4 ícones da longa luta das mulheres pelo direito ao voto:f12 bet bônus

Excursão das participantes do II Congresso Internacional Feminista ao Recreio dos Bandeirantes no Riof12 bet bônusJaneiro

Crédito, Acervo Arquivo Nacional

Legenda da foto, Participantes do II Congresso Internacional Feminista no Recreio dos Bandeirantes (RJ): conquista do foto teve muitas protagonistas

O direitof12 bet bônusvotar veiof12 bet bônus1932 - com a promulgação do decreto nº 21.076 no dia 24f12 bet bônusfevereiro, há exatos 90 anos -, como mais um capítulof12 bet bônusuma história longa, que vai muito além do acesso às urnas.

Conheça, a seguir, 4 mulheres protagonistas desse processo.

Nísia Floresta: o acesso à educação

Uma das precursoras dos movimentos pela conquista dos direitos das mulheres no Brasil viveu um século antes da promulgação do voto feminino.

Dionísiaf12 bet bônusFaria Rocha, que se tornaria conhecida pelo pseudônimo Nísia Floresta Brasileira Augusta, nasceuf12 bet bônusPapari, no interior do Rio Grande do Norte,f12 bet bônus1810.

Numa épocaf12 bet bônusque a vida das mulheres estava circunscrita basicamente à esfera doméstica, como esposas e mães, Nísia foi um ponto fora da curva. Foi do Rio Grande do Norte para Pernambuco, para o Rio Grande do Sul, para o Riof12 bet bônusJaneiro.

Viveu anos na Europa, onde transitava por círculosf12 bet bônusintelectuais com nomes como Almeida Garret, Alexandre Herculano, Alexandre Dumas, Victor Hugo e Amandine Dupin - que se apresentava como George Sand, pseudônimo masculino que usava para assinar seus livros, algo que não era incomum naquela época.

Teve 15 livros publicados e escreveu uma tradução livre da obra Vindication of the Rights of Woman, da escritora inglesa Mary Wollstonecraft, intitulada Direitos das Mulheres e Injustiça dos Homens.

Vanguardista, Wollstonecraft chegou a publicar um livrof12 bet bônusresposta aos escritos do filósofo Jean Jacques Rousseau, que afirmava,f12 bet bônusÉmile, ou da Educação, que a mulher, por ser intelectualmente inferior ao homem, deveria receber uma educação superficial, com ênfase maior na educação moral.

Ilustraçãof12 bet bônusNísia Floresta

Crédito, Domínio Público

Legenda da foto, Nísia Floresta é uma das precursoras dos movimentosf12 bet bônuslutas por direitos das mulheres

Ainda que não repetisse o discursof12 bet bônusrompimento da intelectual inglesa, Nísia defendia que as mulheres tivessem acesso à mesma educação que os homens.

Foi professora e fundou,f12 bet bônus1838, no Riof12 bet bônusJaneiro, um colégio para meninas com um currículo que ia bem além das aulasf12 bet bônuscorte, costura e boas maneiras previstas na lei. O programa do Colégio Augusto incluía latim, francês, italiano e inglês - tanto gramática quanto literatura -, geografia e história.

Apesarf12 bet bônusnão ter eliminado as aulasf12 bet bônus"prendas femininas", o fatof12 bet bônusdar às meninas instrução bem mais ampla que o comum da época fez da escola alvof12 bet bônusduras críticas dos jornais cariocas durante os 18 anosf12 bet bônusque estevef12 bet bônusfuncionamento.

Na ediçãof12 bet bônus2f12 bet bônusjaneirof12 bet bônus1847 do jornal O Mercantil, um comentário sobre os exames finaisf12 bet bônusque várias alunas haviam sido premiadas com distinção alfinetava: "trabalhosf12 bet bônuslíngua não faltaram; osf12 bet bônusagulha ficaram no escuro. Os maridos precisamf12 bet bônusmulher que trabalhe mais e fale menos". O trecho foi destacado pela pesquisadora Constância Lima Duarte, professora da Universidade Federalf12 bet bônusMinas Gerais (UFMG), emf12 bet bônustesef12 bet bônusdoutorado (Nísia Floresta: Vida e Obra).

As escolas praticamente não existiam no Brasil colônia, muito menos o ensino obrigatório - a educação estava nas mãos da igreja Católica, quef12 bet bônusseus conventos e seminários lecionava a poucos alunos.

Com a vinda da Corte para o Brasil,f12 bet bônus1808, o ensino começa a se difundir no país, especialmente entre as famílias ricas, que costumavam contratar professoras estrangeiras (francesas e portuguesas, principalmente) para que ensinassem aos filhos dentrof12 bet bônuscasa.

A primeira grande legislação sobre educação só é promulgada depois da independência,f12 bet bônus1827, durante o período do Primeiro Império. É ele que estabelece que o ensino para meninos e meninas deveria ser diferenciado.

Em matemática, por exemplo, os cursos para meninas só deveriam cobrir as quatro operações básicas - somar, subtrair, multiplicar e dividir -; enquanto aqueles para meninos incluíam geometria, frações, proporções, números decimais. A lei só unificaria os currículos quase 30 anos depois,f12 bet bônus1854.

A pesquisadora Mônica Karawejczyk, que há 15 anos estuda a questão do voto feminino no Brasil, pontua que Nísia não chegou a defender o voto feminino.

"Ela pedia outras coisas porque aquela era uma épocaf12 bet bônusque a mulher não tinha direito a quase nada. Sóf12 bet bônus1827 tiveram direito ao ensino primário, e mesmo assim não era igual [ao currículo masculino]."

A educação, entretanto, é um grande catalisador das transformações que aconteceriam nas décadas seguintes - e, por isso, o ativismof12 bet bônusNísia ef12 bet bônusoutras mulheres nesse sentido é considerado fundamental para os avanços que vieram depois.

"No momentof12 bet bônusque a mulher tem acesso à educação, quando começa a ler, se instruir, começa a querer outras coisas: 'Por que ele tem direito e eu não tenho?', 'Por que ele pode fazer Medicina e eu não?' A partir daí, começa a haver uma maior conscientização sobre essas questões", ressalta a pesquisadora, autora do livro Mulher Deve Votar?: o Código Eleitoralf12 bet bônus1932 e a Conquista do Sufrágio Feminino Através das Páginas dos Jornais Correio da Manhã e A Noite.

Leolindaf12 bet bônusFigueiredo Daltro: o primeiro partido feminino

Uma mulher que fez muitas dessas perguntas foi a baiana Leolindaf12 bet bônusFigueiredo Daltro, que nasceu cercaf12 bet bônus50 anos depoisf12 bet bônusNísia,f12 bet bônus1859.

Também professora, seu principal foco no âmbito do magistério eram os indígenas. Leolinda defendia que eles fossem incorporados à sociedade brasileira por meio do ensino laico, desligado da igreja -f12 bet bônusuma épocaf12 bet bônusque praticamente todas as iniciativas nesse sentido eram dominadas por agremiações católicas, como os jesuítas.

Leolinda (ao centro) com indígenasf12 bet bônusfoto publicada no jornal O Malho

Crédito, Biblioteca Nacional

Legenda da foto, Leolinda (ao centro) com indígenasf12 bet bônusfoto publicada no jornal O Malho

Após a proclamação da República, nos anos 1890, chegou a percorrer o interior do país por alguns anos alfabetizando comunidades indígenas.

Já separada do segundo marido e com 5 filhos - os quais sustentava com seu salário -, a própria forma como levava a vida afrontava os costumes da época. E foi experimentando as barreiras que se colocavam às mulheres pelo simples fatof12 bet bônusserem mulheres que Leolinda se voltou para as questõesf12 bet bônusgênero.

Em setembrof12 bet bônus1909, foi impedidaf12 bet bônusapresentar um trabalho no primeiro Congresso Brasileirof12 bet bônusGeografia por ser mulher, relata a historiadora Eliane Rocha emf12 bet bônustesef12 bet bônusdoutorado (Entre a Pena e a Espada - A Trajetóriaf12 bet bônusLeolinda Daltro: 1859-1934). Por essa mesma razão, nunca foi nomeada oficialmente como "catequista leiga ou diretoraf12 bet bônusíndios", cargos aos quais sempre almejou.

"Ela percebeu que precisaria mudar as leis para poder se inserir no espaço público", destaca Karawejczyk, que também escreveu sobre Leolinda emf12 bet bônustesef12 bet bônusdoutorado (As Filhasf12 bet bônusEva Querem Votar: dos Primórdios da Questão à Conquista do Sufrágio Feminino no Brasil).

Assim, morando no Riof12 bet bônusJaneiro,f12 bet bônus1910 ela funda o Partido Republicano Feminino (PRF), o primeiro com esse perfil montado no Brasil - e não formalmente reconhecido como partido, já que nem direito a voto as mulheres tinham ainda (uma das demandas, claro, do PRF).

Leolinda Daltro (segunda, da esq. para dir.)f12 bet bônusevento do PRF,f12 bet bônusfoto publicada no jornal O Malho

Crédito, Biblioteca Nacional

Legenda da foto, Leolinda Daltro (segunda, da esq. para dir.)f12 bet bônusevento do PRF,f12 bet bônusfoto publicada no jornal O Malho

"Ela e todas aquelas mulheres começaram a frequentar as sessões parlamentares, vaiavam, aplaudiam. Elas tiveram muita coragemf12 bet bônusse colocar e exigir esses direitos políticos", diz a pesquisadora.

Por causa do estilo confrontativo, Leolinda era constantemente chamada pelos desafetos - e por boa parte da imprensa -f12 bet bônus"Pankhurst brasileira", uma referência a Emmeline Pankhurst, uma das fundadoras do movimento sufragista na Inglaterra.

Emmeline Pankhurst por voltaf12 bet bônus1910 sorri da janela do trem

Crédito, THE WOMEN'S LIBRARY AT LSE

Legenda da foto, Emmeline Pankhurst por voltaf12 bet bônus1910: Leolinda era frequentemente comparada na imprensa com sufragista inglesa

Líder do Women's Social and Political Union (União Social e Política das Mulheres, WSPU), a britânica é um dos nomes mais célebres do que ficou conhecido como suffragettes, grupo que tinha um estilof12 bet bônusatuação mais combativo.

Para pressionar os políticos e chamar atenção da opinião pública, as suffragettes faziam ações que iam desde interromper discursosf12 bet bônusautoridades até acorrentar-se a portõesf12 bet bônusprédios públicos e atear fogo nas caixasf12 bet bônuscorreio.

Evento da WSPU com lema da entidade ao fundo: 'ações, não palavras' ('deeds not words')

Crédito, THE WOMEN'S LIBRARY AT LSE

Legenda da foto, Evento da WSPU com lema da entidade ao fundo: 'ações, não palavras' ('deeds not words')

No Brasil, as sufragistas do PRF eram constantemente alvof12 bet bônuscampanhas difamatórias e ridicularizadas nos jornais, ligadas pela opinião pública ao que Karawejczyk chamaf12 bet bônus"mau feminismo" -f12 bet bônusoposição ao "bom feminismo" que caracterizaria o grupo da geração posterior àf12 bet bônusLeolinda, como Bertha Lutz (leia mais abaixo).

Leolinda "invadia espaços exclusivamente masculinos e expunha-se pessoalmente às críticas, sempre buscando chamar atenção para as desigualdades e injustiças", escreveu a historiadora Teresa Cristinaf12 bet bônusNovaes Marques, que há maisf12 bet bônus20 anos se dedica a pesquisar a história das mulheres,f12 bet bônusum artigo na revista Gênerof12 bet bônus2012.

Entre os exemplos, a pesquisadora cita o episódio do Congresso Pan-Americano realizado no Riof12 bet bônusJaneirof12 bet bônus1906,f12 bet bônusque a ativista levou consigo um grupof12 bet bônussete indígenas para assistir ao evento.

Nos anos 1920, Leolinda começa a se afastar aos poucos da vida pública. Isso não impediu, entretanto, que ela não apenas votasse nas eleiçõesf12 bet bônus1933, como também se candidatasse a deputada federal - sem conseguir, contudo, se eleger.

Bertha Lutz: o primeiro congresso feminista

A bióloga Bertha Maria Júlia Lutz tinha o estilo oposto dof12 bet bônusLeolinda. Avessa ao conflito direto, preferia os pronunciamentos públicos, cartas à imprensa e a buscaf12 bet bônusapoiof12 bet bônuslideranças masculinas - e fazia questãof12 bet bônusdeixar clara essa distância.

A professora da Universidadef12 bet bônusBrasília (UnB) Teresa Cristinaf12 bet bônusNovaes Marques conta que se surpreendeu quando começou a pesquisar no Arquivo Nacional os documentos da Federação Brasileira para o Progresso Feminino (FBPF) - fundada por Bertha - e não localizou uma menção a Leolinda, a não ser um pequeno obituário.

"Para mim era tão natural, eu achava que iria encontrar uma homenagem a dona Leolinda como sendo a precursora", comenta a historiadora, autora do livro Bertha Lutz.

"Mas ela [Leolinda] era uma pessoa tóxica para os propósitos da Bertha, porque atraía uma imprensa jocosa."

Essas e outras nuances têm vindo à tona nas últimas décadas, à medida que mais pesquisadores se dedicam a reconstruir a história dos movimentosf12 bet bônusluta pelos direitos das mulheres no Brasil e lá fora.

Fotof12 bet bônusBertha Lutz

Crédito, Arquivo Nacional

Legenda da foto, Bertha era filho do médico Adolfo Lutz

Nascidaf12 bet bônus1894, Bertha entraf12 bet bônuscenaf12 bet bônusum momentof12 bet bônusque o movimento feminista da América Latina vinha se internacionalizando e já estava integrado às redes europeias.

Ela mesma tinha vividof12 bet bônusParis, na França. Formou-se na prestigiosa Universidade Sorbonne e,f12 bet bônus1918, volta ao Brasil. No Riof12 bet bônusJaneiro, começa a trabalhar como assistente do pai, o célebre médicof12 bet bônusascendência suíça Adolfo Lutz, na seçãof12 bet bônuszoologia do Instituto Oswaldo Cruz.

Em um períodof12 bet bônusque a Ciência é monopolizada por homens, ela teve dificuldade para se estabelecer como cientista - um dos fatores, inclusive, que a impele para a atividade política.

"A Bertha é uma pessoa estudada, mas não é uma pessoaf12 bet bônusdinheiro - essa ressalva é importante. Então ela precisava trabalhar. Por que ela entra no feminismo? Porque quer ter uma oportunidadef12 bet bônustrabalho digna paraf12 bet bônusformação", destaca Marques.

Em 1919, funda então a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher (LEIM), que tinha, entre seus objetivos, articular a aprovação do sufrágio feminino.

Em 1922, participaf12 bet bônusuma grande conferência feministaf12 bet bônusBaltimore, nos Estados Unidos, a Conferência Pan-Americanaf12 bet bônusMulheres - onde se encontra com a sufragista americana Carrie Chapman Catt, com quem se correspondia por cartas e que elegeria como uma espécief12 bet bônusmentora.

Naquele mesmo ano, a LEIM vira a Federação Brasileira para o Progresso Feminino (FBPF) e organiza o Primeiro Congresso Internacional Feminista do Brasil, no Riof12 bet bônusJaneiro.

"A ideia era marcar as celebrações do centenário da independência, para que elas e o evento tivessem uma projeção na imprensa", conta Marques.

Fotof12 bet bônuspreto e branco das participantes do I Congresso Internacional Feminista no Riof12 bet bônusJaneiro

Crédito, Arquivo Nacional

Legenda da foto, I Congresso Internacional Feminista no Riof12 bet bônusJaneiro: evento contou com presença da sufragista americana Carrie Chapman Catt (ao centro, ao ladof12 bet bônusBertha Lutz)

Àquela altura, a demanda pelo voto feminino estava longef12 bet bônusser um assunto novo para os políticos brasileiros. Há décadas aparecia nas discussões do Legislativo, inclusive durante a Assembleia Constituinte que redigiu a primeira Constituição da Repúblicaf12 bet bônus1891, quando prevaleceu a posição daqueles que eram contrários ao direito do sufrágio às mulheres.

Ante as tentativas mal-sucedidas, a pressão foi crescendo com os anos. A partir da décadaf12 bet bônus1920, mulheresf12 bet bônusdiferentes regiões do país chegaram a entrar na Justiça para reivindicar o alistamento eleitoral - isso porque a legislação brasileira era ambígua, não afirmava expressamente que o voto era proibido às mulheres.

Entre elas estiveram Diva Nolf Nazário e Adalzira Bittencourtf12 bet bônusSão Paulo e Celina Guimarães e Júlia Barbosa no Rio Grande do Norte, como relata Marques no livro O Voto Feminino no Brasil, disponível para download gratuito e com maisf12 bet bônus100 mil acessos desde que foi publicado.

Em 1930, o Brasil assiste ao golpef12 bet bônusEstado que coloca Getúlio Vargas no poder. No ano seguinte, as representantes da federação conseguem uma audiência com o presidente e, finalmente,f12 bet bônus1932, o voto feminino aparece no decreto do novo Código Eleitoral, publicadof12 bet bônus24f12 bet bônusfevereiro.

Naquele momento ainda não houve, contudo, popularização do voto. Tanto para mulheres quanto para homens, ele era restrito aos cidadãos alfabetizados, regra que, na prática, excluía boa parte da população pobre.

Almerinda Gama: feminismo sindicalista

A datilógrafa e escritora Almerinda Farias Gama foi uma das filiadas da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Sua trajetória, contudo, foi bastante diferente daf12 bet bônusBertha.

"Ela veiof12 bet bônusuma família com muitas mulheres. E mulheres que arrimam [eram o sustento da casa]. A tia era uma médica influentef12 bet bônusBelém - então ela tinha exemplosf12 bet bônusmulheres fortes", diz Marques, que orientou o mestrado da pesquisadora Patrícia Cibele da Silva Tenório sobre a ativista.

Almerindaf12 bet bônusfoto publicada no jornal Fon-Fonf12 bet bônus1942

Crédito, Biblioteca Nacional

Legenda da foto, Almerindaf12 bet bônusfoto publicada no jornal Fon-Fonf12 bet bônus1942

Almerinda faz treinamento para ser datilógrafa e se aborrece quando começa a procurar emprego e percebe que repetidamente lhe oferecem salários inferiores aos pagos aos homens.

Em buscaf12 bet bônusmelhores condições, deixa o Pará e parte para o Riof12 bet bônusJaneiro, onde morava seu irmão. Lá, conhece o movimento feminista e se aproxima da FBPF, atraída por pautas como af12 bet bônusigualdade salarial defendidas pelas associadas.

Entre as muitas funções que desempenhou na federação, era o "elementof12 bet bônusligação" entre a entidade e a imprensa carioca, conta a pesquisadora.

"Ela era uma pessoa dinâmica. Não só datilografava, escrevia também - já escrevia na imprensa paraense. Então ela conhecia o pessoal da imprensa."

Almerinda entrava nas redações e conversava com os jornalistas na esperançaf12 bet bônusconvencê-los a publicar "notinhas" sobre a federação.

"E aquela simpatia que dona Almerinda era…as pessoas cediam", diz a historiadora.

Em paralelo, teve uma trajetória importante como sindicalista. Ajudou a fundar e foi a primeira dirigente do Sindicato dos Datilógrafos e Taquígrafos do Distrito Federal. Como líder sindical, foi a única mulher a votar como delegada eleitora na Assembleia Nacional Constituintef12 bet bônus1933.

Em 1934, afasta-se da federação, entre outras razões, por achar que ela vinha perdendo seu caráter mais combativo, como relata Tenório emf12 bet bônusdissertação (A Vida na Ponta dos Dedos: A trajetóriaf12 bet bônusVidaf12 bet bônusAlmerinda Farias Gama (1899-1999) - feminismo, sindicalismo e identidade política).

A partir daí, segue trabalhando como datilógrafa e passa a atuar cada vez mais próximo dos sindicatos ef12 bet bônusum núcleo do movimento negrof12 bet bônusMadureira, no subúrbio do Rio.

Perto dos 50 anos, Almerinda consegue finalmente erguerf12 bet bônuscasa própria, no bairro do Méier, também no subúrbio do Rio - um espaço que acabou usando para acolher muitos migrantes e quem precisassef12 bet bônus"pouso" no Riof12 bet bônusJaneiro.

"Muita gente passou pela casa da dona Almerinda, que era uma casaf12 bet bônusportas abertas", destaca Marques.

"A Bertha era uma pessoa que fazia política pelos canais tradicionais - escrevia, se manifestava, pedia audiência. A dona Almerinda fazia política com suas escolhas pessoais."

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