Frances Haugen: a ex-funcionária que denunciou Facebook ao Senado dos EUA:brabet365

Frances Haugen

Crédito, CBS

Legenda da foto, Haugen compartilhou documentos internos do Facebook com o Wall Street Journal

"O Facebook percebeu que se mudar o algoritmo para ser mais seguro, as pessoas vão passar menos tempo no site, vão clicarbrabet365menos anúncios, e eles vão ganhar menos dinheiro."

O Facebook afirma, porbrabet365vez, que os documentos vazados são enganosos e camuflam pesquisas positivas conduzidas pela empresa.

Quem é Frances Haugen

Naturalbrabet365Iowa, nos EUA, Haugen é formadabrabet365engenharia elétrica ebrabet365computação pelo Olin Collegebrabet365Massachusetts.

Com um MBA pela Universidadebrabet365Harvard, ela dizbrabet365seu site pessoal ser "especialistabrabet365gerenciamento algorítmicobrabet365produtos".

Em 15 anosbrabet365carreira, ela teve passagem por grandes empresasbrabet365tecnologia e rede social, como Pinterest e Google, onde trabalhou por quatro anos como engenheirabrabet365software e gerentebrabet365produto.

Em 2019, foi contratada pelo Facebook, segundo seu site pessoal, para ser "gerentebrabet365produto líder da equipebrabet365desinformação cívica, que lidava com questões relacionadas à democracia e desinformação, e mais tarde também trabalhoubrabet365contraespionagem".

Mas com o passar do tempo, foi ficando "cada vez mais alarmada com as escolhas da empresa".

Na entrevista ao programa 60 Minutes da CBS, ela contou que decidiu deixar o Facebookbrabet365maio deste ano depoisbrabet365se irritar com a companhia.

Antesbrabet365partir, ela copiou uma sériebrabet365memorandos e documentos internos. E compartilhou esses documentos com o Wall Street Journal, que publicou o material ao longo das últimas três semanas.

Entre as revelações, estão documentos que mostram que celebridades, políticos e usuáriosbrabet365grande visibilidade da rede social eram tratadosbrabet365forma diferente pela empresa.

De acordo com os dados vazados, as políticasbrabet365moderação eram aplicadasbrabet365maneira distinta, ou nem sequer eram aplicadas a essas contas — um sistema conhecido como XCheck (ou cross-check, que significa verificação cruzada).

Outro vazamento mostrou que o Facebook também enfrentava um processo judicial complexo por partebrabet365um grupobrabet365seus próprios acionistas.

O grupo alega, entre outras coisas, que o valorbrabet365US$ 5 bilhões que o Facebook pagou à Comissão Federalbrabet365Comércio dos EUA para resolver o escândalobrabet365dados da Cambridge Analytica foi tão alto porque foi destinado a proteger Mark Zuckerbergbrabet365responsabilidades pessoais.

Mas são as acusações sobre o Instagram que têm sido particularmente preocupantes para os parlamentares americanos.

Uma pesquisa interna do Facebook (dono do Instagram) mostrou que o Instagram estava impactando a saúde mental dos adolescentes, mas a empresa não compartilhou essas descobertas quando sugeriram que a plataforma era um lugar "tóxico" para muitos jovens.

De acordo com slidesbrabet365apresentação publicados pelo Wall Street Journal, 32% das adolescentes entrevistadas disseram que quando se sentiam mal com seus corpos, o Instagram as fazia se sentir pior.

brabet365 D brabet365 epoimento brabet365 ao Senado

É sobre este tema que Haugen depôs na terça-feira a um subcomitê do Senado americanobrabet365uma audiência intitulada "Protegendo Crianças Online".

Haugen pediu aos parlamentares uma regulamentação do Facebook, que ela compara às empresasbrabet365tabaco que por décadas negaram que fumar faz mal à saúde.

"Quando percebemos que as empresasbrabet365tabaco estavam escondendo os danos que causavam, o governo tomou uma atitude. Quando descobrimos que os carros eram mais seguros com cintosbrabet365segurança, o governo tomou uma atitude", diz um trecho do depoimento preparado.

"Eu imploro que vocês façam o mesmo aqui."

Haugen destacou ainda que os executivos do Facebook costumam optar pelo lucrobrabet365detrimento da segurança do usuário.

"A liderança da empresa conhece maneirasbrabet365tornar o Facebook e o Instagram mais seguros, e não fará as mudanças necessárias porque colocou seus lucros imensos antes das pessoas. É necessária uma ação do Congresso."

"Enquanto o Facebook estiver operando no escuro, não prestará contas a ninguém. E continuará a fazer escolhas que vão contra o bem comum."

Aplicativos do Instagram, Facebook, WhatsApp e Messenger no celular

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Mark Zuckerberg é dono do Facebook, Instagram e Whatsapp

Na semana passada, um executivo do Facebook afirmoubrabet365depoimento aos senadores que os vazamentos não destacavam o impacto positivo que a plataforma tinha sobre os adolescentes.

Mas Haugen tem sido contundente na avaliaçãobrabet365seu antigo empregador.

"Havia conflitosbrabet365interesse entre o que era bom para o público e o que era bom para o Facebook", disse ela.

"O Facebook repetidamente escolheu otimizar a favorbrabet365seus próprios interesses, como ganhar mais dinheiro."

Já o Facebook nega veementemente a acusação, dizendo que gastou quantias significativasbrabet365dinheirobrabet365segurança.

"Dizer que fechamos os olhos ao feedback ignora esses investimentos, incluindo as 40 mil pessoas que trabalham na áreabrabet365segurança e proteção no Facebook e nosso investimentobrabet365US$ 13 bilhões desde 2016", afirmou Lena Pietsch, diretorabrabet365políticasbrabet365comunicação do Facebook.

Haugen também mencionoubrabet365entrevista à CBS a invasão do Capitólio por uma multidãobrabet365apoiadores do ex-presidente Donald Trumpbrabet365janeiro deste ano, que acabou com cinco mortos — alegando que o Facebook ajudou a fomentar a violência.

Segunda ela, a rede social ativou os sistemasbrabet365segurança para reduzir a desinformação durante as eleições nos Estados Unidos — mas apenas temporariamente.

"Assim que a eleição acabou, eles desativaram ou mudaram as configurações para o que era antes, para priorizar o crescimentobrabet365vez da segurança, e isso realmente parece uma traição à democracia."

Frances Haugen sendo entrevistada por Scott Pelley para o programa '60 Minutes' da CBS

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Haugen concedeu entrevista a Scott Pelley para o programa '60 Minutes' da CBS

À rede americana CNN, o vice-presidentebrabet365Assuntos Globais do Facebook, Nick Clegg, disse que era ridículo sugerir que a empresa era responsável pelo motim.

"Acho que dá um falso conforto às pessoas supor que deve haver uma explicação tecnológica ou técnica para as questõesbrabet365polarização política nos Estados Unidos", afirmou ele.

A senadora democrata Amy Klobuchar, que faz parte do subcomitê que vai ouvir Haugen nesta terça-feira, adiantou, no entanto, que perguntaria a Haugen sobre a invasão do Capitólio.

"Estou particularmente interessadabrabet365ouvir dela se ela acha que o Facebook fez o suficiente para alertar a polícia e o público sobre 6brabet365janeiro, e se o Facebook removeu as salvaguardas eleitoraisbrabet365desinformação porque estava sendo um custo financeiramente à empresa", disse Klobucharbrabet365comentário à Reuters por e-mail.

A senadora também acrescentou que gostariabrabet365discutir os algoritmos do Facebook — e se eles "promovem conteúdo prejudicial e divisivo".

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