Al Pacino e Robertbet 1 realNiro são pais depois dos 75 anos: a paternidade tardia traz riscos?:bet 1 real
O pai mais velhobet 1 realtodos os tempos, pelo menos de acordo com o Guinness World Records, tinha 92 anos — embora ocasionalmente apareçam alegações não oficiais sobre homens ainda mais velhos.
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Fim do Matérias recomendadas
Mas até quando homens podem ter filhos? E será que a paternidade tardia representa algum tipobet 1 realrisco à saúde da criança?
O que dizem os estudos
Homens que decidem virar pais depois dos 35 anos correm um risco maiorbet 1 realter filhos prematuros ou com autismo, revelam as pesquisas.
Além disso, a cada ano que passa, os espermatozoides sofrem baixas significativas na quantidade e na qualidade — o que pode dificultar as tentativasbet 1 realgerar um descendente.
Essas informações são particularmente importantes num cenáriobet 1 realque os planosbet 1 realter um bebê são postergados para cada vez mais tarde, por causa dos projetos profissionais e educacionais.
E isso ocorre num contextobet 1 realque apenas os riscos da maternidade tardia são bem mais conhecidos entre a população. De forma geral, as mulheres sabem da dificuldade aumentada da gestação após os 35 ou os 40 anos.
Do lado paterno (e pouco conhecido) dessa história, a boa notícia é que existem recomendações, exames e tratamentos que permitem acompanhar cada caso e diminuem os riscos ao bebê, como você confere a seguir.
Um fenômeno cada vez mais frequente
A médica Karla Giusti Zacharias, que é especialistabet 1 realreprodução humana e integra o corpo clínico da Rede D'Or - Hospital São Luiz Itaim,bet 1 realSão Paulo, relata que recebe com frequência no consultório homens mais velhos que desejam ter um filho.
"Vejo pacientesbet 1 real50 ou 60 anos que estão num segundo casamento com uma esposa mais jovem, que deseja engravidar", observa.
A dúvida que eles trazem aos profissionais da saúde envolve justamente os riscosbet 1 realser pai mais velho.
Em linhas gerais, o aparelho reprodutor masculino funciona numa lógica completamente diferente do feminino.
A partir da puberdade, que acontece lá pelos 10 aos 14 anos, os homens começam a fabricar os espermatozoides — produção essa que continua a acontecer durante toda a vida.
Já as mulheres nascem com todos os óvulos prontos. Eles são liberados também a partir da puberdade, a cada novo ciclo menstrual.
Só que a quantidadebet 1 realgametas nelas é limitada — as meninas têm entre 300 mil e 500 mil óvulos no momento da primeira menstruação — e costuma quase acabar quando elas chegam aos 45 a 55 anos, quando ocorre a menopausa.
Ou seja: enquanto novos espermatozoides são produzidos constantemente nos testículos, os óvulos são guardados numa espéciebet 1 real"poupança", e liberados aos poucos ao longo da adolescência e da vida adulta.
Mas daí vem a questão importante: embora a fabricação dos gametas masculinos seja constante, a qualidade desse processo não é a mesma após uma certa idade.
Com o passar dos anos, é natural que essas células sejam feitasbet 1 realmenor quantidade e apresentem mais defeitos.
Essas falhas, porbet 1 realvez, podem impedir a fecundação (quando um espermatozoide entra no óvulo), o que leva à dificuldade para ter um filho.
Porém, algumas pesquisas indicam que, mesmo quando as tentativasbet 1 realgerar um descendente são bem sucedidas, existe o riscobet 1 realque o bebê apresente com mais frequência algumas condiçõesbet 1 realsaúde, como nascimento prematuro, complicações após o parto e até autismo.
O que dizem os estudos
Uma investigação feitabet 1 real2018 na Escolabet 1 realMedicina da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, analisou dadosbet 1 realmaisbet 1 real40 milhõesbet 1 realpartos e descobriu que,bet 1 realforma geral, quanto mais velho é o pai, maior o risco para a criança.
Homens que têm filhos após os 35 anos correm um risco relativamente mais altobet 1 realque o bebê nasça com baixo peso, tenha convulsões ou precisebet 1 realventilação mecânica para respirar logo após o parto.
Indivíduos com maisbet 1 real45 anos apresentam uma probabilidade 14% maiorbet 1 realque a criança seja prematura (quando ela vem ao mundo antesbet 1 real37 semanasbet 1 realgestação). Naqueles que já passaram dos 50, há um risco 28% mais elevadobet 1 realo recém nascido precisar ficar um tempo numa Unidadebet 1 realTerapia Intensiva (UTI) neonatal.
À época da publicação do artigo, o médico Michael Eisenberg, professorbet 1 realurologia e autor principal da pesquisa, esclareceu que números do tipo não devem ser interpretados com alarmismo. Na visão dele, os achados servem para que as famílias se planejem bem e façam os acompanhamentos necessários.
"Há uma tendênciabet 1 realolharmos para os fatores maternos na horabet 1 realavaliar os riscos associados ao nascimento. Mas nosso estudo mostra que ter um bebê saudável é um trabalhobet 1 realequipe, e a idade do pai também contribui para isso", declarou.
Já um artigobet 1 realrevisão sistemática e metanálise (um tipobet 1 realtrabalho científico que compila e organiza várias pesquisas publicadas anteriormente sobre um mesmo tema) publicadobet 1 real2017 apontou outro perigo da paternidade tardia: o risco aumentadobet 1 realautismo.
Como conclusão, o trabalho aponta que, a cada aumentobet 1 real10 anos na idade do pai, há uma probabilidade 21% maiorbet 1 realo filho ter esse transtorno no desenvolvimento neurológico, que está relacionado a dificuldades na comunicação, na interação social e no comportamento.
A ciência ainda não sabe responder com certeza o que uma coisa tem a ver com a outra.
O médico Alfredo Canalini, da Sociedade Brasileirabet 1 realUrologia, aponta que existem evidênciasbet 1 realuma relação entre paternidade tardia e maior probabilidadebet 1 realdoenças como esquizofrenia, mas os estudos sobre o tema não são suficientemente sólidos.
O especialista ainda aponta que, mesmo com a queda na qualidade e na quantidadebet 1 realespermatozoides com o passar dos anos, a tendência é que os gametas mais aptos sejam bem sucedidos e um deles faça a fecundação — o que diminui os riscos à saúde da criança que será gerada.
"O caminho até o óvulo pode ser comparado a uma ultramaratona, e geralmente apenas os espermatozoides capacitados e saudáveis conseguem chegar perto da linhabet 1 realchegada", compara.
Mas será que, diantebet 1 realtodos esses perigos, existem meiosbet 1 realminimizar os problemas e garantir uma gestação saudável?
Como ficar mais protegido
Canalini ressalta que não existe uma receitabet 1 realbolo para driblar os possíveis perigos da paternidade tardia.
"A biologia do aparelho reprodutor masculino é muito individualizada e cada homem precisa passar por um atendimento para a gente entender o que está acontecendo e o que pode ser feito", diz.
Uma consulta dessas envolve o clínico geral ou o urologista, médico especialista nas vias urinárias e nos órgãos sexuais e reprodutivos do homem.
Essa avaliação pode ser feitabet 1 realrotina, a cada ano, quando há o desejobet 1 realter um filho ou se alguns sintomas aparecem, como irritação excessiva, faltabet 1 reallibido, dificuldade para ter ou manter a ereção, além das tentativas frustradasbet 1 realengravidar.
"E, claro, existem aquelas recomendações clássicas que valem para a saúde do corpo inteiro, como ter uma alimentação saudável, evitar o sedentarismo, fazer atividade física regular, não fumar, manter o peso adequado…", lista o médico.
Zacharias lembra que, quando as mudançasbet 1 realestilobet 1 realvida não surtiram resultado, é possível partir para exames e tratamentos específicos.
"Se existe um perfil muito ruim dos espermatozoides, podemos propor algumas terapias para melhorar a qualidade ou a quantidade deles", resume.
Por fim, a especialista destaca um último risco que afeta diretamente os pais mais velhos: a cargabet 1 realtrabalho envolvida com a criaçãobet 1 realum filho.
"Não podemos nos esquecer que muitos homens mais velhos estão numa fase da vidabet 1 realque eles já trabalharam bastante e estão mais cansados", aponta.
"É preciso colocar na balança e pensar na importânciabet 1 realacompanhar o desenvolvimento da criança, levantarbet 1 realmadrugada para trocar fralda, brincar…"
"Os casais devem conversar sobre isso para que sempre tomem a melhor decisão para eles e para a família", conclui.