Vítimajapão futebol'sequestro do Pix' relata cárcerejapão futebol8h na mata: 'R$ 160 miljapão futebolsaques e empréstimos’:japão futebol

Anna Novaes

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Anna conta ter sido sequestrada com a amiga por assaltantes

"Nos jogaram para o bancojapão futeboltrás do meu carro e nos levaram para uma reserva. Um dos criminosos acompanhou a gente até dentro da mata. Nos ameaçavam o tempo todo", conta Annajapão futebolentrevista à BBC News Brasil.

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública informou que o caso é investigado pelo 46º Distrito Policialjapão futebolPerus. A pasta não informou se algum suspeito foi preso.

O caso ganhou repercussão após a arquiteta fazer um relato no Twitter, que teve maisjapão futebol2 milhõesjapão futebolvisualizações e maisjapão futebol50 mil curtidas.

Anna afirmou que os criminosos marcaram um encontro para falar sobre um suposto projeto. Antesjapão futebolse encontrarem pessoalmente, conversaram por telefone e pelo aplicativojapão futebolmensagens WhatsApp.

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Desde o momentojapão futebolque foram abordadas, por volta das 10hjapão futebol7japão futeboljunho, as duas tiveram os aplicativos e informações pessoais investigados minuciosamente pelos bandidos.

"Eles pediram todas as senhas. Eram muito hábeis com os celulares. Eu tinha um iPhone e minha amiga, um Android, e eles sabiam mexerjapão futeboltudo", conta a arquiteta.

"A primeira coisa que fizeram foi desligar a localização e rotear os telefones na internetjapão futeboloutro aparelho para que ele não fosse encontrado. Acessaram os aplicativos dos bancos e retiraram todo o dinheiro que conseguiram por transferências via Pix."

No início, os criminosos usavam máscaras cirúrgicas comuns, contou a vítima. Mas, depois, ficaramjapão futebol"cara limpa".

Anna estima que ao menos quatro pessoas faziam parte da quadrilha. Os dois primeiros que a abordaram, um terceiro com quem conversavam frequentemente e um último, que chegou no final e era chamadojapão futebol"menor" pelos criminosos.

Segundo Anna, enquanto ela e a amiga estavam sequestradas, os bandidos gastaram R$ 15 miljapão futebolcompras nos cartõesjapão futebolcrédito dela. Também sacaram R$ 10 miljapão futebolsua conta no banco Santander e fizeram um empréstimojapão futebolR$ 5 mil - esse dinheiro foi transferido para outras contas por Pix.

Procurado pela BBC News Brasil, o Santander disse que "resolveu o caso junto à cliente". Anna afirma que o banco devolveu todo o valor roubado.

No Itaú, os bandidos fizeram um empréstimojapão futebolR$ 130 miljapão futebolnomejapão futebolAnna, mas só conseguiram sacar R$ 20 mil porque o próprio banco fez um bloqueio automático.

Anna disse que o banco já havia devolvido R$ 14 mil e estornou os R$ 6 mil que restavam após ser procurado pela BBC News Brasil. Antes disso, segundo ela, o Itaú alegava que ela não tinha feito um seguro para transações com Pix.

O Itaú confirmou ter devolvido o dinheiro e,japão futebolnota, "reforça que, ao ser vítimajapão futebolqualquer sinistro, o cliente, assim que possível, deve contatar o banco para bloqueio temporáriojapão futebolsenhas, produtos ou serviços e registrar boletimjapão futebolocorrência,japão futebolmodo que as autoridades competentes possam tomar as medidas necessárias".

A amigajapão futebolAnna também teve suas contas invadidas, mas os valores roubados não foram informados à reportagem.

Durante o tempojapão futebolque ficaram sob a mirajapão futebolum revólver dos criminosos, conta a arquiteta, elas deixaramjapão futebolparticiparjapão futeboldiversas reuniões. Mas ninguém conseguia ligar para elas, porque os telefones estavamjapão futebolmodo avião.

Anna diz que os sequestradores faziam questãojapão futebolmostrar que estavam armados.

"Se eles me perguntassem uma senha e eu falasse que não me lembrava, eles davam uma coronhada na minha cabeça, não para machucar, mas intimidar", contou Anna. "No meio da tarde, eles apareceram com uma sacolajapão futebolpadaria com refrigerante e pães. Nos ofereceram, mas a gente negou."

Ondajapão futebolcrimes

Anna contou que a polícia identificou que os assaltantes fizeram três compras na Brasilândia, bairro também na Zona Nortejapão futebolSão Paulo. O delegado, segundo ela, desconfia que a quadrilha que cometeu o sequestro era especializadajapão futebolroubosjapão futebolcarro e, agora, migrou para esse tipojapão futebolcrime, que está se tornando cada vez mais frequente.

O delegado titular da 3ª Delegacia Antissequestro, da Polícia Civil, Tarcio Severo, disse à BBC News Brasil,japão futebol2021, que o númerojapão futebolsequestros-relâmpago, crime considerado adormecido, disparou após a implantação do Pix no Brasil.

Segundo ele, há inclusive quadrilhas especializadasjapão futeboloutros crimes que estão "migrando" para roubos envolvendo esse tipojapão futeboltransação.

Sob o poder dos sequestradores, Anna diz ter mantido a calma. Segundo ela, os criminosos diziam durante todo o tempo que, se elas permanecessem calmas e colaborassem com as informações necessárias, elas seriam soltas sem nenhum dano.

"A gente não chorou nem ficou descompensada. Se a gente tivesse chorando, seria pior. Ficamos tensas, sem escândalo. Eles diziam que não queriam nos machucar. Só queriam o dinheiro. Mas como foi demorando, não tínhamos como acreditar que tudo terminaria bem, pois eles estavam muito drogados,. Estar na mirajapão futebolalguém alterado nos deixou tensas", conta.

Ela diz que os assaltantes falavam falavam que as levariamjapão futebolvolta para o carro e as deixaria numa "quebrada". E depois elas poderiam ir embora.

"Eu nem sabia mais o que sentia. Se ouvir aquilo era bom ou ruim", diz Anna.

Cardápiojapão futebolgolpes

Pouco antesjapão futebolserem libertadas, as duas amigas foram vigiadas apenas pelo assaltante chamadojapão futebol"menor". Anna diz que ele perguntou como elas foram sequestradas, porque eles têm "um cardápiojapão futebolgolpes".

A conversa entre as vítimas e o criminoso teria inclusive alongado, entre risadas, segundo Anna. Mas ela conta que,japão futebolcerto momento, o celular dele tocou, e ele ficou nervoso e começou a tremer.

"Ele disse para a gente ficar quieta, senão a gente morreria, e desapareceu. Depoisjapão futebol15 minutos, a gente se deu conta que ele tinha nos abandonado, sentadas na raizjapão futeboluma árvore enorme. A gente então caminhou um pouco para o lugar por onde achávamos que tínhamos vindo. Mas vimos uma estrada e um carro preto parando, então, falei para voltar e sentar para não dar confusão", conta Anna.

Árvoresjapão futebolfloresta
Legenda da foto, Após abordar as vítimas, bandidos as levaram para uma regiãojapão futebolmata na Zona Nortejapão futebolSão Paulo

Mas as amigas acabaram se perdendo. Após andar para outro sentido, encontraram três homens parados, olhando na direção delas.

"Um senhor disse: 'Pode sair'. Eu olhei para o lado, e tinha uma viatura da polícia. O senhor mora na região, viu os criminosos, desconfiou da movimentação e chamou a polícia. Como eles tinham olheiros, o menino que estava com a gente foi avisado, e ninguém foi preso", diz Anna.

Os criminosos levaram os celulares das vítimas e dois paresjapão futebolbrincosjapão futebolouro. Eles devolveram as bolsas com tudo o que havia dentro, incluindo os documentos. Anna tem um seguro que cobre tudo o que havia na bolsa e recebeujapão futebolvolta o valor do celular. O carro dela foi encontrado dois dias depois, sem nenhuma avaria.

Após o crime, Anna relata ter tido dificuldades para dormir e que inclusive teve pesadelos.

"Na primeira noite, eu não dormi. Chegueijapão futebolcasa 22h bem cansada, mas quando deitei, à 1h, acordei achando que o ladrão estava no meu quarto apontando arma contra mim e não consegui dormir. Eu não tive crisejapão futebolpânico, mas estou sobrevivendo", conta.

Anna diz que gostaria que a história dela servissejapão futebolexemplo para outras pessoas. "A gente precisa ficar mais atento e desconfiar mais das pessoas."

- Texto originalmente publicadojapão futebolhttp://vesser.net/brasil-62045088

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