‘Como virei (sem saber) garota-propaganda do McDonald’s e várias outras marcas’:

Shubnum Khan

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Legenda da foto, Shubnum Khan tirou uma foto para um ensaio quando estava na faculdade, mas não imaginava o que aconteceria depois daquilo
Imagem do postShubnum no Facebook com fotousadapropaganda no Canadá

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Legenda da foto, O rostoShubnum aparecediversos anúncios pelo mundo

"Parece você", a amiga comentou. Outros amigos comentaram que "com certeza" era ela.

"Eu não ligoestarpropagandas sobre imigração, mas fiquei muito confusa", ela contasua casaDurban, na África do Sul. "Não entendia como meu rosto pudesse estarum jornal do outro lado do mundo."

E então outro amiga comentou: "Ei, nós não fizemos um ensaiofotos há alguns anos?".

'Não lemos as letrinhas pequenas do contrato'

Dois anos antes, aos 24 anos, Shubnum e uns amigos da faculdade participaramum ensaio fotográfico gratuito chamado 100 Faces Shoot (ensaio100 rostos).

O fotógrafo prometeu retratos profissionais a 100 pessoastroca do ensaio. "Pensei que a foto seria usada para seu portfólio ou um projeto artístico", lembra a autora, que hoje tem 33 anos. "As pessoas lembram dele ter mencionado um projeto artístico."

Propaganda com o rostoSubnum Khan

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Legenda da foto, Não só seu rosto foi usado: empresas começaram a inventar relatos como se ela os tivesse dado, alémbatizá-la com outros nomes

"É muito rápido - você assina um papel, entra, o fotógrafo diz 'sorria para a foto'. E definitivamente não me disseram que minha foto seria usada para um bancoimagens."

"No começo, achei engraçado", ela diz, sobre ter encontrado várias versõesseu rosto no bancoimagens. "Mas com o tempo, vi que havia muitas fotos e que eu não ganhava dinheiro com isso."

Ela entroucontrato com o fotógrafo, que confirmou que ela havia aberto mão do direito das fotos, que hoje erambancosimagens para os quais ele vendia.

"Assinamos um contrato", ela escreveu no Twitter, "mas não lemos as letrinhas pequenas. Foi idiota."

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Legenda da foto, Sua imagem ligada à promoçãoimigração no Uruguai

'Foi desonesto'

Uma pessoa explicou para Shubnum como fazer uma busca reversaimagem pelo Google, que permite que você encontre imagens semelhantes às que você está buscando.

"Eu encontrei mais50 versões", ela diz. "Meu rosto é famoso, embora ninguém me conheça."

Mas o que mais a chocou foram relatos e testemunhos falsos associados àfoto, como se ela tivesse dito determinadas coisas.

"Os testemunhos são os mais chocantes para mim", ela diz. "Eu pensava que entendia como fotosbancosimagem funcionam. Mas é uma trapaça, porque nunca se sabe quando vão usar um nome falso com um testemunho falso."

Ela diz ter se assustadoparticular com um anúncioum produtobeleza com seu rosto e um testemunho dizendo como o produto lhe ajudou a tirar manchas da pele após uma gravidez.

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Legenda da foto, Até consultóriosdentista usaram seu rosto | Foto: Reprodução

Em 2013, ela resolveu entrarcontato com o fotógrafo para lhe pedir ajuda.

"Precisei tomar coragem para lhe pedir porque achei que ele diria 'não'", ela lembra. "Eu disse que sabia que havíamos assinado um contrato, mas não fazia ideia que minha foto seria usada daquela maneira."

"Ele disse que lamentava que eu me sentisse mal, mas que era tudo legal e havia sido explicado para nós antes", disse Shubnum. "Mas ele concordoutirar a fotoseu site."

Shubnum diz estar certaque não havia sido informada que a foto seria usadabancoimagens.

E completa: "Ninguém me disse que entraria para um bancoimagens, ninguém me disse que meu nome seria distorcido. Se alguém tivesse me dito isso, eu não teria assinado o documento".

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Legenda da foto, Nessa imagem, Shubnum vira "Kelsie" e faz uma resenhauma casa perto da Disney

Alerta

Segundo Shubnum, algumas das 100 pessoas fotografadas com ela2010 já encontraram imagens suasbancosimagens.

Embora o fotógrafo tenha removidofoto do banco, Shubnum ainda vê seu rostopropagandas que já tinham compraramimagem.

Não tantas como antes, ela diz. A última vez que viu uma foiuma propaganda para vender casas há alguns meses.

Sua história viralizou no Twitter - outras pessoas entraramcontato para compartilhar suas descobertasbancosimagens. Algumas dizem que seu (falso) testemunho as inspirou.

Shubnum diz que não culpa o fotógrafo que tiroufoto e não considera processá-lo.

"É uma ótima história para contar no bar", diz, embora agora queira também compartilharhistória como um alerta.

"Eu vejo como fomos usados tão facilmente", afirma. "Me sinto um pouco idiota e não quero outras pessoas fazendo os mesmos erros."

"Não caia por ensaios fotográficos gratuitos, leia tudo o que você assinar e também não acredite na maioria das coisas que você lê na internet", ela tuitou.

"Pense sobre o que você está fazendo e sobre quem está ganhando com isso."

"Você pode pensar que é algo pequeno, mas no final, acaba assinando e abrindo mão do seu próprio rosto. Eu vendi meu rosto sem saber egraça."