Quais os planos da Petrobras para o fim da era do petróleo?:vasco e ponte preta palpite
Fim da exploraçãovasco e ponte preta palpitenovos poços
Há um consenso entre cientistasvasco e ponte preta palpiteque, para frear o ritmo do aquecimento global, a humanidade precisa nos próximos anos reduzir drasticamente o usovasco e ponte preta palpitecombustíveis fósseis, como petróleo e carvão.
Em 2021, a Agência Internacionalvasco e ponte preta palpiteEnergia (AIE) divulgou um estudo apontando que nenhuma nova reservavasco e ponte preta palpitepetróleo e carvão poderia ser explorada a partir daquele ano para que o mundo evitasse os cenários mais catastróficos das mudanças climáticas, nos quais a temperatura global subiria mais do que 1,5°C.
Outro estudo, publicado na revista Naturevasco e ponte preta palpitesetembrovasco e ponte preta palpite2021, estimou que a produção globalvasco e ponte preta palpitepetróleo e gás deveria cair 3% a cada ano até 2050 para limitar o aquecimento global a 1,5°C.
Parte dessa redução deve acontecer independentemente da vontade das petrolíferas, já que as energias renováveis têm ficado mais baratas e veículos elétricos tendem a ocupar uma parcela cada vez maior do setor automotivo.
Segundo a AIE, a demanda globalvasco e ponte preta palpitepetróleo cairá dos atuais 90 milhõesvasco e ponte preta palpitebarris por dia para 24 milhõesvasco e ponte preta palpitebarris/diavasco e ponte preta palpite2050.
Até lá, a tendência é que o petróleo seja cada vez menos empregado como fontevasco e ponte preta palpiteenergia, mas preserve algunsvasco e ponte preta palpiteseus usos como matéria-prima na indústria química - um peso muito inferior ao que teve nas últimas décadas como combustível essencial para a economia global.
Embora reconheça que o setor viverá um declínio, a Petrobrás pretende inaugurar novos poços e ampliar bastantevasco e ponte preta palpiteproduçãovasco e ponte preta palpiteóleo nos próximos anos.
'Pressa no pré-sal'
Em seu último plano quinquenal, divulgadovasco e ponte preta palpite2021, a empresa anunciou que pretende inaugurar 15 novas plataformasvasco e ponte preta palpitepetróleo até 2026, quando espera aumentarvasco e ponte preta palpiteprodução dos atuais 2,2 milhõesvasco e ponte preta palpitebarris por dia para 3,2 milhões - uma altavasco e ponte preta palpite45%.
Hoje a Petrobras é a quarta maior produtoravasco e ponte preta palpitepetróleo do mundo, segundo o portalvasco e ponte preta palpiteestatísticas Statista. As três primeiras são a saudita Saudi Aramco (9,2 milhõesvasco e ponte preta palpitebarris/dia), a russa Rosneft (4,1 milhões) e a chinesa PetroChina (2,5 milhões).
Boa parte do aumento da produção da Petrobras se darávasco e ponte preta palpitepoços na região do pré-sal, que já responde por 70% do óleo extraído pela companhia e abriga a maior parte das reservas ainda não exploradas no Brasil.
Em artigo publicado no site da Petrobrásvasco e ponte preta palpitemarçovasco e ponte preta palpite2022, o então presidente da empresa, general Joaquim Silva e Luna, disse que a companhia corre para explorar o pré-sal antes que o mundo se volte a fontes menos poluentes.
No texto, Silva e Luna afirma que o planetavasco e ponte preta palpitefato precisa reduzir o consumovasco e ponte preta palpitecombustíveis fósseis e priorizar energias renováveis para frear o aquecimento global.
Nesse cenário, segundo o general, cabe à Petrobras "não permitir que esses recursos repousem no fundo do mar enquanto aguardamos a chegadavasco e ponte preta palpiteuma nova era".
"A certeza da transição leva a Petrobras a ter pressa no pré-sal", afirmou Silva e Luna, que deve deixar o cargo oficialmente nesta quarta-feira (13/04) após embates com o governo federalvasco e ponte preta palpitetorno da políticavasco e ponte preta palpitepreços da empresa.
Ao pisar no acelerador enquanto o mundo se vê obrigado a reduzir emissões, a Petrobras pode se ver alvovasco e ponte preta palpitecrescentes contestações por seu papel no aquecimento global.
Em 2019, a empresa foi citada pela organização americana Climate Accountability Institutevasco e ponte preta palpiteum estudo sobre as 20 empresas que mais emitiram gases causadores do efeito estufa no mundo a partirvasco e ponte preta palpite1965. A conta considera as emissões ao longovasco e ponte preta palpitetoda a cadeia, incluindo a queima dos combustíveis.
A Petrobras ficouvasco e ponte preta palpitevigésimo lugar no ranking e tende a subir posições caso cumpra os planosvasco e ponte preta palpiteelevar a produção.
Emissões 'operacionais'
Por ora, a resposta da empresa às mudanças climáticas se concentravasco e ponte preta palpiteiniciativas para reduzir as emissões geradas na produção (mas não no consumo)vasco e ponte preta palpiteseu petróleo.
Em nota à BBC, a Petrobras diz que "planeja investir US$ 2,8 bilhões nos próximos cinco anos para redução e mitigaçãovasco e ponte preta palpiteemissões, incluindo a criaçãovasco e ponte preta palpiteum fundovasco e ponte preta palpitedescarbonizaçãovasco e ponte preta palpiteUS$ 248 milhões para soluçõesvasco e ponte preta palpitebaixo carbono".
Além disso, a empresa diz que os campos do pré-sal "estão entre os que produzem com menos emissão no mundo".
"A emissão médiavasco e ponte preta palpiteCO2 equivalente por barril produzido no mundo é 70% maior do que a emissão no pré-sal", diz a empresa. "Como existirá demanda, se a Petrobras deixarvasco e ponte preta palpiteentregar seu barril com menor emissão, outro barril será entregue com maior emissão na operação, o que aumentaria a emissão global", argumenta a companhia.
Uma das principais iniciativas climáticas da Petrobrás é a metavasco e ponte preta palpitecortarvasco e ponte preta palpite25% suas "emissões operacionais" até 2030, tendo como base o anovasco e ponte preta palpite2015.
Porém, para Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, focadovasco e ponte preta palpitepolíticas públicas sobre o clima, a meta tem uma "pegadinha".
Ela afirma que a Petrobras teve emissões excepcionalmente altasvasco e ponte preta palpite2015, e que, entre 2015 até 2021, as emissões da empresa já tinham caído 21% - dados confirmados pela própria companhia.
Com isso, a empresa teria até o fim da década para cortar suas emissõesvasco e ponte preta palpitemais quatro pontos percentuais - algo que Unterstell considera "bem pouco ambicioso".
A analista afirma ainda que, até 2026, a Petrobras responderá pela instalaçãovasco e ponte preta palpitequase a metadevasco e ponte preta palpitetodas as novas plataformasvasco e ponte preta palpitepetróleo no mundo.
"Eles estão indo para o tudo ou nada, apostando que vão tirar a última gotavasco e ponte preta palpitepetróleo que houver no poço", diz a analista.
Já a Petrobras diz que adotou 2015 como referência porque naquele ano foi assinado o Acordovasco e ponte preta palpiteParis, pelo qual vários países se comprometeram a reduzir suas emissões. Ainda assim, a Petrobras diz que "de forma transparente apresenta números ano a ano, independente da data base do compromisso original".
A empresa afirma ainda que "os cenários da companhia consideram a transição energéticavasco e ponte preta palpitecurso, o que levará,vasco e ponte preta palpitelongo prazo, a uma retração dos mercados globaisvasco e ponte preta palpitepetróleo".
Mas a Petrobras diz que o petróleo seguirá relevante e que "as diferentes fontesvasco e ponte preta palpiteenergia irão coexistir no futuro, renováveis e não renováveis, sendo importante acelerar o desenvolvimento dos recursos brasileiros, transformando-osvasco e ponte preta palpiteriquezas".
Neutralizar emissões
Apesar do foco no petróleo, a Petrobras diz adotar uma sérievasco e ponte preta palpiteiniciativas para apoiar a "sustentabilidade do planeta".
Em 2021, a empresa anunciou que pretende neutralizar suas emissões operacionais, o que será feito por meio da "redução da queimavasco e ponte preta palpitegásvasco e ponte preta palpitetocha, ganhosvasco e ponte preta palpiteeficiência energética e projetosvasco e ponte preta palpitecaptura, uso e armazenamento geológicovasco e ponte preta palpiteCO2".
Porém, diferentementevasco e ponte preta palpiteoutras petrolíferas, a empresa não definiu um prazo para alcançar a meta.
Outro pontovasco e ponte preta palpiteque a estratégia da Petrobras destoa davasco e ponte preta palpiteoutras grandes concorrentes diz respeito a energias renováveis.
Nos últimos anos, a Petrobras vendeu suas participaçõesvasco e ponte preta palpitesociedades empresariais que administravam usinas eólicas, fábricasvasco e ponte preta palpitebiocombustíveis e hidrelétricas.
Em 2019, o então presidente da companhia, Roberto Castello Branco, disse que a Petrobras não investiria maisvasco e ponte preta palpiterenováveis "porque é um negócio que requer competências diferentes do negócio do petróleo e gás".
No entanto, outras grandes petrolíferas têm ampliado os investimentos nessas fontes e anunciado metas climáticas que, ainda que consideradas insuficientes pelos analistas entrevistados, são vistas como mais ambiciosas e condizentes com as necessidades do planeta do que as da Petrobras.
"São empresas que estão buscando uma vida pós-petróleo, embora ainda não saibam direito como chegar lá. Mas existe o desejo", diz o físico Roberto Kishinami, coordenador sênior do Instituto Clima e Sociedade.
A francesa Total, por exemplo, anunciou a metavasco e ponte preta palpiteneutralizar as emissões operacionais até 2050 e ampliarvasco e ponte preta palpitedez vezesvasco e ponte preta palpiteproduçãovasco e ponte preta palpiteenergia renovável até 2030, alcançando 100 gigawatts (GW)vasco e ponte preta palpitecapacidade com essas fontes.
A britânica BP pretende passar dos atuais 3,3GWvasco e ponte preta palpitecapacidade instaladavasco e ponte preta palpitefontes renováveis para 50GWvasco e ponte preta palpite2050, e diz que reduzirávasco e ponte preta palpiteproduçãovasco e ponte preta palpitecombustíveis fósseisvasco e ponte preta palpite1 milhãovasco e ponte preta palpitebarrisvasco e ponte preta palpiteóleo equivalente até 2030.
A anglo-holandesa Shell diz que cortarávasco e ponte preta palpiteproduçãovasco e ponte preta palpitepetróleo entre 1% e 2% ao ano até 2030 e que pretende neutralizar suas emissões até 2050.
Antesvasco e ponte preta palpitesinalizar uma guinada na visão dessas empresas quanto às mudanças climáticas, as atitudes são interpretadas mais como concessões à pressãovasco e ponte preta palpiteconsumidores, investidores e governos preocupados com o aquecimento global.
Em alguns países, ativistas têm recorrido até mesmo à Justiça para forçar as petrolíferas a melhorar suas metas.
A estratégia já teve sucesso na Holanda, onde,vasco e ponte preta palpite2021, uma corte determinou que a Shell cortasse suas emissõesvasco e ponte preta palpite45% até 2030 tendo como base 2019.
Na ocasião, a petrolífera afirmou que a decisão judicial não representava uma mudança, mas sim uma "aceleraçãovasco e ponte preta palpitenossa estratégia".
Até mesmo na China, onde empresas costumam estar menos sujeitas a pressões da sociedade civil, as duas maiores estatais petrolíferas anunciaram a metavasco e ponte preta palpiteatingir a neutralidade das emissões até 2050. E a saudita Saudi Aramco, maior petrolífera do mundo, se comprometeu a chegar à neutralidade até 2060.
Acionistas climáticos
Gruposvasco e ponte preta palpiteinvestidores também têm pressionado as grandes petrolíferas a fazer mais pela descarbonização do planeta.
Em 2021, acionistas favoráveis à agenda climática conseguiram eleger dois membros para o conselhovasco e ponte preta palpiteadministração da Exxon, a maior empresavasco e ponte preta palpitepetróleo dos EUA.
Tambémvasco e ponte preta palpite2021, o conselhovasco e ponte preta palpiteadministração da Chevron, a segunda maior petrolífera americana, aprovou a propostavasco e ponte preta palpiteum grupovasco e ponte preta palpiteativistas para que a empresa cortasse emissões.
Para Natalie Unterstell, presidente da Talanoa, é questãovasco e ponte preta palpitetempo até que esses "acionistas ativistas" batam à porta da Petrobras.
"É um movimento que está crescendo muito no mundo e não vai tardar para chegar aqui", avalia.
Orgulho e identidade nacional
Segundo Roberto Kishinami, do Instituto Clima e Sociedade, a história da Petrobras ajuda a explicar "várias limitações" que a empresa tem na agenda climática.
Ele afirma que a Petrobras foi por muito tempo (e ainda é,vasco e ponte preta palpitemenor grau) vista como "parte da identidade nacional" e como crucial para a soberania do país - fatores que ajudam a poupá-lavasco e ponte preta palpitepressões sofridas por petrolíferas no exterior.
Mesmo após abrir seu capital na Bolsavasco e ponte preta palpiteNova York,vasco e ponte preta palpite2000, a companhia segue tendo a União comovasco e ponte preta palpitemaior acionista e é vista por muitos brasileiros como uma empresa estatal, diz ele.
Kishinami afirma ainda que, embora tenha sido fundada nos anos 1953, a empresa só se tornou uma das maiores petrolíferas do mundo nos anos 1980, quando cientistas começavam a destacar o papel dos combustíveis fósseis nas mudanças do clima.
O físico diz que a "entrada tardia" da Petrobras nesse mercado acabou adiando um debate interno sobre como a empresa se prepararia para um futuro menos dependente do petróleo.
E com a descobertavasco e ponte preta palpitereservas gigantes no pré-sal,vasco e ponte preta palpite2006, a companhia dobrou a aposta no seu carro-chefe. Na época, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizia que o pré-sal seria um "passaporte para o futuro" do Brasil, pois permitiria ao país investir vultosos recursos na educação e no combate à pobreza.
Kishinami diz que, enquanto tirava cada vez mais petróleo do fundo do mar, a Petrobras "achava ingenuamente que a promoçãovasco e ponte preta palpitealguns programasvasco e ponte preta palpiteproteção ambiental, como o reflorestamentovasco e ponte preta palpitemanguezais, lhe daria créditos pela emissãovasco e ponte preta palpitegasesvasco e ponte preta palpiteefeito estufa".
Mais recentemente, a empresa passou a apostar no discurso quevasco e ponte preta palpiteproduçãovasco e ponte preta palpitepetróleo gera menos emissões do que a concorrência.
Para Kishinami, porém, "esse tipovasco e ponte preta palpiteferramenta é periférico", já que o grosso das emissões não ocorre na produção, mas sim no consumo do combustível.
O físico afirma que, ainda que continue havendo demanda por petróleo nas próximas décadas, o mercado encolherá substancialmente - o que torna a estratégia da Petrobrás "muito arriscada".
Ele diz ainda que a Petrobrás é "resultadovasco e ponte preta palpiteum investimento social muito grande, com técnicos e engenheiros formadosvasco e ponte preta palpitealgumas das nossas melhores escolas, e com uma capacidadevasco e ponte preta palpitetrabalho e inovação que não podemos jogar fora".
"Faz muita diferença para o Brasil se a Petrobrás vai à transição ou não. Ela tem um potencial humano muito grande que não pode ser perdido nem disperso", afirma.
Programas paralisados
Para a engenheira Suzana Kahn Ribeiro, vice-diretora do Instituto Alberto Luiz Coimbravasco e ponte preta palpitePós-Graduação e Pesquisavasco e ponte preta palpiteEngenharia da Universidade Federal do Riovasco e ponte preta palpiteJaneiro (Coppe/UFRJ), a Petrobras já desenvolveu estudos promissores sobre fontes renováveisvasco e ponte preta palpiteoutras épocas.
Uma das iniciativas, a cargo do Centrovasco e ponte preta palpitePesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), buscava produzir bioetanol por meio da açãovasco e ponte preta palpiteenzimas. Outro projeto visava gerar energia eólicavasco e ponte preta palpiteplataformas offshore, aproveitando tecnologias que a empresa já domina na produçãovasco e ponte preta palpitepetróleovasco e ponte preta palpitealto-mar.
Mas ela afirma que as iniciativas foram paralisadas na década passada, quando a Petrobras lidava com dívidas crescentes e grande turbulência por contavasco e ponte preta palpitedenúnciasvasco e ponte preta palpitecorrupção. Desde então, a empresa vem se desfazendo não sóvasco e ponte preta palpiteinvestimentosvasco e ponte preta palpiterenováveis, mas tambémvasco e ponte preta palpiterefinarias e outros braços operacionais, como a BR Distribuidora.
Para a professora, fazia sentido "segurar investimentosvasco e ponte preta palpiteoutras áreas para ajeitar a casa", mas, passada essa fase, a empresa "deveria estar voltada a pesquisar e atuarvasco e ponte preta palpitenovos negócios".
Em nota à BBC, a Petrobras diz que "está avançando na análisevasco e ponte preta palpiteeventuais novos negócios que poderiam reduzir a exposição e a dependência das fontes fósseis e, ao mesmo tempo, que seriam rentáveis, garantindo a sustentabilidade da companhia no longo prazo".
A empresa afirma ainda que estãovasco e ponte preta palpitecurso "projetos para a produçãovasco e ponte preta palpiteuma nova geraçãovasco e ponte preta palpitecombustíveis, mais modernos e sustentáveis que os atuais".
A Petrobras diz, no entanto, que seguirá "com foco estratégicovasco e ponte preta palpiteáguas profundas e ultraprofundas, com ênfase no pré-sal, onde tem vantagens competitivas".
Lucro recorde
Em 2018, após quatro anos seguidosvasco e ponte preta palpiteprejuízos, as contas da Petrobras voltaram a ficar no azul. E,vasco e ponte preta palpite2021, a empresa registrou um lucro recordevasco e ponte preta palpiteR$ 106 bilhões - resultado que gerou o pagamentovasco e ponte preta palpiteR$ 37,3 bilhõesvasco e ponte preta palpitedividendos à União.
No mundo político, porém, é comum a críticavasco e ponte preta palpiteque a empresa daria mais importância a seus acionistas do que à população - discurso que costuma ganhar forçavasco e ponte preta palpitetemposvasco e ponte preta palpitealta nos combustíveis, como o atual.
Nas últimas semanas, tanto o presidente Jair Bolsonaro quanto o ex-presidente Lula - ambos pré-candidatos à eleição presidencial deste ano - cobraram a empresa a dividir uma parcela maiorvasco e ponte preta palpiteseus lucros com a sociedade.
Por outro lado, são raros entre políticos brasileiros questionamentos sobre a postura da Petrobras frente às mudanças climáticas.
Para Suzana Kahn Ribeiro, da Coppe/UFRJ, é possível adotar políticas que atenuem o impacto da inflaçãovasco e ponte preta palpitecombustíveis sobre os mais pobres, como o pagamentovasco e ponte preta palpitevale-gás.
Mas ela diz que o cenário também exige políticas que reduzam a dependência do setor brasileirovasco e ponte preta palpitetransportes por combustíveis fósseis, como a construçãovasco e ponte preta palpiteferrovias e criaçãovasco e ponte preta palpiteredesvasco e ponte preta palpiteabastecimento para veículos elétricos e caminhões movidos a hidrogênio.
E o futuro?
Os analistas entrevistados dizem que a próxima eleição presidencial pode ter grande influência nos caminhos que a Petrobras trilhará no futuro.
Eles dizem acreditar que, se Bolsonaro se reeleger, a empresa tende a manter as políticas atuais e resistir a uma abertura maior a fontes renováveis.
E uma vitóriavasco e ponte preta palpiteLula não necessariamente significaria grandes mudanças, afirmam.
Eles dizem que, passados 11 anos desde o fimvasco e ponte preta palpiteseu governo, Lula continua a exaltar o pré-sal e não costuma defender uma redução no consumovasco e ponte preta palpitepetróleo.
Roberto Kishinami, do Instituto Clima e Sociedade, diz que um fato novo pode mudar a posiçãovasco e ponte preta palpiteLula sobre o assunto.
Antes pouco interessados nesse debate, dirigentes sindicais da Petrobrás - com quem Lula mantém uma relação próxima - já começam a cobrar uma nova postura da empresa frente às mudanças climáticas, diz Kishinami.
Em agostovasco e ponte preta palpite2021, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) aprovou um documento no qual defende que a Petrobrás invistavasco e ponte preta palpitefontes renováveis e contribua com a "transição energética".
No texto, os sindicalistas dizem considerar "estratégico o retorno da atividade da Petrobrás na geraçãovasco e ponte preta palpiteenergia por meiovasco e ponte preta palpiteusinas eólicas e solares, assim como o investimentovasco e ponte preta palpitepesquisas para o desenvolvimento do hidrogênio verde".
O documento foi entregue a Lula no fimvasco e ponte preta palpitemarço, quando o ex-presidente participouvasco e ponte preta palpiteum evento com na sede da FUP sobre o futuro da Petrobras.
Ao discursar no evento, porém, Lula não comentou as políticas climáticas da empresa nem tratou do aquecimento global, ainda que tenha cobrado a empresa a buscar o desenvolvimento do Brasilvasco e ponte preta palpitevezvasco e ponte preta palpitefocar exclusivamente no petróleo.
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