Os principais fatores que levam a uma gravidezneymar 2024alto risco e como prevenir alguns deles:neymar 2024
Hoje, com 10 anos, Manuela tem seu desenvolvimento compatível com oneymar 2024crianças que nasceram na "hora certa". "Ela demorou um pouco mais para andar do que os outros bebês e era bem frágil, mas agora é super saudável, apenas tem os dentes fracos devido à quantidadeneymar 2024antibióticos que precisou tomar e faz tratamento com fonoaudiólogo."
O que afeta a gravidez?
O casoneymar 2024Fernanda e Manuela, infelizmente, não é tão raro nas maternidades. Para se ter uma idéia, anualmente, quase 30 milhõesneymar 2024bebêsneymar 2024todo o mundo nascem antes do tempo, com baixo peso ou adoecem e precisamneymar 2024cuidados especiais, muitas vezes intensivos.
O dado faz parte do relatório "Survive and Thrive: Transforming Care for Every Small and Sick Newborn" (Sobreviva e prospere: Transformando o cuidado para todos os recém-nascidos pequenos e doentes,neymar 2024tradução livre), lançado no ano passado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Mas quais são os fatores que afetam a gravidez e colocam a vidaneymar 2024tantos bebêsneymar 2024risco? De acordo com o obstetra Alexandre Pupo, membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein e do projeto Parto Adequado, entre os principais estão hipertensão arterial, diabetes e infecções.
Também entram na lista infecções sexualmente transmissíveis, usoneymar 2024drogas ilícitas e álcool, tabagismo, viroses e arboviroses, desnutrição significativa, obesidade, sedentarismo, estresse, gestação precoce, tardia e/ou múltipla, patologias autoimunes, cardíacas, renais, tireoidianas e neurológicas e pré-natal mal feito, entre outros.
O obstetra comenta que,neymar 2024toda gestação, diversos cuidados são necessários a fimneymar 2024garantir tanto a saúde das mães quanto a dos fetos. "É importante que a mulher inicie o acompanhamento médico antes mesmoneymar 2024engravidar. Dessa forma, ela irá se preparar tanto do pontoneymar 2024vista físico e orgânico quanto emocional, e vai engravidar nas melhores condições possíveis."
Além disso, Pupo recomenda escolher um profissional com bastante conhecimento na área, para a realizaçãoneymar 2024um pré-natalneymar 2024qualidade e, se possível, o parto. Segundo o especialista, é importante seguir à risca as orientações e fazer todos os exames necessáriosneymar 2024cada etapa da gravidez.
Seus demais conselhos incluem não engordarneymar 2024excesso - o ideal é ganhar entre 7 e 15 quilos durante os nove meses -, beber bastante líquido para evitar infecção urinária e manter o sangue bem diluído, praticar atividade física, ter uma alimentação saudável, diminuindo a ingestãoneymar 2024sódio e comidas industrializadas, e ter boa higiene bucal e genital.
Prematuridade
Entre as consequências mais importantesneymar 2024uma gravidez conturbada está a prematuridade, como aconteceu com Fernanda e Manuela. A OMS considera prematuros (ou pré-termo) os bebês que nasceram com menosneymar 202437 semanas completas - os com idade gestacional entre 32 e 37 semanas são classificados como limítrofes; os entre 29 e 31, moderados, e os entre 24 e 28, extremos.
O grande problema é que, por saírem da barriga da mãe cedo demais, essas crianças ainda não estão 100% "prontas", ficando sujeitas a uma sérieneymar 2024complicações que podem causar prejuízos à saúde como um todo no curto, médio e longo prazo.
"A prematuridade é a principal causaneymar 2024mortalidade e doenças nos primeiros cinco anosneymar 2024vida. Seus efeitos mais comuns estão relacionados com imaturidade pulmonar, cardíaca, intestinal, neurológica, metabólica, renal, hepática eneymar 2024desenvolvimento", diz Maria Albertina Santiago Rego, médica do Departamento Científiconeymar 2024Neonatologia da Sociedade Brasileiraneymar 2024Pediatria (SBP) e professora do Departamentoneymar 2024Pediatria da Universidade Minas Gerais (UFMG).
Segundo dados preliminares do Sistemaneymar 2024Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), do Ministério da Saúde, ocorreram 318.406 partos prematuros no paísneymar 20242017. Pelos números da pesquisa "Nascer no Brasil: Inquérito Nacional Sobre Parto e Nascimento", realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o índiceneymar 2024prematuridade brasileira,neymar 202411,5%, é quase duas vezes superior ao observado nos países europeus.
"Estamos entre os 10 países com mais bebês prematuros. As taxas aqui são altíssimas, mas poderiam cair com a realizaçãoneymar 2024um pré-natalneymar 2024qualidade e se todas as mulheres tivessem, durante a gravidez, melhores condiçõesneymar 2024trabalho, saúde e vida", analisa a especialista da SBP.
Baixo peso
O baixo peso dos bebês ao nascer - são considerados os com menosneymar 20242,5 quilos - também é determinado por fatoresneymar 2024risco durante a gestação. O Ministério da Saúde comenta que esta é a causa isolada mais importante para a mortalidade infantil, e a cartilha "Cuidados Gerais - Atenção à Saúde do Recém-Nascido", elaborada pelo órgão, pontua que a situação é mais comum nos extremosneymar 2024idade da mãe e estáneymar 2024tornoneymar 20248% no país.
"As consequêcias disso para as crianças são diversas, podendo ir desde hipoglicemia (baixa concentraçãoneymar 2024açúcar no sangue), passando por problemas respiratórios, até transtornoneymar 2024déficitneymar 2024atenção e hiperatividade (TDAH). Tudo vai depender da causa", explica Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra e neonatologista membro da SBP e da Academia Americananeymar 2024Pediatria (AAP).
O médico ressalta que, assim como acontece com a prematuridade, o adequado acompanhamento pré-natal na gravidez possibilita a identificaçãoneymar 2024eventuais riscosneymar 2024tempo oportuno para intervenção.
Vale destacar que, para atendimento ao recém-nascidoneymar 2024baixo peso, o Ministério da Saúde preconiza o Método Canguru, cujo "objetivo é melhorar a qualidade da atenção prestada à gestante, ao bebê eneymar 2024família, promovendo, a partirneymar 2024uma abordagem humanizada e segura, o contato pele a pele (posição canguru) precoce entre mãe/pai e bebê,neymar 2024forma gradual e progressiva, favorecendo o vínculo afetivo, a estabilidade térmica, o estímulo à amamentação e o desenvolvimento".
Nascimentos e mortes
Estima-se que nasçam no mundo 180 bebês por minuto. No Brasil,neymar 20242017, o Instituto Brasileironeymar 2024Geografia e Estatística (IBGE) registrou 2,87 milhõesneymar 2024nascimentos;neymar 20242016, foram 2,79 milhões, e,neymar 20242015, 2,95 milhões.
Por outro lado, cercaneymar 20242,6 milhõesneymar 2024recém-nascidos morrem no mundo antesneymar 2024completar um mêsneymar 2024vida, sendo que um milhão não resiste já ao primeiro dia. Em maisneymar 202480% dos casos, os óbitos são decorrentesneymar 2024prematuridade, complicações durante o nascimento ou infecções como sepse, meningite e pneumonia, pelos dados do relatório "Every Child Alive - The Urgent Need to End Newborn Deaths" (Toda criança viva - A urgente necessidadeneymar 2024acabar com as mortesneymar 2024recém-nascidos,neymar 2024tradução livre), publicado no ano passado pelo Unicef.
Apesar da gravidade da situação, o documento indica que a taxa globalneymar 2024mortalidade neonatal diminuiuneymar 202431 para 18 óbitos por mil nascidos vivos entre 2000 e 2017 - até 2030, a meta é cair para 12 ou menos. Por aqui, pelos dados do IBGE, o índice, medido pela probabilidadeneymar 2024óbito até um anoneymar 2024idade, foineymar 202412,8neymar 20242017; no ano anterior, fechouneymar 202413,3.
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