Os focos1xbet não pagapreocupação dos EUA com eleições no Brasil:1xbet não paga

Joe Biden e Jair Bolsonaro durante encontro

Crédito, ITAMARATY

Legenda da foto, Segundo reportagem da agência1xbet não paganotícias financeiras Bloomberg, Bolsonaro teria pedido a Biden ajuda para se reeleger nas eleições presidenciais1xbet não pagaoutubro

Ainda assim, a manobra foi vista como uma mensagem importante. Ela seria menos uma peça legislativa e mais um recado1xbet não pagaque os desdobramentos eleitorais no Brasil seguem sendo analisados1xbet não pagaperto pelos americanos.

A administração Biden e boa parte do partido democrata, no entanto, tenta se equilibrar na linha tênue entre demonstrar atenção a um pleito que tem sido descrito por eles como "contencioso" e deixar claro que não estão dispostos a intervir1xbet não paganenhuma maneira no processo eleitoral, que deve "ser feito por brasileiros, para os brasileiros" e seguir seu curso programado.

Recado da CIA

A proposta1xbet não pagaemenda se junta a uma lista1xbet não pagaao menos outras quatro manifestações públicas feitas nos últimos dois meses que indicam uma atenção próxima1xbet não pagaautoridades americanas ao processo eleitoral brasileiro.

Primeiro, houve a revelação, pela Reuters,1xbet não pagauma conversa entre o chefe da CIA (agência1xbet não pagainteligência dos EUA), William Burns, e auxiliares1xbet não pagaJair Bolsonaro (PL)1xbet não pagaque Burns recomendava que o mandatário brasileiro deixasse1xbet não pagaquestionar as eleições brasileiras. A conversa, a portas fechadas, teria acontecido1xbet não pagaoutubro1xbet não paga2021.

Bolsonaro e seus ministros negaram que ela tenha acontecido e disseram que seria "extremamente deselegante" que o chefe da CIA viesse dar "recado" no Brasil. A própria CIA não comentou o assunto.

EUA querem eleições livres e justas no Brasil

Uma semana depois,1xbet não pagaentrevista à BBC News Brasil a subsecretária1xbet não pagaEstado dos EUA, Victoria Nuland, afirmou que "o que precisa acontecer são eleições livres e justas, usando as estruturas institucionais que já serviram bem a vocês (brasileiros) no passado".

Com isso, ela explicitava a posição dos americanos contrária a qualquer tipo1xbet não pagaintervenção das Forças Armadas no processo eleitoral, como defende o presidente Bolsonaro.

"Foi a declaração mais forte do governo americano sobre como se preocupa e avalia a situação", afirma o brasilianista Brian Winter, editor-chefe da revista Americas Quarterly.

"Líder que mina a democracia"

Ainda1xbet não pagamaio, senadores americanos descreveram Bolsonaro como um "líder que tenta minar a democracia" apontaram "retrocessos democráticos no país", durante a sabatina da apontada por Biden para assumir a embaixada americana no Brasil, Elizabeth Bagley.

"Você está indo para um país onde o retrocesso democrático é uma preocupação real. Estamos preocupados com o atual líder do Brasil, que tem tentado minar a essência do processo eleitoral", afirmou o senador democrata Bob Menendez,1xbet não pagaNew Jersey, e presidente da Comissão1xbet não pagaRelações Exteriores do Senado.

Em outra intervenção, Menendez citou o presidente pelo nome: "Bolsonaro tem tentado enfraquecer o processo eleitoral. Que medidas podemos tomar para apoiar a integridade e o resultado democrático das eleições?".

Bagley, escolha política1xbet não pagaBiden que falhou1xbet não pagaser chancelada pela Comissão e pode ter1xbet não pagaindicação retirada pelo governo, criticou diretamente o presidente brasileiro, embora tenha feito ressalvas sobre a qualidade das instituições do país.

"Bolsonaro tem dito muitas coisas, mas o Brasil tem sido uma democracia, tem instituições democráticas, Judiciário e Legislativo independentes, liberdade1xbet não pagaexpressão. Eles têm todas as instituições democráticas para realizar eleições livres e justas. Eu sei que não será um processo fácil, por todos os comentários dele (Bolsonaro), mas, a despeito disso, temos todas essas instituições e continuaremos expressando confiança e expectativa1xbet não pagauma eleição justa", disse Bagley.

Jair Bolsonaro e Joe Biden

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Encontro entre Bolsonaro e Biden ocorreu durante a Cúpula das Américas

1xbet não paga Maravilhado 1xbet não paga x 1xbet não paga Satisfeito

Em junho, Biden e Bolsonaro se encontraram pela primeira vez e, nas poucas palavras que disse diante do colega na presença da imprensa, Biden reafirmou confiança nas instituições eleitorais brasileiras.

Após o encontro, Bolsonaro se disse "maravilhado" com o líder americano. Já Biden teria se sentido, segundo o Departamento1xbet não pagaEstado, "satisfeito" — e teria levado a sério supostas garantias dadas por Bolsonaro1xbet não pagarespeito ao processo eleitoral.

Dias mais tarde, a agência1xbet não paganotícias financeiras Bloomberg noticiou que durante o encontro Bolsonaro teria pedido a Biden que o ajudasse a vencer Lula nas urnas1xbet não pagaoutubro.

A BBC News Brasil questionou a Casa Branca sobre o assunto. Sem negar, nem confirmar o teor da reportagem, a administração Biden respondeu que "falando amplamente, temos total confiança no sistema eleitoral do Brasil. Em uma democracia consolidada como a brasileira, esperamos que os candidatos respeitem o resultado constitucional do processo eleitoral".

Manifestantes pró-Trump dentro do Congresso

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Manifestantes a favor1xbet não pagaTrump invadiram Capitólio1xbet não paga61xbet não pagajaneiro1xbet não paga2021

A palavra1xbet não pagaWashington é "preocupação"

"A palavra1xbet não pagavoga sobre Brasil1xbet não pagaWashington é preocupação. Não é à toa que temos visto esses vazamentos e declarações. A administração Biden tem deixado clara as suas preocupações publicamente", diz à BBC News Brasil Nick Zimmerman, consultor sênior do Brazil Institute, do Wilson Center, e ex-auxiliar da Casa Branca para política externa na gestão1xbet não pagaBarack Obama (2009-2017).

Zimmerman foi anfitrião do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin que, na semana passada, deu uma palestra1xbet não pagaWashington na qual disse que "nós poderemos ter um episódio ainda mais agravado do 61xbet não pagajaneiro daqui do Capitólio".

Em transmissão ao vivo nas suas redes sociais,1xbet não paga81xbet não pagajulho, Bolsonaro atacou o sistema eleitoral1xbet não pagaurnas eletrônicas e declarou que os eleitores "sabem como se preparar" antes das eleições.

"Não preciso dizer o que estou pensando, mas você sabe o que está1xbet não pagajogo. Você sabe como você deve se preparar, não para o novo Capitólio, ninguém quer invadir nada, mas sabemos o que temos que fazer antes das eleições", disse o presidente aos apoiadores durante a live.

A declaração gerou preocupação entre os que temem atos antidemocráticos antes ou depois da eleição, embora o presidente não tenha especificado a que ele se refere quando diz que os eleitores "sabem o que têm que fazer" antes do pleito.

"O governo Biden está preocupado com a possibilidade1xbet não pagauma ruptura institucional e vê com clareza a possibilidade1xbet não pagaum 61xbet não pagajaneiro no Brasil, que poderia acontecer até mesmo antes das eleições1xbet não pagaoutubro", afirma Winter. Segundo ele, a possibilidade1xbet não pagaque Bolsonaro tente adiar o pleito1xbet não pagaoutubro está no radar das autoridades1xbet não pagaWashington.

"Se Bolsonaro se convencer1xbet não pagaque não tem como ganhar nas urnas, vai tentar paralisar o processo", diz Winter. As atuais pesquisas eleitorais mostram o presidente1xbet não pagasegundo lugar, cerca1xbet não pagadez pontos percentuais atrás do primeiro colocado, o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Tanto as acusações1xbet não pagafalta1xbet não pagatransparência das urnas eletrônicas quanto o cenário1xbet não pagatensão e violência — maximizados pelo caso do assassinato1xbet não pagaum dirigente local do PT1xbet não pagaFoz do Iguaçu (PR) por um apoiador1xbet não pagaBolsonaro no último fim1xbet não pagasemana — poderiam ser levantados como justificativas pelo governo para tentar impedir a realização do pleito,1xbet não pagamenos1xbet não pagatrês meses. A possibilidade tem sido ventilada também1xbet não pagaBrasília, como afirmou Elio Gaspari, colunista dos jornais Folha1xbet não pagaS. Paulo e1xbet não pagaO Globo.

Para o ex-embaixador americano no Brasil Thomas Shannon, o adiamento das eleições parece um risco bastante palpável.

"Se isso fosse feito, os EUA e outros países da região teriam reações bastante dramáticas. Bolsonaro estaria arriscando a própria relação Brasil-EUA, não só1xbet não pagatermos políticos, mas econômicos também. O Brasil ficaria isolado", antevê Shannon.

Para o diplomata americano, o caso1xbet não paga61xbet não pagajaneiro nos EUA foi instrutivo para os brasileiros.

"Brasil e EUA são como dois espelhos que refletem um ao outro nesse momento, em1xbet não pagapolarização política,1xbet não pagasociedade dividida", afirma Shannon.

Ele argumenta que tanto Bolsonaro quanto seu entorno, especialmente seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), estudaram detidamente os eventos1xbet não paga61xbet não pagajaneiro, quando uma massa1xbet não pagaapoiadores do então presidente Donald Trump, derrotado nas eleições, invadiu o Congresso para tentar impedir a certificação da vitória1xbet não pagaBiden. Eduardo estava nos EUA na ocasião e havia se encontrado com o núcleo trumpista um dia antes do episódio.

"Acredito que ele (Eduardo) chegou à conclusão1xbet não pagaque o erro1xbet não pagaTrump foi confiar na multidão1xbet não pagaapoiadores, sem conseguir se apoiar nas forças1xbet não pagasegurança, sem trazer consigo esse suporte institucional. Esse é um erro que eles tentam não repetir", diz o diplomata, que morou por sete anos no Brasil.

Embora admita que militares tenham se envolvido1xbet não pagamodo "inusual" na gestão1xbet não pagaBolsonaro, Shannon duvida que as Forças Armadas brasileiras, como instituição, estariam dispostas a patrocinar qualquer possível tentativa1xbet não pagaruptura institucional proposta por ele. Mas vê nas ações do presidente,1xbet não pagadragar os militares para dentro do processo1xbet não pagaapuração1xbet não pagavotos, uma tentativa1xbet não pagaprovocar esse efeito.

Bolsonaro com militares

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Comportamento das Forças Armadas brasileiras têm chamado atenção nos EUA

Apoio ou intervenção?

"Quando os deputados propõem a emenda ao orçamento sobre Forças Armadas do Brasil, estão mandando um claro recado1xbet não pagaque estão atentos a esses movimentos. Esse tipo1xbet não pagamensagem, no entanto, é uma faca1xbet não pagadois gumes: se por um lado, mostra apoio à democracia brasileira, por outro, irrita o sentimento nacionalista do Brasil, pode soar como intromissão", diz Shannon.

A diplomacia americana estuda com cuidado seus movimentos justamente porque, há pouco mais1xbet não pagadois anos, se viu no lado oposto do cenário. Em 2020, era Bolsonaro quem fazia comentários sobre o processo eleitoral americano — indicando possibilidade1xbet não pagafraude, como defendia Trump, sem provas. À época, tais declarações geraram insatisfação1xbet não pagaWashington, especialmente entre os democratas.

"Os EUA hoje se debatem entre expressar essa preocupação e ser cautelosos para não forçar demais a mão no assunto, o que poderia gerar efeitos negativos e levantar questionamentos dado o histórico1xbet não pagaenvolvimento dos americanos1xbet não pagaepisódios trágicos da América Latina no século 20", diz Zimmerman,1xbet não pagareferência às ditaduras militares na região, que contaram com o apoio dos americanos.

Segundo Zimmerman, a Casa Branca não quer gerar qualquer espaço para que se diga que os EUA favorecem um dos lados. Até porque, qualquer um deles pode compor o próximo governo com quem Biden terá que negociar1xbet não pagapautas que lhes são caras, como o meio ambiente.

Esse seria inclusive, segundo fontes ouvidas reservadamente pela BBC News Brasil, um dos motivos pelos quais o ex-presidente Lula acabou não visitando os EUA no primeiro semestre1xbet não paga2022. A campanha petista queria tentar repetir1xbet não pagaterritório americano o tour que ele deu na Europa, com bons resultados políticos. A administração Biden, no entanto, sinalizou aos emissários do ex-presidente que esse não seria um momento conveniente para isso.

Para Winter, além1xbet não pagapouca vontade, o governo Biden tem poucas condições1xbet não pagamensagens mais fortes nesse momento, porque "têm muitos problemas a administrar e tem perdido poder".

Impopular, o presidente americano deve sofrer derrota nas eleições1xbet não pagameio1xbet não pagamandato no Congresso. Por mais que possa se preocupar com o Brasil, por falta1xbet não pagaapoio parlamentar, ele sequer conseguiu, até o momento, enviar ao país um embaixador1xbet não pagasua confiança. O mais provável é que Washington não tenha nenhum observador diplomático do mais alto nível1xbet não pagaBrasília durante as eleições brasileiras1xbet não paga2022.

- Este texto foi originalmente publicado1xbet não pagahttp://vesser.net/brasil-62142759

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