Vacinas: o que são, como são feitas e por que há quem duvide delas:betway sign up
A China foi o primeiro país a descobrir uma forma rudimentarbetway sign upvacinação, ainda no século 10º: a prática da "variolação" consistiabetway sign upexpor pessoas saudáveis a tecidos das feridas causadas pelas doenças para aumentar a imunidade dessa população.
Oito séculos mais tarde, o médico britânico Edward Jenner notou que mulheres que ordenhavam leite costumavam pegar varíola bovinabetway sign upbaixa gravidade, mas raramente contraíam a versão mais mortífera da varíola.
Na época, essa era uma doença infecciosa altamente contagiosa, que matava cercabetway sign up30% das pessoas infectadas. Os sobreviventes costumavam ter sequelas graves, como a cegueira.
Em 1796, Jenner fez um experimento com um meninobetway sign upoito anos chamado James Phipps: inseriu pusbetway sign upuma feridabetway sign upvaríola bovina no garoto, que rapidamente desenvolveu os sintomas.
Assim que James se recuperou da doença, Jenner infectou o garoto com o vírus mais mortal da varíola, masbetway sign upsaúde permaneceu intacta. A exposição à varíola bovina havia feito com que ele se tornasse imune.
Em 1798, os resultados foram publicados, e a palavra vacina - "vaccine",betway sign upinglês, origináriabetway sign up"vacca", que é vacabetway sign uplatim - foi cunhada.
Quais foram os êxitos das vacinas?
No último século, a imunização ajudou a reduzir drasticamente o impactobetway sign updoenças.
Cercabetway sign up2,6 milhõesbetway sign uppessoas morriam, a cada ano,betway sign upsarampo no mundo, até que a primeira vacina contra a doença fosse criada, nos anos 1960. A vacinação levou à reduçãobetway sign up80% nas mortes por sarampo entre 2000 e 2017 no planeta, segundo a OMS.
E não faz muito tempo que milhõesbetway sign upcrianças corriam o risco realbetway sign upmorrerem ou sofrerem paralisia por conta da poliomielite. Hojebetway sign updia, essa doença foi praticamente extinta.
Por que algumas pessoas recusam a vacinação?
A desconfiança quanto a vacinas existe há quase tanto tempo quanto as próprias vacinas modernas.
No passado, as suspeitas eram relacionadas à religião, à percepçãobetway sign upque as vacinas eram anti-higiênicas ou à sensaçãobetway sign uprestrição à liberdadebetway sign upescolha.
No Brasil, por exemplo, a Revolta da Vacinabetway sign up1904, no Riobetway sign upJaneiro, se seguiu à campanha obrigatóriabetway sign upvacina contra a varíola, implementada pelo epidemiologista e sanitarista Oswaldo Cruz.
Antes disso, ainda no século 19, surgiram no Reino Unido as chamadas ligas antivacina, que pressionavam por medidas alternativasbetway sign upcontrolebetway sign updoenças, como o isolamentobetway sign uppacientes.
Nos anos 1870, o movimento se espalhou aos EUA, após a visita do ativista britânico antivacina William Tebb.
Mais recentemente, o britânico que mais marcou a história do movimento antivacina é Andrew Wakefield.
Em 1998,betway sign upLondres, o médico publicou um estudo falsamente ligando o autismo e problemas gastrointestinais à vacina MMR (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola).
Em 2004, o Institutobetway sign upMedicina dos EUA concluiu que não havia provasbetway sign upque o autismo tivesse relação com os componentes da vacina. No mesmo ano, descobriu-se que, antes da publicaçãobetway sign upseu estudo, Wakefield havia feito um pedidobetway sign uppatente para uma vacina contra sarampo que concorreria com a MMR, algo que foi visto como um conflitobetway sign upinteresses.
Além disso, um assistentebetway sign upWakefield afirmou que,betway sign upseu estudo, o médico manipulou informaçõesbetway sign upcrianças para forçar a ligação entre vacina e autismo. Em 2010, o Conselho Geralbetway sign upMedicina do Reino Unido julgou Wakefield "inapto para o exercício da profissão", qualificando seu comportamento como "irresponsável", "antiético" e "enganoso". E a Lancet, periódico que havia tornado público seu estudo, se retratou da publicação, dizendo que suas conclusões eram "totalmente falsas".
Em meio a isso, as taxasbetway sign upvacinação caírambetway sign upvários países após a publicação do estudobetway sign upWakefield. Sóbetway sign up2004, 100 mil crianças a menos receberam a vacina MMR no Reino Unido - o que levaria a um aumentobetway sign upcasosbetway sign upsarampo.
O tema ganha, também, contornos políticos.
O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, se alinhou a grupos antivacina, enquanto o presidente americano, Donald Trump, traçou - sem oferecer provas - elos entre vacinação e autismo. Recentemente, porém, ele instou os pais americanos a vacinarem seus filhos.
Um estudo internacional sobre comportamento perante vacinas identificou que, embora a confiança geral na imunização fosse positiva, estábetway sign upseu nível mais baixo na Europa, particularmente na França.
Quais são os riscos das vacinas?
Quando uma alta proporção da população está vacinada, o resultado é a prevenção da disseminação da doença - algo que, porbetway sign upvez, dá proteção às pessoas que não desenvolveram imunidade ou que não podem ser vacinadas.
Isso é chamadobetway sign upimunidadebetway sign uprebanho. Quando ela deixabetway sign upexistir, surge um riscobetway sign upcontaminação à população como um todo.
A proporçãobetway sign upuma população que precisa ser vacinada para que seja mantida a imunidadebetway sign uprebanho varia conforme a doença, mas, para sarampo, ébetway sign up95%. Para a polio, que é menos contagiosa, ébetway sign up80%.
No ano passado,betway sign upuma comunidade ultraortodoxa do Brooklyn,betway sign upNova York, foram distribuídos panfletos com a falsa acusaçãobetway sign upque há conexão entre vacinas e autismo. O resultado foi que, nessa mesma comunidade, houve um surtobetway sign upsarampo - um dos maiores registrados nos EUA nas últimas décadas.
Na Inglaterra, cientistas alertam que muitas pessoas estão sendo enganadas por informações mentirosas sobre vacinas sendo propagadas nas redes sociais, enquanto pesquisadores americanos descobriram que bots russos estavam sendo usados para causar discórdia online, pelo intermédiobetway sign upfalsos posts sobre imunização.
A proporçãobetway sign upcrianças do mundo que recebe as vacinas recomendadas permanece inalterada,betway sign uptornobetway sign up85% nos últimos anos, segundo a OMS.
A organização atesta que as vacinas continuam a prevenir entre 2 milhões e 3 milhõesbetway sign upmortes a cada ano.
Os maiores desafios à vacinação são os países com históricobetway sign upconflitos recentes e sistemasbetway sign upsaúde frágeis, como Afeganistão, Angola e República Democrática do Congo, locais onde as taxasbetway sign upimunização estão entre as mais baixas do mundo.
Mas a OMS também identificou complacência como uma questão-chave para melhorar os índicesbetway sign upvacinaçãobetway sign uppaíses mais estruturados (incluindo o Brasil) e desenvolvidos - para resumir, as pessoas simplesmente deixambetway sign upvacinar porque se esquecem do mal que algumas doenças podem causar.
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