'Como sou cirurgiãroleta lightningcâncerroleta lightningmama, pensei que não aconteceria comigo':roleta lightning
Antesroleta lightningser diagnosticada, O'Riordan descobriu caroços nos seios que se revelaram ser apenas cistos. Uma mamografia, seis meses antes, mostrara um seio saudável.
Mas, na sequência, outro caroço apareceu e a mãe insistiu para ela fazer uma tomografia.
Ao receber o resultado, a cirurgiã, que mora pertoroleta lightningBury St Edmunds,roleta lightningSuffolk, no Reino Unido, já sabia qual era seu prognóstico:
"A maioria dos pacientes recebe a notíciaroleta lightningdoses homeopáticas. Eu vi o exame e sabia que precisariaroleta lightninguma mastectomia, sabia que provavelmente precisariaroleta lightningquimioterapia porque era jovem, e tinha uma boa noçãoroleta lightningqual seria minha chanceroleta lightningestar vivaroleta lightning10 anos, tudo issoroleta lightninguma fraçãoroleta lightningsegundos."
O'Riordan, hoje com 43 anos, afirma que não são muitos médicos que desenvolvem as doençasroleta lightningque se especializam; Certamente, ninguémroleta lightningseu departamento no Hospital Ipswich,roleta lightningSuffolk, tinha câncerroleta lightningmama.
A princípio, ela ficou "aterrorizada", e várias dúvidas passaram pelaroleta lightningcabeça.
"Quanto devo compartilhar com meus pais e marido? Até que ponto eu posso deixarroleta lightningser uma cirurgiãroleta lightningcâncer para ser apenas uma paciente?"
Embora ela soubesse o que estava acontecendo fisicamente, não tinha ideiaroleta lightningcomo seria terroleta lightningfato a doença.
"Eu sei o que é dizer a alguém que (a pessoa) tem câncerroleta lightningmama."
"Eu não sabia o que era enxugar as lágrimas, sair da clínica, passar pela salaroleta lightningespera, pelo corredor do hospital até chegar ao estacionamento e começar a berrar."
Após conversar com o marido, Dermot, ela decidiu compartilhar o diagnóstico com seus 1,5 mil seguidores no Twitter, que a conheciam principalmente porroleta lightningpaixão pela cozinha, pelo triatlo e pela medicina.
A rede social, disse ela, acabou se tornandoroleta lightningtábuaroleta lightningsalvação - foi onde ela recebeu uma "enorme manifestaçãoroleta lightningapoio".
"Pacientes me disseram como lidar (com a doença)."
"Há sempre alguém acordado às três horas da manhã para falar com você se for preciso."
As redes sociais também a colocaramroleta lightningcontato com outros médicos com câncer, e desde então ela criou um grupo no WhatsApp para profissionaisroleta lightningsaúde com a doença.
Após o primeiro tratamento contra o câncer, O'Riordan voltou a trabalhar como cirurgiã no Hospital Ipswich. Mas não tinha ideiaroleta lightningcomo seria "emocionalmente desafiador".
Por ter tido câncer, ela pensou que poderia ajudar as pacientesroleta lightninguma maneira diferente.
"Mas foi uma das coisas mais difíceis que já fiz."
"Quando você está dando uma má notícia e dizendo a uma mulher que ela tem câncer, é sempre difícil, mas eu estava revivendo a situação toda, podia ver como eu e meu marido ficamos quando recebemos a notícia."
"Você está desesperado para se conectar com alguém que tenha uma experiência parecida, só que eu não podia - eram minhas pacientes."
"Eu sofri após a minha mastectomia, e quando estava operando, tinha total consciênciaroleta lightningque eu poderia causar aquele mesmo sofrimento a elas, eu não queria fazer isso, e foi muito, muito difícil", acrescenta.
Ela conta que também precisou se esforçar para participar das reuniões semanais para discutir o prognóstico das pacientes.
"Na primeira reunião após a minha volta, minha paciente tinha basicamente o mesmo câncer que eu. Tinha a mesma idade, meu câncer, mais ou menos o mesmo milímetro - era eu naquele papel."
"E ouvi todos os meus colegas dizerem: 'Isso é muito ruim'."
Em 2018, o câncerroleta lightningO'Riordan voltou à mesma axila. Ela descobriuroleta lightninguma tomografia realizada antesroleta lightningremoção da mama reconstruída, que estava causando muita dor a ela.
Ela foi submetida então a uma segunda sessãoroleta lightningradioterapia na mesma área, "algo que raramente é feito".
Desta vez, foi alertada que talvez não conseguisse mover o braço adequadamente depois. Mas, se não fizesse a cirurgia, as perspectivas eram sombrias.
A operação resultouroleta lightningmais cicatrizes, fibrose e comprometimento dos tecidos moles, o queroleta lightningfato reduziu o movimento do seu ombro e significava que ela tinha menos força no braço.
Ela disse que seus chefes fizeram o possível para ajudá-la a retomar a carreira pela segunda vez.
"Fiz fisioterapia intensiva, me consultei com um cirurgião ortopédico - porque é um grande passo admitir que 'não vou conseguir fazerroleta lightningnovo aquilo que dediquei 20 anos da minha vida, estudando, fazendo provas, doutorado, para me tornar uma especialista naquilo que eu amava'."
"Eu posso dar continuidade à minha vida diária, mas ser capazroleta lightningoperar com segurança, isso nunca vai acontecer", afirmou.
A essa altura, O'Riordan também sentia a necessidade psicológicaroleta lightningter uma "uma folga do câncer", especialmente porque o retorno ao trabalho antes da reincidência da doença tinha sido traumático.
Além disso, o riscoroleta lightningo câncer retornar mais uma vez agora era maior do que antes, e havia o perigoroleta lightningvoltarroleta lightningoutra parte do corpo.
Após cercaroleta lightningquatro meses, ela decidiu queroleta lightningcarreira como cirurgiã tinha chegado ao fim.
"Foi uma misturaroleta lightningsentimentos, e muito, muito difícil dizer adeus."
O'Riordan agora aconselha pessoas que tiveram câncer sobre seus direitos ao voltar ao trabalho. Casada com um cirurgião, ela reconhece que "tem sorte"roleta lightningnão precisar ter um trabalho remunerado.
Ela atua como embaixadora voluntária da empresa social Working with Cancer, que a orientou sobre seus direitos trabalhistas depois que decidiu retornar ao trabalhoroleta lightning2017, após o primeiro tratamento contra o câncer.
Um diretor interino do hospital disse a ela, na ocasião, esperar que o retorno dela se desseroleta lightningforma gradual ao longoroleta lightningquatro semanas.
"Eu ainda estava sofrendoroleta lightningexaustão e tentando fazer meu cérebro funcionar novamente", conta O'Riordan.
"E não sabia que se você tem câncer, é classificado como legalmente incapacitado sob a Lei da Igualdade e seus empregadores têm que fazer ajustes razoáveis para permitir que você volte ao trabalho."
"Muitas pessoas ficam desesperadas para recuperar suas vidasroleta lightningvolta quando têm câncer, mas pode ser incrivelmente difícil encontrar este caminho e muitos empregadores não sabem como ajudar pacientes com câncer - ou até que ponto deveriam."
Segundo O'Riordan, a maior parte dos consultores da Working with Cancer teve a doença e "entende isso".
Alémroleta lightningoferecer informações sobre seus direitos trabalhistas, eles preparam funcionários e empregadores para as armadilhas emocionais.
Como resultado da quimioterapia, O'Riordan voltou ao trabalho com o cabelo curto e encaracolado.
A coach dela perguntou: "O que você vai fazer quando as pessoas não reconhecerem você?"
Ela descartou a princípio essa possibilidade, até o diaroleta lightningque percebeu que uma colega com quem estava conversando não se deu contaroleta lightningquem ela era.
A preparação com a Working with Cancer a ajudou a evitar constrangimentos deste tipo.
Pouco antesroleta lightningvoltar ao trabalho, ela enviou um email ao seu gestor, explicando que estava aberta a falar sobre a doença com os colegas, mas não durante o expediente.
"Você tem o direitoroleta lightningpedir que as coisas fiquem o mais confortável possível para você. Eles não podem demitir você porque seria discriminação."
A ex-cirurgiã afirma que o trabalho como embaixadora a ajudou a se reconectar com seu sensoroleta lightningpropósito.
"Como cirurgiã, eu estava ajudando 70, talvez 100 mulheres por ano com câncerroleta lightningmama."
"Mas com meu livro, meu blog, as conversas e o trabalho na Working with Cancer, eu posso ajudar centenas, milharesroleta lightningmulheres."
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