zebetAleppo

Legenda da foto, Por algum tempo, o jornal al-Furat, fundadojoueur zebet1867, foi publicadojoueur zebetarmênio e árabe

Alémjoueur zebetvisitar bibliotecas, Al Sayyed passou muito tempo vasculhando o conteúdojoueur zebetsótãos e adegasjoueur zebetcasas particulares - ele usava seu poderjoueur zebetpersuasão para convencer os proprietários da importânciajoueur zebetfazer um registro digital.

Com o passar do tempo e o avanço da guerra, os voluntários deixaram a cidade. Ele ejoueur zebetfamília permaneceram -joueur zebetparte pelo apego ajoueur zebetbiblioteca pessoal.

Parte histórica da cidadejoueur zebetdezembrojoueur zebet2016

Crédito, Arquivo Nacionaljoueur zebetAleppo

Legenda da foto, Fotografia tirada por Al Sayyed nos últimos dias revela sérios danos à parte antiga da cidade

"O grande motivo pelo qual não saí pode ser devido à incapacidadejoueur zebetdeixar meus livros", diz ele. "Me separar deles é difícil", afirma.

Al Sayyed segue publicando novas imagens no arquivo digital com a ajudajoueur zebetum amigo no Canadá.

As fotografias do acervo fornecem um registrojoueur zebetAleppo que é valioso tanto para quem permaneceu na cidade durante o conflito, quanto para aqueles que foram embora. Antes da guerra, a populaçãojoueur zebetAleppo - então a maior do país - erajoueur zebetmaisjoueur zebet2 milhõesjoueur zebetpessoas, mas, segundo estimativas, esse número teria sido reduzido agora à metade.

Cidadejoueur zebetAleppo

Crédito, Arquivo Nacionaljoueur zebetAleppo

Legenda da foto, 'Eu não lhe disse que é a cidade mais bonita e elegante do mundo?', diz comentário na página do acervo

"Quejoueur zebetalma descansejoueur zebetpaz, Aleppo... Eu não posso respirar sem o seu ar", diz um comentário na página do arquivo.

"Que Deus tragajoueur zebetvolta as manhãs passadasjoueur zebetAleppo", afirma outro.

Um terceiro se vangloria: "Eu não lhe disse que é a cidade mais bonita e elegante do mundo?"

Vista do Hotel Carlton

Crédito, Arquivo Nacionaljoueur zebetAleppo

Legenda da foto, Toldos dos cafés podem ser observados à esquerda. Hotel Carlton, alvojoueur zebetataque à bomba, aparece à direita

As fotografias também registram, no entanto, o drama da destruição da cidade. A cidadela, no coração da cidade, costumava ter movimento o dia inteiro. Cafés próximos ao portão principal viviam cheiosjoueur zebetpessoas jogando cartas e fumando narguilé (cachimbojoueur zebetáguajoueur zebetorigem oriental).

Prédios danificados nos arredores da cidade

Crédito, Arquivo Nacionaljoueur zebetAleppo

Legenda da foto, Prédios danificados nos arredoresjoueur zebetAleppo revelam marcas da guerra

Atualmente, a região fica deserta e grande partejoueur zebetseus edifícios estão destruídos. Em 2014, forças rebeldes detonaram uma bomba debaixo do Hotel Carlton, alegando que estava sendo usado pelas tropas sírias.

O souk al-Madina - mercado histórico que remonta ao século 14, localizado na parte históricajoueur zebetAleppo, declarada patrimônio da humanidade pela Unesco - foi incendiadojoueur zebet2012.

Vendedores no souk, antes da guerra

Crédito, Arquivo Nacionaljoueur zebetAleppo

Legenda da foto, Souk al-Madina - mercado histórico que remonta ao século 14 - foi incendiadojoueur zebet2012

Antes da guerra, Al Sayyed conta que costumava sair com seus dois filhos e esposa para visitar edifíciosjoueur zebetinteresse histórico ou arquitetônico.

"Eu costumava levá-los para passear todas as sextas-feiras e explicava tudojoueur zebetdetalhes", diz ele.

"Era como se eu tivesse um pressentimento no coraçãojoueur zebetque eles não seriam capazesjoueur zebetvê-los novamente", finaliza.

O souk destruido

Crédito, Arquivo Nacionaljoueur zebetAleppo

Legenda da foto, Destruiçãojoueur zebetsouk: horrorjoueur zebetuma guerra que já dura maisjoueur zebetquatro anos

Como está a situaçãojoueur zebetAleppo?

Nesta semana, forças do governo, apoiadas pelos aliados russos, tomaram o controlejoueur zebetquase todas as partesjoueur zebetAleppo que ainda eram dominadas pelos rebeldes - uma grande vitória para o presidente Bahsar al-Assad.

Nos últimos dias, negociações para um cessar-fogo que possibilitasse a chegadajoueur zebetajuda humanitária à cidade fracassaram, mas na tardejoueur zebetquinta-feira a Cruz Vermelha anunciou o iníciojoueur zebetuma operaçãojoueur zebetresgate. Centenasjoueur zebetpessoas foram retiradasjoueur zebetônibus e ambulâncias.

Mas, segundo a organização, a retirada totaljoueur zebetcivis e rebeldes deve levar dias. A Cruz Vermelha calcula que pelo menos 50 mil pessoas estejam isoladas na região leste da cidade.

De acordo com a ONU, a guerra já matou maisjoueur zebet400 mil pessoas e obrigou outras 4,5 milhões a fugir da Síria.