5 boas notícias da ciência desde o início da pandemiabet10 sportscoronavírus - e que não têm a ver com a covid-19:bet10 sports

Manohar Kumar, um cérebro, Yadira Pastor, uma raposa e bactérias

Crédito, David Mele/Yadira Pastor/James Beasley/Getty

"Nosso estudo prova pela primeira vez a existênciabet10 sportspartículas chamadas anyons", diz um dos autores do estudo, o físico Manohar Kumar.

Esta é uma das amostras usadas no experimento por cientistasbet10 sportstrês instituições acadêmicas

Crédito, Manohar Kumar

Legenda da foto, Por meiobet10 sportsuma experimento único, cientistas comprovaram a existênciabet10 sportspartículas conhecidas como anyons

Anyons são um tipobet10 sportsquasipartículas, que são partículas capazesbet10 sportsviajarbet10 sportsestado sólido cercadas por outras partículas que se arrastam à medida que se movem.

No nosso "mundo comum"bet10 sports3D, explica Kumar, há dois tiposbet10 sportspartículas: férmions e bósons. Mas os anyons pertencem ao mundo da física 2D, ou seja, seus ambientes são sistemas bidimensionais.

"Existem fenômenos onde as condições físicas literalmente fazem tudo acontecerbet10 sports2D. Os físicos costumam dizer que uma das dimensões congela. Assim, embora nosso espaço diário seja 3D, a físicabet10 sportscertos fenômenos é realmente restrita ao universo 2D ", explica o blog científico Quantum Tales.

Na Finlândia, a Universidadebet10 sportsAalto, na qual Kumar trabalha, destacou o trabalho dos cientistas por ser "o primeiro a medir diretamente as propriedades quânticasbet10 sportsanyons, que são consideradas partículas exóticas.

O físico Manohar Kumarbet10 sportsseu laboratório

Crédito, David Mele

Legenda da foto, 'Trabalhamos duro nos últimos anos para fazer esse experimento', diz o físico Manohar Kumar

Elaborados teoricamentebet10 sports1977, "os anyons foram alvosbet10 sportsexperimentos, mas a verdadeira natureza quântica dessas partículas era desconhcida até agora", diz a instituição.

Gwendal Féve, líder do grupobet10 sportspesquisadores (do Laboratóriobet10 sportsFísica da Escola Normal Superiorbet10 sportsParís), diz que "a prova definitiva da existência dos anyons é demonstrar que se comportam como algo que está no meio do caminho entre um férmion e um bóson, e é isso que conseguimos mostrar pla primeira vez com esse experimento".

Os estudos sobre essas partículas são um avanço importante para a física e para o desenvolvimentobet10 sportstecnologias futuras, como a computação quântica, que promete revolucionar computadores usando a mecânica quântica para resolver problemas milhõesbet10 sportsvezes mais rápido do que as máquinas atuais.

2. Uma vacina contra uma doença que mata dezenasbet10 sportsmilhares todos os anos

Em 28bet10 sportsfevereiro, a Universidadebet10 sportsNavarra, na Espanha, anunciou que umbet10 sportsseus pesquisadores havia desenvolvido uma vacina contra shigelose ou disenteria bacteriana, uma infecção que causa diarreia, dorbet10 sportsestômago e febre e, nos casos mais graves, leva à morte.

Condições insalubresbet10 sportsum campobet10 sportsrefugiadosbet10 sportsIdlib

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Em lugares onde o acesso à água limpa é limitado, a disenteria bacteriana é um problema sério, especialmente para crianças

De acordo com o Centrobet10 sportsControle e Prevençãobet10 sportsDoenças dos Estados Unidos (CDC, na siglabet10 sportsinglês), há entre 80 e 165 milhõesbet10 sportscasosbet10 sportstodo o mundo a cada ano e 600 mil óbitos.

"Shigelose é um problema globalbet10 sportssaúde pública para o qual uma vacina ainda não está disponível, apesar do fatobet10 sportsa Organização Mundialbet10 sportsSaúde considerar uma prioridade", disse Carlos Gamazo, diretor do Departamentobet10 sportsMicrobiologia da Universidadebet10 sportsNavarra.

A doença, transmitida principalmente pelo consumobet10 sportságua e alimentos contaminados, afeta drasticamente as criançasbet10 sportspaísesbet10 sportsdesenvolvimento.

"O maior benefício seria alcançado com a introduçãobet10 sportsuma vacinabet10 sportsbaixo custo que requer apenas uma dose única. O grupobet10 sportsYadira Pastor (cientista que liderou a investigação) trabalha para obter essa vacinabet10 sportsadministração única e 'sem agulhas', com os níveis esperadosbet10 sportsproteção ", afirma Gamazo. 

Retratobet10 sportsYadira Pastor

Crédito, Cortesía: Yadira Pastor

Legenda da foto, A bioquímica Yadira Pastor está desenvolvendo uma vacina para ajudar a combater a shigelose

Segundo Pastor, o projeto foi testadobet10 sportscamundongos "para verificar a eficácia e a toxicidade deste produto, com resultados muito promissores".

Além disso, "diferentes viasbet10 sportsadministração foram estudadas para substituir a via parenteral (intravenal)", explica a bioquímica. O objetivo é facilitar a vacinaçãobet10 sportsmassa e reduzir o usobet10 sportsresíduos biológicos. Para isso, a pesquisadora criou géis imunoestimulantes para administração via nariz ou microadesivos, para a via intradérmica.

"Ambas as vias tiveram resultados muito promissoresbet10 sportscamundongos que, após serem vacinados pelas duas vias, ficaram protegidos contra a infecção pela bactéria shigella", diz Pastor.

Para tornar essa vacina uma realidade, será preciso confirmarbet10 sportseficáciabet10 sportsoutros animais e só então será possível partir para testesbet10 sportsque ela é segura e funcionabet10 sportshumanos, explicou a pesquisadora.

Complexo vacinal

Crédito, Yadira Pastor

Legenda da foto, Pastor criou micro-adesivos para aplicar a vacina

3. A vida selvagem prospera na zona do acidentes nuclearbet10 sportsFukushima

Em 11bet10 sportsmarçobet10 sports2011, um violento tsunami sacudiu a costa leste do Japão e causou danos à usina nuclearbet10 sportsFukushima.

Grandes quantidadesbet10 sportsmaterial radioativo foram liberadas no meio ambiente e causaram o pior acidente nuclear desde o desastrebet10 sportsChernobyl,bet10 sports1986. Maisbet10 sports100 mil pessoas foram evacuadas.

Raposabet10 sportsFukushima

Crédito, Cortesía: James Beasley

Legenda da foto, Uma raposa vermelha olha para uma das 106 câmeras que foram colocadas para estudar uma grande área

Em janeiro, a revista especializada Frontiers in Ecology and Environment publicou um estudo mostrando como, apesar da contaminação radioativa, a vida selvagem voltou a prosperar nessa área. Os cientistas descobriram populações abundantesbet10 sportsanimais nas áreas que foram atingidas.

Um dos líderes da pesquisa, o biólogo James Beasley, explica que o estudo, realizado entre 2016 e 2017, coletou, com câmeras colocadasbet10 sports106 lugares, maisbet10 sports267 mil imagensbet10 sports20 espéciesbet10 sportsanimais selvagens.

Esta é, diz Beasley, "a primeira avaliaçãobet10 sportslarga escala das comunidadesbet10 sportsmamíferosbet10 sportsFukushima" e o primeiro estudo das populaçõesbet10 sportsvida silvestre na área levandobet10 sportsconsideração a situação peculiar da baixa presença humana.

Macacosbet10 sportsFukushima

Crédito, James Beasley

Legenda da foto, Dois macacosbet10 sportsuma áreabet10 sportsFukushima que foi atingida pelo acidente nuclear e permanece desabitada

Ele afirma que Chernobyl e Fukushima foram enormes tragédias para a humanidade, que, agora, 'representam importantes laboratóriosbet10 sportsque estudos podem ser realizados para entender os efeitos da exposição crônica à radiaçãobet10 sportsplantas e animais".

O especialista acredita que "o fatobet10 sportsa vida selvagem estar se saindo bem nos territórios evacuadosbet10 sportstornobet10 sportsChernobyl e Fukushima é um testemunho da resistência da vida selvagem quando não há pressão humana direta, como a perda e fragmentaçãobet10 sportsseu habitat". 

Guaxinim japonêsbet10 sportsFukushima

Crédito, James Beasley

Legenda da foto, Ação humana pode ser pior do que radiação para a vida selvagem, diz pesquisador

E é um sinalbet10 sportsque as zonasbet10 sportsexclusão podem abrigar "populações abundantes e autossuficientes"bet10 sportsvárias espécies. "Mas é importante observar que isso não sugere que a radiação seja boa para a vida selvagem, sabemos que altos níveisbet10 sportsexposição aguda à radiação podem causar danos genéticos", diz o cientista.

"Mas ela mostra que os efeitos das atividades humanas cotidianas são piores para muitas espécies da vida selvagem do que quaisquer efeitos potenciais da radiação."

Beasley indica que ainda há muito a ser conhecido sobre o impacto dos acidentes nuclearesbet10 sportsChernobyl e Fukushima nos animais, incluindo por meiobet10 sportsanálises individuais.

Serau japonés

Crédito, James Beasley

Legenda da foto, Este serau japonês é uma das 20 espécies que Beasley ebet10 sportsequipe conseguiram detectar na área

E ele destaca que, "embora a vida selvagem pareça se beneficiar da criação dessas novas áreas, muita gente foi afetada" pelos dois desastres.

Apesar disso, ele se sente um pouco otimistabet10 sportsrelação a um desafio global: "Ainda há tempo para conservar muitos animais ameaçados ebet10 sportsperigobet10 sportsextinçãobet10 sportstodo o mundo, desde que possamos lhes proporcionar um habitat suficiente".

4. Os segredos genéticos da massa cinzenta

Em março, a Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, anunciou que "havia sido produzido o primeiro mapa genético do córtex cerebral, no qual foram identificadas maisbet10 sports300 variantes genéticas que influenciam a estrutura cortical" e,bet10 sportsalguns casos, distúrbios psiquiátricos e neurológicos. 

Ilustraçãobet10 sportsum cérebro

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Maisbet10 sports360 cientistasbet10 sportsvários países contribuíram para o estudobet10 sports'uma parte muito importante do cérebro'

O córtex é a camadabet10 sportsmassa cinzenta que recobre o cérebro; é essencial para o pensamento, processamentobet10 sportsinformações, memória e atenção.

Um dos coautores da pesquisa, Jason Stein, professor do Departamentobet10 sportsGenética e Neurociência, explica que o estudo identificou como as diferenças genéticas das pessoas afetam a estruturabet10 sportsseus cérebros.

"Focamos especificamente no córtex, que,bet10 sportscomparação com obet10 sportsoutros primatas, se expande acentuadamente nos seres humanos. Acredita-se que esse prolongamento leve a um melhor desenvolvimento cognitivo e comportamento social. Portanto, é uma parte muito importante do cérebro", diz Stein.

Para analisar a estrutura do cérebro, os pesquisadores estudaram examesbet10 sportsressonância magnética do cérebrobet10 sports50 mil pessoas e se concentraram no tamanho e espessura da superfície. Além disso, recolheram amostrasbet10 sportsDNA dos participantes para entender suas diferenças genéticas..

"Identificamos centenasbet10 sportslugaresbet10 sportsque variações do genoma têm impacto na estrutura cortical, no tamanho e na espessura do córtex. Curiosamente, essas diferenças foram encontradasbet10 sportslocais do genoma ativos durante o desenvolvimento inicial do cérebro, antes do nascimento,bet10 sportsum tipobet10 sportscélula chamada célula progenitora neural", afirma Stein.

"Essas células produzem quase todos os neurônios do córtex, mas só estão presentes antes do nascimento. Isso significa que as variantes genéticas influenciam as células progenitoras antes do nascimento para causar alterações no númerobet10 sportscélulas produzidas e no tamanho do cérebro após o nascimento. Isso é realmente interessante, porque significa que a genética pode mudar nossa estrutura cerebral adulta."

Essas descobertas são importantes porque podem ser usadasbet10 sportsdiferentes campos da neurociência e ajudar a determinar, por exemplo, quais variantes genéticas afetam a estrutura do cérebro e a tornam mais suscetível ao desenvolvimentobet10 sportscertos tiposbet10 sportsdistúrbios, como esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressão.

A pesquisa foi realizada graças ao trabalhobet10 sportsmaisbet10 sports360 ​​cientistasbet10 sportsvários centrosbet10 sportstodo o mundo. Stein esclarece que não é a primeira vez que se busca identificar variantes genéticas que afetam a estrutura do cérebro. Mas "é a maior e mais abrangente análise do impacto das variantes genéticas na estrutura cortical produzida até hoje".

5. Como o sistema nervoso detecta salmonellas e nos defende

Em dezembro, a Faculdadebet10 sportsMedicina da Universidade Harvard informou que um estudobet10 sportsratos mostrou como o sistema nervoso não apenas detecta salmonella, mas "defendeu ativamente o corpo" contra a ameaça.

Ilustração da salmonela

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Geralmente, a salmonela é encontrada no intestinobet10 sportsanimais e pessoas e é liberada pelas fezes

Segundo a instituição americana, a pesquisa, publicada na revista especializada Cell, descobriu que os nervos no intestino dos ratos percebiam a presença da bactéria - a principal causabet10 sportsintoxicação alimentar no mundo - e formavam "duas linhasbet10 sportsdefesa".

"Nossos resultados mostram que o sistema nervoso não é apenas um sistema simplesbet10 sportsdetecção e alerta. Descobrimos que as células nervosas no intestino vão além. Elas regulam a imunidade intestinal, mantêm a homeostase intestinal e fornecem proteção ativa contra infecções", disse o líder do estudo, Isaac Chiu.

O trabalho aponta que o intestino delgado possui neurônios sensíveis à dor, que também estão localizados sob células chamadas placasbet10 sportsPeyer. Os experimentos revelaram que esses neurônios são ativados na presençabet10 sportssalmonella, que, segundo os pesquisadores, é a causabet10 sports25% das doenças bacterianas diarreicas no mundo.

A infecção geralmente ocorre quando você come comida ou água contaminada com a bactéria. "Uma vez ativados, os nervos usam duas táticas defensivas para impedir que as bactérias infectem o intestino e se espalhem pelo resto do corpo", diz a universidade.

A primeira tática é regular os acessos celulares através dos quais os micro-organismos entram e saem do intestino. E a segunda é aumentar o númerobet10 sportsmicróbios intestinais protetores, que fazem parte do microbioma do intestino delgado.

"Está ficando cada vez mais claro que o sistema nervoso interage diretamente com organismos infecciososbet10 sportsdiferentes maneiras para influenciar a imunidade", disse o professorbet10 sportsimunologia, no artigo da Universidade Harvard.

Segundo uma das autoras do estudo, Nicole Lai, os resultados demonstram uma comunicação importante entre o sistema nervoso e o sistema imunológico: "É claramente uma viabet10 sportsmão dupla com os dois sistemas enviando mensagens e influenciando-se mutuamente para regular as respostasbet10 sportsproteção durante a infecção".

E a razão é que o intestino geralmente é chamadobet10 sportssegundo cérebro. De fato, possui mais neurônios do que a coluna vertebral e age independentemente do sistema nervoso central.

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