Como diferenciar entre pequenas gozações na escola e bullying - e o que fazerplaytech betanocada caso:playtech betano
O tema voltou ao debate no Brasilplaytech betanooutubro, quando um adolescente goiano disparou contra colegas dentro da escola, matando dois e ferindo outros quatro, incluindo uma jovem que ficou paraplégica. Ainda investiga-se se ele foi alvoplaytech betanobullying antes dos atos.
Segundo a Pesquisa Nacionalplaytech betanoSaúde Escolar (PeNSE), cercaplaytech betano195 mil estudantes do 9º ano do ensino fundamental disseram,playtech betano2015, terem sofrido bullying por parte dos colegas.
"Se tratarmos tudo como 'criança é assim mesmo', as deixaremos muito vulneráveis a dores profundas. Sabe-se que o bullying tem sérias consequênciasplaytech betanolongo prazo. As vítimas têm tendência maior à depressão e ansiedade; os perpetradores têm tendência maiorplaytech betanovícioplaytech betanoálcool ou drogas ouplaytech betanocomportamento criminoso", explica Whitson.
"Ou seja, todos os envolvidos necessitamplaytech betanoajuda adulta, e estamos negando essa ajuda quando minimizamos o fato."
'Maldades e grosserias' x bullying
A especialista diferencia, porém, o bullying do que chamaplaytech betano"grosserias" ou "maldades" entre os alunos - práticas que, embora devam ser enfrentadas, têm menor gravidade.
Nessa categoria ela inclui gozações ou desavenças que não cumpram com as três principais características que ela vê no bullying:
1 - playtech betano O desequilíbrioplaytech betanopoder: é bullying quando um grupo pega no péplaytech betanoou exclui uma única criança, ou quando uma criança maior e mais forte alveja uma menor.
2 - playtech betano A repetição: o bullying costuma ocorrer repetidamente, e não como uma ação isolada.
3 - playtech betano A intencionalidade: o bullying é uma agressão proposital, feita com o objetivoplaytech betanohumilhar.
Esse espectro inclui agressões físicas e verbais, mas também relacionais - por exemplo, excluir ou isolar alguém socialmente, seja no ambiente escolar ou nas redes sociais. Todas essas ações costumam ter impactos profundos e duradouros tanto nas vítimas como nos praticantes.
Fazer essa distinção não significa minimizar comportamentos agressivosplaytech betanomenor potencial: a críticaplaytech betanoum aluno à aparência do outro, por exemplo, ainda que não tenha caráter repetitivo ou o objetivoplaytech betanohumilhar, pode ser ofensiva. O mesmo pode ser ditoplaytech betanouma agressão física.
Além disso, alguns comportamentosplaytech betanomenor gravidade podem, com o tempo, escalonar para o bullying caso não sejam interrompidos.
A diferença, diz Whitson, é que é possível ensinar as próprias crianças a lidar com essas situações menos graves.
"A essência é ensinar as crianças a controlar suas reações. Por exemplo, se estão tirando sarroplaytech betanovocê, e você tem uma grande reação emocional - fica com muita raiva, chora -, o perpetrador vai pensar: 'hum, posso controlar você'. E o comportamento se repetirá", explica ela.
"Também ensino as crianças a usar suas vozes: seja assertivo, mas também calmo e respeitoso independentementeplaytech betanoo que digam para você. Faça contato visual (com o agressor) e,playtech betanoum tomplaytech betanovoz normal, demonstre ser forte,playtech betanovezplaytech betanovulnerável e facilmente intimidado."
Bullying requer intervenção adulta
Casosplaytech betanobullying, porém, extrapolam a capacidade das crianças e adolescentesplaytech betanoenfrentarem a situação por conta própria. Se há desequilíbrioplaytech betanopoder, intencionalidade e repetição nos atos com a intençãoplaytech betanohumilhar, é preciso que adultos reconheçam a gravidade das agressões e intervenham - com cuidado para não agravar o problema.
"No casoplaytech betanoprofessores, é crucial lidar com o assunto imediatamente, para interromper o comportamento agressor, mas sem sermões longos, que vão apenas envergonhar a vítima, deixá-la mais vulnerável e incentivar o agressor a repetir o comportamento mais tarde", opina Whitson.
Ela sugere algumas frases com que professores podem interromper humilhaçõesplaytech betanosalaplaytech betanoaula: "Não é aceitável dizer isso para ninguém na minha sala. Ficou claro?" ou "Deixar um colega sem grupo não é aceitável. Vamos resolver isso e seguirplaytech betanofrente."
No longo prazo, diz ela, é preciso interromper ciclosplaytech betanoviolência dentro da escola - um problema para o qual não há soluções simples ou rápidas. E, nesse processo, é crucial não desistir das "crianças-problema", diz a autora americana.
"É preciso estabelecer conexões fortes com os praticantesplaytech betanobullying, eplaytech betanogeral ocorre o oposto. Os adultos dizem 'esse menino é problemático, é terrível, não tem jeito'. Isso acaba afastando a criança ainda mais", explica Whitson.
"Trata-seplaytech betanouma criança que está machucando outras pessoas propositadamente, então temos que fazer alguma conexão com ela. Será que os adultos estão conversando com essa criança, para entender o que está acontecendo com ela, como ela está se sentindo, se entende como suas ações estão afetando os demais? Ou será que os adultos estão partindo diretamente para a punição?"
"Quando os adultos conversamplaytech betanoverdade com as crianças e as fazem entender o impactoplaytech betanosuas ações, conseguem mudanças, empatia. Ao mesmo tempo, é preciso dar reconhecimento a quem pratica a gentileza. Os jovens que param o que estão fazendo para ajudar um colega com a liçãoplaytech betanocasa ou que se sentam ao ladoplaytech betanoum colega que está sozinho merecem tanto reconhecimento quanto ao que costumamos dar aqui nos EUA aos alunos que se destacam nos esportes, por exemplo."
O papel dos pais
Segundo Whitson, ainda é comum que paisplaytech betanovítimasplaytech betanobullying ouplaytech betanoagressões cotidianas pratiquem dois tiposplaytech betanocomportamento que ela considera contraproducentes.
O primeiro é minimizar as agressões ou deixar as crianças lidarem com elas por conta própria; o segundo é exagerar na reação a qualquer briga dos filhos, já exigindo uma reparação por parte da escola ou da criança agressora e talvez expondo o próprio filho ainda mais.
"Nenhum desses comportamentos ajuda o seu filho", opina Whitson.
"Acho que o papel dos pais é dar muito apoio e ser um bom ouvinte: escutar o filho, acreditar nele, abraçar, dar conforto e daí ajudar na resoluçãoplaytech betanoproblemas. 'Ok, vamos pensar juntos: como vamos lidar com isso? O que você pode dizer ou fazerplaytech betanodeterminada situação? O que você vai responder se seu colega disser tal coisa? Com quem você pode sentar para não se sentir vulnerável?'".