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O que é o 'efeito cobra', que mostra que o remédio pode ser pior do que a doença:apostar blaze
O que determinava que veículos ficariam parados eram os últimos dígitos das placas.
O programa, conhecido como "Hoy no circula" ("Hoje não circula",apostar blazetradução livre), entrouapostar blazevigorapostar blaze20apostar blazenovembroapostar blaze1989 com dois objetivos claros:
- Reduzir os níveis alarmantesapostar blazepoluição;
- Diminuir o tráfegoapostar blazeveículos.
E o que aconteceu?
O fato éapostar blazeoito diasapostar blaze1991 e onze diasapostar blaze1992, com o programa "Hoy no circula" jáapostar blazevigor, foram reportados os níveisapostar blazepoluição mais críticos registrados na história.
O que acontece é que as necessidades da população não mudam por ordens do governo.
Por mais que as pessoas desejassem um ar mais limpo, também precisavam chegar ao trabalho, ir à escola e assim por diante.
Portanto, a reação da população ao "Hoy no circula" não foi a que os legisladores previam: embora algumas pessoas tenham compartilhado carros ou usado transporte público, como esperado, outras pegaram táxis, que eram mais poluentes do que os carros comuns.
Não só isso: houve uma parcela da população que comprou outro carro e,apostar blazemuitos casos, o segundo veículo eraapostar blazepior qualidade e, consequentemente, poluía o ar da cidade a uma taxa muito maior.
Ou seja, exatamente na contramão dos dois propósitos do "Hoy no circula".
Claro que este não é o fim da história: o programa foi modificado e continuaapostar blazepé até hoje.
Mas essa primeira fase não só é um exemplo daquelas consequências indesejáveis tão comuns na vida (e na economia), como tambémapostar blazeum tipo específico delas: as que acontecem quando a solução proposta acaba agravando o problema que se pretendia resolver.
Não é simplesmente um resultado negativo inesperado, é o oposto do que se pretendia.
O fenômeno às vezes é chamadoapostar blaze"incentivos perversos", mas os economistas têm outro nome para esse tipoapostar blazeconsequência não desejada ainda mais retumbante: efeito cobra.
Moral da história
O termo foi cunhado pelo economista alemão Horst Siebertapostar blazeseu livro homônimoapostar blaze2001, inspiradoapostar blazeum episódio ocorrido na Índia, quando ainda era "a joia da coroa do Império Britânico".
Sua capital, Nova Déli, sofreu uma infestaçãoapostar blazecobras, um problema que claramente precisavaapostar blazeuma solução rápida, uma vez que, entre outras coisas, poderia ser fatal.
O governo colonial encontrou uma solução: oferecer uma generosa recompensa por cada serpente morta entregue pela população.
Brilhante!
A oferta desencadeou uma caça aos répteis queapostar blazefato reduziu o númeroapostar blazecobras venenosas.
Só que, depoisapostar blazeum tempo, algo começou a chamar a atenção das autoridades. As cobras não eram mais vistas rastejando pela cidade, mas eles continuavam a pagar tantas ou até mais recompensas.
O que aconteceu é que, quando ficou mais difícil encontrar cobras na cidade, as pessoas decidiram empreender.
Começaram a criar as serpentes dentro casa, para poder matá-las e continuar recebendo o dinheiro que o governo oferecia.
Quando as autoridades descobriram o que estava acontecendo, suspenderam os incentivos.
Como não tinham mais nenhum valor, os criadores soltaram as cobras — e Nova Déli foi mais uma vez invadida pelos répteis... só que, desta vez,apostar blazenúmero maior.
Não parece uma daquelas histórias contadas para ensinar uma lição?
Moral da história: o pensamento linear é limitado, e você nunca deve subestimar a complexidadeapostar blazeum sistema ou a engenhosidade humana.
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