A verdade sobre o abusojogo de aposta gratisdrogas na Antiguidade, revelada pela ciência:jogo de aposta gratis
Aparecimento do ópio
Uma das primeiras pistas que os povos antigos consideravam a papoula muito mais do que uma planta bonita vem do seu uso frequentejogo de aposta gratisestátuas e gravuras.
Os arqueólogos descobriram que, jájogo de aposta gratis1600 a.C., eram fabricados pequenos frascos na formajogo de aposta gratis"cápsulas"jogo de aposta gratispapoula, a esfera volumosa que fica sob as pétalas da flor que produz o ópio. O formato dessas cápsulas artificiais tornava razoável supor para que eram usadas, mas até recentemente era impossível ter certeza.
Em 2018, a revista científica Science divulgou que o usojogo de aposta gratisnovas técnicas para analisar os resíduos das cápsulas encontradasjogo de aposta gratisescavações revelou que o materialjogo de aposta gratisorigem vegetal continha não apenas ópio — mas, às vezes, outras substâncias psicoativas.
Esses frascos e cápsulas foram encontradosjogo de aposta gratistoda região do Levante, do Egito e Oriente Médio. A uniformidade dos recipientes sugere que faziam partejogo de aposta gratisum sistema organizadojogo de aposta gratisfabricação e distribuição.
A planta feliz
Mesmo antes, o ópio era cultivado na Mesopotâmia. Alguns pesquisadores não duvidam que os assírios estavam cientes das propriedades da planta.
De fato, o nome assírio da papoula pode ser lido (dependendojogo de aposta gratiscomo as tabuletas cuneiformes que a mencionam são interpretadas) como Hul Gil, que significa 'planta feliz'.
Também foram encontrados jarros contendo resíduosjogo de aposta gratisópio nas tumbas egípcias, o que não é surpreendente, uma vez que a papoula foi amplamente cultivada no Egito.
Na era clássica, o extrato da planta era conhecido como 'Opium Thebiacum', proveniente da cidade do Egito à qual os gregos deram o nomejogo de aposta gratisTebas. Outra versão era chamadajogo de aposta gratis'Opium Cyrenaicum', uma variação ligeiramente diferente da planta, cultivada mais a oeste, na Líbia.
'Poções sutis e excelentes'
Há uma passagem muito sugestiva na Odisseia,jogo de aposta gratisHomero,jogo de aposta gratisque Helenajogo de aposta gratisTroia mistura uma droga no vinho que afasta as memórias tristes, a dor e a raiva. "Quem a tomava, naquele dia seria incapazjogo de aposta gratisderramar lágrimas, mesmo que lhe morresse o pai ou a mãe, mesmo que lhe matassem um irmão ou um filho diantejogo de aposta gratisseus próprios olhos."
Helena, disse Homero, tinha essas "poções sutis e excelentes" pois havia ganhadojogo de aposta gratisPolidamna, esposajogo de aposta gratisTom, uma mulher proveniente do Egito, "cuja terra, fértiljogo de aposta gratistrigo, produzia inúmeras drogas, muitas, quando misturadas, eficazes para a cura e muitas para a morte."
O nome Tom é significativo, uma vez que os egípcios acreditavam que o deus chamado Thoth havia ensinado à humanidade o uso do ópio,jogo de aposta gratisacordo com Galeno, filósofo e médico da Grécia Antiga.
Sonho eterno
Já Dioscórides — médico, farmacêutico e botânico da antiga Grécia, autor do livro De Materia Medica (uma enciclopédia da fitoterapia) — descreveu a técnicajogo de aposta gratiscolheita:
"Aqueles que produzem ópio devem esperar até o orvalho secar para cortar levemente com uma faca ao redor da parte superior da planta. E tomar cuidado para não cortar o interior."
"Na parte externa da cápsula, faça um corte para baixo. Quando o líquido sair, use o dedo para colocá-lojogo de aposta gratisuma colher. Ao retornar mais tarde, é possível colher mais resíduos após engrossar e ainda mais no dia seguinte."
Dioscórides também alerta sobre a overdose. "Mata", diz ele sem rodeios.
Na verdade, muitos romanos compravam ópio exatamente por esse motivo. O suicídio não era pecado no mundo romano, e muitas pessoas que sofriam com doenças e a velhice optavam por tirar a própria vida com uma onda suavejogo de aposta gratisópio.
Não é muito provável que seja coincidência que as divindades gregas Hipnos — deus do sono — e Tânatos — seu irmão gêmeo, o deus da morte sem violência — sejam representadas com coroas ou ramosjogo de aposta gratispapoulas.
O ópio era um sonífero comum, ao mesmo tempojogo de aposta gratisque o filósofo grego Teofrasto dizia: "do sumo da papoula e da cicuta vem a morte fácil e indolor".
Em tablete
Os romanos tomavam uma espéciejogo de aposta gratisvinho à basejogo de aposta gratisópio para combater a insônia e 'mêkonion', uma bebidajogo de aposta gratisfolhasjogo de aposta gratispapoula, que era menos potente.
O ópio podia ser comprado na formajogo de aposta gratispequenos tabletesjogo de aposta gratispostos especializados na maioria dos mercados. Na cidadejogo de aposta gratisRoma, Galeno recomendava um varejista localizado a poucos passos da Via Sacra, perto do Fórum Romano.
Na próspera Cápua, os vendedoresjogo de aposta gratisdrogas ocupavam uma área conhecida como Seplasia — mais tarde, "seplasia" se tornou um termo genérico para drogas, perfumes e cremes que alteravam a mente.
Cícero, filósofo romano, faz uma referência irônica a esse fato ao comentar sobre dois dignatários: "Eles não mostraram a moderação geralmente consistente com nossos cônsules... seu andar e comportamento eram dignos da Seplasia".
Fábricasjogo de aposta gratisdrogas
A cannabis tem uma história ainda mais antiga que o ópio. Chegou à Europa antes mesmojogo de aposta gratiscomeçarem seus primeiros registros, junto com o misterioso povo Yamna, proveniente da Ásia Central. No norte e centro da Europa, a planta está presente há maisjogo de aposta gratis5 mil anos.
Sem dúvida, era apreciada por seu uso na fabricaçãojogo de aposta gratiscordas e tecidos — mas foram encontrados braseiros contendo cannabis carbonizada, o que mostra que aspectos menos práticos da planta também foram explorados.
Sabe-se que os chineses cultivavam uma cannabis significativamente mais forte que a planta selvagem há pelo menos 2,5 mil anos — e tanto o produto quanto o conhecimentojogo de aposta gratiscomo produzi-lo teriam percorrido a Rota da Seda.
Na cidadejogo de aposta gratisEbla, localizada onde hoje é a Síria, os arqueólogos descobriram o que parece ter sido uma grande cozinha não muito longe do palácio da cidade, com oito fogões e panelas com capacidade para até 70 litros.
Mas não havia vestígiosjogo de aposta gratisrestosjogo de aposta gratiscomida, como costuma acontecerjogo de aposta gratiscozinhas antigas.
A análise dos recipientes encontrados deixa poucas dúvidasjogo de aposta gratisque o local era utilizado apenas para a fabricaçãojogo de aposta gratisprodutos farmacêuticos psicotrópicos.
Em outras palavras, o mundo antigo possuía fábricasjogo de aposta gratisdrogasjogo de aposta gratislarga escala há 3 mil anos.
Algumas menções
Dioscórides estava familiarizado com a maconha e relatou que o uso excessivo tendia a sabotar a vida sexual do usuário, a pontojogo de aposta gratisrecomendar o uso da droga para reduzir o desejo sexualjogo de aposta gratisindivíduos oujogo de aposta gratissituaçõesjogo de aposta gratisque esses impulsos poderiam ser considerados inadequados.
O filósofo romano Plínio, o Velho, também fala sobre a "erva do riso", que ele diz ser "intoxicante" quando adicionada ao vinho, ao enumerar as propriedadesjogo de aposta gratismuitas plantasjogo de aposta gratisseu livro História Natural.
Galeno descreve, porjogo de aposta gratisvez, como a maconha era usadajogo de aposta gratisreuniões sociais para ajudar a trazer "alegria e riso".
Meio milênio antes, o historiador grego Heródoto havia escrito sobre algo semelhante.
Por que não aparecem nos textos?
Parece que os citas, que viviam perto do Mar Negro, combinavam negócios com prazer.
Heródoto, que foi um antropólogo extraordinariamente competente, assim como o primeiro historiador do mundo, comenta que eles faziam roupasjogo de aposta gratiscânhamo tão finas que era impossível diferenciá-las das feitas com linho.
"Depois, os citas pegam as sementesjogo de aposta gratiscannabis e jogam sobre pedras quentes, onde [queimam] e levantam fumaça", escreveu Heródoto.
"Armam uma tenda e ficam embaixo dela, enquanto a fumaça emergia tão densamente que nenhum banhojogo de aposta gratisvapor grego seria capazjogo de aposta gratisproduzir mais. Os citas uivavamjogo de aposta gratisalegriajogo de aposta gratisseu banhojogo de aposta gratisvapor".
Essa é uma típica passagem sobre o usojogo de aposta gratisdrogas no mundo antigo.
Heródoto era realmente tão ingênuo que não reconheceu a influência da droga? Ou seria um tabu discutir sobre o tema — no mundo clássico ou nos mosteiros, onde os textos antigos eram copiados e preservados?
Parece estranho que, embora as descobertas arqueológicas sugiram que o uso recreativojogo de aposta gratisdrogas estava longejogo de aposta gratisser incomum na Antiguidade, as referências a essa prática tendam a ser escassasjogo de aposta gratisnúmero e conteúdo.
É difíciljogo de aposta gratisencontrar, inclusive, referências ao uso medicinal da cannabisjogo de aposta gratistextos antigos.
Mas agora os arqueólogos sabem o que procurar.
Por exemplo, uma tumba romana do século 4 d.C.jogo de aposta gratisuma meninajogo de aposta gratis14 anos que morreu ao dar à luz foi encontrada na década 1990, perto da cidadejogo de aposta gratisBeit Shemesh (próximo a Jerusalém).
Acreditava-se que uma substância achada na área abdominal do esqueleto fosse incenso, até que análises científicas revelaram se tratarjogo de aposta gratistetra-hidrocanabinol (THC), um componente da cannabis. Parece provável que a droga tenha sido usada para aliviar a dor do parto e, finalmente, para ajudá-la a morrer.
Quando se tratajogo de aposta gratisdrogas no mundo antigo, precisamos ler nas entrelinhas, como é o casojogo de aposta gratisgrande parte da história.
Outras seis maneiras como os povos antigos alteravam a realidade
jogo de aposta gratis Cravagem ou Esporão do centeio
Conhecido desde o ano 600 a.C., não era consumido voluntariamente. O fungo era comum no centeio e, às vezes, encontradojogo de aposta gratisoutros cereais. Causava delírio, alucinações e, frequentemente, a morte.
jogo de aposta gratis Lótus azul
Foi imortalizada no livro Odisseia,jogo de aposta gratisHomero,jogo de aposta gratisque Ulisses deve levarjogo de aposta gratistripulação à "terra dos comedoresjogo de aposta gratislótus". O alcaloide psicoativo da florjogo de aposta gratislótus azul causa leve euforia e tranquilidade, combinadas com um aumento da libido.
jogo de aposta gratis Mel
O mel das floresjogo de aposta gratisrododendro contém neurotoxinas que causam alteração da consciência, delírio e náuseas. Era consumido recreativamente na antiga Anatólia e ocasionalmente por apicultores descuidadosjogo de aposta gratisoutros lugares.
jogo de aposta gratis Meimendro-negro
Plínio descreveu os efeitos desta planta como semelhante à embriaguez, quando inalada como fumaça ou ingerida. Em geral, era usada como partejogo de aposta gratisum coquetel alucinógeno para fins mágicos ou medicinais.
jogo de aposta gratis Beladona
Poetas como Ovídio indicam que as bruxas usavam beladonajogo de aposta gratisfeitiços e poções. Embora o resultado mais comum após o consumo seja a morte, doses cuidadosamente calculadas podem provocar alucinações que duram dias.
jogo de aposta gratis Peixe dos sonhos
Originário do Mediterrâneo, o Sarpa salpa, também chamadojogo de aposta gratispeixe dos sonhos, é uma espéciejogo de aposta gratispeixe capazjogo de aposta gratiscausar alucinações vívidas, e é possível que tenha sido consumido na Roma antiga.
* Philip Matyszak tem doutoradojogo de aposta gratishistória romana pela Universidadejogo de aposta gratisOxford, no Reino Unido, e é autorjogo de aposta gratisvários livros sobre civilização clássica.
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