Riscogrupo telegram spaceman pixbetmorrergrupo telegram spaceman pixbetcovid-19 no Brasil foi maisgrupo telegram spaceman pixbet3 vezes maior que no resto do mundogrupo telegram spaceman pixbet2020, calcula economista:grupo telegram spaceman pixbet

Covas sendo abertasgrupo telegram spaceman pixbetcemitériogrupo telegram spaceman pixbetManaus,grupo telegram spaceman pixbet31grupo telegram spaceman pixbetdezembrogrupo telegram spaceman pixbet2020

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Covas sendo abertasgrupo telegram spaceman pixbetcemitériogrupo telegram spaceman pixbetManaus,grupo telegram spaceman pixbet31grupo telegram spaceman pixbetdezembrogrupo telegram spaceman pixbet2020; Brasil registrou quase 195 mil mortes por covid-19 no ano passado

Isso quer dizer que, casogrupo telegram spaceman pixbettodos esses países os cidadãos tivessem morrido na mesma proporção, por sexo e por idade,grupo telegram spaceman pixbetque morreram no Brasil, só nove deles estariamgrupo telegram spaceman pixbetuma situação pior do que a brasileira — ou seja, nessa comparação, registraram mais mortes do que teriam tido.

Há meses o Brasil ocupa o segundo lugar do mundogrupo telegram spaceman pixbetnúmero absolutogrupo telegram spaceman pixbetmortes por covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, que hoje contabilizam maisgrupo telegram spaceman pixbet443 mil óbitos.

Quando a comparação levagrupo telegram spaceman pixbetconta o númerogrupo telegram spaceman pixbetmortes por 100 mil habitantes, porém, diversos países europeus, como Bélgica, Reino Unido, Espanha e Itália, passaram à frente do Brasil aindagrupo telegram spaceman pixbet2020. Afinal, têm um número proporcionalmente altogrupo telegram spaceman pixbetmortes pelo novo coronavírusgrupo telegram spaceman pixbetrelação ao tamanhogrupo telegram spaceman pixbetsua população.

Isso continua valendogrupo telegram spaceman pixbet2021. No levantamento mais recente da Universidade Johns Hopkins, o país com mais mortes por 100 mil habitantes é o Reino Unido, seguido pela República Tcheca e a Itália. O Brasil aparecegrupo telegram spaceman pixbet12° lugar.

Mas essa conta tampouco pinta um quadro completo.

Hecksher lembra que países europeus (e os EUA também) têm uma população com maior porcentagemgrupo telegram spaceman pixbetidosos do que a brasileira, portanto muito mais suscetível a adoecer gravemente quando infectada pelo coronavírus.

Pirâmide etáriagrupo telegram spaceman pixbetBrasil e Reino Unido
Legenda da foto, A diferença entre as pirâmides etáriasgrupo telegram spaceman pixbetBrasil e Reino Unido é um dos fatores que têmgrupo telegram spaceman pixbetser levadosgrupo telegram spaceman pixbetconta na horagrupo telegram spaceman pixbetcomparar países e seu desempenho na pandemia

"O númerogrupo telegram spaceman pixbetmortesgrupo telegram spaceman pixbetcovid-19 por 100 mil habitantes indica o riscogrupo telegram spaceman pixbetuma pessoa qualquergrupo telegram spaceman pixbetuma população ter morrido por causa da doença. Essa taxa é influenciada pela demografiagrupo telegram spaceman pixbetcada país. Como os idosos têm risco muito maiorgrupo telegram spaceman pixbetmorrergrupo telegram spaceman pixbetcovid-19 do que os mais jovens, é esperado que países com população mais envelhecida tenham mais mortes por 100 mil habitantes", explica o pesquisador.

Uma das formasgrupo telegram spaceman pixbetcorrigir isso para fazer uma análise comparativa com o desempenho do Brasil na pandemia, diz Hecksher, é incorporando ao cálculo a mortalidade por faixa etária e sexo.

Em seu trabalho, o pesquisador levantou portanto não só a quantidadegrupo telegram spaceman pixbetmortesgrupo telegram spaceman pixbetcada país por covid-19 egrupo telegram spaceman pixbetpopulação, mas também a composição da populaçãogrupo telegram spaceman pixbetcada país analisado, a partirgrupo telegram spaceman pixbetdados da OMS, da ONU e do Ministério da Saúde brasileiro.

É nessa conta que o Brasil aparece pior que 169 países.

Hecksher calculou que, se os demais países do mundo tivessem, com as suas respectivas pirâmides populacionais e divisões por sexo, repetido o padrão brasileirogrupo telegram spaceman pixbetmortesgrupo telegram spaceman pixbetcada faixa etária e sexo, apenas nove deles teriam tido menos mortes do quegrupo telegram spaceman pixbetfato tiveram.

São eles: Peru, México, Belize, Bolívia, Equador, Panamá, Colômbia e — os únicos não latino-americanos da lista — Macedônia do Norte e Irã.

Gráfico das mortes
Legenda da foto, Gráfico usa o Brasil como referência, por isso o país é representado pelo número 1. A cada morte por covid-19 no Brasilgrupo telegram spaceman pixbet2020, levando-segrupo telegram spaceman pixbetconta sexo e faixa etária, ocorreu 1,42 morte no Peru e 0,0005 no Vietnã

"Entre os 179 países analisados, o Brasil fica na 10ª pior posição do ranking. Isso significa que 95% dos países (analisados) tiveram resultado melhor que o Brasil no combate à covid-19grupo telegram spaceman pixbet2020 quando se levagrupo telegram spaceman pixbetconta a demografiagrupo telegram spaceman pixbetcada um", aponta Hecksher.

O Peru, quegrupo telegram spaceman pixbetjunho e julho do ano passado começou a enfrentar uma crise semelhante à vivida agora por Manaus — com colapso do sistemagrupo telegram spaceman pixbetsaúde e escassezgrupo telegram spaceman pixbetcilindrosgrupo telegram spaceman pixbetoxigênio —, acabou se tornando um dos países com mais alta taxagrupo telegram spaceman pixbetmortalidade por covid-19grupo telegram spaceman pixbettodo o planeta.

No outro extremo dessa comparação está o Vietnã, que até esta semana contabilizava um totalgrupo telegram spaceman pixbetapenas 35 mortes por covid-19, segundo a OMS.

"No Vietnã, morreram apenas 0,05% do que se esperaria se o país replicasse o padrãogrupo telegram spaceman pixbetmortalidade brasileiro. Em outras palavras, dados o sexo e a idadegrupo telegram spaceman pixbetuma pessoa, o risco médiogrupo telegram spaceman pixbetmorrergrupo telegram spaceman pixbet2020grupo telegram spaceman pixbetcovid-19 foi 2 mil vezes maior no Brasil do que no Vietnã", compara Hecksher.

Na prática (veja gráfico acima), a cada morte por covid-19 no Brasilgrupo telegram spaceman pixbet2020, o Peru registrou 1,42 morte — levando-segrupo telegram spaceman pixbetconta o ajuste por faixa etária e sexo. Ou seja, cada cinco mortes no Brasil equivaleriam a cercagrupo telegram spaceman pixbetsete no Peru.

O Vietnã, enquanto isso, registou apenas 0,0005 morte a cada pessoa que perdeugrupo telegram spaceman pixbetvida para o coronavírus no Brasil. Ou seja, para 2 mil mortes brasileiras, o Vietnã contabilizou apenas uma.

É bom destacar que os cálculos são feitos com base nos dados oficiais da pandemiagrupo telegram spaceman pixbetcada país, sem levargrupo telegram spaceman pixbetconta a subnotificaçãogrupo telegram spaceman pixbetmortes por covid-19 — por exemplo,grupo telegram spaceman pixbetpessoas que não foram testadas para covid-19 e cujo atestadogrupo telegram spaceman pixbetóbito consta apenas que ela morreugrupo telegram spaceman pixbetproblemas respiratórios.

Aqui no Brasil, diferentes especialistas estimaram à BBC News Brasilgrupo telegram spaceman pixbetdezembro que a subnotificação foi tão grande que o númerogrupo telegram spaceman pixbetmortes por covid-19 no ano passado pode ter sido 50% maior do que o registrado oficialmente. Isso faria o número absolutogrupo telegram spaceman pixbetmortes subir dos quase 195 mil oficiaisgrupo telegram spaceman pixbet2020 a maisgrupo telegram spaceman pixbet290 mil.

'Pior gerenciamento' da pandemia

Peruanos aguardando reabastecimentogrupo telegram spaceman pixbetcilindros oxigêniogrupo telegram spaceman pixbetLima

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Peruanos aguardando reabastecimentogrupo telegram spaceman pixbetcilindros oxigêniogrupo telegram spaceman pixbetLima;grupo telegram spaceman pixbetcomparação com o Brasil, país andino teve o pior desempenho na pandemia e, assim como Manaus, viveu caos na saúde

Os motivos por trás desse mau desempenho comparativo do Brasil também quando levadagrupo telegram spaceman pixbetcontagrupo telegram spaceman pixbetcomposição etária exigiriam uma análise mais aprofundada, mas as conclusõesgrupo telegram spaceman pixbetHecksher são reforçadas por outros estudos.

Na última semana, o Instituto Lowy, da Austrália, listou o Brasil como o pior no gerenciamento da pandemia entre 98 países analisados, com basegrupo telegram spaceman pixbetseis critérios (númerogrupo telegram spaceman pixbetcasosgrupo telegram spaceman pixbetcovid-19, mortes, casos por 1 milhãogrupo telegram spaceman pixbetpessoas, mortes por 1 milhãogrupo telegram spaceman pixbetpessoas, casos confirmadosgrupo telegram spaceman pixbetproporção aos testes, e quantidadegrupo telegram spaceman pixbettestes por mil habitantes) analisados ao longogrupo telegram spaceman pixbet36 semanas. Níveisgrupo telegram spaceman pixbetdesenvolvimento socioeconômico e tamanho da população também foram levadosgrupo telegram spaceman pixbetconta.

Nas contas do Lowy, o melhor desempenho na pandemia coube à Nova Zelândia, que pontuou 94,4grupo telegram spaceman pixbetuma mediçãogrupo telegram spaceman pixbetzero a cem. Na lanterna do ranking, o Brasil pontuou meros 4,3.

De volta aos cálculosgrupo telegram spaceman pixbetHecksher,grupo telegram spaceman pixbetmodo geral, "o riscogrupo telegram spaceman pixbetuma pessoa qualquer no mundo ter morridogrupo telegram spaceman pixbetcovid-19 no ano passado, dados seu sexo egrupo telegram spaceman pixbetidade, foi 27,9% do risco enfrentado pelos brasileiros".

Ou seja, diz o pesquisador, "o riscogrupo telegram spaceman pixbetmorrergrupo telegram spaceman pixbetcovid-19 é multiplicado por 3,6 vezes se a pessoa morar no Brasil".

O 'debate' entre economia e saúde

Além dos dadosgrupo telegram spaceman pixbetmortalidade, Hecksher tabulou também os dadosgrupo telegram spaceman pixbetdesemprego do Brasil e do resto do mundo durante a pandemia, usando os dados mais recentes disponíveis (do terceiro trimestregrupo telegram spaceman pixbet2020).

E a conclusão égrupo telegram spaceman pixbetque, na suposta "briga" entre abrir a economia ou preservar a saúde, alimentada nos meses iniciais do avanço do coronavírus, o Brasil perdeu nas duas pontas.

Comércio popular no Riogrupo telegram spaceman pixbetJaneiro,grupo telegram spaceman pixbetfotogrupo telegram spaceman pixbetdezembrogrupo telegram spaceman pixbet2020

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Comércio popular no Riogrupo telegram spaceman pixbetJaneiro,grupo telegram spaceman pixbetfotogrupo telegram spaceman pixbetdezembrogrupo telegram spaceman pixbet2020; no "falso debate" entre cuidar da saúde e reabrir a economia, Brasil acabou perdendo nas duas pontas

Calculando a proporçãogrupo telegram spaceman pixbetpessoas ocupadasgrupo telegram spaceman pixbetrelação à população com idadegrupo telegram spaceman pixbettrabalhar, o Brasil tinha menos da metade (47,1%) desse contingente empregado no terceiro trimestregrupo telegram spaceman pixbet2020.

Trata-segrupo telegram spaceman pixbetuma quedagrupo telegram spaceman pixbet7,7 pontos percentuaisgrupo telegram spaceman pixbetrelação ao mesmo períodogrupo telegram spaceman pixbet2019, quando a relação entre pessoas ocupadas e populaçãogrupo telegram spaceman pixbetidade ativa eragrupo telegram spaceman pixbet54,8%.

"O Brasil já estava mal antes da pandemia, e tivemos uma queda ainda maior do que até mesmo países como a Argentina", diz Hecksher.

Na comparação com o resto do mundogrupo telegram spaceman pixbettermosgrupo telegram spaceman pixbetpopulação ocupada, o Brasil do terceiro trimestregrupo telegram spaceman pixbet2020 só se sai melhor do que a África do Sul (37,5%) e bem atrásgrupo telegram spaceman pixbetpaíses como a Suíça (79,8%).

Embora Hecksher reforce que não existe causalidade entre esses dois indicadores ruins brasileiros — ogrupo telegram spaceman pixbetmortes e desemprego elevados —, eles indicam que a ideiagrupo telegram spaceman pixbetque há um dilema entre estimular a economia ou defender o isolamento social não faz sentido.

"A gente embarcou nesse falso dilema, não se protegeu direito e acabou sendo mais afetado do que a maioria dos países tanto pela covid-19 quanto pelo desemprego", aponta o economista.

Outro caso internacional destacado por Hecksher é o da Suécia, apontado pelo presidente Jair Bolsonaro, no início da pandemia, como exemplogrupo telegram spaceman pixbetpaís que mantevegrupo telegram spaceman pixbeteconomia aberta e não promoveu lockdowns (fechamentos totais,grupo telegram spaceman pixbetinglês).

Em comparação com seus vizinhos nórdicos (Noruega, Dinamarca e Finlândia, que têm padrãogrupo telegram spaceman pixbetvida e perfil populacional semelhante), a Suécia teve a maior variação negativa no nívelgrupo telegram spaceman pixbetemprego, na diferença entre os terceiros trimestresgrupo telegram spaceman pixbet2019 e 2020.

Os suecos também perderam muito mais vidas para a covid-19 do que seus pares nórdicos: foram 11,5 mil mortes confirmadas até 2grupo telegram spaceman pixbetfevereiro, mais que o triplo das mortes registradasgrupo telegram spaceman pixbetNoruega, Dinamarca e Finlândia somadas.

"Lá, assim como aqui, priorizar empregos na pandemia também não funcionou", diz Hecksher.

*Com pesquisa e infográficosgrupo telegram spaceman pixbetCamilla Costa (@_camillacosta) e Cecilia Tombesi, da Equipegrupo telegram spaceman pixbetJornalismo Visual da BBC News Brasilgrupo telegram spaceman pixbetLondres

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