O fascinante mundo das celebridades do Instagram que não existem na vida real:cbet jogos
Wilson alega que nunca quis enganar ninguém - ele descreve Shudu como "uma obracbet jogosarte" e a vê como uma celebração "virtual" da beleza da mulher negra.
O fotógrafo diz ter passado por um "conflito" sobre como representá-la, secbet jogosforma real ou virtual. À medida que mais pessoas começaram a segui-la, Shudu tornou-se rapidamente uma influenciadora - um fenômeno social que se provou uma plataforma lucrativa e poderosa, especialmente na visão das marcascbet jogosmoda, para alcançar novos mercados.
Isso estava acontecendo a despeito das intenções artísticascbet jogosWilson.
Ele decidiu, então, dar transparência a seu projeto e contar a verdadeira história.
"Ficava muito ansioso quando recebia as mensagens e honestamente não podia esperar o diacbet jogosque todo mundo soubesse da verdade", diz.
Quando descobriu a verdade sobre Shudu, Fatou ficou chocada, depois um pouco desiludida. "Foi uma sensação estranha", diz ela. "Senti como se não soubesse nada sobre ela e queria lhe fazer mais perguntas."
No entanto, Fatou decidiu continuar seguindo os postscbet jogosShudu por seu valor estético. Mas agora, quando recebia uma mensagem dela, sabia que estava conversando com Wilson.
"Como modelo, minhas fotos são melhoradas no computador. Às vezes, minha aparência chegava a mudar completamente; então é algo parecido", diz ela. "Obviamente, Shudu é muito perfeita. Fico um pouco felizcbet jogossaber que ela não é real!".
Influência virtual
Shudu está sendo chamadacbet jogosa primeira supermodelo digital do mundo, mas ela não é a única influenciadora virtual.
Uma conta no Instagram chamada @lilmiquela retrata uma jovem com sardas, lábios carnudos e cabelos escuros. Em váriascbet jogossuas fotos, ela aparece com roupascbet jogosmarcas caras, como Prada e Chanel. Seu empresário diz que "ela só conseguiu ganhar dinheiro projetando e trabalhandocbet jogoscoleções com marcas".
Em fevereiro, a revista Vogue a chamoucbet jogos"It Girl fictícia". Mas para seus maiscbet jogos1,1 milhãocbet jogosseguidores (em maiocbet jogos2018), o que fazcbet jogosMiquela mais do que apenas um manequim virtual écbet jogoshistória. No ano passado, ela lançou um single, Not Mine, um dos mais tocados no serviçocbet jogosstreamingcbet jogosmúsica Spotify.
Miquela também usacbet jogosplataforma para apoiar causas sociais como Black Lives Matter e uma organização chamada Black Girls Code, que oferece aulascbet jogostecnologia para meninas. Tudo isso tende a confundir ainda mais as fronteiras entre o mundo real e virtual nas quais ela parece habitar.
Os comentários no seu Instagram refletem que há um certo graucbet jogosconfusão entre seguidores sobre ela ser real ou não. Sua identidade permanece um grande mistério.
Aproveitei e pedi uma entrevista com ela. Miquela concordou. Ao me responder por email, ela - ou quem está por tráscbet jogosseu perfil - disse: "Parece uma ideia superlegal!"
A entrevista foi conduzida virtualmente, com seu agente e empresário também incluídos na conversa. Uma pista: um deles pertencia a uma empresa chamada Brud, que se descreve como "um grupo sediadocbet jogosLos Angeles que oferece soluções para problemascbet jogosrobótica, inteligência artificial e suas aplicações para empresascbet jogosmídia".
Fiz perguntas que, no meu ver, seriam estratégias para tentar descobrir se ela era real ou virtual, como "Como você crioucbet jogosidentidade?" ou "O que você achacbet jogoscelebridades virtuais?".
À primeira, ela começou respondendo "provavelmente como você! Ainda estou aprendendo e sendo moldada pelo ambiente a meu redor". À segunda, dizendo achar que "a maioria das celebridades na cultura popular são virtuais!". "Tem sido triste ver desinformação e memes distorcendo nossa democracia, mas acho que isso mostra o poder do 'virtual'. O 'virtual' molda nossa realidade e é por isso que estou tão interessadacbet jogosusar espaços virtuais como o Instagram para promover mudanças positivas."
Evidentemente, Miquela - ou quem quer que estivesse falando - não deu nenhuma pista sobrecbet jogosreal identidade. Mas isso não parece incomodar seus seguidores. Umcbet jogosseus fãs mais fervorosos é Anthony Reyes, um artistacbet jogos18 anoscbet jogosMichigan.
"Fiquei fascinado por Miquela não apenas porcbet jogosestética artística, mas por seu ativismo", diz ele. "Miquela é Miquela, não importa se ela é real ou virtual. As pessoas tentaram desacreditá-la devido à maneira como ela se apresenta, mas elas estão perdendo o foco. Apesarcbet jogosganhar muitos seguidores, Miq continua sendo alguém que se preocupa com eles", acrescenta.
Mas e a possibilidadecbet jogosela ser uma personagem virtual? "Na realidade, todo influenciador digital não é uma personagem virtual?", insiste Reyes. "Você só sabe que eles existem por causacbet jogosuma plataforma digital, seja no Instagram, YouTube, Twitter etc."
'Questão filosófica'
Seguidores como Reyes parecem estar dispostos a aceitar o conceitocbet jogosinfluência como valioso, independentementecbet jogosa plataforma ser real ou virtual. E isso, obviamente, levanta uma questão filosófica, especialmente quando se tratacbet jogosmídias sociais.
Parte do fascínio por influenciadores celebridades ou não-celebridades vem do fatocbet jogosque o públicocbet jogosgeral pode, supostamente, ter acesso à vida realcbet jogosalguém que admira oucbet jogosque está interessado. Mas, quando se tratacbet jogosmídias sociais, até que ponto mostramos a nossos seguidores a verdadeira realidadecbet jogosnossas vidas?
"Se você pensarcbet jogosmídias sociais, o Instagram não é você. É apenas uma versão digitalcbet jogosvocê, uma versão que mostra fotografias, às vezes vídeos e comentários sobre coisas específicas", diz Justin Rezvani, fundador e ex-CEO da TheAmplify, uma agênciacbet jogosmarketing que associa marcas a influenciadores.
Rezvani, escolhido pela revista americana Forbes como um dos 30 maiores visionários com menoscbet jogos30 anos, diz acreditar que a era do influenciador social apenas começou e vai continuar a dominar mais espaços virtuais. "Vamos ter AIs (siglacbet jogosinglês para Inteligência Artificial) que são influenciadores com milharescbet jogosseguidores que não são pessoas reais", diz ele. "A maneira como defino influência é como alguém (ou algo) troca atenção por um público específicocbet jogosum momento específico."
Arquétipos antigos
Além disso, o conceitocbet jogosinfluenciadores virtuais como Shudu e Miquela está enraizadocbet jogosum arquétipo muito mais antigo - a boneca,cbet jogosacordo com Toby Miller, diretor do Institutocbet jogosIndústriascbet jogosMídia e Criatividade da Universidadecbet jogosLoughborough,cbet jogosLondres.
Desde os tempos antigos, os bonecos têm desempenhado um papel importante para a sociedade, não apenas como brinquedos infantis, mas também por seu poder simbólicocbet jogosrituais mágicos ou religiosos.
"As bonecas são um meiocbet jogoscapturar quem somos e transmiti-locbet jogosforma representativa aos jovens", diz Miller. "Elas vão alémcbet jogosimagens e palavras, ecbet jogostrês dimensões. São maleáveis, podem ser manuseadas até pelas pessoa mais jovens."
Wilson, que usou um programacbet jogoscomputador para dar vida a Shudu, descrevecbet jogoscriaçãocbet jogostermos semelhantes. "Penso nela como uma espéciecbet jogosmanequim. Depoiscbet jogoscriá-la, pode fazê-la posar e dar a ela expressão", diz. "É como ter uma boneca; uma Barbie para vestir."
Para marcascbet jogosmoda, um manequimcbet jogosalta tecnologia oferece uma extensa gamacbet jogospossibilidades, podendo aparecercbet jogosqualquer situação e com qualquer roupa. Wilson já recebeu diversas propostas, incluindo umacbet jogosuma marca que queria que Shudu posasse com seus brincos.
Outras propostas são mais difíceiscbet jogosconcretizar. Tameka Small - uma profissionalcbet jogosestética e proprietária do Hands Dayspacbet jogosWilmington, na Carolina do Norte, questionou se não valeria a pena promover seus produtos para beleza com Shodu. Afinal, ela tinha a pele perfeita. Mas então descobriu que Shudu não era real.
"Decidi que enviaria os produtos, mesmo que, tecnicamente, ela não pudesse usá-los", diz Small. Ela e Wilson estão pensando sobre como colaborar. "Acho que o fatocbet jogosela ser uma supermodelo digital traz uma nova dimensão ao modo como a empresa pode comercializar seus produtos. É uma ideia muito legal", diz.
Mas alguns profissionaiscbet jogosmarketing ainda não estão convencidos.
"Acho que há oportunidades para as marcas comercializarem produtos, mas também que isso será mais superficial do que o que se vê com uma pessoa real", diz Giordano Contestabile, CEO da Bloglovin, uma empresa que conecta marcas a influenciadores relevantes e se focacbet jogosinfluenciadores com até 500 mil seguidores".
"O aspecto humano do marketingcbet jogosinfluência é a chave para entender isso. Não sei como você pode replicar isso", diz ele. Fazer com que alguém o siga no Instagram é fácil, argumenta. Mas conseguir que alguém se identifique com você e crie uma conexão emocional é um desafio diferente. Em outras palavras, não dá para fingir".
À medida que as criações virtuais se tornam mais convincentes, especialistas alertam que a distinção entre o verdadeiro e falso ficará cada vez mais difícil. Isso poderia representar um problema? Os psicólogos demonstraram que a incerteza sobre ser humano ou inanimado cria um efeito emocional peculiar, algo que se aplica ao mundo dos influenciadores virtuais. Um comentário recente sobre um dos posts Miquela resume esse pensamento: "Obviamente, é uma coisa falsa, mas a pessoa por trás dela é real, então seja gentil com ela".
- cbet jogos Leia a versão original desta matéria (em inglês) cbet jogos no site da BBC Capital