Como a 'internet das árvores' mantém vivo um toco sem galhos ou folhas:roleta de clubes

Leuzinger e o outro botânico que o acompanhava, Martin Bader, decidiram estudar aquele tronco misterioso.

E descobriram algo surpreendente, que descrevemroleta de clubesum novo estudo: o toco é mantido vivo graças a outras árvores da mesma espécie, com as quais compartilha águaroleta de clubesuma sincronia inacreditável.

O majestoso kauri

O toco encontrado pelos botânicos éroleta de clubesuma espécie icônica e endêmica (que não existe naturalmenteroleta de clubesoutros lugares) na Nova Zelândia: o kauri (Agathis australis).

O exemplar mais notório dos kauris talvez seja a árvore conhecida como Tane Mahuta, termo que designa na mitologia maori o deus das aves e das florestas.

Localizada na florestaroleta de clubesWaipoua, a Tane Mahuta é o maior kauri que se conhece hoje. Tem 51,2 metrosroleta de clubesaltura e uma circunferênciaroleta de clubesaproximadamente 14 metros. Ninguém sabe quantos anos tem, mas acredita-se que a árvore tenha nascido entre 1.250 e 2.500 anos atrás.

Ninguém sabe tampouco como era o kauri que foi derrubado, deixando o intrigante toco estudado por Leuzinger e Bader.

A sincronia da água

O tocoroleta de clubesárvore e os kauris ao redor dele estão sincronizados hidraulicamente, conforme descobriram os botânicos.

E o fluxoroleta de clubeságua varia. Se a seiva das árvores vizinhas flui mais rápido, a do toco flui mais lentamente.

Mas se o fluxo das árvores vizinhas é reduzido durante a noite, por exemplo, o fluxo da seiva no toco é acelerado.

Os cientistas acreditam que as árvores devem ser conectadas por meioroleta de clubessuas raízes, que se fundem, algo que é observadoroleta de clubesmuitas outras espécies.

Sabe-se que as árvores estão conectadas no subsolo e possuem relações simbióticas ou mutuamente benéficas com fungos chamados micorrizas (termo que significa "raizroleta de clubesfungo").

Esses fungosroleta de clubessimbiose com as raízes fornecem nutrientes às árvoresroleta de clubestrocaroleta de clubesaçúcar.

E conectam as árvoresroleta de clubesuma intricada rede, fenômeno popularmente conhecido como "internet das árvores" ou "wood wide web".

"Já sabíamos que há uma trocaroleta de clubescarbono e nutrientes entre as árvores, principalmente por meioroleta de clubesmicorrizas", explica Leuzinger.

"Mas a verdadeira novidade do estudo é a descoberta do intercâmbioroleta de clubeságua."

O mistério da água

"A partirroleta de clubesnossas medições do fluxoroleta de clubeságua no tecido do toco e nas árvores vizinhas, podemos concluir que os tecidos que conduzem a água devem ser fundidos sob a superfície", disse Leuzinger à BBC News Mundo.

Para obter uma prova direta, seria preciso cavar e chegar até as raízes.

A grande questão é como o toco consegue fazer a água fluirroleta de clubesseu interior.

A água é transportada pelas árvores quando o líquido evapora das folhas e mais água é absorvida pelas raízes. Esse fenômeno é conhecido como transpiração.

O caso do toco "é um verdadeiro mistério", segundo Leuzinger, já que este mecanismo não pode ocorrer porque não há folhas.

Quais são as vantagens?

Leuzinger e Bader ainda buscam respostas para muitas perguntas.

Como você determina quanto cada árvore contribui individualmente e quanto recebe da comunidade? Quão comuns são esses "tocos vivos"? Como as raízes se fundem? O que isso significaroleta de clubestermos ecológicos para o funcionamento da floresta e a mortalidaderoleta de clubescasoroleta de clubesseca?

Outra grande questão é por que árvores inteiras vivas mantêm seu vizinho moribundo. Quais são as vantagens do pontoroleta de clubesvista evolutivo?

Os botânicos descrevem várias explicações possíveisroleta de clubesseu estudo, publicado na revista científica Science.

"Uma possibilidade é que árvores inteiras tenham acesso a um sistemaroleta de clubesraízes maior, o que reduz o riscoroleta de clubesserem derrubadasroleta de clubescasoroleta de clubesventos fortes", diz Leuzinger.

"Outra razão pode ser que ocupar mais espaço no nível das raízes impede o estabelecimentoroleta de clubesoutras espécies."

"Ou talvez seja difícil para as árvores identificar quais delas não estão mais fornecendo carbono à rede."

Superorganismos

Em declarações à imprensa americana, Leuzinger afirmou que "provavelmente sabemos mais sobre a superfície da Lua do que sobre como uma árvore funciona internamente".

Leutzinger acredita que as árvores inteiras provavelmente não perceberam que o toco sem folhas não contribui mais para a rede subterrânea.

O estudo levanta questões profundas sobre o que é, na verdade, uma floresta.

Se outras espécies operam com redes semelhantes e mantêm os tocos vivos como o do kauri, "isso significa que não devemos ver uma floresta como um conjuntoroleta de clubesárvores individuais", afirma Leuzinger à BBC News Mundo.

"Pelo contrário, as florestas devem ser vistas como superorganismos."

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