Pesquisas eleitorais: como funcionam e por que nem sempre acertam resultado final:
1) A importância da amostra
Ao contrário do que o senso comum pode sugerir, pesquisas eleitorais não servem para prever o resultado da eleição. O objetivo dessas pesquisas é apenas medir a intençãovoto no momentoque são feitas as entrevistas. Como o eleitor pode mudarideia até a horaentrar na cabinevotação, nada garante que uma pesquisa feita meses, semanas, ou mesmo dias antes, terá o mesmo resultado que o computado pela Justiça Eleitoral.
Mas como pesquisas que entrevistam algumas centenas ou milharespessoas podem ser bons termômetrocomo os eleitores estão pensandovotar?
Esse conjuntopessoas entrevistadas é chamadoamostra. Para que esse grupo represente bem todo o universoeleitores é preciso que ele reproduza a composição e a distribuição do eleitorado.
No caso do Brasil, a população é bastante heterogênea. Há diferenças, por exemplo, entre o perfil dos brasileiros que moram no Sul, no Nordeste ououtras regiões do país. Há também diferenças entre os que são católicos, evangélicos, ateus ou seguem outras religiões, ou mesmo entre homens e mulheres, jovens e idosos, e também entre os que têm maior ou menor renda.
Dessa forma, para que uma mostra, por exemplo,duas mil pessoas entrevistadas meça bem a intençãovoto dos eleitores é preciso quecomposição reflita essa heterogeneidade.
Por meiodados oficiais, sabemos que mulheres são 53% dos eleitores e homens, 47%. Uma pesquisa precisa, portanto, não pode entrevistar 55%homens e 45%mulheres. É necessário seguir a distribuiçãogênero da população brasileira naamostra.
No mesmo sentido, esse levantamento vai entrevistar muito mais pessoas no Sudeste do que nas outras regiões, porque ali se encontra a maior fatia do eleitorado brasileiro. Mas não basta que o instituto entreviste uma quantidade maior qualquer nesta região. A pesquisa do Instituto Datafolhajunho, por exemplo, informa que 43% das suas entrevistas foram feitas no Sudeste e, segundo o TSE, 42,6% dos eleitores aptos a votar vivem lá. Ou seja, a composição da amostra segue a composição do eleitorado.
Essa mesma lógica serve para determinar a proporçãojovens, adultos e idosos entrevistados, ou quantos brancos, pardos ou pretos serão ouvidos, etc.
O estatístico Neale Ahmed El-Dash, que estudou métodospesquisa durante seu doutorado na USP e é fundador da empresa Polling Data, usa a seguinte metáfora para explicar como a amostra funciona.
"Um risoto tem vários ingredientes diferentes: sei lá, você botou gorgonzola, cebola, tem o próprio arroz, tem sal, algum outro tempero. Então, se você simplesmente colocou tudo ali na panela, uma coisacima da outra (sem misturar), ao pegar uma colherzinhaqualquer lugar, você não vai conseguir sentir o sabor real daquele prato. Agora, se você misturou bem misturadinho, na hora que você pegar uma colherqualquer lugar, vai estar com o sabor do risoto gostoso", exemplifica.
"Então, se você consegue misturar direitinho toda a população e pegar uma colherada, você vai ter uma amostra que representa bem (todos os eleitores)", compara.
Pesquisas sérias sempre informam o perfil da amostra. É possível checar essa composição no site do TSE, no qual os institutos precisam registrar o questionário que será aplicado antesir a campo.
Margemerro
Agora, mesmo que a amostra esteja bem "misturadinha", como explicou El-Dash, não é possível garantir que o seu resultado é um retrato exato da intençãovoto dos brasileiros.
Na verdade, se forem retiradas diferentes amostrasum mesmo universo, ainda que com as mesmas composições sócio-demográficas, seus resultados podem variar.
É por isso que toda pesquisa possui uma margemerro e um nívelconfiança (entenda melhor abaixo) que indicam qual o nívelprecisão do resultado da pesquisa.
Segundo El-Dash, quanto maior a amostra, maiorprecisão para medir a opinião da população pesquisada (no caso das pesquisas eleitorais, o totaleleitores). Isso significa que levantamentos com amostras maiores têm margemerro menor. No entanto, a partirum determinado númeroentrevistas, esse ganhoprecisão, medido por uma fórmula matemática, já fica menos relevante.
"Uma amostramaisdois mil entrevistados, por exemplo, geralmente já não tem um custo benefício que vale a pena porque é caro fazer uma amostra maior e o ganhoprecisão é pequeno", diz ele.
A pesquisa feitajunho pela Quaest Pesquisa e Consultoria, por exemplo, informa que fez 2 mil entrevistas presenciais e tem margemerrodois pontos percentuais. O resultado do levantamento indicou queum eventual segundo turno entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o petista venceria com apoio54% dos eleitores, enquanto seu adversário teria 32%.
Isso significa que a intençãovotoLulaum segundo turno contra Bolsonaro, medida naquela pesquisa, estava entre 52% e 56%, enquanto a do atual presidente ficava entre 30% e 34%.
Já o nívelconfiança dessa pesquisa Quaest era 95%, que é o percentual mais comum usadopesquisas eleitorais. Isso significa que, se essa pesquisa Qauest fosse aplicada 100 vezes, entrevistando outras pessoas com mesmo perfil da amostra inicial, ela conteria o valor real da intençãovoto dos candidatos, dentro da margemerrodois pontos percentuais,95 dos casos.
Como explica El-Dash, cada uma dessas cem pesquisas teriam intervalosintençãovotos um pouco diferentes. Vamos supor que,uma delas, Lula aparecesse com 53%intençãovoto,vez54%, como no primeiro levantamento. Nesse caso, seu intervalointençãovotos seria51% a 55%, considerando a margemerrodois pontos percentuais.
O que o nívelconfiança nos diz é a frequência com que a intençãovotos realdeterminado candidato aparece dentro desses vários intervalos medidos:95% das vezes, no caso dessa pesquisa Quaest.
"A ideia é que, usando essa estratégia e criando esse intervalo que é específico para cada pesquisa, 95% das pesquisas conteriam o valor real da intençãovoto no Lula", exemplifica o estatístico.
"Então, essa teoria matemática não te diz que a pesquisa vai acertar toda vez que ela é feita, mas ela te diz,média, quanto que ela vai acertar. Isso é a tal famosa combinação da margemerro com a confiança", resume El-Dash.
O nívelconfiança mais comum usado por institutospesquisa é95%. Para usar um nível maior,99% por exemplo, sem aumentar a margemerro, seria preciso ampliar o tamanho da amostra.
2) Cuidados na realização das entrevistas
A elaboração adequada da amostra é apenas uma das etapas para garantir que a pesquisa seja um bom termômetro da intençãovoto da população. É preciso também seguir uma sérieparâmetros na aplicação do questionário e, depois, no processamento das entrevistas.
Após a definição do perfil da amostra, as pessoas entrevistas são selecionadas aleatoriamente, justamente para evitar viés para algum candidato. Por isso, os locaisaplicação dos questionários são definidos por sorteio.
Nas pesquisas presenciais, normalmente se utiliza o método"Probabilidade Proporcional ao Tamanho" para sortear as cidades onde são feitas as entrevistas, explica Márcia Cavallari, diretora do Ipec (InteligênciaPesquisa e Consultoria Estratégica), instituto fundado por parte da equipe que atuava no antigo IBOPE.
Nesse método, cidades mais populosas têm maior probabilidadeserem sorteadas. Caso isso não fosse feito, as cidades menores, por serem mais numerosas, seriam mais frequentemente selecionadas para as entrevistas, deixandofora da amostra uma parcela relevante do eleitorado dos grandes centros urbanos.
"O processosorteio é probabilístico e levaconta o númeroeleitorescada município. É um processo aleatórioseleção atravésum método estatístico. Antesfazermos a seleção dos municípios, asseguramos que os estratos da amostra entrem com o pesoseus eleitores, ou seja, cada região do país e cada Estado entram com os seus respectivos pesos na amostra", detalha Cavallari.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, tem usadoforma distorcida as escolhas das cidades para acusar os institutospesquisamanipularem os levantamentos eleitorais. É o que ele fez, por exemplo, no vídeo "Saiba como certas pesquisas mentem!", publicadoseu canal no YouTube no finaljunho.
Nessa gravação, ele faz duros ataques à Quaest, que realiza mensalmente pesquisasintençãovoto para o pleito presidencialoutubro, encomendadas pela corretora Genial Investimentos.
O deputado analisa no vídeo as entrevistas feitas na pesquisaabril no Maranhão. Segundo a lista informada ao TSE, o levantamento ouviu eleitorescinco municípios do Estado: Alcântara, Alto Alegre do Maranhão, São Francisco do Brejão, São Luís e São Luís Gonzaga do Maranhão.
Eduardo Bolsonaro, então, reclama no vídeo do fatotodas as cidades selecionadas terem votado majoritariamenteFernando Haddad (PT) no segundo turno2018, candidato que foi derrotado por Bolsonaro.
"Nenhuma pessoa foi entrevistadaImperatriz, que é a segunda maior cidade do Estado e uma das três do Maranhão que o Bolsonaro ganhou no segundo turno2018. E olha que no Maranhão tem 217 municípios. Mas será por que? Será coincidência?", questiona o filho do presidente.
Procurado pela BBC News Brasil, o diretor da Quaest Pesquisa e Consultoria, Felipe Nunes, refuta as acusações do deputado. Ele explica que todas as cidades onde ocorrem as entrevistas são definidas por sorteio, assim como os locais dentro das cidades onde as pessoas são abordadas pelos pesquisadores.
Como o Maranhão votoupesoHaddad, a probabilidade maior éas cidades sorteadas terem votado mais no petista do queBolsonaro. A BBC News Brasil checou as cidadesSanta Catarina, Estado que deu larga vitória2018 ao atual presidente, e encontrou o oposto do que ocorreu no Maranhão: todos os municípios visitados pela Quaestabril eram cidadesque Bolsonaro venceu Haddad.
Eduardo Bolsonaro não cita essa informação no seu vídeo.
Para responder às críticas do deputado, a Quaest enviou à reportagem uma tabela com todas as cidades visitadas na pesquisaabril, acompanhadas do percentualvotos válidos que Bolsonaro obteve no segundo turno2018cada uma delas. Ao tirar a média desses percentuais, o resultado é 54,9%, praticamente o mesmo resultado que o presidente obteve na eleição (55,1%).
"A crítica dele (Eduardo Bolsonaro) é absurda, não faz o menor sentido. A diferençauma enquete para uma pesquisa é demonstrada exatamente pelo ponto dele. O que ele sugere é pegar as pessoas nos lugares que ele quer e fazer enquete lá para parecer bom (para Bolsonaro). O que a gente faz na pesquisa é ignorar esse critério,onde tem mais ou menos gente que votou (num determinado candidato), sortear a amostramodo que todo mundo tenha a mesma chanceser entrevistado e, a partir desse critério probabilísticoaleatoriedade, ser capazpegar todo tipoeleitor", rebate Nunes.
O vídeo traz ainda outras críticas à Quaest. Para reforçar que o instituto não seria confiável, Eduardo Bolsonaro mostra uma pesquisadora da Quaest que foi gravada manifestando apoio a Lula. Além disso, ressalta que Felipe Nunes já foi consultor político da ex-presidente Dilma Rousseff e do ex-governadorMinas Gerais Fernando Pimentel, ambos petistas.
Questionado pela reportagem, o diretor da Quaest disse que trabalha com eleições desde 2014 e já prestou consultoria ou realizou pesquisas para diferentes partidos, como PT, PSDB, MDB, DEM, PSD, PSB, PDT e Novo. Sobre a entrevistadora que manifestou apoio a Lula, Nunes disse que o próprio controlequalidade da Quaest já havia identificado o problema, pois todas as entrevistas realizadas são depois ouvidas por outra equipe da empresa.
"Imediatamente aquela senhora foi desvinculada da empresa, as entrevistas que ela fez foram anuladas e outra pessoa foi colocada para fazer no lugar", contou.
"Lido com isso com muita naturalidade. Existem erros no campo e é justamente porque a gente tem um controle muito rígidoqualidade sobre o dado que sai que a gente consegue, inclusive, capturar esse tiposituação e não permitir que isso gere qualquer tipoproblema pro dado que está sendo publicado", acrescentou.
A BBC News Brasil tentou contato com o deputado Eduardo Bolsonaro por meio do seu gabinete, mas não obteve retorno.
'Datapovo' x Datafolha
No vídeo26junhoque ataca as pesquisas eleitorais, Eduardo Bolsonaro também repete um argumento comum aos apoiadoresseu pai: a ideiaque que para medir a popularidade do presidente, basta ver as multidõesapoiadores que o acompanham nas ruas. É o que chamam"datapovo", num trocadilho com o nome do Instituto Datafolha.
"O Bolsonaro essa semana esteveCaruaru, Pernambuco, Nordeste. E também esteveSanta Catarina. Por onde quer que ele vá, é sempre assim: arrasta multidões. E daí vem aquela pergunta: se o Bolsonaro parece um artistarock por onde passa, por que o Lula, que é o primeiro colocado nas pesquisas, não consegue sair nas ruas sem ser para esses eventos pré-organizados pelo PT, e olhe lá?", questiona o deputado, anteslistar supostas manipulações dos institutos para tentar explicar essa aparente contradição.
A resposta dos especialistas é que, por mais que o presidente seja capazmobilizar alguns milhares ou até dezenasmilharesapoiadoreseventos, esse grupo não é representativotodo o eleitorado brasileiro.
"A minha maneiraresponder essa questão é muito provocativa. Um dos movimentos mais fortesrua que o Brasil tem é a Parada do Orgulho LGBT, que acontece na Avenida Paulista. Se a gente fosse utilizar o critério que algumas pessoas tentam usar para descredibilizar as pesquisas, seria pegar as fotos e os vídeos da Parada LGBT e dizer que, então,São Paulo, o público LGBT seria o mais representativo na Câmara Municipal, na Assembleia Estadual", afirma Felipe Nunes.
"E, na verdade, a gente tem uma subrepresentação até desse público (LGBTQ+) nos locaispoder. Ou seja, isso (citar aglomerações como medida para intençãovoto) não é critério. Isso é enviesar a visão, isso é não querer ver o todo", acrescenta.
Cuidados na realização das perguntas
Além dos cuidados na composição da amostra e na escolha dos locais das pesquisas, os institutos também adotam regras para evitar algum viés na forma como as entrevistas são realizadas. A pergunta sobre a intençãovoto deve ser feitaforma neutra, sem direcionar a resposta para um ou outro concorrente. E os nomes dos candidatos não podem ser apresentadosuma ordem fixa, pois os primeiros da lista tenderiam a ser favorecidos.
Por exemplo, na pesquisajunho do Datafolha, quando as candidaturas presidenciais ainda não estavam formalizadas pelas convenções partidárias, o instituto fez a pergunta dessa forma aos entrevistados ouvidosforma presencial: "Alguns nomes já estão sendo cogitados como candidatos a presidente esse ano. Se a eleição para presidente fosse hoje e os candidatos fossem estes,quem você votaria?".
Em seguida, era apresentado um cartão circular com nomes13 pré-candidatos,modo que não houvesse uma hierarquia entre eles. As opções incluíam desde os líderes na pesquisa, como Lula, Bolsonaro e Ciro Gomes (PDT), às opções menos conhecidas, como Vera Lúcia (PSTU) e Felipe d'Avila (Novo).
Já a pesquisa Ipespejulho, feita por telefone, fez a seguinte pergunta: "Se a eleição para Presidente fosse hoje e os candidatos fossem esses que vou ler,quem o(a) Sr(a) votaria?".
Nesse caso, como não é possível apresentar um disco com os candidatos, o instituto realiza um "rodízionomes", apresentando os concorrentes cada vezuma ordem diferente.
3) Por que o resultado das urnas nem sempre bate com as pesquisas?
Ainda que a pesquisa realizada tenha seguido todos os padrõesexcelência, mesmo assim seu resultado pode ser diferente dos votos computados pelas urnas — e isso não significa que a pesquisa "errou".
Os especialistas explicam que a pesquisa eleitoral é um retrato do momento. Ela mostra qual seria o resultado provável caso a eleição ocorresse no mesmo período do levantamento. No entanto, como muitos eleitores mudam seu voto ou escolhem seu candidato apenas próximo ao dia da eleição, ou mesmo no próprio diavotação, é esperado que os resultados das pesquisas se modifiquem ao longo da campanha e sejam diferentes do saldo das urnas.
"A pesquisa não tem o papelantecipar o resultado eleitoral. A pesquisa eleitoral capta atitudes e as intençõesvoto, não mede o comportamento do eleitor. Apenas as pesquisasbocaurna (feitas no dia da votação, logo que as urnas fecham) podem ser comparadas com os resultados oficiais, pois estas estão medindo comportamento", afirma Cavallari.
Embora as pesquisas não tenham a funçãoprever o resultado das urnas, elas costumam captar bem qual a tendência da evolução do voto. "Viaregra, observamos que os resultados oficiais são um ponto a mais nas curvastendência apontadas pelas pesquisas", ressalta a diretora do Ipec.
Para ilustrar seu ponto, Cavallari chama atenção para a evolução das intençõesvotoBolsonaro e Haddad nas semanas anteriores ao primeiro turno2018, medidas por dez pesquisas do antigo IBOPE.
Elas mostram que, no finalagosto, Bolsonaro liderava a corrida eleitoral com 32% das intençõesvoto. Esse percentual foi subindo paulatinamente até chegar a 41% na véspera do primeiro turno (dia 6outubro). Já a pesquisabocaurna do dia da eleição (7outubro) indicou que 45% dos eleitores haviam votadoBolsonaro. Esse número ficou muito próximo do resultado oficial das urnas divulgado pelo TSE: o futuro presidente recebeu 46% no primeiro turno.
O mesmo ocorreu com Haddad. Ele começou com apenas 6%intençãovoto20agosto, e as pesquisas mostraram seu percentual subindo até chegar a 25% no dia 6outubro. Já a pesquisabocaurna indicou o apoio28% dos eleitores, enquanto o resultado oficial do TSE mostrou 29%votos para o petista.
'Voto útil'
Outro fator que explica as diferenças entre as pesquisas e o resultado oficial é o fenômeno do "voto útil",que as próprias pesquisas influenciam o rumo dos votos, ressalta Felipe Nunes, da Quest. Isso ocorre, por exemplo, quando eleitores que votariam no candidato A, mas rejeitam fortemente o candidato B, entendem pelas pesquisas que é o candidato C que tem mais chancesderrotar o B. Com isso, acabam migrando seu voto do A para o C.
"Se existe mudançaopiniãoalguém que está prestes a se casar, muita gente abandonou o noivo ou a noiva no altar, por que o eleitor não poderia fazer a mesma coisa diante da urna? Ele tem intençãovotaralguém, mas mudaopinião. Isso é normal", diz Nunes.
"E o mais sério: as pessoas mudamopinião baseadas nas pesquisas. Então querer que as pesquisas acertem é um exagero equivocado. Pesquisa serve para informar o eleitor. É a própria dinâmica da informação que faz com que as pessoas mudemopinião", reforça.
Para saber se uma pesquisa é confiável, portanto, não adianta comparar seu resultado com o saldo final das urnas. O que os especialistas recomendam é que o eleitor busque comparar pesquisasdiferentes institutos, pois a tendência é que pesquisas bem feitas por diferentes empresas mostrem cenários semelhantes nos rumos das intençõesvoto.
Por outro lado, quando um institutopesquisa traz resultados muito "fora da curva" dos demais, aí é sinalque algo pode estar errado no levantamento.
- Este texto foi publicadohttp://vesser.net/brasil-62341545
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