O país onde 48 mulheres são estupradas a cada hora:código mr jack bet
"Eu me virei e dei um chute no estômago dela", ele diz, contando que ela caiu no chão, sangrando, enquanto vizinhos, preocupados, correram para levá-la ao hospital.
O que ela tinha feito? Ela estava economizando, escondida, dinheiro para despesas domésticas com ajudacódigo mr jack betum coletivo localcódigo mr jack betmulheres.
Antes do ataque, ela tinha se recusado a dar dinheiro a ele para um parcódigo mr jack betsapatos.
"É verdade que o dinheiro era dela", reconhece Bagwiza. "Mas, hojecódigo mr jack betdia, como você sabe, quando as mulheres têm dinheiro, elas se sentem poderosas e mostram isso."
Ideias tradicionaiscódigo mr jack betmasculinidade
Esse ressentimento está no centro do que alguns chamamcódigo mr jack betcrise da masculinidade africana moderna.
Durante séculos, os homens foram criados com ideias definidas sobre o que significa ser homem: ser forte, capazcódigo mr jack betproteger e sustentarcódigo mr jack betfamília.
No entanto, a evolução das questõescódigo mr jack betgênero, com maior empoderamento feminino, combinada com altos níveiscódigo mr jack betdesemprego masculino, está frustrando a capacidade dos homenscódigo mr jack betviveremcódigo mr jack betacordo com esses ideais antigoscódigo mr jack betmasculinidade.
Para homens como Bagwiza, uma mulher independente financeiramente representa uma ameaça. Pedreirocódigo mr jack betuma vila local, ele diz que sentiu que a violência era a única formacódigo mr jack betse comunicar comcódigo mr jack betesposa.
"Eu achava que ela pertencia a mim", disse. "Eu pensei que poderia fazer qualquer coisa que quisesse com ela."
Compensação pelo 'fracasso masculino'
O casocódigo mr jack betBagwiza está longecódigo mr jack betser o único. A República Democrática do Congo tem uma das maiores incidênciascódigo mr jack betestupro no mundo, com uma estimativacódigo mr jack betque cercacódigo mr jack bet48 mulheres são estupradas a cada hora,código mr jack betacordo com um estudo do American Journal of Public Health.
Vários especialistas atribuem a crisecódigo mr jack betviolência sexual do país a um conflitocódigo mr jack betlonga data no leste do Congo, onde gruposcódigo mr jack betmilícias rivais geralmente usam o estupro coletivo e a escravidão sexual como armascódigo mr jack betguerra.
A causa principal do estupro, contudo, é muito mais profunda, segundo Ilot Alphonse, co-fundador da ONG Redecódigo mr jack betHomens do Congo (Comen).
"Quando falamoscódigo mr jack betviolência sexual apenas no contextocódigo mr jack betum conflito armado, estamos fugindo da questão central", diz ele.
"Nós herdamos essa maneiracódigo mr jack bettratar as mulheres como objetos nossos, uma ideiacódigo mr jack betque os homens têm o direitocódigo mr jack betfazer sexo a qualquer hora. A causa da violência sexual se trata do poder e da posição que os homens congoleses sempre quiseram manter."
Mulheres no debate
Danielle Hoffmeester, do Institutocódigo mr jack betJustiça e Reconciliação (IJR) na África do Sul, diz que a violênciacódigo mr jack betgênero está diretamente ligada a como os homens são socializados enquanto crianças e à incapacidadecódigo mr jack betcumprir as regras rígidas da masculinidade africana tradicional.
"A incapacidade dos homenscódigo mr jack betprover e sustentar suas famílias levou muitos deles a compensar esse 'fracasso' na masculinidadecódigo mr jack betmaneiras frequentemente tóxicas e violentas", diz ela.
Alphonse diz que ele foi tanto um agressor quanto uma vítimacódigo mr jack betviolência.
"Na escola, fomos espancados,código mr jack betcasa fomos espancados e, na aldeia, organizamos sessõescódigo mr jack betluta", diz.
Ele diz que internalizou a violência, que mais tarde se tornou uma maneiracódigo mr jack betse comunicar.
"Às vezes eu batia na minha namorada e era ela quem tinha que se desculpar. Lembro que um dia, quando ainda éramos crianças, briguei com minha irmã e joguei uma faca nela."
As iniciativas contra o estupro na África têm normalmente focado nas mulheres, que são a maior parte das vítimas, e excluído os homens, que são a causa da violência sexual.
Para Alphonse, contudo, essas medidas tratam dos sintomas e não das causas profundas da violência sexual.
"Estamos combatendo a violência com base no gênero", diz ele. "Para que isso aconteça, temos que envolver homens e meninos que são parte do problema, então eles têm um espaço para mudar o comportamento."
Foi isso que Alphonse e colegas fizeram. Criaram a Baraza Badilika, uma versão contemporâneacódigo mr jack betantigos espaçoscódigo mr jack betencontro onde os homens se reuniam para resolver questões urgentes da comunidade e iniciar os meninos na masculinidade.
Como conflitos sucessivos arrasaram aldeias e mataram pessoas, esses espaços foram quase erradicados, o que levou a uma faltacódigo mr jack betmodelos masculinos para as crianças, segundo ele.
Enquanto a tradicional Baraza Badilika (cuja tradução é "Círculocódigo mr jack betMudança") era frequentada apenas por homens, essa interação do século 21 dá às mulheres papeiscódigo mr jack betliderança.
"É realmente horacódigo mr jack betas mulheres tomarem esses espaços", afirma.
Mudanças
Toda semana, cercacódigo mr jack bet20 homens se encontram na Baraza por duas horas para aprender sobre masculinidade positiva, igualdadecódigo mr jack betgênero e paternidade.
As oficinas são conduzidas por um homem e por uma mulher, que usam filmes, livros ilustrados e sessõescódigo mr jack betpsicodrama para "reprogramar o cérebro" dos agressores.
Alphonse diz que a maioria das mulheres diz a ele que os maridos mudaram depoiscódigo mr jack betparticipar das oficinas.
"Elas dizem: 'Fomos a líderes religiosos, chefes tradicionais, mas ele não mudou. Foi preso várias vezes, mas não mudou. De repente, vejo ele não sendo mais violento e voltando para casa na hora'".
Bagwiza também percorreu um longo caminho desde que bateu na esposa grávida.
"Claro que não é 100% - somos humanos -, mas muitas coisas melhoraram dramaticamente. Agora temos conversas adequadas e nossa relação sexual melhorou muito."
Alphonse está determinado a alcançar "todos os homens" na República Democrática do Congo comcódigo mr jack betfilosofiacódigo mr jack betmasculinidade positiva.
"Sonhamoscódigo mr jack betver o fimcódigo mr jack bettodas as formascódigo mr jack betviolência neste país", diz ele. "Assim, podemos torná-lo apropriado para homens, mulheres, meninos e meninas."
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