Desmatamento para produçãogonzo's quest casinocommodities persiste no Brasil e no mundo:gonzo's quest casino

"Mesmo assim, as commoditiesgonzo's quest casinosi não devem ser vilanizadas, muito emboragonzo's quest casinoprodução contribua significativamente para a perda das florestas", disse à BBC News Brasil o analistagonzo's quest casinodados Philip Curtis, colaborador da organização não governamental The Sustainability Consortium e o principal autor do estudo.

"À medida que a população mundial aumenta, há uma demanda cada vez maior por alimentos para as pessoas e rações para os animais,gonzo's quest casinomodo que nunca devemos perdergonzo's quest casinovista o que é ganho quando as florestas são substituídas para a produçãogonzo's quest casinocommodities."

O pesquisador verificou que um dos exemplos mais nocivos neste caso é o cultivo para produçãogonzo's quest casinoóleogonzo's quest casinopalma. "Especificamente no Sudeste Asiático", constata.

"Existem alternativas ao óleogonzo's quest casinopalma e seus derivados, mas elas podem ser mais caras. As certificações ajudam a reduzir o desmatamento, mas não são a solução completa. Quase sempre a decisãogonzo's quest casinopriorizar a proteção das florestas enfrenta forças econômicas como a necessidadegonzo's quest casinoum negócio para obter lucro e a demandagonzo's quest casinopessoas por bens menos caros. Assim, governos, empresas e consumidores devem decidir como equilibrar o desejo por produtos baratos com o desejogonzo's quest casinoproteger as florestas, se quisermos impedir a perda permanentegonzo's quest casinoterras florestais."

Mapas do desmatamento

Para chegar aos dados, o analista utilizou mapas atuais que mostram as áreas desmatadas no planeta. Curtis analisou as transformações florestaisgonzo's quest casino2001 a 2015. Alémgonzo's quest casinodemonstrar essas mudanças, o estudo ainda concluiu que todas as florestas que passam por mudanças drásticas, mesmo que estas sejam pontuais, acabam sendo alteradas permanentemente.

As imagens foram extraídas dos registros feitos e armazenados pela plataforma Google Earth, a partirgonzo's quest casinofotografiasgonzo's quest casinosatélite. Essas imagens demonstram que 27% do desmatamento global é causado pelas commodities - e, ao contrário dos outros fatores, este é um número que tem se mantido relativamente constante ao longo dos últimos anos.

No artigo, os cientistas ainda frisam que, independentementegonzo's quest casinoqualquer conclusão adicional, o estudo "indica que as políticasgonzo's quest casinodesmatamento zero não estão sendo implementadas com rapidez suficiente para atingir as metas". Curtis lembra que 450 grandes corporações mundiais já se comprometeram a trabalhar com "desmatamento zero" até 2020.

O estudo mapeou todas as razões que levam a alterações ambientais por meio do desmatamento. O mais grave é a alteraçãogonzo's quest casinouma paisagem florestal a fimgonzo's quest casinoabrir espaço para a produçãogonzo's quest casinobens ditos commodities, tanto na agricultura como na mineração. Esta intervenção é permanente.

Há outros fatores preocupantes, mas estesgonzo's quest casinocaráter temporário: a agricultura itinerante, a extração madeireira controlada e os fatídicos incêndios florestais.

Outros fatores

Além da produçãogonzo's quest casinocommodities, outros são os fatores que causam o desmatamentogonzo's quest casinoflorestas. Vinte e seis por cento dos danos atualmente são atribuídos ao manejo comercial florestal, ou seja, a intervenção nessas áreas com o objetivogonzo's quest casinoobter madeira ou outros benefícios.

Vinte e quatro por centro são por conta da agricultura - no caso, aquela que não é commodity, ou seja, produções menores e geralmente associadas à subsistência ou a suprir demandasgonzo's quest casinocomunidades do entorno.

Incêndios florestais respondem por 23% dos danos e a urbanização, por menosgonzo's quest casino1%.

"Eu diria que esta é a principal conclusão do estudo", afirma Curtis. "Maisgonzo's quest casino99% das perdas florestais globais podem ser classificadas nessas quatro causas principais."

"Por outro lado, descobrimos que 27% da perda florestal dos últimos 15 anos é permanente, devido à produçãogonzo's quest casinocommodities", ressalta. Por permanente, vale dizer que os efeitos na vegetação não são recuperados. A área permanece destruída, não havendo sinaisgonzo's quest casinoum reflorestamento natural - ao contrário, por exemplo, das regiões afetadas pelos outros tiposgonzo's quest casinodesmatamento.

Além da revista Science, os dados completos da pesquisa devem ser disponibilizados hoje também no site da The Sustainability Consortium e também no Global Forest Watch.

Brasil

Curtis observou também que houve uma mudançagonzo's quest casinofoco no desmatamento mundial gerado por commodities, muito provavelmentegonzo's quest casinodecorrência dos movimentos econômicos e das crises enfrentadas pelos países. "Esse desmatamento mudou, desacelerando no Brasil e aumentando nos países do Sudeste Asiático", comenta o pesquisador.

"Nosso estudo não foi projetado para identificar a causa direta do declínio do desmatamento do Brasil, mas acredito que seja resultadogonzo's quest casinoesforços do governo brasileiro e mesmogonzo's quest casinoaçõesgonzo's quest casinoempresas e gruposgonzo's quest casinodefesa ambiental", afirma.

Mas esta melhora na situação brasileira não refletiugonzo's quest casinoum impacto global, já que a mesma diminuição mapeada no Brasil foi refletidagonzo's quest casinoum aumento no Sudeste Asiático. Na média, o planeta perde cercagonzo's quest casino5 milhõesgonzo's quest casinohectaresgonzo's quest casinoflorestas por ano.

"No geral, não houve redução nas taxas globaisgonzo's quest casinodesmatamento durante o períodogonzo's quest casinoestudo. Mas descobrimos que os principais impulsionadores da perda florestal variam amplamentegonzo's quest casinoregião para região", cita ele.

O estudo concluiu que, enquanto nos países mais desenvolvidos e ao norte do planeta as perdas florestais costumam ser atribuídas a incêndios, nas regiões tropicais, dominadas por países subdesenvolvidos, os vilões das florestas são a produçãogonzo's quest casinocommodities e a agricultura.

Para Curtis, os compromissos firmados pelos países e pelas corporações para reduzir os danos ambientais são um bom pontogonzo's quest casinopartida para que o planeta encontre uma equação mais sustentável. "Mas, para que sejam bem-sucedidos, é preciso que esses compromissos sejam cumpridos e acompanhadosgonzo's quest casinofinanciamentos compatíveis", afirma ele.

"Um bom programa é aquele que, uma vez devidamente financiado e executado, permita que os próprios cidadãos sejam tomadoresgonzo's quest casinodecisão sobre como proteger as florestas e como priorizar a criaçãogonzo's quest casinoáreas florestais protegidas."

Ele cita como um bom exemplo o engajamentogonzo's quest casinoempresas privadas no sentidogonzo's quest casinoeliminar práticas que contribuem para o desmatamento e a degradação ambiental.

"Além disso, pode-se investirgonzo's quest casinoáreas agrícolas desbastadas, isto é uma solução viável para diminuir o desmatamento, pois é uma maneiragonzo's quest casinoabrir novas terras para a agricultura produtiva sem a necessidadegonzo's quest casinodesmatar mais florestas", pontua.