Câncer: as diferenças entre tratamentos no SUS e na rede privada:sites apostas futebol

Legenda do áudio, 'Não existe câncer público e câncer privado. Por que o tratamento é tão diferente no SUS?'

Lima, por outro lado, demorou quase um mês para buscar o pronto-socorro desde o início dos sintomas que experimentou, como o aparecimentosites apostas futebolmanchas na pele e um emagrecimento rápido.

Quando finalmente marcou uma consulta, a moradorasites apostas futebolDiadema, na Grande São Paulo, passou por três unidadessites apostas futebolsaúde diferentes antessites apostas futebolsaber qual era a verdadeira origem daqueles incômodos.

"A investigação médica começousites apostas futeboldezembrosites apostas futebol2012 e só fui iniciar o tratamentosites apostas futebolabrilsites apostas futebol2013. Foram quatro mesessites apostas futebolespera", lembra.

Mas qual a diferença fundamental entre os dois? Brasileiro tem convênio médico e realiza todo o acompanhamentosites apostas futebolclínicas e hospitais privados. Lima não possui esse tiposites apostas futebolseguro e depende do Sistema Únicosites apostas futebolSaúde (SUS) para lidar com a enfermidade.

Além da demora para ter o primeiro acesso aos fármacos, Lima aponta a dificuldadesites apostas futebolrecebê-los todo mês — o tratamento da leucemia mieloide crônica costuma ser feito com um entre três quimioterápicos disponíveis (imatinibe, dasatinibe e nilotinibe), administrados por meio da ingestão diáriasites apostas futebolcomprimidos.

"Com o passar do tempo, você cria laços com outros pacientes. Recentemente, me contaram que os remédios estavam faltando na Bahia, no Riosites apostas futebolJaneiro,sites apostas futebolMinas Gerais, no Pará, no Rio Grande do Norte…", lista.

"Só no ano passado, eu mesma fiquei sem receber a dose certasites apostas futeboljulho, agosto, setembro, outubro e dezembro", complementa.

Lima afirma não ter condiçõessites apostas futebolcustear o tratamento, cujo preço varia entre R$ 12 mil e R$ 18 mil por mês. "Uma vez ou outra, até dá pra se virar e pedir ajuda financeira para alguém próximo", diz.

"Mas, às vezes, precisamos recorrer aos familiaressites apostas futebolum paciente que acabousites apostas futebolmorrer para que eles doem a medicação que sobrou."

Brasileiro, que coordena grupossites apostas futebolpacientes na Associação Brasileirasites apostas futebolLinfoma e Leucemia (Abrale), também afirma lidar com relatos do tipo com mais frequência do que gostaria.

"Não existe câncer público e câncer privado. Por que o tratamento é tão diferente no SUS?", questiona.

Imbróglio profundo

Crédito, Agência Brasil

Legenda da foto, Desafios na gestão do câncer na rede pública demandam mudanças estruturais, apontam especialistas

Histórias como asites apostas futebolBrasileiro e Lima são um retrato do que acontece todos os dias com pessoas diagnosticadas com câncer, a segunda principal causasites apostas futebolmorte no país, atrás apenas das doenças cardiovasculares.

Segundo alguns pesquisadores ouvidos pela BBC News Brasil, é possível observar um enorme descompasso entre o que existesites apostas futebolmais moderno e eficiente para tratar os tumores e aquilo que é oferecidosites apostas futebolfato nas unidadessites apostas futeboloncologia.

"Existe um abismo. Essa é uma das expressões mais concretas das desigualdadessites apostas futebolsaúde no Brasil", constata a médica Lígia Bahia, professora da Universidade Federal do Riosites apostas futebolJaneiro (UFRJ).

Esse "buraco", aliás, se ampliou ainda mais na última década. Nesse período, foram lançadas drogas que revolucionaram o setor e são capazessites apostas futebolaumentar a sobrevida ou até curar os pacientes. No entanto, elas são muito caras — não raro, custam uma pequena fortuna por mês.

"Para ter ideia, maissites apostas futebol95% dos medicamentos oncológicos aprovados para uso no país nos últimos dez anos não estão disponíveis no SUS", calcula o oncologista Fernando Maluf, fundador do Instituto Vencer o Câncer.

Como medicamento chega ao paciente

Para entender direitinho esse assunto, porém, é preciso dar um passo para trás e explicar como uma nova medicação chega (ou deveria chegar) a quem mais precisa dela.

Vamos supor que o medicamento X apresentou ótimos resultados contra o câncersites apostas futebolmama.

A farmacêutica responsável por aquela molécula precisa entrar com um pedidosites apostas futebolaprovação na Agência Nacionalsites apostas futebolVigilância Sanitária, a Anvisa.

Os técnicos da instituição avaliam o dossiêsites apostas futebolevidências e tomam uma decisão. Se os dados forem suficientemente bons, o remédio está liberado para venda e prescrição no Brasil.

"Esse 'ok' da Anvisa significa que o fármaco está autorizado para ser vendido no país, mas ele não precisa ser necessariamente coberto pelos planossites apostas futebolsaúde ou disponibilizado no SUS", diferencia a psicóloga Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia.

Essa incorporação pelos sistemas público ou privado só acontece após uma nova rodadasites apostas futebolanálises. Só que aqui o processo se bifurcasites apostas futebolduas instâncias diferentes, ambas vinculadas ao Ministério da Saúde.

Quem é responsável por determinar se o novo tratamento deve fazer parte dos pacotessites apostas futebolserviços obrigatórios dos convênios é a Agência Nacionalsites apostas futebolSaúde Suplementar, a ANS.

Agora, quem bate o martelo sobre a adoção daquilo no SUS é a Comissão Nacionalsites apostas futebolIncorporaçãosites apostas futebolTecnologias no Sistema Únicosites apostas futebolSaúde, a Conitec.

E aqui as diferenças começam a ficar mais aparentes: por uma sériesites apostas futebolrazões, muitas coisas aprovadas pela ANS não recebem o sinal verde da Conitec.

"Como que existem possibilidadessites apostas futeboltratamento tão diferentes dentrosites apostas futebolum mesmo país? Esse é um exemplosites apostas futebolcomo as desigualdades do nosso sistemasites apostas futebolsaúde estão naturalizadas", observa Bahia.

Pra piorar, nem tudo que ganha uma sinalização positiva da Conitec chega efetivamente aos pacientes que poderiam se beneficiar com aquilo.

"Pela lei, a nova opção terapêutica aprovada pela comissão deveria estar à disposição dos pacientessites apostas futebol180 dias. Mas não é isso que acontece", denuncia Holtz.

A históriasites apostas futebolum remédio

Para ilustrar esse descompasso entre a decisão técnica e a prática clínica, o oncogeneticista Bruno Filardi, colaborador do Serviçosites apostas futebolGenética do Hospital das Clínicas da Faculdadesites apostas futebolMedicinasites apostas futebolRibeirão Preto, no interior paulista, cita como exemplo um medicamento chamado gefitinibe.

Após passar por todo o processo burocrático citado nos parágrafos anteriores, esse fármaco recebeu no finalsites apostas futebol2013 a aprovação da Conitec como tratamento principal para um tiposites apostas futebolcâncersites apostas futebolpulmãosites apostas futebolestágio mais avançado ou metastático (quando a doença se espalhou para outros órgãos),sites apostas futebolque ocorre uma mutação genética chamada EGFR.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Remédio para câncersites apostas futebolpulmão é exemplosites apostas futeboltratamentos que são incorporados, mas não chegamsites apostas futebolverdade aos pacientes

"Os estudos mostraram que o paciente que faz esse tratamento tem um benefício enormesites apostas futeboltermossites apostas futebolsobrevida", resume o médico.

"Além disso, as análisessites apostas futebolfarmacoeconomia mostraram que oferecer comprimidossites apostas futebolgefitinibe sairia mais barato na comparação com o tratamento anterior, feito a partir da quimioterapia injetável", completa.

Mas aí vem o problema: o valor mensal por paciente pago pelo SUS para os hospitais que tratam esse câncersites apostas futebolpulmão não foi alterado até hoje.

Na prática, as instituições recebem R$ 1.100,00 por mês por paciente. Mas o custo mensal do gefitinibe está na casa dos R$ 4 mil.

Ou seja: a conta simplesmente não fecha.

Com isso, muitos hospitais optam por continuar a oferecer o tratamento antigo (a quimioterapia), já que ele se encaixa no orçamento, mesmo que seja menos efetivo, leve a uma expectativasites apostas futebolvida menor e, no final das contas, custe mais para todo o sistema.

Isso porque o paciente que faz a químio geralmente tem mais recaídas, precisasites apostas futebolinternação, cuidados com os efeitos colaterais... E todos esses procedimentos extras acabam saindo mais caro no final das contas.Ou seja: a quimioterapia sozinha pode até sair mais barata na comparação com o gefitinibe. Mas , alémsites apostas futebolum efeito pior, ela acarretasites apostas futeboltantas outras coisas que acaba custando mais no finalsites apostas futeboltodo o processo.

Vale mencionar que essa diferençasites apostas futebolvalores entre o que a tabela do SUS estipula e o preço real do tratamento acontecesites apostas futebolvários outros tumores.

O médico Denizar Vianna, professor titular da Faculdadesites apostas futebolMedicina da Universidade do Estado do Riosites apostas futebolJaneiro (Uerj), diz que essas diferenças têm a ver com a forma como a rede públicasites apostas futebolsaúde é financiada e dependesites apostas futebolaportes do Governo Federal, dos Estados e dos municípios.

"A União estipula um valor que será pago por paciente e entende que Estados e municípios devem inteirar o restante", contextualiza o especialista, que também foi secretário do Ministério da Saúde e ajudou na elaboração do planosites apostas futebolgovernosites apostas futebolCiro Gomes (PDT) e fez sugestões à chapa Lula/Alckmin (PT/PSB).

"Mas isso gera uma iniquidade muito grande, já que alguns Estados, como São Paulo, têm muito recurso e conseguem fazer esse complemento, o que permite o acesso aos tratamentos mais modernos nesses lugares. Enquanto isso, outros não possuem essa mesma capacidade", compara.

'Meu SUS é diferente do seu'

Holtz também chama a atenção para faltasites apostas futebolpadronização nos protocolossites apostas futeboltratamento contra o câncer na rede pública.

Esse, aliás, foi temasites apostas futeboluma pesquisa que ela publicousites apostas futebol2017,sites apostas futebolparceria com outros colegas.

Intituladosites apostas futebol"Meu SUS é diferente do seu SUS", o projeto analisou como é o tratamento contra os quatro tipossites apostas futebolcâncer mais incidentes na população brasileira: os tumoressites apostas futebolpulmão, mama, próstata e colorretal.

Foram comparados 52 centros oncológicos. Desses, 18 sequer tinham protocolos terapêuticos para essas doenças.

Entre aqueles que possuíam alguma diretriz, 16 unidades ofereciam um tratamento contra o câncersites apostas futebolpulmão inferior ao sugerido pelo próprio Ministério da Saúde. O mesmo cenário se repetiusites apostas futeboloito centros que lidavam com tumoressites apostas futebolmama.

Vale citar que também foram observados centros que possuíam um padrão terapêutico superior ao preconizado pelo Governo Federal.

Essa heterogeneidade foi vista como um grande empecilho pelos pesquisadores.

"A equidade é um dos princípios do SUS, mas o que vemos na prática é que cada centro faz aquilo que bem entende", critica a psicóloga.

"Muitas vezes, é o CEP [Códigosites apostas futebolEndereçamento Postal] dasites apostas futebolcasa que vai definir se você vai ter acesso ao melhor tratamento contra o câncer ou não", resume.

Em outras palavras, se você tiver a sortesites apostas futebolser encaminhado para um centrosites apostas futebolreferência — como o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e o Instituto do Câncer do Estadosites apostas futebolSão Paulo (Icesp) — pode conseguir acesso a tratamentos mais modernos, enquanto outros brasileiros não terão a mesma oportunidade.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Acesso aos tratamentos oncológicos varia dentro do próprio SUS — algumas unidades têm remédios mais modernos, enquanto outras oferecem opções ultrapassadas

'Não podemos assumir que o Brasil funciona na média'

Para o médico Nelson Teich, que foi ministro da Saúde entre abril e maiosites apostas futebol2020, no governosites apostas futebolJair Bolsonaro (PL), é muito complicado comparar o que acontece com os pacientes com câncer que dependem da saúde pública ou privada no Brasil atualmente.

E isso tem a ver com a faltasites apostas futebolindicadores que ajudem a entender a real situação do país — ou, preferencialmente, das macrorregiõessites apostas futebolque o planejamento da saúde deveria ser feito.

"Nós não temos no momento dadossites apostas futebolqualidade para fazer esse tiposites apostas futebolavaliação", constata.

"O Brasil é continental, tem 117 macrorregiões e 5.568 municípios. Falta ao país um grande programasites apostas futebolinformaçõessites apostas futebolsaúde", avalia.

Para Teich, esses indicadores sobre o câncer precisam ser divididossites apostas futebolquatro grandes blocos: primeiro, a expectativasites apostas futebolnovos casossites apostas futebolcada tumor por ano; segundo, a infra-estrutura necessária para diagnosticar e tratar essa estimativasites apostas futebolpacientes; terceiro, os resultadossites apostas futeboldesempenho desses serviços; quarto, o financiamento, ou como toda essa estrutura será custeada.

Ainda segundo o especialista, essas análises precisam ser regionalizadas.

"Não podemos assumir que o Brasil funciona na média. Será preciso ter indicadoressites apostas futebolcada macrorregião e compará-los com lugares próximos, respeitando a cultura e a economia local", propõe.

Os planossites apostas futebolsaúde também têm falhas

Embora o acesso a certos tratamentos seja relativamente mais fácil para quem tem planosites apostas futebolsaúde, isso não quer dizer que todos os convênios são perfeitos e oferecem tudo para os beneficiários, apontam os especialistas.

"O acesso aos tratamentos mais modernos não é igual para todo mundo que tem planosites apostas futebolsaúde. Há muitos casossites apostas futebolque apenas os seguros mais caros oferecem essas opções", destaca Bahia.

Vianna entende que a principal barreira do sistemasites apostas futebolsaúde privado está na fragmentação dos serviços.

"No SUS, há uma organização determinada,sites apostas futebolque a base é a atenção primária. Daí, o paciente só alcança as unidadessites apostas futebolatendimentosites apostas futebolmédia e alta complexidade se tiver um encaminhamento para isso", explica ele.

"Já na rede privada, o acesso aos especialistas é excessivo. A pessoa consegue rapidamente consultar médicos especialistas, sem passar por um clínico geral antes."

"Isso também não é bom, porque deixa o sistema todo fragmentado. O indivíduo vai num lugar fazer exame,sites apostas futeboloutra clínica para receber o remédio, num terceiro lugar para a consulta… Com isso, não existe um alinhamento e uma padronização dos cuidadossites apostas futebolsaúde", aponta.

A BBC News Brasil procurou o Ministério da Saúde e pediu um posicionamento a respeito dos pontos que foram apresentados pelos especialistas. Nenhuma resposta foi enviada até a publicação desta reportagem.

Como desatar esse nó?

Logicamente, um problema tão complexo como esse dependesites apostas futeboluma enorme mudança nas políticas públicas e na forma como o câncer é encarado no país.

Os entrevistados pela BBC News Brasil levantaram uma sériesites apostas futebolsugestões que podem encurtar as desigualdades na oncologia.

Bahia acredita que o primeiro passo está justamentesites apostas futebolreconhecer a existência do problema.

"Precisamos saber que essas coisas acontecem e nos indignar com isso. Não é normal que falte tratamento para algumas pessoas", diz.

Maluf destaca que o Instituto Vencer o Câncer elaborou uma sériesites apostas futebolpropostas para os candidatos que participaram das eleiçõessites apostas futebol2022.

"Sugerimos, por exemplo, o aumentosites apostas futebolimpostos sobre alimentos e bebidas que claramente fazem mal à saúde, a criaçãosites apostas futebolum fundo nacional contra o câncer, a revisão das tabelassites apostas futebolvalores do SUS e dos protocolossites apostas futeboltratamento oncológico no país", lista.

"Não podemos esquecer da prevenção, até mesmo por meio das vacinas. Os imunizantes contra a hepatite B e o HPV, por exemplo, diminuem drasticamente o riscosites apostas futeboltumores no fígado e no útero, respectivamente", acrescenta.

Para Filardi, é preciso descentralizar os serviçossites apostas futeboloncologia no país. "Temos várias clínicas que poderiam atender o SUS e resolver muitos problemas localmente."

O oncogeneticista também acredita que o Brasil deveria ter um programasites apostas futebolincentivo à produçãosites apostas futebolbiossimilares, medicamentos biológicos parecidos aos anticorpos monoclonais "originais" usados contra alguns tumores.

"É relativamente fácil fazer isso e baratear o preço dos fármacos", detalha.

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Legenda da foto, Fazer examessites apostas futebolrastreamento, como a mamografia, e detectar casossites apostas futebolcâncer no início são maneirassites apostas futebollidar com a questão

Holtz entende que seria necessário discutir um orçamento público específico para a oncologia e incentivar a realizaçãosites apostas futebolpesquisas clínicas no país, aquelas que testam novos medicamentos.

"Também precisamos estabelecer uma 'cesta básica padrão', ou um tratamento mínimo contra os cânceres que seja decente, efetivo e igual para todo mundo", conclui.

Vianna indica que centralizar no Ministério da Saúde a negociação para obter insumos e medicamentos pode ser vantajoso.

"O ministério tem um grande podersites apostas futebolcompra, o que naturalmente representa uma vantagem na horasites apostas futebolnegociar os preços", aponta.

"Essa compra centralizada já acontece para algumas drogas específicas, mas pode ser ampliada", crê.

Teich entende que, antessites apostas futebolpensarsites apostas futebolpropostas específicas, é preciso organizar o setor — o que envolve necessariamente a criaçãosites apostas futeboltodo um sistemasites apostas futebolinformações que não existe hojesites apostas futeboldia.

"Além disso, o grande movimento do Brasil para lidar com o câncer tem que envolver o diagnóstico precoce", propõe o ex-ministro.

A lógica é simples: quanto mais cedo o caso é detectado, maiores a chancessites apostas futeboltratá-lo e até curá-lo facilmente, sem a necessidadesites apostas futeboltratamentos complexos e custosos.

"Ao diagnosticar a doença num estágio mais avançado, você invariavelmente precisasites apostas futebolmedicamentos novos, que trazem um melhor resultado, mas são muito mais caros", raciocina.

Por fim, muitas das ideias para trazer mais saúde e qualidadesites apostas futebolvida para quem tem câncer podem vir dos próprios pacientes, como aqueles que foram citados no início desta reportagem.

Brasileiro acredita que não há solução longe da saúde pública. "Hoje o único caminho é trabalhar, lutar, debater e defender o SUS."

"Só vamos melhorar quando o paciente virar o centro das atenções e dos cuidados", acredita.

Já Lima deseja não precisar mais sofrer com a incertezasites apostas futebolreceber ou não o tratamento que a mantém viva.

"Eu nunca deixaria acabar as medicações. Ficar sem remédio é praticamente uma sentençasites apostas futebolmorte para nós", finaliza.

- Este texto foi publicadosites apostas futebolhttp://bbc.co.ukhttp://vesser.net/brasil-63411668

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