Conheça a radula, a planta que pode ser a maconha do futuro:blackjack móvel
"Radula contém perrotinolene, uma variante do THC psicoativa, com efeitos semelhantes", explicou à BBC News Brasil o bioquímico Jürg Gertsch, professor da Universidadeblackjack móvelBerna e um dos autores do estudo. THC, ou tetraidrocanabinol, é a principal substância psicoativa encontrada nas plantas do gênero Cannabis.
"(Em comparação com a maconha,) eles diferemblackjack móveltermosblackjack móvelpotência e, possivelmente, efeitos adversos", completa o cientista, ressaltando que,blackjack móvellaboratório, os testes foram feitos com o perrotinoleneblackjack móvelforma isolada. "Nós não testamos os efeitos da própria planta - podemos esperar que o conteúdoblackjack móvelperrotinolene varie entre amostras diferentes."
Menos dano à memória
Desde 1994, sabe-se que algumas plantas do gênero Radula contêm essa variante do THC. Mas, até recentemente, nenhum estudo com esta abordagem havia sido realizado. O que os cientistas fizeram foi analisar os efeitos da radula no nível molecular, justamente para conseguir definir as consequência toxicológicas da substância - agorablackjack móvelcamundongos, mas prevendo algo semelhanteblackjack móvelhumanos.
A pesquisa mapeou efeitos da substânciablackjack móvel44 pontos do sistema nervoso central. Concluíram que, assim como ocorre com a maconha, o THC da radula pode se acumular no cérebro. Essa variante encontrada na planta também tem efeitos analgésicos e pode causar catalepsia, hipolocomoção e hipotermia.
As principais diferenças entre ela e a Cannabis, no entanto, estãoblackjack móvelalgumas vantagens: ao menos nos testes com camundongos, a radula causou menos efeitos adversos - por exemplo, na memória. "É menos potente e podemos esperar menos efeitos no sistema nervoso central e, por exemplo, na memória. Mas ainda são necessários mais estudos para comprovar isso", comenta.
"Os efeitos no organismo são mediados pelos mesmos receptores canabinoides, mas o perrotinolene age mais como um canabinoide endógeno, com efeitos antiinflamatórios potencialmente mais fortes no cérebro", compara Gertsch.
Uso recreativo já vem sendo identificado
Os cientistas explicam que a ideia da pesquisa surgiu porque o uso recreativo da planta vem sendo observadoblackjack móvelforma pequena, mas crescente. "Até o momento, as espécies vegetaisblackjack móvelradula, contendo esta varianteblackjack móvelTHC, são legaisblackjack móveltodo o mundo", frisa o bioquímico.
Obviamente, muito mais do que uso recreativo, os cientistas querem entender como as substâncias da radula agem no organismo para vislumbrar aplicações terapêuticas. "Provavelmente, os efeitos recreativos são menos fortes (do que os proporcionados pela Cannabis). Mas a radula pode oferecer uma oportunidade maiorblackjack móvelaplicações medicinais", vislumbra.
"Acredito que o composto da planta poderia ser usado para fins medicinais", afirma o pesquisador, antevendo a ideiablackjack móvelque a substância possa ser sintetizada industrialmente. "A plantablackjack móvelsi cresce muito lentamente e produz apenas pequenas quantidades do composto. Ou seja: a produçãoblackjack móvelum fitoterápico parece inviável."
Tradição neozelandesa
Os pesquisadores suíços também observaram o uso autóctone da planta na Nova Zelândia, um dos locais onde a radula é endêmica. "Pode haver uma ligação etnofarmacológica", afirma Gertsch. "Radula marginata tem uma longa históriablackjack móveluso tradicional."
No arquipélago, a planta é usada historicamente como rongoã - a medicina tradicional maori, baseada nas propriedadesblackjack móvelervas.
Suas propriedades sempre foram conhecidas pelos tohunga, os mestres da cultura maori. "Radula é um 'taonga' do povo maori, mas ainda não há literatura científica sobre isso", diz o bioquímico. Taonga é o termo utilizado para designar o tesouro, o patrimônio cultural da cultura ancestral da Oceania.
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