DNAbetnacional365esqueleto indica existênciabetnacional365britânicos negros ebetnacional365olhos azuis há 10 mil anos:betnacional365
betnacional365 O Homembetnacional365Cheddar nada tem a ver com o queijobetnacional365sabor forte e, por vezes, cor amarelada. É, na verdade, um dos mais antigos britânicosbetnacional365que se tem registro. E agora, também objetobetnacional365uma nova descoberta.
Uma análise recente do fóssil encontradobetnacional3651903betnacional365uma grutabetnacional365Cheddar, desfiladeiro repletobetnacional365cavernas localizadobetnacional365Somerset, no Reino Unido, indicou que ele tinha olhos azuis, cabelo crespo e pele escura.
A análise contraria a imagem anterior projetada a partir do fóssil. Inicialmente, acreditava-se que ele tinha olhos escuros, pele clara e cabelos lisos.
Uma equipebetnacional365cientistas não só identificou o novo fenótipo atribuído ao britânicobetnacional36510 mil anos atrás como também fez uma reconstrução detalhadabetnacional365seu rosto.
Avaliações anteriores já indicavam que ele era mais baixo que a média e que provavelmente morreu por volta dos 20 anos.
Fraturas na superfície do crânio sugerem que ele pode ter morridobetnacional365maneira violenta. Não se sabe como o corpo chegou à caverna, mas é possível que tenha sido colocado lá por indivíduos da tribo.
Extração do DNA
Os pesquisadores do Museubetnacional365História Naturalbetnacional365Londres extraíram o DNAbetnacional365uma parte do crânio, próxima ao ouvido, conhecida como osso petroso.
Inicialmente, Ian Barnes e Selina Brace, que fazem parte da instituição e integram o projeto, não tinham certeza se conseguiriam algum DNA do fóssil.
Mas eles tiveram sorte: não só o DNA foi preservado, como também produziu a maior cobertura (uma medida da precisãobetnacional365sequenciamento) para um genoma na Europa desse períodobetnacional365Pré-história - conhecido como Mesolítico ou Idade da Pedra Média.
Os pesquisadores do museu se juntaram a cientistas da universidade londrina UCL (University College London) para analisar os resultados, incluindo variantes genéticas associadas com cabelo, olhos e cor da pele.
A descoberta indica ainda que os genes da pele mais clara se difundiu na Europa mais tarde do que se pensava, e que a cor da pele não é necessariamente referênciabetnacional365origem geográfica, como normalmente é vista hojebetnacional365dia.
Como a pele mudou
A pele clara provavelmente chegou à Grã-Bretanha há cercabetnacional3656 mil anos, com uma migraçãobetnacional365pessoas do Oriente Médio.
Essa população tinha pele clara e olhos castanhos. Acredita-se que tenha acabado absorvendo característicasbetnacional365grupos como o do Homembetnacional365Cheddar.
Não se sabe ao certo, contudo, por que a pele clara acabou se sobressaindo entre os habitantes da região. Mas acredita-se que a dieta à basebetnacional365cereais provavelmente era deficientebetnacional365vitamina D - isso exigiria que agricultores processassem esse nutriente por meio da exposição à luz solar, que é mais escassa onde fica o Reino Unido.
"Podem haver outros fatores causando menor pigmentação da pele ao longo do tempo nos últimos 10 mil anos. Mas essa é a grande explicação à qual a maioria dos cientistas se fia", disse Mark Thomas, geneticista da UCL.
Para Tom Booth, arqueólogo do Museubetnacional365História Naturalbetnacional365Londres e integrante do projeto que desvendou as características do Homembetnacional365Cheddar, a análise mostra como as categorias raciais são construções modernas ou muito recentes. "Elas realmente não se aplicam ao passado", disse ao jornal britânico The Guardian.
Yoan Diekmann, biólogo especializadobetnacional365estudos da computação na universidade londrina UCL e também parte da equipe, concorda com o colega. Afirma que a conexão comumente estabelecida entre "britanidade" e brancura "não é uma verdade imutável". "Sempre mudou e sempre mudará", declarou à mesma publicação.
A análise genética também sugere que o Homem Cheddar não bebia leite na idade adulta - algo que só se espalharia entre os humanos muito mais tarde, na Idade do Bronze, iniciadabetnacional365alguns lugares há cercabetnacional3655 mil anos.
Chegadas e partidas
As análises também indicam que os europeus dos tempos atuais mantiveram,betnacional365média, apenas 10% das característicasbetnacional365ancestrais como o britânicobetnacional365Cheddar.
Acredita-se que os humanos chegaram no que hoje é o Reino Unido há 40 mil anos, mas um períodobetnacional365frio extremo conhecido como o Último Máximo Glacial teria os forçado a migrar dali 10 mil anos depois.
Também já foram coletadas evidênciasbetnacional365cavernasbetnacional365que humanos caçadores-coletores voltaram quando as condições climáticas melhoraram. Mas acabaram sendo surpreendidos pelo frio - marcas nos ossos sugerem que esse grupo canibalizou seus mortos.
O território hoje conhecido como Grã-Bretanha foi ocupado novamente há 11 mil anos e, desde então, permanece habitado, segundo os pesquisadores.
O Homembetnacional365Cheddar é parte dessa onda migratória que teria caminhado pela chamada Doggerland - que, naquele período, ligava a ilha ao continente, mas posteriormente acabou coberta pelo aumento do nível do mar.
Essa não é a primeira tentativabetnacional365análise genética do Homembetnacional365Cheddar. No final dos anos 1990, o geneticista Brian Sykes já havia sequenciado o DNA mitocondrialbetnacional365um dos molares do fóssil.
A sequência, transmitida exclusivamente da mãe para os filhos, foi comparada com 20 residentes vivos do povoadobetnacional365Cheddar.
Duas dessas pessoas tinham mostras similares - uma delas era o professorbetnacional365história Adrian Targett.
A atual descoberta feita por pesquisadores do Museubetnacional365História Natural e da UCL vai ser detalhadabetnacional365um documentário para a televisão britânica com o título The First Brit: Secrets of the 10,000 Year Old Man ("O primeiro britânico: segredos do homembetnacional36510 mil anosbetnacional365idade"), feito pela Plimsoll Productions e a ser exibido pelo Channel 4. Também vai virar, é claro, artigo acadêmico.
O professor Chris Stringer, que lidera os estudos sobre origens humanas no museu, se dedica a estudar o esqueleto do Homembetnacional365Cheddar há 40 anos.
Ele se impressionou ao ver a reconstrução que pode ter revelado o rostobetnacional365seu objetobetnacional365estudo.
"Ficar cara a cara com a imagembetnacional365como esse homem pode ter parecido - a combinação impressionantebetnacional365cabelo, rosto, cor dos olhos e pele escura - é algo que não poderíamos imaginar alguns anos atrás. Mas é que os dados científicos mostram."