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A 'guerra ao carro' que combate trânsito, melhora ar e cria polêmicasporting bet bonusParis há 15 anos:sporting bet bonus
Hoje, 60% dos parisienses não possuem carro. No início dos anos 2000, esse número representava a metade dos moradores da cidade.
A mais recente medida foi aprovada no mês passado pela Câmara dos Vereadores, onde a prefeita socialista Anne Hidalgo comprou uma longa queda-de-braço com seus críticos.
Mas no fim, conseguiu a aprovaçãosporting bet bonusum projeto para tornar uma áreasporting bet bonus3,3 quilômetros da margem direita do rio Sena (rive droite), onde circulam diariamente dezenassporting bet bonusmilharessporting bet bonusveículos, uma região totalmente para os pedestres, onde carros são proibidos.
O acesso dos veículossporting bet bonuspouco maissporting bet bonus2 quilômetros da margem esquerda do Sena (rive gauche), entre o museu d'Orsay e a ponte d'Alma, já havia sido restritosporting bet bonus2013 pelo antecessorsporting bet bonusAnne Hidalgo, o também socialista Betrand Delanoë.
A zona foi transformadasporting bet bonusáreasporting bet bonuslazer, com atividades esportivas e culturais, alémsporting bet bonusbares e restaurantes.
"Não estamos mais no modelo do século 20, quando o carro era utilizado o tempo todo", disse à BBC Brasil o secretário municipalsporting bet bonustransportes, Christophe Najdovski.
"É preciso usá-lo menos para melhorar o trânsito e se voltar cada vez mais para a multimodalidade, que combina diferentes meiossporting bet bonuslocomoção."
Discussão urbana
A discussão interessa as grandes cidades, como as metrópoles brasileiras. E entre as medidas discutidas tanto no Brasil quanto na Europa estão o incentivo ao usosporting bet bonusbicicletas e a redução da velocidadesporting bet bonusavenidas expressas, como as marginais paulistas.
Christophe Najdovski diz que, para as cidades que enfrentam graves problemassporting bet bonustrânsito e poluição, a única alternativa é "investirsporting bet bonusmaneira maciça nos transportes coletivos e nas bicicletas".
"É a única solução para enfrentar os congestionamento. Se as cidades continuarem investindosporting bet bonusinfraestruturas viárias, isso aumentará ainda mais a circulação (de carros) e não resolverá nada a longo prazo", argumenta.
"Quem constrói pistas para carros terá mais motoristas pela frente. Se você fizer ciclovias, terá ciclistas."
Em ambos os casos, o prefeito eleitosporting bet bonusSão Paulo, João Doria (PSDB), reiterou posições que vão contra a experiência parisiense.
Doria disse que deve desativar algumas ciclovias e não pretende ampliá-las. Afirmou que não deve manter as que não são amplamente utilizadas pela população e que as que funcionam bem serão bancadas pela iniciativa privada, permitindo publicidade no local.
Enquanto o paulista se mantém vago sobre o que fará com a velocidade nas marginais - cuja redução, política da gestão Fernando Haddad (PT), ele prometeu reverter -, Paris vai ampliar as áreas onde a velocidade dos carros será limitada a 30 km/h.
'Paris Respira'
Na capital francesa, a "guerra ao carro" começou quando Betrand assumiu o comando da cidade,sporting bet bonus2001. Entre as primeiras medidas dessa política estiveram a eliminaçãosporting bet bonusfaixas para os carrossporting bet bonusruas e avenidassporting bet bonusgrande movimento.
No lugar, foram criados corredores para ônibus, táxis e bicicletas.
Milharessporting bet bonusvagassporting bet bonusestacionamento nas ruas da capital também foram suprimidas.
Vários áreas, chamadassporting bet bonus"Paris Respira", tiveram a velocidade limitada para 30 km/h e a direçãosporting bet bonusruas foi alteradasporting bet bonustal forma que os locais se tornaram um "labirinto do Minotauro" para circularsporting bet bonuscarro.
Outro pilar dessa política foi a valorização do uso da bicicleta. Uma medida emblemática foi a criação do Vélib,sporting bet bonus2007, o sistemasporting bet bonusaluguelsporting bet bonusbicicletas, copiadosporting bet bonusvárias cidades no mundo, como São Paulo e Londres.
Já são maissporting bet bonusmil estaçõessporting bet bonusParis e outras maissporting bet bonus200 nos arredores da capital. O Vélib possui 300 mil assinantes (que pagam a anuidadesporting bet bonus€ 29, pouco maissporting bet bonusR$ 100, para utilizar o serviço o ano todo).
Diariamente, cercasporting bet bonus160 mil trajetos são realizados,sporting bet bonusmédia, nesse sistema.
As medidas incluem o advento do Autolib, sistema públicosporting bet bonusaluguelsporting bet bonuscarros elétricos, lançado pela prefeiturasporting bet bonus2011 e disponívelsporting bet bonusquase 80 municípios nos arredores da capital. A iniciativa possui maissporting bet bonus100 mil assinantes anuais.
Sob Anne Hidalgo, os ciclistas continuam ganhando espaço na cidade.
Um programasporting bet bonusinvestimentos milionários prevê dobrar a extensão das ciclovias, passando dos atuais 700 quilômetros (eram 180sporting bet bonus2000) para 1,4 mil quilômetros até 2020, segundo o secretário municipal.
Os recursos preveem ciclovias com maior segurança, separadas do restante do trânsito, alémsporting bet bonusnovas áreas onde a velocidade dos carros será limitada a 30 Km/h, a criaçãosporting bet bonusuma via expressa para ciclistas e 10 mil vagassporting bet bonusestacionamento para bicicletas.
As medidas incluem incentivos econômicos para aquisiçãosporting bet bonustransporte alternativo ao carro.
A prefeitura subsidiasporting bet bonusaté € 400 (quase R$ 1,5 mil) a comprasporting bet bonusuma bicicleta elétrica.
O governo francês também concede um bônussporting bet bonus€ 10 mil (R$ 36,7 mil) para quem trocar um carro a diesel por um elétrico e € 1 mil (R$ 3,67 mil) na comprasporting bet bonusuma moto elétrica.
Metrô
E um dos maiores focos foi o metrô. Com praticamente uma estação a cada esquina, a rede parisiense possui atualmente uma malhasporting bet bonuscercasporting bet bonus220 km (terá mais 200 km até 2030).
É praticamente o triplo dos cercasporting bet bonus75 kmsporting bet bonusSão Paulo, embora a áreasporting bet bonusParis seja quase 15 vezes menor do que a da capital paulistana.
Algumas linhas do metrô parisiense ganharam vagões mais amplos e com ar-condicionado para melhorar o conforto dos passageiros.
Quatro novas linhassporting bet bonusmetrô, que circularão na periferia da capital, serão criadas nos próximos anos.
Elas integram um gigantesco projeto, chamado "Grande Paris", que conta com recursos ministeriais e regionais para a modernização e a extensão da rede ferroviária suburbana e a criaçãosporting bet bonusum "supermetrô", batizado "Grand Paris Express".
"É um reequilíbrio dos meiossporting bet bonustransporte", diz Najdovski.
Segundo ele, 600 mil veículos circulam hoje diariamentesporting bet bonusParis, sendo 400 mil carros, 100 mil motos e 100 mil caminhonetes.
Resultados
As medidas significaram que 230 mil carros deixaramsporting bet bonuscircular por dia na capital francesa.
Segundo o Institutosporting bet bonusPlanejamento esporting bet bonusUrbanismo, a caminhada se tornou o meiosporting bet bonustransporte mais utilizado na regiãosporting bet bonusIle-de-France, que engloba Paris e periferias próximas: 39% dos deslocamentos são realizados a pé.
Paris ainda enfrenta problemassporting bet bonuscongestionamentos esporting bet bonuspicossporting bet bonuspoluição, atingidos regularmente.
Mas a situação seria certamente pior sem as medidas da última década e meia, diz Najdovski.
"A qualidade do ar vem melhorando nos últimos anos, mas ainda não é satisfatória", afirma.
Um estudo da Airparif, organismo que monitora a qualidade do arsporting bet bonusParis esporting bet bonusperiferia, revela que a diminuição no númerosporting bet bonuscarros resultousporting bet bonusuma reduçãosporting bet bonuscercasporting bet bonus30% nas emissõessporting bet bonuspartículas finas esporting bet bonusgases com nitrogênio entre 2002 e 2012, segundo os últimos dados disponíveis.
Críticas
Mas como Betrand Delanoë, a prefeita Hidalgo também enfrenta críticas da oposição, do setor empresarial esporting bet bonusmotoristas porsporting bet bonuspolíticasporting bet bonusrestringir o usosporting bet bonusveículos.
Opositores afirmam que o fechamentosporting bet bonusparte das margens do Sena, uma via expressa, acaba criando mais engarrafamentos na capital, já que os motoristas são obrigados a desviar para outras ruas, que ficam ainda mais congestionadas.
Para a associação "40 milhõessporting bet bonusmotoristas", a prefeitura está restringindo a liberdadesporting bet bonuscirculação das pessoas.
"É uma aberração fechar esses acessos que permitem atravessar a cidade mais rapidamente. O trânsito já é congestionado nos horáriossporting bet bonuspico. Os motoristas da periferia precisam do carro para se deslocar e trabalhar", afirma,sporting bet bonusum comunicado, o presidente da entidade, Daniel Quero.
A associação diz entender que seja mais fácil para um parisiense não precisarsporting bet bonuscarro, mas ressalta que não é o caso dos motoristas das periferias.
O Medef, maior sindicato patronal da França, estimou que o fechamentosporting bet bonusparte da margem direita do Sena "custará" à economia francesa 1 milhãosporting bet bonushoras anuais perdidas no trânsitosporting bet bonusParis.
Najdovski diz que é preciso "uma vontade política muito forte para enfrentar o lobby das montadoras".
"Se existir vontade e investimentos, dá para conseguir. Mas é preciso tempo. São necessários vários anos até que isso produza resultados", diz o secretário parisiense.
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