'Voltei da morte e me descobri presacartas do pokermeu próprio corpo':cartas do poker

Rikke Schmidt Kjaergaard

Crédito, Katrine Philp

Legenda da foto, Por um períodocartas do pokertempo, Rikke Schmidt Kjaergaard só conseguia se comunicar com piscadascartas do pokerolhos

E seus três filhos têm de, imediatamente, tomar medicamentos para prevenir que eles se contaminem com a mesma bactéria mortífera que afetou você.

Foi esse o cenário vivido pela cientista Rikke Schmidt Kjaergaard, então com 38 anos, no primeiro dia do anocartas do poker2013 - tudocartas do poker"um piscarcartas do pokerolhos", frase que virou o títulocartas do pokerseu recém-lançado livrocartas do pokermemórias (The Blink of an Eye, no originalcartas do pokeringlês).

5%cartas do pokerchancescartas do pokersobrevivência

"Em um intervalocartas do poker12 horas, eu fuicartas do pokerme sentir mal a entrarcartas do pokercoma", ela conta. "Tive falência múltiplacartas do pokerórgãos, choque séptico, centenascartas do pokercoágulos no sangue. As minhas chances (de sobrevivência) eram muito, muito pequenas."

Os médicos estimaramcartas do poker5% a possibilidadecartas do pokerela sobreviver à meningite bacteriana que a acometera, causada pela mortífera bactéria Streptococcus pneumoniae.

Rikke - que é dinamarquesa e vivecartas do pokerCopenhague - ficou dez diascartas do pokercoma, sob riscocartas do pokerdanos cerebrais.

E, à medida que saía do coma, descobriu-se consciente, mas incapazcartas do pokerusar seu próprio corpo.

Algo vai mal

Peter, seu marido, foi o primeiro a perceber que algo ia mal.

Tudo começou quando Rikke começou a se queixarcartas do pokerfrio depoiscartas do pokerum passeio familiar e foi se deitar. Mas logo começou a sentir febre e a vomitar.

Rikke Schmidt Kjaergaard comcartas do pokerfamília

Crédito, Rikke Schmidt Kjaergaard

Legenda da foto, Rikke (à esq.) com o marido (à dir.) e seus três filhos,cartas do poker2014, apóscartas do pokerrecuperação; ela ficou cinco meses internada

"Peter percebeu antescartas do pokermim que as coisas não iam bem", diz ela à BBC News. "Eu tentava dizer a ele que estava apenas gripada."

Peter acrescenta, se voltando à mulher: "Você não estavacartas do pokercondição nenhumacartas do pokerperceber o quão doente estava. A última coisa que você me disse antescartas do pokerentrarcartas do pokercoma foi 'Lembre-secartas do pokercancelar a sessãocartas do pokermassagem'."

Não havia nenhuma sessão marcada - Rikke já estava delirando àquela altura. Sua temperatura havia subidocartas do poker35ºC a 42ºCcartas do pokerapenas 15 minutos.

A família chamou um médico, que prescreveu medicamentos para a gripe. Mas, na manhã seguinte, Rikke não conseguia sequer se sentar. Mais um médico foi examiná-la - e, a essa altura,cartas do pokersobrevivência já estava a perigo.

"Se (ele tivesse chegado) dez minutos depois, nós não estaríamos juntos hoje", conta Peter.

'Tudo escureceu'

No caminho ao hospital, o coração dela paroucartas do pokerbater por 40 segundos.

"É um tempo longo", ela diz. "Não tenho nenhuma lembrança disso. Tudo havia escurecido - não havia nada."

Peter conta que, a partir disso, ouviu da equipe médica que deveria se preparar para o momentocartas do pokerque seriam desligados os aparelhos que mantinhamcartas do pokermulher viva. "Todo o mundo achou isso ia acontecer (a mortecartas do pokerRikke)."

"Mas ela é muito teimosa", ele acrescenta, sorrindo. "Ela não aceitou abandonar a vida."

Piscar para se comunicar

Ao recuperar a consciência, a gravidade do quadrocartas do pokerRikke começou a se formar.

"Com o tempo, fui percebendo o que estava acontecendo", ela relembra. "Percebendo que eu não conseguia me mexer ou falar. É terrível a sensaçãocartas do pokerficar presa ao seu corpo."

Peter certo dia perguntou a Rikke se ela conseguia vê-lo, e notou que ela piscou. "Foi quando percebemos que ela ainda estava responsiva", conta. "Saber que não tínhamos perdido ela... foi um dos momentos mais bonitos da minha vida."

A partir daí, começaram a se comunicar com piscadelas: uma era "não", duas eram "sim".

"Foi um alívio descobrir que eu conseguia me comunicar", diz Rikke. "Mas, ao mesmo tempo, era tão difícil conseguir fazê-lo."

Rikke Schmidt Kjaergaard

Crédito, Rikke Schmidt Kjaergaard

Legenda da foto, Rikke, com o marido ao fundo, tevecartas do pokeraprender a andar novamente e perdeu quase toda a vistacartas do pokerum olho

Rikke conta que suas memórias desse período são confusas, mas que ela encontrou forças no marido.

"A única coisacartas do pokerque eu me lembro bem écartas do pokerque precisava escutar a vozcartas do pokerPeter, ver Peter", diz. "Quando eu o via ou escutava, me acalmava. Ele foi o meu salva-vidas."

Questionada a respeitocartas do pokerqual foi o momento principalcartas do pokersua recuperação, Rikke sorri e diz que foram "várias vitórias". Mas acrescenta: "Provavelmente foi a primeira palavra (dita com a recuperação da fala). Meus filhos estavam ali, Peter estava ali. Foi simplesmente incrível."

A palavra que ela escolheu dizer? "Estranho."

Foi a palavra que resumiu suas circunstâncias, bem como o fatocartas do pokerque - como ela mesmo diz - tevecartas do poker"aprender a fazer tudo outra vez".

"Aprender a respirar, a engolir, a me mexer."

'Viver o dia a dia'

O mais difícil disso tudo, diz Rikke, foi não conseguir "ser mãe e mulher". "Não conseguir estar presente para as crianças e para Peter. Isso foi devastador."

Mas, passados quatro mesescartas do pokersua internação, quando ela explicou a uma enfermeira o quanto sentia faltacartas do pokerabraçar seus filhos, foi autorizada a dormir com eles na cama hospitalar.

"Eu fiquei nas nuvens", ela lembra. "Eles pularam na cama."

"Com muito cuidado", brinca Peter.

Rikke conseguiu se recuperar depoiscartas do pokercinco meses internada, ainda que com sequelas graves: a maioriacartas do pokerseus dedos da mão tiveramcartas do pokerser amputados após gangrenarem, e ela é quase cegacartas do pokerum olho.

Mas sobreviveu e se reabilitou, aos poucos e contra todos os prognósticos.

Depois, decidiu abrircartas do pokerprópria empresa - cuja missão é ajudar pessoas com doenças crônicas a controlar seus dados médicos - e escrever um livro, que ela espera que acolha familiares, médicos e pessoas que vivam experiências semelhantescartas do pokerenclausuramento dentro do próprio corpo.

"A equipe médica disse que ficaria muito grata por eu escrever isso, para ajudar-lhes (a entender como lidar com pacientes) e facilitar as coisas."

Rikke diz que hoje tem plena consciência do presente que recebeu e quer quecartas do pokervivência ajude mais pessoas a darem valor a suas vidas.

"Quero devolver à vida com este livro", diz. "E viver a vida, dia a dia."