'Não precisamos do amor românticobet365 esportnossas vidas', diz especialistabet365 esportrelacionamentos:bet365 esport
"Em muitos países, o amor romântico é visto como a mais importante fontebet365 esportamor, e esse discurso é repetido com frequência no cinema e nas redes sociais. Mas essa não é a verdade e, infelizmente, muitas pessoas gastam tempo e energia demais procurando um parceiro romântico e acabam negligenciando outros tiposbet365 esportrelacionamento".
Machin lançoubet365 esportfevereiro deste ano o livro 'Why We Love: The New Science Behind Our Closest Relationships' (Porque amamos: a nova ciência por trás dos relacionamentos mais próximos,bet365 esporttradução literal), no qual discute as muitas razões que levam o ser-humano a amar. A afeição entre parceiros é apenas uma delas, mas há também o amor entre amigos, pais e filhos e até o amor ao sagrado.
Segundo ela, a importância excessiva que damos ao amor romântico também pode criar uma ideia falsabet365 esportque todos precisambet365 esportum parceiro românico oubet365 esportum relacionamentobet365 esportcontosbet365 esportfadas, trazendo decepções.
"O amor romântico pode trazer momentos maravilhosa, é verdade. Mas há períodos difíceis também e há pessoas que simplesmente não encontrarão alguém para viver essa experiência ou que sequer querem passar por isso", diz.
"Faríamos um grande favor às crianças e jovens se passássemos a ser mais realistas sobre o que é o amor românticobet365 esportverdade, porque precisamos recalibrar o espaço ocupado por elebet365 esportnossas vidas".
Em seu livro, Machin define o amor romântico como uma construção social. Segundo ela, até meados do século 18, os seres humanos cultivavam apenas o que os cientistas chamambet365 esportamor reprodutivo.
"Só passamos a chamá-lobet365 esportamor romântico quando, por volta do século 18, poetas decidiram romantizá-lo e as ideiasbet365 esportamor romântico que conhecemos hoje começaram a ser formadas na literatura", diz a especialista.
A imagem construídabet365 esporttorno do romance, aliás, também varia muitobet365 esportacordo com a cultura. "Há 50 anos na China o conceitobet365 esportencontrar uma alma gêmea era completamente desconhecido. Hojebet365 esportdia, os mais jovens falam e conhecem mais o amor romântico, porque foram expostos à filmes e outros materiais produzidos no mundo ocidental", diz a antropóloga.
"O amor romântico é uma construção cultural. Não é baseado na ciência, mas apenas uma história que inventamos sobre como o amor reprodutivo deveria ser."
Novos tempos
Pesquisas demográficas mostram que o amor romântico já está,bet365 esportcerta medida, perdendo importânciabet365 esportnossas vidas. Segundo o Escritóriobet365 esportEstatísticas Nacionais do Reino Unido, o númerobet365 esportpessoas morando sozinhas deve crescerbet365 esportmaisbet365 esport10 milhões no país até 2039. Além disso, apenas cercabet365 esportumbet365 esportcada seis britânicos ainda acreditam atualmente na ideiabet365 esportque há "uma pessoa certa".
"Há um crescente reconhecimentobet365 esportque, na verdade, o amor romântico não deve ser o objetivo finalbet365 esportnossas vidas", diz Machin. Segundo a antropóloga, essa mudança é impulsionada principalmente pelas mulheres, que se sentem mais livres para viver suas vidas sem um parceiro ao seu lado.
"Mudanças políticas, sociais ebet365 esportnosso próprio entendimento sobre o que é o amor ou o que constitui uma família estão aos poucos alterando a forma como vemos e priorizamos o amor romântico."
Ao mesmo tempo, muitas pessoas também têm se aberto para outros formatosbet365 esportrelacionamentos românticos. "O poliamor e outros tiposbet365 esportrelacionamentos não-monogâmicos têm ganhado mais espaço. Da mesma forma, os arromânticos, aqueles que não experimentam nenhum tipobet365 esportamor romântico, tem se sentido mais confortáveis para contar suas histórias", afirma a especialista.
Por que amamos?
Em seu livro, Anna Machin dedica dez capítulos para desvendar as muitas respostas para o questionamento que já foi levantado tantas vezesbet365 esportnossa sociedade.
"Não há uma única resposta para essa pergunta e tudo depende contexto que analisamos", afirma a antropóloga. "O que é mais incrível no amor humano é que ele pode ser dirigido a muitas pessoas e seres diferentes: podemos amar nossos amigos, nossa família, nossos filhos e nossos amantes. Mas também podemos amar um Deus, nossos animaisbet365 esportestimação e até celebridades que não conhecemos".
Segundo a pesquisadora,bet365 esportseu nível mais básico, o propósito do amor é a sobrevivência e a garantia da evolução. O ser-humano precisa passar seus genes adiante, ao mesmo tempobet365 esportque as mães precisambet365 esportuma redebet365 esportapoio para criar seus filhos.
"Mas além disso, o amor também é um vício, sustentado por um conjuntobet365 esportneuroquímicos como a ocitocina, a dopamina, a serotonina e a beta endorfina que nos fazem desejar estar com a pessoa que amamos", diz Machin.
Há ainda componentes sociais e pessoais que definem as razões por que amamos. Nem todos experimentamos o amor da mesma maneira ou desejamos alcançá-lo pelos menos motivos, e o local onde nascemos, a forma como fomos criados e até nossa genética podem influenciar nossas escolhas.
"Popularmente dizemos que o amor é uma emoção, mas na realidade é algo muito mais complexo do que isso", diz a pesquisadorabet365 esportOxford, que usou análises genéticas,bet365 esportimagens cerebrais e neuroquímicos, alémbet365 esportextensas entrevistas, para elaborarbet365 esporttese.
Honestidade, ternura ou sofrimento?
O contexto socialbet365 esportque fomos criados e vivemos depoisbet365 esportadultos tem grande influência sobre a forma que sentimos e demonstramos o amor, segundo Anna Machin.
A antropóloga explicabet365 esportseu livro que nossa relação com o amor pode mudarbet365 esportacordo com as relações que observamos à nossa volta e tomamos como exemplo para nós mesmos. A cultura também pode ter um grande impacto aqui.
"O local onde nascemos também afeta a forma como definimos o amor e até as palavras que costumamos associar com ele", diz.
A especialista cita como exemplo um estudo publicadobet365 esport2016 na revista acadêmica Psychology in Russia com pessoas nativas da África Central, do Brasil e da Rússia. Enquanto os brasileiros entrevistados usaram com frequência a palavra honestidade para descrever o amor e associaram o sentimento com moral e família, os termos mais mencionados pelos russos foram sofrimento, confiança e auto sacrifício.
Já os centro-africanos usaram a palavra "ternura" para falarbet365 esportamor - para eles, o sentimento está intimamente ligado com o lado espiritual.
"Há estudos que também nos mostram que a linguagem corporal exibida quando estamos apaixonados ou demonstramos amor é algo muito específico da cultural", afirma Machin.
Mas infelizmente, é impossível saber exatamente como as outras pessoas experimentam o amor. "Você nunca saberá como eu sinto amor, assim como eu nunca saberei como você se sente quando está amando", diz a especialista.
Por isso mesmo, as formas mais usadas pelos pesquisadores para estudar o tema são os exames cerebrais ebet365 esportsubstâncias químicas, além das entrevistas e da observação da linguagem corporal.
"Analisamos alguns pontos objetivos para termos uma vaga ideiabet365 esportcomo é a experiência do outro com o amor. A atividade cerebral das pessoas, por exemplo, pode ser diferentebet365 esportacordo com a intensidade dos sentimentos, assim como a neuroquímica no corpo", explica Machin.
Qual a influência da genética?
Apesar da comunidade científica já ter se debruçado sobre o tema, a influência da genética na forma como sentimos e demonstramos o amor pode ser novidade para muitos.
Segundo Anna Machin, os genes estudadosbet365 esportsuas pesquisas estão associados às substâncias neuroquímicas que sustentam o amor.
"São os chamados genes receptores - os neuroquímicos no cérebro se prendem a esses receptores e causam sensações ou despertam comportamentos", explica a antropóloga. "A quantidade, a localização e a capacidade dos receptoresbet365 esportse conectarem com as substâncias químicas influenciam na forma como o ser-humano sente o amor".
"Digamos que uma pessoa tenha um número muito altobet365 esportreceptoresbet365 esportocitocina no cérebro - ela vai experimentar uma sensaçãobet365 esportamor muito mais forte do que alguém que tem um número menor".
A especialista explicabet365 esportseu livro que os genes podem também tornar algumas pessoas mais empáticas, afetuosas fisicamente ou até mais apegadas aos seus entes amados.
Anna Machin é enfática ao dizer que só podemos amar ou manter relacionamentos amorososbet365 esportqualquer tipo quando há uma relação entre dois seres.
"Não podemos amar objetos, apenas outras pessoas, animais ou entidades religiosas. Algumas pessoas podem apresentar distúrbios psicológicosbet365 esportque dizem amar um objeto, mas nesses casos não há liberação neuroquímica ou qualquer tipobet365 esportevidência cerebralbet365 esportque elas estão apaixonadas", diz a antropóloga.
Da mesma forma, o amor próprio não se enquadra na definição usada pela ciênciabet365 esportamor. "O amor é uma relação recíproca ou diádica e não se pode ter algo assim consigo mesmo".
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