O que é fato e o que é ficção na série 'Chernobyl', nas palavrasgalera.bet appum ex-funcionário da usina:galera.bet app
Horas antes, uma reação levou à explosão do reator e do telhado, lançando uma nuvemgalera.bet appmaterial radioativo que atingiu outras partes da União Soviética, incluindo Rússia, Bielorrússia e outros lugares no Norte da Europa.
"Quando vi o que havia acontecido, fiquei surpreso por eles terem nos levado até lá. O reator parecia tão danificado que não havia o que ser feito", disse ele.
Em entrevista à BBC ucraniana, Breus explicou o que foi contadogalera.bet appmodo preciso na série e o que é "licença artística" da atração aclamada pela crítica.
'Eles não eram vilões'
Segundo Breus, a série capta com precisão o clima e as emoções poderosas nos momentos que se seguiram à explosão, que matou 31 pessoas na hora e outras milhares depois por causa da exposição à radiação.
"A catástrofe é descritagalera.bet appuma forma bastante poderosa, como uma tragédia global que afetou um grande númerogalera.bet apppessoas", disse ele.
Breus, no entanto, critica a forma como a série retrata o então diretorgalera.bet appChernobyl, Viktor Bryukhanov, o engenheiro-chefe, Nikolai Fomin, e o engenheiro-chefe adjunto, Anatoly Dyatlov.
"Seus personagens são distorcidos e deturpados, como se fossem vilões. Eles não eram nem um pouco assim", afirma.
De acordo com o antigo operadorgalera.bet appChernobyl, Dyatlov era bastante rigoroso, o que provavelmente fazia com que ele parecesse mau aos olhos dos subordinados, mas essa percepção mudaria mais tarde.
"Os operadores tinham medo dele. Mas, por mais rigoroso que fosse, ele ainda era um profissionalgalera.bet appalto nível."
Em julhogalera.bet app1987, esses três homens foram considerados culpadosgalera.bet appviolação grosseira dos regulamentosgalera.bet appsegurança, criando as condições que levaram à explosão na usina.
Outros personagens
Breus diz também que a série tomou algumas liberdades criativas ao levar alguns personagens à tela.
Na série, Valery Legasov é um químico que integra a equipe enviada a Chernobyl, mas na realidade ele raramente era visto circulando por ali. "Seu localgalera.bet apptrabalho era um bunker sob o prédio da administração."
A atriz Emily Watson interpreta Ulana Khomyuk, física nuclear soviética que tenta descobrir como e por que o desastregalera.bet appChernobyl aconteceu.
Ela não é um personagem real, mas, nas palavras da própria atriz, "um amálgama dos cientistas [reais] que trabalharam no desastre".
Peles vermelhas
Breus elogia o modo como a série mostrou os efeitos da radiação nos corpos das vítimas.
"Muitas pessoas falaram sobre exposição à radiação, pele vermelha, queimadurasgalera.bet appradiação e queimadurasgalera.bet appvapor, mas nunca haviam sido mostradas assim."
Logo após a catástrofe, o ex-operador falou com duas pessoas que também aparecem na série: o colega Leonid Toptunov e o líder do turno, Oleksandr Akimov.
"Eles estavam claramente doentes, muito pálidos. Toptunov estava literalmente branco."
Ambos os homens morreramgalera.bet appum hospitalgalera.bet appMoscou com síndromegalera.bet appradiação aguda.
"De manhã, vi outros colegas que trabalharam naquela noite. A pele deles tinha uma cor vermelha brilhante. Mais tarde, eles morreriamgalera.bet appum hospitalgalera.bet appMoscou", lembra.
'Não havia fogo'
Após a explosão na usina, equipesgalera.bet appbombeiros foram enviadas para o reator.
Segundo a história narrada na sériegalera.bet appTV, eles foram até o telhado para apagar o incêndio causado pela explosão. Mas Breus diz que essa parte é ficção.
"O fogo no telhado é um mito", diz. Houve incêndios, mas não no telhado - o que, no entanto, não tornou o trabalho dos bombeiros menos perigoso.
A maioria das 29 pessoas que morreram nas duas semanas seguintes ao desastre eram bombeiros que estavam ali para canalizar a água até o reator danificado.
Era uma tarefa quase impossível, afirma Breus. "O fluxogalera.bet appágua que os bombeiros despejaram provavelmente evaporou antes mesmogalera.bet appchegar ao reator."
Ponte da Morte
Na sériegalera.bet appTV, moradores da cidade vizinhagalera.bet appPripyat correm para a ponte ferroviária a fimgalera.bet appter uma visão melhor do incêndio, sem saber dos perigos da exposição à radiação.
Crianças até brincam com o pó radioativo que caía do céu como neve.
Esta ponte depois foi apelidadagalera.bet appPonte da Morte, e o seriado repete os rumores há muito esquecidosgalera.bet appque todos aqueles que testemunharam os eventos dali morreram como resultado da exposição à radiação.
Autoridades negam que isso tenha acontecido, visão partilhada por Breus.
Segundo ele, a maioria dos moradoresgalera.bet appPripyat teria descoberto o incidente na manhã seguinte à explosão.
Breus afirma que conhecia algumas pessoas que foram à ponte e, embora tenham apresentado problemasgalera.bet appsaúde após a exposição à radiação, eles ainda assim sobreviveram.
"No hospital, fui tratado ao ladogalera.bet appum sujeito que pedalou até a ponte na manhãgalera.bet app26galera.bet appabril. Ele foi diagnosticado com um tipo levegalera.bet appsíndromegalera.bet appradiação aguda."
Mineiros pelados
A série da HBO mostra também mineiros cavando um túnel sob o reatorgalera.bet appuma tentativagalera.bet appevitar uma tragédia maior.
A missão deles era abrir espaço no solo para a instalaçãogalera.bet appum trocadorgalera.bet appcalor. Isso impediria que o núcleo derretesse e contaminasse para as águas subterrâneas, afetando milhõesgalera.bet apppessoas.
Por causa das altas temperaturas no local, eles ficam nus na série. Mas Breus contesta a versão.
"Eles tiraram suas roupas, mas não como foi mostrado na TV", diz ele. "A história dos mineiros foi uma daquelas que se revelaram irrelevantes e desnecessárias."
Os mineiros foram protegidos da radiação pelo túnel subterrâneo, mas foram expostos quando saíam para fumar ou beber água.
O trabalho acabou sendo infrutífero:galera.bet appseis semanas o núcleo derretido esfriaria por si mesmo e o nitrogênio líquido não chegou a ser bombeado para o trocadorgalera.bet appcalor.
'Quem iria aplaudir isso?'
Em outra cena dramática da sériegalera.bet appTV, três trabalhadoresgalera.bet appusinasgalera.bet appenergia se voluntariam para mergulhar nas galerias inundadas sob o reator danificado e abrir uma válvula para drenar a água.
As autoridades estavam preocupadas com uma nova explosão caso a "lava" do reator fundido atingisse a água.
Conta-se que os três "mergulhadores" morreramgalera.bet appdoença da radiação como consequência. Mas todos, na verdade, sobreviveram.
O líder da manobra, Borys Baranov, morreugalera.bet app2005. Valery Bespalov e Oleksiy Ananenko, ambos engenheiros-chefesgalera.bet appuma das seções do reator, ainda estão vivos e moramgalera.bet appKiev.
Ananenko disse à BBC que, diferentemente do que é mostrado na série, não lhe foi oferecida nenhuma recompensa para encorajá-lo a participar da missão.
"Era o nosso trabalho. Se eu não tivesse feito isso, eles poderiam ter me demitido."
Os trabalhadores sabiam bem onde as válvulas estavam localizadas e, portanto, eles eram os mais adequados para essa missão.
Os mergulhadores aparecem com equipamento completo na série, mas na verdade eles usaram roupagalera.bet appbanho sem proteção na cabeça.
De acordo com memórias dos trabalhadores, o nível da água estava abaixo dos joelhos. Em algumas áreas, eles correram para se mover mais rápido e assim reduzir a exposição excessiva à radiação.
"Eu não me lembro do que nossos dosímetros pessoais (um dispositivo que mede a radiação) mostraram", diz Ananenko, "Isso significa que não foi tão ruim assim."
Ele ri da cenagalera.bet appque os mergulhadores são recebidos com aplausos quando saem com segurança do reator.
"Era apenas o nosso trabalho. Quem iria aplaudir isso?"
Estereótipos soviéticos
A série também mostra os mergulhadores bebendo vodca direto da garrafa depoisgalera.bet appcompletar a missão. Na verdade, Ananenko afirma que não bebeu nada.
Para Breus, a versão estereotipada é um dos pontos baixos da série.
"Há muitos estereótipos mostrados, típicos do retrato ocidental da União Soviética: muita vodca, KGBgalera.bet apptodos os lugares...", diz.
No entanto, ele concorda com a representação da União Soviética como um regime excessivamente secreto, cujas más práticasgalera.bet appgestão e comunicação contribuíram ainda mais para as causas do acidente.
Quando o reator 4 explodiu, espalhando nuvens radioativas no hemisfério Norte da Terra, da Checoslováquia ao Japão, e liberando na atmosfera o equivalente a 500 bombasgalera.bet appHiroshima, o Partido Comunista da União Soviética tentou controlar informações para criargalera.bet appprópria versão dos fatos.
O governo soviético não queria que as más notícias se espalhassem tão rapidamente quanto a radiação. Por isso, cortou as redesgalera.bet apptelefonia, e os engenheiros e funcionários da usina nuclear foram proibidosgalera.bet appcompartilhar informações sobre o que aconteceu com seus amigos e familiares, explica o historiador Serhii Plokhii.
Mas nas horas seguintes à explosão pouco se sabia sobre a extensão do acidente. "Nas primeiras horas e até mesmo no dia seguinte ao acidente, não se sabia que o reator havia explodido e que havia acontecido uma enorme emissãogalera.bet appmaterial nuclear na atmosfera", diria mais tarde o próprio Mikhail Gorbachev, o último líder da União Soviética.
Segundo a ONU, o desastre afetou maisgalera.bet app3,5 milhõesgalera.bet apppessoas. Por causa da radiação, maisgalera.bet app5.000 pessoas tiveram câncergalera.bet apptireóide - a maioria foi tratada e curada.
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