'The Handmaid’s Tale': 30 anos depois, ‘O Conto da Aia’ está mais próximo da realidade, diz autora Margaret Atwood:hot slot
hot slot Faz maishot slot30 anos que Margaret Atwood escreveu The Handmaid's Tale hot slot (O Conto da Aia hot slot ), romance que deu origem à sériehot slotTV.
Mas a autora canadense,hot slot79 anos, acredita quehot slotobrahot slotficção especulativa está hoje "muito mais próxima da realidade", diante das ameaças aos direitos das mulhereshot slotdiversas partes do mundo, inclusive nos EUA.
Não foi à toa que Atwood decidiu escrever uma sequência do livro, intitulada The Testaments ("Os Testamentos",hot slottradução livre), lançada nesta terça-feira (10/09) no Reino Unido.
No Brasil, a previsão é que a obra seja lançadahot slotnovembro pela editora Rocco.
No primeiro livro,hot slot1985, a escritora apresenta um futuro distópico da Américahot slotque fundamentalistas religiosos derrubam o governo e estabelecem a Repúblicahot slotGilead, país fictício onde se passa a trama.
Nele, as mulheres são forçadas a uma espéciehot slotescravidão sexual reprodutiva para gerar os filhos da elite - usando um uniforme para reforçarhot slotsubmissão.
Em The Testaments, a autora retorna a Gilead, 15 anos depois dos acontecimentos do primeiro livro.
A narradora original, Offred, escapa para o Canadá, e três narradoras dão sequência à história, fornecendo perspectivas diferentes sobre o regime, quando ele começa a desmoronar.
De volta a Gilead
Em entrevista à jornalista Rebecca Jones, da BBC Arts, Atwood conta por que decidiu escrever a sequência da história, atendendo finalmente aos apelos dos leitores, que há anos clamavam por uma continuação.
"'Vai ter uma sequência? Por favor, escreva uma continuação. Conta para a gente o que aconteceu'. Eu sempre disse que não podia fazer isso porque pensava que eles quisessem dizer, e queriam dizer: 'Você poderia continuar a históriahot slotOffred (a narradora) e dizer o que aconteceu com ela?' E eu não poderia recriar aquela voz, teria sido loucura tentar. Mas então algumas coisas aconteceram."
"Em vezhot slotnos afastarmoshot slotGilead, como pensávamos estar acontecendo possivelmente nos anos 1990, começamos a voltar para Gileadhot slotvários lugares do mundo, incluindo nos EUA", avalia.
Questionada se a eleição do presidente americano, Donald Trump, que tomou posse poucos meses antes da estreia da sériehot slotTV, influenciouhot slotdecisãohot slotescrever The Testaments, ela respondeu:
"Todos na série (The Handmaid's Tale), que começou a ser gravada no iníciohot slotsetembro (de 2016), todos acordaram no dia 9hot slotnovembro (dia da eleiçãohot slotTrump) e disseram: 'Estamoshot slotum momento diferente'", relembra.
"Não que a série tenha mudado, mas o cenário ao seu redor mudou. E sabíamos que a partir daquele momento (a série) seria vistahot slotmaneira diferente, o que aconteceu."
De repente, os pontos críticos do livro e da série pareceram mais possíveis do que nunca.
"Então,hot slotvezhot slot'fantasia, haha, isso nunca vai acontecer', ficou muito mais próximo da realidade, devido ao tipohot slotpessoas que apoiam Trump, que seria a direita religiosa dos estados vermelhos (republicanos) e por causahot slotsua atitude geralmente negativahot slotrelação às mulheres", analisa.
A mudançahot slotrumo na política tornou a históriahot slotThe Handmaid's Tale ainda mais relevante para os diashot slothoje:
"As mulheres sentem que estão a pontohot slottomar decisões sobre elas, e a respeitohot slottodo o seu futuro, destino, corpo e saúde, e tudo o mais que elas não foram capazeshot slotdecidir."
"Mulheres jovenshot slotidade reprodutiva estão semprehot slotminoriahot slotqualquer sociedade e, portanto, nunca podem votar como um grupohot slotmedidas que lhes dizem respeito", acrescenta.
A autora diz que foi encorajada por mulheres que vestiram o "uniformehot slotaia" para protestar.
A capa vermelha e a touca branca, usadas pelas aias na trama, acabaram se tornando símbolo da opressão contra as mulheres, sendo usadas por ativistashot slotmanifestações contra Trump e a favor do aborto, por exemplo.
"É uma estratégiahot slotprotesto brilhante, porque elas podem entrarhot slotcasas legislativas e você não pode expulsá-las, porque elas não estão dizendo nada, estão apenas sentadas despretensiosamente. Também não pode expulsá-las por estarem vestidashot slotmaneira inadequada, estão todas cobertas."
"Mas todo mundo que olha para elas sabe o que querem dizer", completa.
Reconhecimento antecipado
Antes mesmohot slotser lançado, The Testaments foi incluído na listahot slotindicados para o Booker Prize, um dos mais importantes prêmios literárioshot slotlíngua inglesa.
Atwood conta que tentaram roubar o manuscrito do livro.
Ela e a editora foram alvohot slot"e-mails falsos" e "hackers", numa tentativa orquestradahot slotphishing (roubohot slotdados por meiohot slotarquivos ou links), que poderia ter levado, na opinião dela, a um casohot slotextorsão.
"As pessoas estavam tentando roubar (o manuscrito). Sério, tentaram roubá-lo e tivemos que usar várias palavras-chave e senhas."
"O que eles teriam feito se tivessem conseguido? Poderiam ter dito: 'Temos o manuscrito e o publicaremos online, [a menos que você] nos forneça os dados do seu cartãohot slotcrédito'. Ou poderiam dizer: 'Leia este trecho e faça o download'. E se você baixasse, um vírus roubaria suas informações."
No fim das contas, o manuscrito foi mantido a salvo e uma grande operação foi realizada para garantir que os detalhes da trama não vazassem para a imprensa.
E será que os leitores já podem esperar uma continuaçãohot slotThe Testaments?
"Nunca diga nunca, e nunca tente prever o que você pode ou não escrever, porque se você antecipa e depois faz outra coisa, teráhot slotresponder infinitamente à pergunta: 'Mas você disse que ia fazer isso e então você... por que você fez outra coisa?'"
"Eu nunca descarto nada completamente, embora pense nisso. Descartei escrever uma continuação, e agora escrevi."
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