Acessível para quem? Como o transporte divide ricos e pobres na cidade brasileira:cuiabá x fluminense sub 23 palpite

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É importante compreender que altos investimentos são necessários para que essas cidades funcionem efetivamente. Somente dessa forma a segregação que dominou o passado pode ser reduzida, permitindo que cidades brasileiras alcancem o desenvolvimento econômico que cidades no Norte Global já atingiram há muitos anos.
Divididas desde a origem
A típica cidade brasileira se originou a partir do modelo colonial das cidades portuguesas e espanholas: uma malha quadriculada ao redor da praça principal, onde se localizavam igreja matriz e sede do governo.
Na área central viviam os mais privilegiados, enquanto seus empregados e outros trabalhadorescuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda se localizavam na periferia da cidade.

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Apesar do rápido e extensivo crescimento ocorrido a partir dos anos 1960, essa estrutura persistiu, consolidando a localização dos gruposcuiabá x fluminense sub 23 palpitealta renda nas áreas centrais e dos gruposcuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda nas periferias.
Na medidacuiabá x fluminense sub 23 palpiteque a cidade cresceu e as áreascuiabá x fluminense sub 23 palpitealta renda se expandiram, as residênciascuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda foram afastadas para áreas periféricas num processo similar, ainda que oposto, ao descrito por sociólogos a respeitocuiabá x fluminense sub 23 palpiteChicago há quase um século.
Na típica cidadecuiabá x fluminense sub 23 palpitepaíses desenvolvidos, os gruposcuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda tendem a se concentrar nas áreas centrais da cidade, enquanto gruposcuiabá x fluminense sub 23 palpiterenda mais alta, tirando proveito das tecnologiascuiabá x fluminense sub 23 palpitetransporte - primeiramente trens, depois bondes e finalmente automóveis - passaram a morar nos subúrbios. Esses grupos buscavam espaço a menor custo e um estilocuiabá x fluminense sub 23 palpitevida próximo a áreas verdes, longe da poluição e das altas densidades demográficas dos centros urbanos.
Na América Latina, porém, com o incremento populacional das áreas urbanas alimentado pela migração rural-urbana, os anéis periféricos das cidades continuaram se expandindo por meiocuiabá x fluminense sub 23 palpiteuma combinaçãocuiabá x fluminense sub 23 palpiteloteamentos formais e informaiscuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda. Locais, na maioria das vezes, carentescuiabá x fluminense sub 23 palpiteserviços urbanos como transporte.

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Com exceçãocuiabá x fluminense sub 23 palpitealguns loteamentos informais criados no centro urbano, geralmentecuiabá x fluminense sub 23 palpiteterrenos ilegais ou inapropriados para construção (e sujeitos à remoção), os gruposcuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda ficaram impossibilitadoscuiabá x fluminense sub 23 palpitemorar nas áreas centrais, e também privadoscuiabá x fluminense sub 23 palpitefácil acesso ao centro urbano e suas oportunidadescuiabá x fluminense sub 23 palpiteemprego e amenidades.
Durante os últimos 25 anos, todavia, esse padrão passou a ser rompido. O surgimentocuiabá x fluminense sub 23 palpitecondomínios fechados marcou uma mudança no padrãocuiabá x fluminense sub 23 palpitesegregação espacial centro-periferia e,cuiabá x fluminense sub 23 palpiteprocesso similar ao das cidades dos países desenvolvidos, gruposcuiabá x fluminense sub 23 palpitealta renda mudaram-se do centro da cidade para áreas mais distantes.
Mudançacuiabá x fluminense sub 23 palpitepadrão
Comunidadescuiabá x fluminense sub 23 palpitealta renda, que no Brasil tradicionalmente ocupavam áreas centrais, deslocaram-se para assentamentos exclusivoscuiabá x fluminense sub 23 palpiteáreas periféricas, muitas vezes localizados ao ladocuiabá x fluminense sub 23 palpitecomunidadescuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda.
O padrãocuiabá x fluminense sub 23 palpitesegregação, até então definido pela distância física entre grupos socioeconômicos distintos, passou a ser definido também por outros modoscuiabá x fluminense sub 23 palpiteseparação: portões e muros.
Uma mistura seletivacuiabá x fluminense sub 23 palpitepessoascuiabá x fluminense sub 23 palpitediferentes rendas e, até certo ponto, grupos étnicos, vem acontecendo desde então, quebrando padrões tradicionaiscuiabá x fluminense sub 23 palpitesegregação e ao mesmo tempo produzindo novos padrões - infelizmente tão divisivos quanto os do passado.
Serviços urbanos são oferecidos aos gruposcuiabá x fluminense sub 23 palpitealta renda para prover condomínios fechados recém-construídos, porém raramente alcançam comunidadescuiabá x fluminense sub 23 palpiterenda mais baixa para as quais o transporte público é um serviço essencial.
Apesarcuiabá x fluminense sub 23 palpitegruposcuiabá x fluminense sub 23 palpitealta renda terem pouco interesse ou necessidadecuiabá x fluminense sub 23 palpitetransporte público para si próprios, eles se beneficiam da proximidade aos gruposcuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda pelo acesso à forçacuiabá x fluminense sub 23 palpitetrabalho prestadoracuiabá x fluminense sub 23 palpiteserviços domésticos, tais como cozinheiros e jardineiros, entre outros.
A presençacuiabá x fluminense sub 23 palpite"enclaves"cuiabá x fluminense sub 23 palpitecondomínios fechadoscuiabá x fluminense sub 23 palpitealta renda lado a ladocuiabá x fluminense sub 23 palpiteloteamentoscuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda no tecido urbano criou um padrãocuiabá x fluminense sub 23 palpitesegregação espacial mais fragmentado ecuiabá x fluminense sub 23 palpitegranularidade mais finacuiabá x fluminense sub 23 palpitecidades brasileiras e latino-americanas.

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No modelo urbano tradicional (de centro-periferia), os gruposcuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda eram vistos como os mais segregados.
Eduardo Marques, professor do Centrocuiabá x fluminense sub 23 palpiteEstudos da Metrópole (CEM) da Universidadecuiabá x fluminense sub 23 palpiteSão Paulo (USP), recentemente destacou que os grupos mais segregados na cidade brasileira são aquelescuiabá x fluminense sub 23 palpiterendas mais altas, ainda que a mobilidade desses grupos seja bem maior do que acuiabá x fluminense sub 23 palpitesetorescuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda.
O mapa mostra o percentualcuiabá x fluminense sub 23 palpiteempregos acessíveiscuiabá x fluminense sub 23 palpiteuma horacuiabá x fluminense sub 23 palpiteviagem por transporte público, no municípiocuiabá x fluminense sub 23 palpiteSão Paulo.

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As zonas sombreadas ao redor das comunidadescuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda "Cantinho do Céu" e "São Francisco Global" e do condomíniocuiabá x fluminense sub 23 palpitealto padrão "Villa Lobos" destacam as áreas acessíveis aos moradores dessas localidadescuiabá x fluminense sub 23 palpiteuma horacuiabá x fluminense sub 23 palpiteviagem.
É evidente que os moradores das comunidadescuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda localizadas nas áreas periféricas da cidade têm baixa acessibilidade, o que efetivamente os priva do acesso a empregos e oportunidades.
O desafio do transporte como meiocuiabá x fluminense sub 23 palpiteintegração
As tecnologiascuiabá x fluminense sub 23 palpitetransporte disponíveis atualmente permitem que a cidade ofereça oportunidadescuiabá x fluminense sub 23 palpiteintegração e acesso a locaiscuiabá x fluminense sub 23 palpiteempregos a todos os seus habitantes, independentementecuiabá x fluminense sub 23 palpiteseu grupo econômico.
Sendo assim, os gruposcuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda deveriam ao menos ter acesso às áreas onde empregos estão disponíveis, e os gruposcuiabá x fluminense sub 23 palpitealta renda deveriam contribuir para a integração dos grupos menos favorecidos, criando assim comunidades mais inclusivas. Mas como o economista britãnico-australiano Colin Clark já dizia há 60 anos, o transporte ao mesmo tempo "faz e desfaz" as cidades.
De fato, os sistemascuiabá x fluminense sub 23 palpitetransporte no Sul Global,cuiabá x fluminense sub 23 palpitevezcuiabá x fluminense sub 23 palpiteintegrar, dividem e mantêm a separação existente entre grupos e pessoas, o que contradiz o princípiocuiabá x fluminense sub 23 palpiteque a cidade deveria proporcionar acessibilidade a todos seus habitantes.
O objetivo básico do transporte é melhorar a conexão entre as pessoas. No entanto, o transporte muitas vezes aumenta a divisão, reduzindo oportunidadescuiabá x fluminense sub 23 palpiteinteração entre grupos.
É irônico o fatocuiabá x fluminense sub 23 palpiteque cidades brasileiras apresentam um padrão espacialcuiabá x fluminense sub 23 palpitesegregação socioespacial tambémcuiabá x fluminense sub 23 palpiterelação ao transporte, com longas viagens e grandes distâncias ao trabalho, reduzindo assim as oportunidadescuiabá x fluminense sub 23 palpiteascensão econômica dos gruposcuiabá x fluminense sub 23 palpitebaixa renda.
cuiabá x fluminense sub 23 palpite Esse é o sextocuiabá x fluminense sub 23 palpiteuma sériecuiabá x fluminense sub 23 palpiteartigos publicada pela BBC Brasilcuiabá x fluminense sub 23 palpiteparceria com o Urban Transformations Network e o UK Economic and Social Research Council (UT-ESRC) sobre presente e o futuro das cidades brasileiras. Os artigos publicados não traduzem a opinião da BBC.
*Mais informações sobre o projeto: http://www.urbantransformations.ox.ac.uk/project/resolution-resilient-systems-for-land- use-transportation/