O país nórdico onde crianças pequenas são ensinadas a manusear facasboné pokerstarsplena floresta:boné pokerstars

Maisboné pokerstarsduas décadas depois do primeiro contato, Jane hoje advoca pela disseminação do modelo e faz treinamentosboné pokerstarsdiversos países, como Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Portugal.

"Vindaboné pokerstarsuma culturaboné pokerstarssuperproteção eboné pokerstarsconstante preocupaçãoboné pokerstarsque as crianças corram riscos, aquilo parecia assustador", explica Jane à BBC Brasil. "É uma surpresa perceber o quão confiantes e competentes as crianças são ao ar livre."

Desde os anos 1950

O modelo surgiu na décadaboné pokerstars1950boné pokerstarsCopenhague, capital da Dinamarca. Hoje há escolas do tipoboné pokerstarstodo o país.

Não há estatísticas oficiais nacionais. Mas só a capital abrigaboné pokerstarsseus arredores 91 delas,boné pokerstarsum totalboné pokerstars3.975 instituições. São cercaboné pokerstars4 mil alunos, num universoboné pokerstars20 mil, segundo dados da prefeitura.

Nos jardinsboné pokerstarsinfância florestais, as crianças brincam, exploram a área verde, observam insetos, cuidamboné pokerstarsanimais como coelhos, constroem estruturasboné pokerstarsmadeira, cantam, escutam histórias, dormemboné pokerstarscabanas abertas e cozinham sobre fogueiras, alémboné pokerstarsaprenderem sobre matemática, biologia e outras disciplinas com a ajudaboné pokerstarsobjetos naturais ou observação do ambiente.

As estruturas das escolas podem variar. Há aquelas que funcionam exclusivamente dentroboné pokerstarsflorestas, as que levam as criançasboné pokerstarsônibus para passarem dia na natureza e as que dividem suas atividades entre dentro e foraboné pokerstarssala, embora com foco na atividade ao ar livre. Costumam funcionarboné pokerstars7h às 17h, com turmas entre 10 e 20 crianças, supervisionadas por entre dois e quatro pedagogos.

"(Os jardinsboné pokerstarsinfância florestais) reafirmam a importância da brincadeira como formaboné pokerstarsaprendizado, engajam a criança no contato com a natureza, despertam empatia, inclusiveboné pokerstarsanimais, desenvolvem habilidades motoras e sociais. Quando adultas, elas serão capazesboné pokerstarsgerenciar situaçõesboné pokerstarsinsegurança e desafiadoras com mais facilidade", afirma Iben Dissing Sandahl, professora e psicoterapeuta não ligada a nenhuma escola ou instituição, autora do livro The Danish Way of Parenting (A maneira dinamarquesaboné pokerstarseducar,boné pokerstarstradução livre), que será lançado no Brasil.

"Ao proteger a criançaboné pokerstarstodos os riscos e acidentes naturais, não as permitindo usar a imaginação e ter contato com a natureza, corremos o riscoboné pokerstarster crianças paralisadas e assustadas", agrega Iben. "A criança não será forçada a subir árvores antes que esteja pronta, e tampouco usará uma faca sem orientação. Elas serão ensinadas e aprenderão fazendo".

Temaboné pokerstarsfilme

Daniel e Aimie Stilling são um casalboné pokerstarscineastas dinamarqueses e hoje vivemboné pokerstarsOrlando, nos Estados Unidos.

Há três anos, eles decidiram passar alguns meses na Dinamarca e, na ocasião,boné pokerstarsfilha Bella, na época com 4 anos, frequentou um jardimboné pokerstarsinfância florestal.

Ambos admitem terem ficado inseguros,boné pokerstarsinício, com as atividades. Mas a partir da experiência que consideraram positiva, surgiu a ideiaboné pokerstarsum documentário sobre o tema, que acababoné pokerstarsser lançado e deverá ser exibidoboné pokerstarsTVsboné pokerstarsdiferentes países.

Com Daniel na direção e Aimie na produção, o filme Nature Play mostra o dia a dia e a metodologia por trás dessas escolas. É ainda um contraponto crítico ao sistemaboné pokerstarsensino americano, que dá ênfase à aplicaçãoboné pokerstarstestes padronizados, um modelo que vem sendo questionado por educadores e pais.

"As crianças aqui nos Estados Unidos não conseguem brincar porque passam horas fazendo liçõesboné pokerstarscasa e estudando para provas", critica Daniel Stilling, que ao voltar aos EUA decidiu manter o "espírito", como descreve, da educação que Belle recebeu no jardim florestal.

"Ela é com certeza menos estressada que seus colegas, está sempre sorrindo, cantarolando, tem um ótimo controle físico e capacidadeboné pokerstarsreter informações", exemplifica Daniel, que durante a entrevista mostra com a câmera do computador o quintalboné pokerstarssua casa, todo equipado com jogos e equipamentos infantis. "Passamos boa parte do tempo aqui fora ou no bosque pertoboné pokerstarscasa."

'Motivador'

Se por um lado o sistema provoca reaçõesboné pokerstarssurpresaboné pokerstarsmuitos, por outro é valorizado no país.

"O que chamamosboné pokerstarsescolas ao ar livre é uma ótima maneiraboné pokerstarsaprender vários temas diferentes eboné pokerstarsbrincar durante o aprendizado, então é muito motivador", defende,boné pokerstarsentrevista ao documentário, a então ministra da Educação da Dinamarca, Christine Antorini, que ocupou o cargoboné pokerstarsde 2011 a 2015.

Jardinsboné pokerstarsinfância florestais seguem o mesmo enquadramento jurídico que os tradicionais e têm que apresentar um planoboné pokerstarscomo garantirão que as crianças sejam estimuladas a determinadas habilidades, como linguagem, desenvolvimento motor, etc.

Prefeitura e conselhos locais são responsáveis pelo financiamento e pela fiscalizaçãoboné pokerstarsque as instituições cumpram as normas. De acordo com a prefeituraboné pokerstarsCopenhague, há inspeções anuais.

Um terço dos custos é pago pelos pais, e o restante, pelo conselho local. Os valores são os mesmosboné pokerstarsum jardimboné pokerstarsinfância tradicional. No caso da capital, variaboné pokerstars1,5 mil a 3,5 mil coroas dinamarquesas (cercaboné pokerstarsR$ 790 e R$ 1.800), dependendo da opção por horário parcial ou integral, alémboné pokerstarsinclusão ou não da alimentação.

Na Dinamarca, famílias com crianças pequenas ainda têm direito a um auxílio financeiro extra do governo, que pode ser usado para abater o custo da escola.