Ser medíocre é o segredo da felicidade?:x2 pixbet

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'Kakonomia'

Origgi e Gambetta se conhecem há maisx2 pixbetdez anos e trocam ideias sobre suas experiências vivendo e estudando no exterior.

Sua pesquisa nasceux2 pixbetobservar como a vida funcionax2 pixbetforma diferente na Itáliax2 pixbetrelação a, por exemplo, França e o Reino Unido.

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Legenda da foto, O estilox2 pixbetvida italiano, 'la dolce vita', pode ter um preço nos padrõesx2 pixbetexcelência

Nos congressos e semináriosx2 pixbetque participavam na Itália, o dobro ou apenas metade das pessoas previstas apareciam nos eventos; a equipe designada para fazer as palestras também sempre era metade ou o dobro do previsto. Assim como o tempo previsto para as palestras.

As pessoas não apareciam para as reuniões ou apareciam sem serem anunciadas, mensagens eram perdidas e reembolsos eram atrasados, pagosx2 pixbetvalores menores que o combinado ou até esquecidos.

Os dois decidiram investigar alémx2 pixbetsuas próprias experiências. Assim nasceu o seu estudo pela Universidadex2 pixbetOxford sobre o que chamamx2 pixbet"kakonomia". "Kakos" é a palavrax2 pixbetgrego antigo que significa "mau", "ruim".

A premissa era simples: às vezes os indivíduos conspiram, conscientemente ou não, para alcançar o menor resultado possível. O mais medíocre.

'Tirania da excelência'

A busca pelo resultado mais medíocre possível parece ter a ver com um número cada vez maiorx2 pixbetpessoas rejeitando o que é percebido como uma tirania da excelência.

"Às vezes, toda essa retórica sobre eficiência simplesmente é insuportável. Às vezes as pessoas gostamx2 pixbetpoder relaxar", explicou Origgi.

Talvez isso explique a tentação da dolce vita italiana - um estilox2 pixbetvida mais sossegado. Por outro lado, la dolce vita tem um preço - o sacrifíciox2 pixbetpadrõesx2 pixbetqualidade superiores, dizem os pesquisadores.

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Legenda da foto, Às vezes conspiramos,x2 pixbetforma inconsciente ou não, para chegar ao mínimo denominador comum

Origgi e Gambetta citam o exemplox2 pixbetum fabricantex2 pixbetazeite italiano chamado Leonardo Marseglia, que foi acusadox2 pixbetfraude na décadax2 pixbet1990 por vender azeite comum com rótulox2 pixbetextra virgem.

Mesmo na Itália, o azeite extra virgem é caro. Marseglia, que foi absolvido, se justificou dizendo que graças ao seu azeite adulterado, muitas pessoas puderam comprar o produto com o rótulo extra virgem a um preço razoável.

Em entrevista à revista New Yorker, ele acrescentou que,x2 pixbetcasa, usava azeite comum. "Para nós o conceitox2 pixbet'bom' já é o bastante. Queremos ficar na média."

Sinceridade

Krista O'Reilly Davi-Digui, que mora no Canadá com o marido e três filhos, fala com sinceridade sobrex2 pixbetmediocridade.

"Quando falo que sou medíocre, é porque eu sou", diz a autora, que escreve sobre o temax2 pixbetseu blog.

"Adoro aprender, mas não sou a pessoa mais inteligente. Gostox2 pixbetescrever, mas isso não significa que seja a melhor escritora. Sou apenas meio que normal."

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Legenda da foto, Krista Davi-Digui afirma que não se preocupa com o que ela afirma ser a própria mediocridade

Davi-Digui abandonou a faculdade, onde estudava pedagogia, depoisx2 pixbetsofrer com ansiedade e depressão. Hoje ela é nutricionista holística e "educadora para uma vida com alegria".

"As mensagens (que recebemos) são sempre para fazer mais, para ser mais, para sacrificar o sono por causa da produtividade, que maior é melhor, pressa, pressa, pressa... Isso acaba comigo", diz.

"Acho que não é vida, não quero isso e não consigo nem começar a acompanhar (esse ritmo). Tantos querem sair do carrossel e apenas respirar."

Redes sociais

Para alguns, o trabalho duro vai compensar. Mas se isso não acontecer? E se todo aquele trabalho for só um desperdício?

Mark Manson é um blogueiro que escreve sobre desenvolvimento pessoal. Ele recebe milharesx2 pixbete-mails e, recentemente, notou que muitas pessoas pediam conselhos sobre coisas que não podiam ser consideradas problemas.

Essas pessoas estavam preocupadas com o que poderiam alcançar na vida, preocupadas com a possibilidadex2 pixbetnão se destacarem na profissão que escolheram.

"O fato é que elas conquistam os mesmos 99% que todos nós", pondera Manson.

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Legenda da foto, Nem todos podem ser gênios - e daí?

Manson argumenta que o problema é piorado pelas redes sociais: somos constantemente expostos aos melhores momentos das vidas das pessoas e isso faz com que acreditemos que não estamos aproveitando nosso tempo da melhor maneira possível.

"Como objetivo, a mediocridade é uma droga... como resultado, tudo bem", afirma o blogueiro.

A conclusãox2 pixbetManson é parecida com a do estudox2 pixbetGloria Origgi e Diego Gambetta.

Origgi lembra da experiênciax2 pixbetum amigo americano que estava reformando uma casa na Itália. Os pedreiros locais nunca entregavam nada no prazo mas também não esperavam o pagamentox2 pixbetdia, então os dois lados saíam ganhando.

O único problema é que a reforma nunca foi terminada - desfecho provavelmente diferente do esperado pelo amigo americano.

Mas o resultado apontou para o "acordo" subjacente nesse tipox2 pixbetsituação: desistirx2 pixbetatingir padrões mais altos para,x2 pixbettroca, ganhar flexibilidade e uma vida mais fácil e sossegada.

Acima da média

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Legenda da foto, O melhor, o medíocre ou o ruim? O que escolher?

Voltando a Krista O'Reilly Davi-Digui. Ela morax2 pixbetuma cidade pequena,x2 pixbetcercax2 pixbet10 mil habitantes, na provínciax2 pixbetAlberta, no Canadá.

Um lugar bonito, mas não totalmente isolado, com belos lagos que refletem as florestas e o céu azul.

A autora viajou pela África, Europa e outras partes do Canadá. O marido é do oeste da África e ela aprendeu sozinha outro idioma.

Tudo isso pode parecer muito acima da média.

"Dependex2 pixbetcom quem você está me comparando", responde a autora entre risos.

Melhor dizendo: dependex2 pixbetcom quem ela se comparar.