'Ele escala o ministério, eu escalo a seleção': o técnico do Brasil que peitou o presidente:vbet ii script

João Saldanha

Crédito, Acervo EBC

Legenda da foto, João Saldanha era cronista esportivo e militante comunista com pouca experiência como treinador antesvbet ii scriptchegar à seleção

'Melhor timevbet ii scripttodos os tempos'

Em marçovbet ii script1970, o Brasil se preparava para embarcar para o México, onde disputaria — e acabaria conquistando — a Copa do Mundo daquele ano. O supertimevbet ii script1970,vbet ii scriptjogadores como Pelé, Tostão e Rivelino, é até hoje lembrado como uma das maiores seleções (ou a maior, segundo muitas votações)vbet ii scripttodos os tempos. Comandada por Zagallo, a seleção brasileira venceu todos os jogos que disputou na Copavbet ii script1970 e goleou a Itália por 4 a 1 na final, disputada no Estádio Azteca, na Cidade do México, no dia 21vbet ii scriptjunhovbet ii script1970.

Mas 110 dias antes, o comandante era outro: o polêmico João Saldanha — influente cronista esportivovbet ii scriptpouca experiência como técnico. Sua única atuação como treinador havia sido no Botafogo, ainda na décadavbet ii script1950.

Saldanha era muito popular entre os torcedores brasileiros devido a suas crônicas esportivas. Ele foi convidado para assumir o comando da seleção brasileiravbet ii script1969, ainda durante o governo do general Artur da Costa e Silva (1899-1969), com a tarefavbet ii scriptfazer o torcedor esquecer do fracasso brasileiro na Copavbet ii script1966.

Evbet ii scriptpouco tempo formou um time considerado imbatível na época. As "feras do Saldanha" — como era conhecido o time que tinha Carlos Alberto Torres, Gérson, Jairzinho, Pelé e Tostão — venceram todas as seis partidas que disputaram nas Eliminatórias, se tornando uma sensação entre torcedores e imprensa, com seu futebol ofensivo e envolvente.

Time titular da seleção brasileiravbet ii script1970

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Timevbet ii script1970 é considerado um dos melhoresvbet ii scripttodos os tempos; antes da Copa, equipe era chamadavbet ii script"as ferasvbet ii scriptSaldanha"

Na mesma medida que colecionava sucessos, Saldanha acumulava desavenças e polêmicas, por contavbet ii scriptsua personalidade explosiva. Ele foi apelidadovbet ii script"João Sem Medo" pelo jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980). Chegou a declarar que Pelé estava jogando mal por contavbet ii scriptuma miopia, levando alguns a especularem que ele cortaria o astro internacional da seleção brasileira. Em uma desavença com o técnico do Flamengo Dorival Knipel, conhecido como Yustrich, Saldanha invadiu a concentração da equipe carioca brandindo uma arma.

Masvbet ii scriptposição mais polêmica era política: Saldanha era assumidamente comunista, quando o país vivia o auge da repressão do regime militar. Fora filiado ao Partido Comunista Brasileiro desde os anos 1940, tendo sido presovbet ii scriptalgumas ocasiões porvbet ii scriptmilitância política.

Com alta popularidade, Saldanha falou abertamente sobre a prisão, tortura e mortevbet ii scriptativistasvbet ii scriptoposição ao governo brasileiro,vbet ii scriptuma entrevista que concedeu a jornais franceses durantevbet ii scriptvisita ao México, no começovbet ii script1970, quando foi participar do sorteio dos grupos e conhecer as instalações da Copa daquele ano.

Saldanha afirmou que no Brasil havia cercavbet ii script3 mil presos políticos, 300 torturados e "não sei quantos mortos" pelo regime militar — e suas declarações foram publicadas no jornal Le Monde. Na época, a imprensa brasileira vivia sob intensa censura prévia, e esse assunto não era noticiado no Brasil.

Também no começovbet ii script1970, o cronista esportivo Armando Nogueira, do Jornal do Brasil, noticiou que o presidente Médici — conhecido por frequentar os estádios e adorar futebol — era fã do atacante Dadá Maravilha, e que teria confidenciado a um militar do Exército que queria ver o atacante convocado como reserva.

Em 3vbet ii scriptmarço, perguntado por um jornalista gaúchovbet ii scriptPorto Alegre sobre a suposta preferênciavbet ii scriptMédici por Dada, Saldanha afirmou: "Eu e o presidente, ou o presidente e eu, temos muitas coisasvbet ii scriptcomum. Somos gaúchos. Somos gremistas. Gostamosvbet ii scriptfutebol. E nem eu escalo ministério e nem o presidente escala time. Você está vendo que nós nos entendemos muito bem".

Duas semanas depois da declaração, no dia 17vbet ii scriptmarço, Saldanha foi demitido da Seleção brasileira e trocado por Zagallo. A saída do técnico aconteceu dois meses antes da estreia do Brasil no México. Saldanha comandou o Brasil por 17 partidas: venceu 14, empatou uma e perdeu duas.

Presidente Médici, ao centro com a taça da Copa do Mundo, e tricampeões no Palácio do Planalto

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Presidente Médici, ao centro com a taça da Copa do Mundo, recebeu Zagallo e todos os jogadores tricampeões no Palácio do Planalto

Zagallo acabou convocando Dadá, que se sagrou campeão mundial no México como reserva, sem ter atuadovbet ii scriptnenhuma partida. Ambos estiveram no Palácio do Planalto na volta do Mundial, onde foram recebidos, junto com toda a seleção brasileira, por Médici durante a festa da conquista do tricampeonato.

Médici demitiu Saldanha?

Jornalistas e biógrafosvbet ii scriptSaldanha dizem que não há nenhum documento comprovando que Médici ordenou a demissãovbet ii scriptSaldanha, a contrataçãovbet ii scriptZagallo ou a convocaçãovbet ii scriptDada Maravilha. O assunto ainda é controverso até hoje.

A imprensa censurada da época fazia poucas referências às crises envolvendo o técnico e o regime militar.

Ao noticiar a demissãovbet ii scriptSaldanha, o Jornal do Brasil do dia 18vbet ii scriptmarço fala que o técnico foi demitido ao entrarvbet ii scriptconflito com o diretorvbet ii scriptfutebol da Confederação Brasileiravbet ii scriptDesportos (entidade antecessora à CBF), Antonio do Passo. A gota d'água teria sido a decisãovbet ii scriptSaldanhavbet ii scriptdeixar Pelé na reservavbet ii scriptuma partida contra o Chile naquela semana.

Sem nenhuma menção ao presidente Médici — algo comum no tempo da censura — a demissão foi tratada pelos jornais apenas como o fimvbet ii scriptum longo processovbet ii scriptdesgaste entre dirigentes e o técnico. O temperamento explosivovbet ii scriptSaldanha foi apontado como um dos principais motivosvbet ii scriptsua demissão.

"'Se concentração ganhasse jogo, o time do presídio não perdia nunca.' Com esta frase escrita por João Saldanha num pedaçovbet ii scriptpapel a psicóloga Miriam Mendes, formada pela Universidade Federal da Alemanha, fez um estudo grafológico do comportamento do técnico", dizia uma reportagem do Jornal do Brasil.

"Avbet ii scriptletra mostra instabilidade emotiva por oscilações entre impulsividade e domíniovbet ii scriptsi mesmo, o que lhe traz grandes conflito íntimos. Tem grande sensibilidade, impressionabilidade e suscetibilidade (o suscetível precipita a emoção)."

Em suas entrevistas antesvbet ii scriptser demitido, Saldanha fez algumas referências veladas à possibilidadevbet ii scriptser demitido não pela CBD — mas sim pelos militares.

"Entre eu e a comissão técnica está [tudo] muito bem. Nenhum problema entre nós. Agora visivelmente há algovbet ii scriptpodre no reino da Dinamarca, né? Esse time é o que vai jogar, se for eu o treinador. Se for outro, vocês perguntem a ele", disse Saldanhavbet ii scriptuma entrevista a um repórtervbet ii scripttelevisão poucos dias antesvbet ii scriptsua demissão,vbet ii scriptmeio à polêmica sobre a não escalaçãovbet ii scriptPelé.

'Maior assassino da história do Brasil'

Passado o regime militar e a censura, Saldanha deu entrevistas culpando Médici porvbet ii scriptdemissão.

"Eu considero o Médici o maior assassino da história do Brasil", disse Saldanha ao programa Roda Viva,vbet ii script1987. "Então vocês vão ver que não hávbet ii scriptser algo muito airoso que eu possa falar [dele]."

Emílio Garrastazu Médici

Crédito, Arquivo Nacional

Legenda da foto, Emílio Garrastazu Médici foi presidente do Brasil no auge da repressão militar

"Eu nunca vi elevbet ii scriptpessoa, nunca estive com elevbet ii scriptpessoa. Até recuseivbet ii scriptPorto Alegre um convite que fizeram para um jantar com ele. Nós estávamos lá por acaso e sem saber — é claro que talvez eu fosse até barrado — eu disse: 'eu não vou'. Pô, o cara matou amigos meus. (...) Então eu vou compactuar com um ser desses? Eu tenho um nome a zelar — já tinha e tenho ainda."

Ao programa, ele falou que foi contratado durante o governo do general Artur da Costa e Silva (1967-1969) atravésvbet ii scriptum supervisor, o capitão José Bonetti, que agia como interlocutor da CBD com o governo.

"Quando o Costa e Silva era governo, eu fui chamado para a seleção. Do Bonetti, eu nunca tinha ouvido falar. Ele botou a mão no meu ombro e disse assim: 'o general [Costa e Silva] conhece tudovbet ii scriptvocê'. Pudera, [Costa e Silva] veio do SNI (Serviço Nacionalvbet ii scriptInteligência), não ia conhecervbet ii scriptmim? Eu nunca tive vida misteriosa, sempre tive vida aberta."

"Eu explico para o telespectador que não sabe: eu fui preso nove ou dez vezes; aquivbet ii scriptSão Paulo umas três vezes, no Rio um montevbet ii scriptvezes. Então não tinha nenhum mistério para ninguém. Fichadovbet ii scriptfrente,vbet ii scriptperfil, esse troço todo. Mas [Bonetti me disse que] o general quer isso mesmo, ele quer uma aproximação popular."

Por ser jornalista, Saldanha também teria sido contratado para agradar a crônica esportiva brasileira, que havia se tornado muito crítica da seleção após a má campanha na Copavbet ii script1966.

Com a mortevbet ii scriptCosta e Silvavbet ii script1969 e a chegadavbet ii scriptMédicivbet ii script1970, Saldanha diz que a relação entre militares e o treinador se deteriorou.

"Em janeiro para fevereiro veio esse cara, o Médici. Mau, rancoroso, frio. Meu patrão disse 'olha não tem pra ti mais'. Eu disse: 'eu tô sabendo desde que o Costa e Silva [morreu]'", disse o ex-técnico no Roda Viva de 1987.

"Aí veio [o Médici], e começou a pressão. O [presidente da CBD, João] Havelange dizia: 'pelo amorvbet ii scriptDeus chama o Dario, porque daí a gente fica bem com os caras'. E eu dizia: 'ô Havelange, não adianta se abaixar, quanto mais se abaixar, mais eles vão malhar'. E pra cimavbet ii scriptmim..."

"O negócio não era a seleção brasileira, era atender o homem. E o Havelange dizia 'você quer me levar para a desgraça' e eu dizia 'ô Havelange, eu tô nisso há muitos anos e não vou mudarvbet ii scriptideia'. Aí não dava né? Me mandaram embora."

Os envolvidos naquele episódio — entre eles Médici e Havelange — nunca se pronunciaramvbet ii scriptdetalhes sobre o ocorrido.

Militares e seleção

A seleção brasileira e a CBD sofreram forte ingerência do governo militar na preparação da Copavbet ii script1970. O chefe da delegação brasileira era o brigadeiro Jerônimo Bastos.

Pele e demais jogadores treinamvbet ii scriptcampo do Exercito no Riovbet ii scriptJaneiro

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Preparo físico da seleçãovbet ii script1970, feito sob comandovbet ii scriptmilitares, foi elogiada na Copa

O regime militar via na seleção uma oportunidade para elevar o espírito ufanista nacional e unificar o país com a Copa, que seria a primeira com transmissão ao vivo pela televisão.

Em especial, os militares tiveram um papel importante na preparação física dos jogadores — um dos fatores que havia sido apontado como motivo do fracasso do Brasil na Copavbet ii script1966. Entre os preparadores físicos estavam os militares Cláudio Coutinho e Carlos Alberto Parreira — que posteriormente viraram técnicos das seleções brasileiras que jogaram as copasvbet ii script1978 (Coutinho), 1994 e 2006 (Parreira).

"Os militares brasileiros descobriram que a Copa do Mundovbet ii script1970, que eles queriam se utilizarvbet ii scriptalguma maneira [dela] para fazer propaganda do regime, era uma coisa séria demais para deixar na mão dos dirigentesvbet ii scriptfutebol do Brasil", disse ao documentário Pelé, Argentina e os Ditadores, da BBC, o jornalista Juca Kfouri.

"Então o que fez o Exército brasileiro? Cuidouvbet ii scriptpôr a seleção para fazer avbet ii scriptpreparação física na escolavbet ii scripteducação física do Exército."

Os jogadores e jornalistas da época lembram que os treinos exigiam alto esforço dos atletas, mas que o trabalho rendeu frutos, com o Brasil sendo uma das seleçõesvbet ii scriptmelhor forma física no mundialvbet ii script1970. A concentração e os trabalhos físicosvbet ii scriptcamposvbet ii scripttreinamento do Exército duraram três meses — algo inédito na época.

"Para mim,vbet ii scripttodas as Copas do Mundo que eu participei, sem dúvida avbet ii script1970 era a que estava melhor preparada", disse Pelé ao documentário da BBC.

Pelévbet ii scriptjogo contra Tchecoslováquia

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Pelé na estreia contra a Tchecoslováquia, vencida por 4 a 1: rei do futebol disse que timevbet ii script1970 tinha o melhor preparo físico das seleções que ele participou

O ex-jogador Paulo Cézar Caju lembra: "O brigadeiro Jeronimo Bastos era o chefe da delegação, e então ele dizia: 'quem não quiser, quem não estiver satisfeito, a gente manda embora, tem vários [que querem]'".

Saldanha acabou indo ao México — mas na condiçãovbet ii scriptjornalista. Em suas crônicas escritas para a imprensa brasileira durante a Copa, fez elogios entusiasmados a seus ex-comandados.

"Antesvbet ii scriptmais nada, quero dizer que que a vitória extraordinária do Brasil foi a vitória do futebol. Do futebol que o Brasil joga, sem copiar ninguém, fazendo da arte dos seus jogadores avbet ii scriptforça maior e impondo ao mundo futebolístico o seu padrão, que não precisa seguir esquemas dos outros, pois temvbet ii scriptpersonalidade, avbet ii scriptfilosofia e jamais deverá sair dela. Foi uma vitória do futebol. O futebol que nós gostamosvbet ii scriptver e aplaudimos e que o mundo ontem tevevbet ii scriptse curvar", escreveu Saldanha após a final contra a Itália.

Zagallo na final da Copa do Mexico

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Após ser demitido, Saldanha elogiou o trabalhovbet ii scriptZagallo (na foto comandando o Brasil contra a Itália, na final da Copavbet ii script1970)

Os jogadores vencedores também defenderam o legadovbet ii scriptSaldanha na seleção, creditando a ele parte do trabalho que levou à conquista da Copa. Pelé afirmou à BBC que Zagallo, ao assumir, deu continuidade ao trabalho que Saldanha havia iniciado.

Tite x Bolsonaro

As rusgas entre Saldanha e os militares voltaram à memória nos últimos dias, com declarações abertas do governo federal e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro contra o técnico Tite.

O motivo da atual briga seria um suposto apoiovbet ii scriptTite a jogadores que não querem jogar a Copa América, que será realizada no Brasil, depois que Colômbia e Argentina deixaramvbet ii scriptser sede do torneio. A Colômbia foi descartada pela Conmebol (Confederação Sul-Americanavbet ii scriptFutebol) devido a protestos populares que acontecem no país. A Argentina desistiuvbet ii scriptsediar o torneio por causa do agravamento da pandemiavbet ii scriptcoronavírus.

Bolsonaro autorizou que o torneio fosse realizado no Brasil — sob críticasvbet ii scriptdiversos setores.

Tite, tecnico do Brasil

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Tite vem sendo atacado por bolsonaristas por não garantir a participação do Brasil na Copa América

Na semana passada, a imprensa brasileira noticiou que muitos jogadores poderiam boicotar a Copa América. O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), escreveu uma carta aos jogadores pedindo que eles não jogassem o torneio, devido a temoresvbet ii scriptum agravamento da pandemiavbet ii scriptcovid-19 que já matou maisvbet ii script470 mil pessoas no Brasil.

O técnico Tite disse que os jogadores da seleção e a comissão técnica se pronunciarão sobre a Copa América nesta terça-feira (08/06), após o último compromisso do Brasil antes do torneio. Não está claro qual seria o motivo da insatisfação dos jogadores: o possível impacto da Copa América na pandemia, a faltavbet ii scriptférias dos jogadores (que terminaram a temporada europeia e não tiveram descanso) ou alguma insatisfação com um novo escândalo envolvendo o presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo.

A imprensa brasileira noticiou que os jogadores deverão confirmar nesta terça-feira — após o jogo contra o Paraguaivbet ii scriptAssunção, pelas Eliminatórias — que vão jogar a Copa América.

Curiosamente,vbet ii scriptcampo, os jogadores da seleção tentam nesta terça-feira igualar um recorde que permanece sendovbet ii scriptJoão Saldanha e suas "feras":vbet ii scriptseis vitóriasvbet ii scriptseis partidasvbet ii scriptEliminatória.

A declaraçãovbet ii scriptTite — evbet ii scriptrelutânciavbet ii scriptconfirmar a participação brasileira no torneio — foi vista por muitos como uma sinalizaçãovbet ii scriptque o treinador e os jogadores boicotariam a Copa América, desagradando Bolsonaro.

Tite passou a ser alvovbet ii scriptbolsonaristas nas redes.

"A gente não viu o Tite falando nada quando a Copa América seria realizada na Argentina. Bastou a CBF pedir para o presidente Bolsonaro a autorização para que ela acontecesse aqui no Brasil para que o Tite se posicionasse politicamente. É um hipócrita, porque a gente tem vários vídeos dele no passado onde ele faz referências e puxa um saco do ex-presidente Lula sem tamanho. Mas, falouvbet ii scriptBolsonaro, ele fecha a cara e fazvbet ii scripttudo para boicotar", disse o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente,vbet ii scriptum vídeo publicado no domingo (06/06).

Hamilton Mourao

Crédito, EPA

Legenda da foto, Sem citar o nomevbet ii scriptTite, vice-presidente Hamilton Mourão disse que se técnico não quiser treinar a seleção pode ir trabalhar no clube Cuiabá

O vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), disse na segunda-feira: "Eu sou do tempo que jogadorvbet ii scriptfutebol, quando era convocado para seleção brasileira, era considerado uma honra. O técnico, ele não quer mais, não quer, o Cuiabá está precisandovbet ii scriptum técnico, aí, não tá? Então leva lá, sai, pede o boné. Acho que isso é uma discussão, neste momento, totalmente disfuncional".

A discussão sobre a realização da Copa América no Brasil acontecevbet ii scriptmeio a outra crise — uma denúnciavbet ii scriptassédio sexual por uma funcionária da CBF contra Rogério Caboclo. No domingo, a comissãovbet ii scriptética da CBF anunciou o afastamento do presidente da entidade por 30 dias.

O jornalista do canal pago SporTV, Andre Rizek, afirmou que, antesvbet ii scriptseu afastamento, Caboclo havia prometido a Bolsonaro demitir Tite da seleção e contratar Renato Gaúcho, que é apoiador do presidente. A informação foi desmentida por Caboclo na segunda-feira. O jornal espanhol As também afirmou que Bolsonaro articulava para demitir Tite.

Bolsonaro negou essa versãovbet ii scriptconversa com apoiadores seus na segunda-feira: "Minha participação na Copa América foi abrir o Brasil para que ela fosse realizada aqui. No que diz respeito a jogador e técnico, eu tô fora dessa e não tenho nada com isso aqui".

Na segunda-feira, o presidentevbet ii scriptexercício da CBF, Antônio Carlos Nunes (conhecido como Coronel Nunes), garantiu a permanênciavbet ii scriptTite e descartouvbet ii scriptdemissão.

"Ele é sério. Já sei como é. Não adianta, por uma questãovbet ii scriptvaidade, colocar fulano. Não funciona assim", disse o Coronel Nunes.

Tite, futebol e política

O técnico brasileiro já deu algumas declarações falando que futebol e política "não se misturam".

Em 2018, na Copa da Rússia, Tite afirmou que não iria a Brasília para ser recebido pelo então presidente Michel Temer, "nem ganhando, nem perdendo a Copa".

Nas redes, voltaram a circular vídeosvbet ii scriptque o comandante brasileiro, na épocavbet ii scriptque treinava o Corinthians, aparece gravando um recado para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, torcedor do clube. Tite também foi fotografado com Lula e o troféu da Libertadoresvbet ii script2012, conquistada pelo treinador no Corinthians.

Presidente brasileiro Jair Bolsonaro

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Bolsonaro negou qualquer envolvimento com pressões contra Tite na seleção brasileira

Anos depoisvbet ii scriptassumir a seleção brasileira, Tite disse que o encontro com Lula foi um erro.

"Em 2012 eu errei. Ele não era presidente, mas fui ao Instituto [Lula] e mandei felicitações por um aniversário. Não me posicionei politicamente", disse Titevbet ii script2018. "Errei lá atrás, não faria com o presidente antes da Copa e nem agora porque entendo que misturar esporte e política não é legal. Fiz errado lá atrás? Sim. Fariavbet ii scriptnovo? Não."

Internautas também divulgaram um vídeovbet ii scriptque Tite, após receber a medalha pela conquista da Copa Américavbet ii script2019, parece não querer conversar com Bolsonaro na cerimôniavbet ii scriptpremiação.

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