Covid-19: Brasil volta a ser país com mais mortes diárias por covid-19:

Covas sendo abertascemitérioManaus

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Fiocruz aponta que 18 Estados e Distrito Federal estão com taxasocupaçãoUTIs acima80%, nível considerado crítico pela instituição; oito deles estão acima90%

Em meio ao avanço da terceira onda da pandemia, o Brasil ultrapassou a Índia e voltou à liderança do númeromortes diárias por covid-19 registradas,média. São mais2.000 óbitos registrados por dia.

É a terceira vez que o Brasil ocupa o topo desse ranking durante a pandemia. Nas duas primeiras, isso durou quase dois meses: do iníciojunho ao fimjulho2020 e do iníciomarço ao fimabril2021.

Na terceira e atual, o país latino-americano voltou à liderança20/06, com 2.051 registrosmortes diárias,média. A Índia registrou naquele dia 1.753 mortes, menos da metadeseu recorde4.190 óbitos no fimmaio.

Quando a comparação levaconta o númeromortes por 1 milhãohabitantes, o Brasil aparecesétimo lugar, segundo ranking elaborado pela UniversidadeOxford, no Reino Unido. Está atrásParaguai, Suriname, Seychelles, Colômbia, Argentina e Uruguai.

Média diáriamortes registradas por covid-19 avança no Brasil. País volta a ocupar topo do ranking mundial .  .

E a situação vem piorando nas últimas semanas. Diversos Estados estão com UTIs lotadas e filas crescentes por vagas, e o númeroóbitos tem crescido na maioria dessas localidades, principalmente entre pessoas com menos60 anos.

A última vez que o país havia registrado médiamais2.000 mortes por dia foi no iníciomaio, quando a pandemia recuavaterritório nacional. A tendênciaqueda começouabril, quando o país bateu recorde3.068 mortes por dia, e durou até a primeira semanajunho. Desde então a pandemia voltou a avançar no país.

Atualmente, mais500 mil pessoas morreram da doença no país, atrás apenas dos Estados Unidos, com mais600 mil mortes.

Mas a tendência é que o Brasil ultrapasse os EUA nos próximos meses porque o país norte-americano tem conseguido controlar o avanço da pandemia e ampliado a vacinaçãosua população.

Especialistas brasileiros apontam, no entanto, que o Brasil está mais pertose tornar líder no ranking mundialmortes do que parece.

Análises apontam quemeadosjunho o Brasil já pode ter ultrapassado a marca600 mil mortes por casos confirmados ou suspeitoscovid-19, 100 mil a mais que os dados do Ministério da Saúde. Essa diferença ocorre por causa da demora para inserir dados das mortes no sistema nacional. A correção desse atraso permite, portanto, "prever o agora" (nowcasting) e ter uma imagem menos distorcida da real situação atual do país.

Inverno pode agravar situação, diz Fiocruz

Em seu boletim mais recente sobre a pandemia, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou que 18 Estados e o Distrito Federal estão com taxasocupaçãoUTIs acima80%, nível considerado crítico pela instituição. Oito deles estão acima90%.

Para a Fiocruz, o início do inverno no hemisfério Sul tende a agravar a situação do país, dado o comportamento sazonaldoenças respiratórias graves. Ou seja, mais pessoaslugares fechados e condições climáticas que favorecem o espalhamento do coronavírus.

"O sistemasaúde ainda apresenta grande sobrecarga para o cuidadoalta complexidade à covid-19, estando sob risconão ter capacidaderesponder a eventuais aumentos na demanda por cuidados", informou a instituição.

A idade média dos pacientes que morrem por casos confirmadoscovid-19 tem caído. No início da pandemia, era62 anos. Atualmente, giratorno52 anos.

A Fiocruz lembra que essa mudança está relacionada, entre outros motivos, ao avanço da vacinação nas faixas etárias mais velhas, mas o nívelvacinação completo da população inteira ainda é muito baixo: 15%. Esse patamar está bem distante do patamar estimado para controlar a transmissão do vírus,75%.

Mortes por covid na pandemia inteiranúmeros absolutos. .  .

Além disso, a instituição ressalta que, para além da vacinação dos mais velhos, os números absolutosinternação e morte dos mais jovens têm crescido ao redor do país.

"Possivelmente o cenário atualrejuvenescimento prosseguirá e poderá perpetuar um cenário obscuroóbitos altos até que este grupo etário esteja devidamente coberto pela vacina."

A proporçãomortes por covid daqueles acima90 anos caiu 70%. Por outro lado, cresceu 189% entre pessoas20 a 29 anos.

Enquanto a vacinação não chega ao patamar ideal, a Fiocruz ressalta a importânciamedidas como usomáscaras profissionais (N95 ou PFF2), evitar espaços fechados e distanciamento social sempre que possível.

Línea

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