O que é importante na escolinha do seu filho - e o que pode ser prejudicial?:qual melhor app para apostar

Centroqual melhor app para apostarEducação Infantil na zona Sulqual melhor app para apostarSão Paulo

Crédito, Fabio Arantes | Prefeituraqual melhor app para apostarSão Paulo

Legenda da foto, Pré-escola municipalqual melhor app para apostarSão Paulo; especialistas defendem que crianças experimentem diferentes tiposqual melhor app para apostaratividades lúdicas e estímulos

O pesquisador da Faculdadequal melhor app para apostarEconomia e Administração da USPqual melhor app para apostarRibeirão Preto Daniel Santos compilou diversos dados e estudos sobre educação infantil e concluiu que a má qualidadequal melhor app para apostargrande parte da rede brasileira pode prejudicar essas crianças mais adiante, tantoqual melhor app para apostarseu desempenho escolar quanto no desenvolvimento emocional.

Os impactos podem se estender à renda futura dessas crianças e até seu envolvimento com a criminalidade, agrega Alejandra Meraz Velasco, do movimento Todos Pela Educação.

Então, o que é importante observar na escolinha do seu filho, seja pública ou particular? A BBC Brasil listou alguns pontos levantados por especialistas,qual melhor app para apostarnove tópicos:

1. Estímulos e brincadeiras são cruciais para aprender - e ficar à toa é a pior opção

A escolinha é o local para as crianças explorarem e serem estimuladas por diferentes materiais, sons, histórias e fantasias, explica à BBC Brasil Shirley Mariaqual melhor app para apostarOliveira, coordenadora pedagógica do Centroqual melhor app para apostarEducação Infantil Suzana Campos Tauil, pré-escolaqual melhor app para apostarreferência na rede municipalqual melhor app para apostarSão Paulo.

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Crédito, Lilian Borges | Prefeituraqual melhor app para apostarSão Paulo

Legenda da foto, Espaços ao ar livre são muito importantes nas creches, mas podem ser compensados por outros estímulosqual melhor app para apostarambientes internos

E o aprendizado se dá sobretudo pela brincadeira. Atividades individuais e coletivas enriquecerão seu repertórioqual melhor app para apostarsentidos e experiências.

"São as brincadeiras, ações, interações (...) que levam a criança a ter curiosidade sobre temas, práticas e ideias", diz trecho da Base Nacional Comum Curricular, documento do Ministério da Educação que, quando concluído, orientará o currículo escolar do país.

Isso envolve, por exemplo, coletar folhas e galhos no jardim, brincarqual melhor app para apostarroda equal melhor app para apostarjogos, transformar objetos comunsqual melhor app para apostarbrinquedos, ouvir histórias, desenhar e pintar.

O pior para a criança nessa fase é passar o dia à toa: "A escolinha temqual melhor app para apostarter um conjuntoqual melhor app para apostaratividades que sejam intencionalmente provocadorasqual melhor app para apostarestímulo. Creches onde a criança passa o dia dormindo e assistindo TV são um crime, por mais carinhosas que sejam as educadoras", adverte Daniel Santos, da USP-Ribeirão Preto.

E isso, no entanto, ainda ocorre no Brasil, como herança da épocaqual melhor app para apostarque creches eram vistas não como períodoqual melhor app para apostareducação, masqual melhor app para apostarmera assistência social, "quando era suficiente que a criança estivesse alimentada, limpa e sem doenças", agrega Santos.

"Para muitos pobres (sem acesso à pré-escolasqual melhor app para apostarqualidade), a creche piora o desenvolvimento da criança. É um problema bastante agudo num momentoqual melhor app para apostarque fala-se tantoqual melhor app para apostarexpandir esse serviço no Brasil."

2. A criança gostaqual melhor app para apostarir à escola?

Para Santos, "a primeira coisa a observar, independentemente do método (da escola), é se a criança está gostandoqual melhor app para apostarir, se não está se estressando exageradamente - isso é um grande risco à educação infantil".

Por trás disso estão, além das atividades enriquecedoras, professores afetuosos.

"O professor tem que ser uma presença brincante, lúdica, alegre e amorosa", diz Shirley, do CEI Suzana Campos.

Portanto, é bom também que não haja muita rotatividadequal melhor app para apostareducadores, porque eles acabam se tornando referência afetiva para as crianças pequenas.

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Crédito, Lilian Borges | Prefeituraqual melhor app para apostarSão Paulo

Legenda da foto, Com diferentes materiais e atividades, crianças farão mais conexões neurais e se desenvolverão mais

3. Espaço, brinquedos e livros

Os especialistas consultados pela reportagem dizem que o ambiente da pré-escola temqual melhor app para apostarser aconchegante e acessível às crianças. Mas mais importante do que as instalaçõesqual melhor app para apostarsi são os estímulos que elas proporcionam.

Um jardim oferece às crianças a chancequal melhor app para apostarcontato com a natureza, mas a ausência desse espaço pode ser compensadaqual melhor app para apostaroutras formas.

"Você pode construir cenários (dentro da própria escola), trazer histórias e elementos diferentes às crianças, visitar praças ou parques, usar fantoches e tendas", sugere Marciaqual melhor app para apostarCastro Ferreira dos Santos, diretora do CEI Suzana Campos.

Não é preciso ter um montequal melhor app para apostarbrinquedos tradicionais, como bonecas e jogos, já que eles podem ser combinados com os chamados materiais não estruturados: caixas e tecidos, por exemplo.

"Esses materiais dão às crianças um espaçoqual melhor app para apostarcriação muito maior. O pano pode virar capaqual melhor app para apostarsuper-herói, aventalqual melhor app para apostarcozinha, cobertor, cabelo da princesa", conta Shirley.

Livros infantis são cruciais, mas eles sozinhos não promovem a experiência com a literatura. "É o adulto quem faz isso", diz Marcia. "Crianças que entram na escola sem estarem habituadas a ler ignoram os livros e só vão se interessando quando fazemos rodasqual melhor app para apostarhistória e projetosqual melhor app para apostarleitura."

4. Ter um projeto pedagógico

Todos os especialistas consultados pela reportagem concordam que é essencial que escolinhas e creches tenham um projeto pedagógico, ou seja, que haja um motivo por trás das atividades oferecidas às crianças.

As responsáveis pelo CEI Suzana Campos explicam que seus professores planejam quais experiências pretendem proporcionar às crianças a cada semana - linguagens, sons, arte e literatura - e registram diariamente como cada aluno reagiu.

Mas Alejandra, do Todos Pela Educação, faz uma ressalva: "O brincar é o elemento importante e não deve ser abandonado nessa fase. O objetivo não é adiantar o ensino fundamental".

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Legenda da foto, Materiais não estruturados, como panos e caixas, dão mais margem à imaginação do que os brinquedos 'prontos'

5. Preservar a autonomia e a individualidade

É preciso que todas as crianças da mesma turma façam a mesma atividade ao mesmo tempo? Nem sempre, dizem os especialistas.

Projetos e brincadeirasqual melhor app para apostargrupo são importantes, mas também o são os momentosqual melhor app para apostarque as crianças podem escolher entre uma aquarela para pintar ou um livro para ler. O objetivo é dar-lhe liberdade e autonomia.

Outra formaqual melhor app para apostarestimular isso é durante as refeições, por exemplo permitindo que criançasqual melhor app para apostar2 ou 3 anos comecem a tentar se servir. "Há pais que se surpreendemqual melhor app para apostarver que seus filhos conseguem fazer algumas coisas sozinhos", explica Marcia, do CEI Suzana Campos.

Daniel Santos orienta também que se fique atento "à criança que está fora do grupo e buscar entender o porquê (de ela não participar das atividades)".

Além disso, é preciso enxergar as crianças como seres singulares, que vão vivenciar as experiências cada uma a seu modo.

Marcia sugere, por exemplo, que bebês fiquem nos berçários com algum pedaçoqual melhor app para apostarpano que tragamqual melhor app para apostarcasa, cujo cheiro remeta à família. "Eles estão aprendendo outros vínculos além da mãe", explica.

A disponibilidade para atender os pais e incluí-los no projeto pedagógico é outro ponto crucial, diz Shirley.

"Fazemos encontros temáticos com os pais, sobre brincadeiras, o Estatuto da Criança, a importância da leitura - até para eles entenderem que quando o seu filho voltar para casaqual melhor app para apostarbermuda sujaqual melhor app para apostarterra ou tinta será um sinalqual melhor app para apostarque ele brincou, explorou, desenvolveu capacidadequal melhor app para apostarequilíbrio, confiança e força."

Centroqual melhor app para apostarEducação Infantil Suzana Campos,qual melhor app para apostarSão Paulo

Crédito, Lilian Borges | Prefeituraqual melhor app para apostarSão Paulo

Legenda da foto, Por trásqual melhor app para apostartodas as atividades é preciso haver um projeto pedagógico - ou seja, elas não são aleatórias nem visam apenas ocupar o tempo da criança

6. Qualificação e quantidadequal melhor app para apostareducadores

Os educadores precisam por lei ser formadosqual melhor app para apostarpedagogia, mas recomenda-se que tenham também uma formação específica para lidar com essa faixa etária (de zero a seis anos) e vivências práticas.

"É o professor quem vai trazer elementos ao imaginário da criança, com estratégias como jogos, músicas, histórias", explica Marcia.

"Os dados parecem mostrar que a formação prática tem mais efeito do que o diploma (na capacidade do educador nessa fase)", diz Santos.

Quanto à proporção, os parâmetrosqual melhor app para apostarqualidade do Ministério da Educação recomendam que, na faixa etáriaqual melhor app para apostarzero a 2 anos, haja 6 a 8 crianças para cada educador; aos 3 anos, 15 crianças para cada educador; a partirqual melhor app para apostar4 anos, 20 crianças para cada educador.

E turmas menores são melhores para crianças pequenas, diz Beatriz Ferraz. "Turmas grandes causam estresse tóxico", por tornar o ambiente provavelmente caótico.

Crianças e professora lendo um livro na escola

Crédito, Thinkstock

Legenda da foto, Acesso a livros é importante, mas eles só terão função se houver a mediaçãoqual melhor app para apostarum adulto

7. Precisaqual melhor app para apostartecnologia?

Tablets e TVs devem ter espaço na escolinha?

No CEI Suzana Campos, a percepção équal melhor app para apostarque é muito cedo para isso.

"(O uso) nega à criança a possibilidadequal melhor app para apostarviver o tempo da infância. (O tablet) chegará pelo contexto social mais tarde", opina Marcia. "Preferimos usar mídiasqual melhor app para apostarforma diferente: lupa, lanterna, projetor para fazer mímicas e sombras, máquinas fotográficas. Não dá para ficar só no mundo virtual (da tecnologia), porque a criança precisa do mundo real."

Para Daniel Santos, "há pouca evidência conclusiva, mas quando se diz que 'a TV faz mal' é porque traz apenas um estímulo à criança,qual melhor app para apostarvezqual melhor app para apostarvários. E é a variedadequal melhor app para apostarestímulos que importa. Se a tecnologia for bem usada, ok. Se for usada para fazer a criança pararqual melhor app para apostarchorar, não é um bom começo."

Segundo Beatriz Ferraz, experimentos mostram que crianças pequenas aprendem muito pouco com a exposição à TV. "A interação que faz sentido para ela é a humana,qual melhor app para apostarque ela fala, um adulto responde e isso gera mais uma reação. (Mas) podemos pensar na tecnologia como um instrumento (de auxílio) à aprendizagem, com um peso e uma medida muito menor (do que a interação humana)."

Criança brincandoqual melhor app para apostarpré-escola,qual melhor app para apostarfotoqual melhor app para apostararquivo

Crédito, Thinkstock

Legenda da foto, É pelas brincadeiras que as crianças fazem seu aprendizado nessa etapa

8. E a alfabetização?

Uma correntequal melhor app para apostarespecialistas defende que noçõesqual melhor app para apostaralfabetização sejam introduzidas já na educação infantil - algo que não está previsto na versão atual da Base Nacional Curricular, aindaqual melhor app para apostardebate.

Outros defendem que é muito cedo - e lembram que os pais não devem ter expectativaqual melhor app para apostarque o filho saia alfabetizado da escolinha.

No CEI Suzana Campos, "as crianças são expostas a letras, poemas, livros. Mas nunca numa perspectiva preparatória, e sim dando potência para criatividade e a imaginação", diz Shirley. Ela opina que apressar a alfabetização seria "pular uma etapa".

Para Santos, "uma criança curiosa que queira, do seu jeito, brincar com números e letras deve ser incentivada. O que faz mal não é introduzir a alfabetização, mas fazê-loqual melhor app para apostarmodo forçado nessa fase".

Crianças desenhandoqual melhor app para apostarpré-escola

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Legenda da foto, Educação infantil deve ser espaço para convivência e diversidadequal melhor app para apostarexperiências, dizem especialistas

9. Convivência

A escolinha também é um localqual melhor app para apostarconvivência e inclusão: "o foco (da educação infantil) deve ser uma visão pluralqual melhor app para apostarmundo, que respeite as diferenças entre pessoas, contextos e culturas", diz a Base Curricular.

Para Shirley, a escolinha pode inclusive contribuir no combate ao preconceito e à desigualdadequal melhor app para apostargênero.

"Aqui na escola, meninos e meninas usam todos os brinquedos - bonecas, vestidos, panos. E nessa relaçãoqual melhor app para apostargênero já vemos eles assumindo papéis que historicamente não assumiam. 'Cuida do nosso filho que eu vou trabalhar', disse uma meninaqual melhor app para apostartrês anos (enquanto brincavaqual melhor app para apostarboneca com o colega)."

A convivência pode se enriquecer também com crianças deficientes físicas ou autistas, por exemplo.

"O que estáqual melhor app para apostarevidência (na educação infantil) équal melhor app para apostarcondiçãoqual melhor app para apostarcriança e o que ela tem como potência, e nãoqual melhor app para apostardeficiência", prossegue Shirley. "Ela vive as mesmas experiências que as demais, tem interesses e necessidades. E assim ela vai superandoqual melhor app para apostarcondiçãoqual melhor app para apostardeficiente, porque vive num espaço onde há igualdade."