Fui chicoteado por organizar festa gay7games i games downloadmeu país, diz africano que pede asilo aos EUA:7games i games download
"Quando cheguei aos Estados Unidos, era muito difícil me expressar7games i games downloadmaneira mais livre. Era como se no meu país tivessem acionado um botão na minha cabeça e esse botão continuasse acionado mesmo depois que eu saí7games i games downloadlá.
Se você é gay, é natural que tenha alguns comportamentos difíceis7games i games downloadesconder. Mas eu aprendi a reprimi-los por uma questão7games i games downloadsobrevivência. Não podia andar, falar ou sentar7games i games downloadcertas maneiras para não ser reconhecido como gay.
Também não podia usar brincos. Eu tinha os furos, mas, quando os usava, as pessoas me olhavam7games i games downloadtal forma que resolvi guardá-los. Quando cheguei aos Estados Unidos, vi caras indo trabalhar com ternos caros e brincos e pensei: 'É sério? Eles vão trabalhar assim?'
A coisa mais engraçada foi quando fui fazer uma foto 3x4. Pedi um minuto para tirar os brincos, mas o fotógrafo americano me disse: 'Por que você tem7games i games downloadtirá-los? Fique com eles, a foto vai ficar legal'. São coisas que nunca pensei que aconteceriam desde que me aceitei como gay.
Ser gay ou lésbica no Zimbábue é a coisa mais difícil que pode acontecer com uma pessoa. Se fosse uma questão7games i games downloadescolha, a maioria deixaria7games i games downloadser. Lá a Constituição proíbe qualquer pessoa7games i games downloadcometer atos homossexuais. E culturalmente é um tabu: se você é um homem, espera-se que se case com uma mulher e forme uma família.
Muitos dizem que homossexualidade é algo importado dos países ocidentais, que é algo não africano. Mas, se você analisar a história, verá que ela sempre esteve lá.
Minha mãe sabia sobre minha sexualidade. Ela era cristã e muito religiosa, mas acabou aceitando. Eu olhava para ela como um escudo para toda a família; era minha proteção.
Quando ela morreu, percebi que todos os parentes que pareciam me apoiar estavam na verdade fingindo, por respeito à minha mãe.
No funeral dela, alguns dos meus tios disseram que não queriam me ver mais. Eu estava7games i games downloadluto, minha mãe tinha acabado7games i games downloadmorrer, mas me avisaram ali mesmo.
Depois disso, não fui mais convidado a reuniões familiares. Falavam que tinham nojo porque era homossexual. Não sabia o que ocorreria se autoridades lhes perguntassem o que sabiam7games i games downloadmim. Não ficaria surpreso se me traíssem e dessem alguma prova das coisas que andava fazendo.
Havia muitos momentos7games i games downloadque minha vida corria perigo. Eu e meu parceiro não conseguíamos dormir, porque não sabíamos se a polícia viria nos pegar. Nossa casa foi invadida muitas vezes.
No fim, você se torna uma pessoa muito solitária. Se não estiver com amigos gays, não está com ninguém.
Não há boates nem bares gays no Zimbábue, e se houvesse ninguém os frequentaria para não ser visado. Eu me comunicava com meus amigos7games i games downloadpequenos grupos. Nos encontrávamos7games i games downloadbares e tínhamos7games i games downloadser muito discretos, porque mesmo outros clientes poderiam nos agredir se achassem que estávamos tentando seduzi-los.
Quando estava lá, tentamos organizar duas ou três festas gays que não acabaram bem. Pessoas foram agredidas e assediadas por policiais. Alguns foram parar na prisão. Eu mesmo fui preso quatro ou cinco vezes.
Eles te levam para a delegacia e tentam procurar algo que possa te incriminar, já que não te prenderam7games i games downloadflagrante. Na maioria das vezes, te seguram por várias horas.
Se você tenta dizer algo que não entendem, batem7games i games downloadvocê. Apanhei três vezes com chicotes. Eu me cobria com os braços para me proteger e levava chicotadas no corpo todo.
Eventualmente me liberavam, mas era uma forma7games i games downloadintimidar,7games i games downloaddizer "pare7games i games downloadfazer isso, ou voltaremos para pegá-lo".
Pensei que, se continuasse no Zimbábue, algo iria acontecer comigo. Tinha7games i games downloadsair por minha segurança e pela do meu parceiro, porque ele estava no armário. Se a família dele descobrisse que era gay, ele seria deserdado.
Também podíamos ser abduzidos. O governo faz muito disso: houve muitas abduções, e nunca mais vimos aquelas pessoas.
Peguei um avião e vim para os EUA. Ainda estou esperando pela minha entrevista no processo7games i games downloadasilo - não tenho permissão para trabalhar e tenho que aguardar para pedir uma autorização. Um amigo tem sido muito generoso comigo e me ajudado desde o início do processo. Estou morando na casa dele com meu parceiro.
O ataque7games i games downloadOrlando foi perturbador, porque me lembrou do que eu fugi. Mesmo assim, acho que estou mais seguro aqui que no Zimbábue. Posso dizer o que quero sem sentir que virão me atacar a qualquer momento.
Lá, é perigoso que as pessoas façam as coisas às escondidas. Não há a menor chance7games i games downloadalguém sair apresentando o namorado aos outros. As relações são mais curtas, porque assim é mais fácil escondê-las. Então há mais promiscuidade, o que faz as doenças se espalharem.
Nunca experimentei racismo nos EUA, mas sinto que há certa xenofobia e um conflito entre africanos e afroamericanos. Talvez eles (afroamericanos) nos olhem como os pobres, sintam que são melhores que nós. E africanos aqui evitam ir aos lugares frequentados só por afroamericanos: eles preferem ir a lugares com um público mais misturado, onde sintam que não serão olhados com desprezo.
Eu acho que somos o mesmo povo e não deveria haver razões para que nos olhássemos7games i games downloadforma diferente.
Se puder ficar aqui, pretendo fazer com que outros saibam o que está acontecendo no meu país na esperança7games i games downloadque todos os gays no Zimbábue possam viver uma vida melhor.
Sinto falta7games i games downloadcasa - porque é minha casa, é7games i games downloadonde venho. Sinto falta7games i games downloadestar no meu proprio país e7games i games downloadusufruir meus direitos enquanto cidadão. Sei que voltarei um dia."