CPI da Covid: veja os principais momentos até agora:roleta relâmpago blaze

Crédito, Agência Senado

roleta relâmpago blaze Desde que a CPI da Covid começou, no dia 27roleta relâmpago blazeabril, a comissão já ouviu maisroleta relâmpago blazedez testemunhas e teve centenasroleta relâmpago blazerequerimentosroleta relâmpago blazeinformações.

Para quem não conseguiu acompanhar a intensa movimentação, a BBC News Brasil fez uma seleção dos principais momentos da CPI e das reportagens e análises sobre ela publicadas no nosso site.

Mandetta criticou Bolsonaro e disse que '410 mil vidas' o 'separam do presidente'

Os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich foram os primeiros a prestar depoimento. Ambos deixaram o governoroleta relâmpago blazemeio à pandemia por discordâncias com Bolsonaroroleta relâmpago blazerelação à condução do combate à covid-19.

Mandetta afirmou à CPI, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teve uma postura negacionista e tomou decisões ignorando a ciência e as informações prestadas pelo ministério, mesmo com o alertaroleta relâmpago blazeque isso poderia levar a milharesroleta relâmpago blazemortes. Disse também que o presidente tinha um gruporoleta relâmpago blazeconselheiros paralelos que o assessoravamroleta relâmpago blazequestões relacionadas à pandemia.

O ex-ministro criticou o fato do presidente ter se posicionado contra lockdown e medidasroleta relâmpago blazerestriçãoroleta relâmpago blazecirculação. E acrescentou que Bolsonaro preferiu estimular o usoroleta relâmpago blazeremédios sem eficácia contra a doença a fazer uma campanharoleta relâmpago blazeconscientização da população.

"Hoje, 410 mil vidas me separam do presidente", disse Mandetta,roleta relâmpago blazereferência às maisroleta relâmpago blaze400 mil mortes por covid no país.

Mandetta afirmou que não foi diretamente pressionado pelo presidente a tomar medidas contrárias ao que era recomendado pela ciência, mas que foi publicamente confrontado, o "que dava uma informação dúbia à sociedade".

Crédito, Agência Senado

Legenda da foto, Mandetta deixou o governo no início da pandemia por divergências com Bolsonaro

"Sim, a postura (do presidente) trouxe um impacto (negativo). Você tem que ter, na pandemia, uma fala única", afirmou.

Segundo o ex-ministro, o governo queria mudar a bula da cloroquina para incluir seu uso no tratamento da covid-19, mesmo sem que o remédio tenha eficácia no combate à doença. Essa informação foi depois confirmada pelo presidente da Anvisa, o militar Antonio Barra Torres.

As revelaçõesroleta relâmpago blazeMandetta acabaram sendo base para as principais linhasroleta relâmpago blazeinvestigação dos senadores nos dias seguintes.

O ex-ministro Nelson Teich foi mais contido nas críticas a Bolsonaro, mas confirmou que saiu do cargo após apenas 29 dias porque não tinha autonomia e porque o presidente insistia no uso da cloroquina e nas críticas às medidasroleta relâmpago blazerestriçãoroleta relâmpago blazecirculação.

Atual ministro fugiuroleta relâmpago blazeperguntas e foi reconvocado

O atual ministro da saúde, Marcelo Queiroga, também foi um dos primeiros a prestar depoimento, mas não deu todos os esclarecimentos que os senadores estavam esperando, deixando a maior parte dos questionamentos sem resposta.

Entre outras coisas, ele se recusou diversas vezes a responder se concorda com o presidente Jair Bolsonaro sobre o usoroleta relâmpago blazecloroquina no combate à covid.

As constantes evasivas fizeram com que os senadores aprovassem,roleta relâmpago blaze19roleta relâmpago blazemaio, aroleta relâmpago blazereconvocação para a CPI. Seu novo depoimento deve ser nesta terça (8/6).

Presidente da Anvisa confirmou tentativa do governoroleta relâmpago blazemudar bula da cloroquina

Em seu depoimento, o presidente da Anvisa (Agência Nacionalroleta relâmpago blazeVigilância Sanitária), Antonio Barra Torres, disse que não houve pressão diretaroleta relâmpago blazeBolsonaro sobre a agência para a aprovação da cloroquina para o combate ao coronavírus, mas confirmou que o governo queria mudar a bula da cloroquina e que isso foi levantadoroleta relâmpago blazeuma reuniãoroleta relâmpago blazeministros com o presidente, como havia dito Mandetta.

"Esse documento (uma minuta sobre uma possível mudança) foi comentado pela dra. Nise Yamaguchi, o que provocou uma reação até um pouco deseducada minha", afirmou Barra Torres. "Só quem pode modificar a bularoleta relâmpago blazeum medicamento registrado é a agência reguladora do país (a Anvisa), mas desde que solicitado pelo detentor do registro."

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Legenda da foto, Presidente da Anvisa disse que o governo queria mudar a bula da cloroquina

Ou seja, a mudança poderia acontecer se pedida pelos laboratórios que produzem a cloroquina, a partir da descobertaroleta relâmpago blazeque o medicamento tem também aquela — o que não aconteceu.

"Se a indústria descobre que o remédio tem essa função, isso representa um ganho para a sociedade e obviamente ganhoroleta relâmpago blazedinheiro para aquele laboratório. Então, uma pessoa física propor isso não tem cabimento", afirmou Barra Torres.

Barra Torres também disse que o governo não interferiu na análise ou nas decisões da Anvisa sobre vacinas. Mas afirmou que a agência "recebeu muito mal" falasroleta relâmpago blazeBolsonaro que criticavam vacinas e colocavam dúvidas sobreroleta relâmpago blazesegurança.

"Misturar política e vacina não é adequado", disse. "A população não deve se orientar por orientações dessa maneira (do presidente da República), mas pela orientaçãoroleta relâmpago blazeórgãos técnicos que estão na linharoleta relâmpago blazefrente."

Militar e indicado por Bolsonaro, Barra Torres chegou a ter a independência questionada após ser fotografado sem máscaras ao lado do presidente durante um atoroleta relâmpago blazefavor do governo na frente do Palácio do Planalto,roleta relâmpago blaze15roleta relâmpago blazemarçoroleta relâmpago blaze2020.

À CPI, disse que se arrependeu do ocorrido e que na época a OMS (Organização Mundialroleta relâmpago blazeSaúde) indicava máscaras apenas para profissionaisroleta relâmpago blazesaúde.

"É óbvio,roleta relâmpago blazetermos da imagem que passa, hoje vejo que se pensasse mais cinco minutos não teria feito", afirmou. "Depois disso, nunca mais houve esse comportamento meu."

Pfizer confirmou que governo rejeitou 70 milhõesroleta relâmpago blazedoses

O ex-presidente da Pfizer no Brasil e atual CEO para América Latina, Carlos Murillo, deu detalhes da negociação da empresa com o governo Bolsonaro.

Segundo ele, o governo não respondeu a três ofertasroleta relâmpago blaze70 milhõesroleta relâmpago blazedosesroleta relâmpago blazevacinas da Pfizerroleta relâmpago blaze2020. Murillo disse que as ofertas, feitasroleta relâmpago blaze14, 18 e 26roleta relâmpago blazeagostoroleta relâmpago blaze2020 foram simplesmente ignoradas.

O executivo afirmou que, caso essas ofertas tivessem sido aceitas, os primeiros lotes poderiam ter sido entregues aindaroleta relâmpago blazedezembro daquele ano. Segundo Murillo, não houve atrasos até agora no cronogramaroleta relâmpago blazeentrega da empresa. Ou seja, se o governo tivesse aceitado alguma das propostas, as primeiras vacinas da Pfizer teriam chegado ao Brasil aindaroleta relâmpago blazedezembroroleta relâmpago blaze2020 e a vacinação poderia ter sido iniciada com um pedidoroleta relâmpago blazeaprovação da Anvisa para uso emergencial do imunizante.

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Legenda da foto, Executivo da Pfizer contou aos parlamentares que o governo federal ignorou diversas ofertasroleta relâmpago blazecompra da vacina

Foi isso que aconteceu com a Coronavac, do Instituto Butantan, contratada pelo governoroleta relâmpago blazeSão Paulo antes da aprovação da agência. A vacinação começouroleta relâmpago blaze17roleta relâmpago blazejaneiro, diaroleta relâmpago blazeque a Anvisa concedeu autorizaçãoroleta relâmpago blazeuso emergencial.

Em fevereiro, a Anvisa deu aprovação definitiva para a vacina da Pfizer. Mas o contrato com a empresa só foi fechadoroleta relâmpago blazemarço e a primeira remessaroleta relâmpago blazecercaroleta relâmpago blazeum milhãoroleta relâmpago blazedoses da vacina da Pfizer/BioNTech chegou ao Brasil no final do último mêsroleta relâmpago blazeabril.

Outros países, como os EUA, fecharam o contratoroleta relâmpago blazecompra com a Pfizer antes da aprovação das agências regulatórias e começaram a vacinação após aprovação provisória.

Questionado sobre as dificuldades na negociação com o ministério da Saúde, Murillo afirmou que inicialmente "os temas complexos" eram relacionados à questão logística, mas quando a empresa ofereceu um novo métodoroleta relâmpago blazearmazenamento, o ministério apresentou novos entraves, dizendo que era preciso aprovação prévia da Anvisa.

O ex-ministro Eduardo Pazuello afirmou publicamente que o contrato tinha "cláusulas leoninas".

"As condições que oferecemos para o Brasil são exatamente as mesmas que a Pfizer negociou com 110 países no mundo", afirmou Murillo.

Depoimentosroleta relâmpago blazeErnesto Araújo e Fábio Wajngarten geraram tumulto na CPI

O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo e o ex-secretárioroleta relâmpago blazeComunicações Fábio Wajngarten tiveram os depoimentos mais conturbados até agora, com acusaçõesroleta relâmpago blazementiras e bate-bocas entre senadores.

Ambos eram parte do chamado "núcleo olavista" (de seguidores do escritor Olavoroleta relâmpago blazeCarvalho) do governo, que inclui também o vereador e filho do presidente Carlos Bolsonaro.

Crédito, Agência Senado

Legenda da foto, Ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo negou rixa com a China

Wajngarten entrouroleta relâmpago blazecontradiçãoroleta relâmpago blazeseu depoimento e foi acusadoroleta relâmpago blazementir por senadores independentes e da oposição. Parte da sessão foi ocupada por debates sobre a possibilidaderoleta relâmpago blazeuma prisão do ex-secretário caso ele se recusasse a colaborar.

Inicialmente, por exemplo, afirmou que a Secretariaroleta relâmpago blazeComunicações (Secom) não tinha contratado influenciadores bolsonaristas para fazer campanha sobre "tratamento precoce" com usoroleta relâmpago blazecloroquina. Mas ao ser apresentado com dadosroleta relâmpago blazeque uma agência contratada pelo governo pagou R$ 23 mil a esses influenciadores, Wajngarten confirmou o valor e disse que eles foram contratados por "terem muitos seguidores".

Também negou diversas declarações que havia feito à revista Veja, incluindo acusaçõesroleta relâmpago blazeque Pazuello seria "incompetente". Confrontando com áudio da entrevista, disse que se referia ao ministério como um todo, e não ao ministro.

Ele também foi questionado sobre seu envolvimento nas negociações do governo com a Pfizer, apesarroleta relâmpago blazenão ser da árearoleta relâmpago blazesaúde. Disse que se envolveu ao saber,roleta relâmpago blazenovembroroleta relâmpago blaze2020, que havia uma carta da empresa a seis destinatários do governo — incluindo o presidente — que não tinha sido respondida quase dois meses depois.

Wajngarten disse que procurou o presidente, pessoas públicas e empresários para tentar viabilizar a compra da vacina. "Tenho muito orgulho disso", afirmou.

Seu depoimento foi interrompido por um tumulto após o senador Flávio Bolsonaro (Republicano-RJ) entrar na seção e acusar o senador Renan Calheiros (MDB-AL)roleta relâmpago blazeusar a CPI para se promover.

"Imagina, um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como Renan Calheiros", disse o filho do presidente.

"Vagabundo é você que roubou dinheiro do pessoal do seu gabinete", retrucou Calheiros,roleta relâmpago blazemeio a protestosroleta relâmpago blazeoutros senadores contra a falaroleta relâmpago blazeFlávio.

"Quer aparecer... Vai se f...", respondeu o filho do presidente.

Ernesto Araújo também gerou reação dos senadores ao negar que o Brasil tenha tido uma relação conflituosa com a China duranteroleta relâmpago blazegestão no Itamaraty.

O presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM), pediu que Araújo não faltasse com a verdade e lembrou do textoroleta relâmpago blazeque o ex-ministro sugeriu que a pandemia tinha "como objetivo" trazerroleta relâmpago blazevolta o comunismo e usou o termo "comunavírus".

"Eu me referia a um 'vírus ideológico', não ao coronavírus", afirmou.

O ex-chanceler deixou o governoroleta relâmpago blazemarço deste ano após pressão do Congresso — parlamentares acreditavam que a atuaçãoroleta relâmpago blazeAraújo prejudicava a relação com a China.

Aziz lembrou também do episódioroleta relâmpago blazeque Araújo entrouroleta relâmpago blazeconflito com o embaixador chinês no Twitter.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Fabio Wajngartenroleta relâmpago blazedepoimento à CPI; ele e Carlos Bolsonaro participaramroleta relâmpago blazereunião com a Pfizer

No ano passado, críticas do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao país asiático e seu hábitoroleta relâmpago blazechamar o coronavírusroleta relâmpago blaze"vírus chinês" levaram o embaixador chinês, Yang Wanming, a se posicionar exigindo um pedidoroleta relâmpago blazedesculpas.

Na época, Araújo disse que as críticasroleta relâmpago blazeEduardo "não refletem a posição do governo brasileiro", mas que era "inaceitável que o Embaixador da China endossasse ou compartilhe postagem ofensiva ao Cheferoleta relâmpago blazeEstado do Brasil e aos seus eleitores".

Araújo confirmou na CPI a autenticidade das mensagens reveladas por uma investigação da Folharoleta relâmpago blazeS. Paulo, que mostraram que o Itamaraty foi mobilizado para garantir o fornecimentoroleta relâmpago blazecloroquina ao Brasil, mesmo quando as evidências científicas já apontavam que o remédio não era capazroleta relâmpago blazecombater a covid.

O ex-chanceler afirmou que os esforços foram feitos a partirroleta relâmpago blazeum pedido do ministério da Saúde.

Araújo foi também cobrado sobre a faltaroleta relâmpago blazeatuação do Itamaraty para trazer mais oxigênio oferecido pela Venezuela ao Amazonasroleta relâmpago blazejaneiro, quando a falta do gás provocou a morteroleta relâmpago blazecentenasroleta relâmpago blazepessoas que estavam internadas com covid-19 no Estado.

Araújo reconheceu que não fez contato com o governo da Venezuela, nem agradeceu a doaçãoroleta relâmpago blazeoxigênio, mas afirmou que "o Itamaraty não ageroleta relâmpago blazemaneira autônomaroleta relâmpago blazetemasroleta relâmpago blazesaúde".

Pazuello decidiu proteger Bolsonaro e fez depoimento cheioroleta relâmpago blazecontradições

Um dos convocados mais aguardados da CPI, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, frustrou a oposição ao fazerroleta relâmpago blazetudo para proteger o presidente e evitar relacionar Bolsonaro a qualquer decisão sobre a pandemia tomada no ministério da Saúde.

Em dois diasroleta relâmpago blazedepoimento, Pazuello afirmou que Bolsonaro nunca lhe deu ordens diretas sobre o que fazer, disse que a responsabilidade pelo colapso da saúderoleta relâmpago blazeManaus foi da secretariaroleta relâmpago blazeSaúde local, afirmou que o aplicativo do ministério que recomendava cloroquina foi "hackeado" e que a pasta nunca recomendou o remédio, contradisse a Pfizer e negou que o ministério tenha deixadoroleta relâmpago blazeresponder às ofertas da empresa, reafirmando que havia "problemas jurídicos" que atrapalharam o fechamento do contrato.

Na avaliação do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), Pazuello "mentiu muito" ao longo do depoimento. O general, porroleta relâmpago blazevez, negou que tenha faltado com a verdade.

"Em momento algum o presidente me desautorizou ou me orientou a fazer nada diferente do que eu estava fazendo", afirmou Pazuello na CPI.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Pazuello após primeiro diaroleta relâmpago blazedepoimento à CPI. Segundo relator Renan Calheiros, general "mentiu muito"

Em outubro do ano passado, no entanto, o general havia gravado um vídeo ao ladoroleta relâmpago blazeBolsonaro dizendo queroleta relâmpago blazerelação com o presidente "era simples". "Um manda e o outro obedece", disse.

O encontro ocorreu um dia depoisroleta relâmpago blazeBolsonaro ter publicamente desautorizado o general sobre a compra da CoronaVac, vacina do Instituto Butantanroleta relâmpago blazeparceria com o laboratório chinês Sinovac. O ministério havia assinado um protocoloroleta relâmpago blazecompra após pressãoroleta relâmpago blazegovernadores pedindo por vacinas.

Após o anúncio, porém, Bolsonaro disse: "Já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade".

Sobre isso, Pazuello afirmou à CPI que a falaroleta relâmpago blazeBolsonaro foi "uma posição como agente político na internet" e que isso não interferiuroleta relâmpago blazenada na discussão que havia com o Instituto Butantan.

"Uma fala na internet não é uma ordem", disse Pazuello. "Bolsonaro nunca falou para que eu não comprasse. Ele falou publicamente, mas para o ministério ou para mim, nunca falou", insistiu.

Sobre Manaus, Pazuello disse que só ficou sabendo da iminência da faltaroleta relâmpago blazeoxigênio no dia 10roleta relâmpago blazejaneiro.

Pazuello disse que no dia 7roleta relâmpago blazejaneiro o secretárioroleta relâmpago blazeSaúde do Amazonas lhe pediu apoio no transporteroleta relâmpago blazeoxigênioroleta relâmpago blazeBelém (Pará) para o interior amazonense, mas que nada foi dito nesse sobre riscoroleta relâmpago blazefaltaroleta relâmpago blazeoxigênioroleta relâmpago blazeManaus.

No entanto, uma comitiva do Ministério da Saúde já havia ido a Manausroleta relâmpago blaze3roleta relâmpago blazejaneiro para avaliar o estado crítico do sistemaroleta relâmpago blazeatendimento na cidade.

Além disso, um documentoroleta relâmpago blaze4roleta relâmpago blazejaneiro produzido pelo Ministério da Saúde e com o nomeroleta relâmpago blazePazuello afirma que "há possibilidade iminenteroleta relâmpago blazecolapso do sistemaroleta relâmpago blazesaúde,roleta relâmpago blaze10 dias", segundo uma reportagem da Agência Pública.

Pazuello também negou que tenha recomendado o usoroleta relâmpago blazecloroquina.

Crédito, Edilson Rodrigues/Agência Senado

Legenda da foto, O relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), conduziu os questionamentos ao depoente do dia, o ex-ministro Eduardo Pazuello

Porém, no mesmo vídeo gravado ao lado do presidenteroleta relâmpago blazeoutubroroleta relâmpago blaze2020, Pazuello relata que estava se sentindo melhor da infecção por coronavírus após ter usado o "kit completo"roleta relâmpago blazemedicamentos, citando hidroxicloroquina, annita e azitromicina. Bolsonaro questiona Pazuello: "Se algum médico não quiser receitar cloroquina, o que ele (o paciente) faz?". O general então responde: "Chama outro médico, e se o paciente quiser tomar assina lá o compromisso (reconhecendo os riscos do medicamento) e o médico receita".

Além das declarações públicas, um dos primeiros atos da gestão Pazuello foi editar,roleta relâmpago blazemaioroleta relâmpago blaze2020, uma nota informativa que orientava sobre doses da cloroquina a serem ministradas para pacientes com quadros leves e gravesroleta relâmpago blazecovid.

O ex-ministro também argumentou que o aplicativo do ministério da saúde que recomendava a cloroquina, o TrateCov, "foi hackeado". No entanto o TrateCov foi efetivamente colocado pelo ministério no ar para auxiliar médicosroleta relâmpago blazeManaus, com direito a um programa sobre seu uso na TV Brasil.

Os senadores consideraram que o depoimentoroleta relâmpago blazePazuello, apesarroleta relâmpago blazelongo, não esclareceu todas as dúvidas sobre a atuação do governo na pandemia e o ministro foi convocado para depor novamente. A data do segundo depoimento ainda não está marcada.

"Capitã cloroquina" admitiu ser autoraroleta relâmpago blazeáudio com notícias falsas

A secretáriaroleta relâmpago blazeGestão do Trabalho e da Educaçãoroleta relâmpago blazeSaúde do ministério da Saúde e conhecida como "Capitã Cloroquina", Mayra Pinheiro, negou que a pasta tenha indicado cloroquina para tratar covid-19.

Ela disse que o ministério apenas "orientou" o usoroleta relâmpago blazecloroquina, mas nunca "recomendou" o medicamento. Questionada pelos senadores sobre a diferença entre as duas coisas, não explicou.

A médica foi quem sugeriu o desenvolvimento do TrateCov, um aplicativo com o propósitoroleta relâmpago blazeauxiliar médicos no diagnóstico e tratamento da covid-19, segundo o ex-ministro Pazuello. Na prática, o aplicativo recomendava o coquetelroleta relâmpago blazemedicamentos sem eficácia indiscriminadamente, até mesmo para bebês.

Crédito, Reprodução/TV Senado

Legenda da foto, Mayra Pinheiro admitiu à CPI que foi autoraroleta relâmpago blazeáudio que dizia que 'há um pênis na porta da Fiocruz'

À CPI, no entanto, Mayra Pinheiro afirmou que "quem criou o aplicativo foram os técnicosroleta relâmpago blazesua secretaria" - como secretária, no entanto, a ordem precisaria ter partido dela para ser realizada pela secretaria.

Seu depoimento foi especialmente marcado pelo momentoroleta relâmpago blazeque Pinheiro admitiu que foi realmente ela quem fez um áudio que circulou pelas redes sociais espalhando notícias falsas sobre a Fiocruz.

No áudio, Pinheiro dizia que "tudo deles envolve LGBT" e que "eles têm um pênis na porta da Fiocruz", que "todos os tapetes das portas são a figura do Che Guevara" e as "salas são figurinhas do Lula Livre, Marielle Vive".

A Fiocruz não tem uma figuraroleta relâmpago blazeum pênis na entrada nem tapetes nas portas com a imagemroleta relâmpago blazeChe Guevara. Também não há envolvimento da fundaçãoroleta relâmpago blazecampanhasroleta relâmpago blazeapoio a Lula ou sobre o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco.

Pinheiro afirmou que o áudio era antigo e que "nessa época isso era constataçãoroleta relâmpago blazefatos"."Existia um objeto inflávelroleta relâmpago blazecomemoração a uma campanha na porta da entidade", disse ela.

Uma checagem da Agência Lupa mostrou que pelo menos outras cinco das declarações feitas pela secretária continham informações falsas. Leia mais nesta reportagem da BBC News Brasil publicadaroleta relâmpago blaze26roleta relâmpago blazemaio.

Seu depoimento não foi o único momentoroleta relâmpago blazeque notícias falsas apareceram na comissão. Alguns senadores também basearam falas e perguntasroleta relâmpago blazenotícias falsas.

Ao questionar o executivo da Pfizer Carlos Murillo, o senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou que a informação que tinha "é que a vacinação nos EUA não começouroleta relâmpago blazedezembro".

Rogério questionava Murillo sobre o cronogramaroleta relâmpago blazeentregas da Pfizer apresentado com as propostasroleta relâmpago blazecompra,roleta relâmpago blaze2020 — que o governo rejeitou.

No entanto, a informaçãoroleta relâmpago blazeque a vacinação nos EUA começou no dia 14roleta relâmpago blazedezembroroleta relâmpago blaze2020 foi amplamente divulgada na época. Ela começou com vacinas da Pfizer/BioNTech, alguns dias depoisroleta relâmpago blazea FDA (agência regulatória americana) aprovar,roleta relâmpago blaze11roleta relâmpago blazedezembro, uma autorização emergencial para o seu uso.

Instituto Butantan disse que governo também rejeitou suas vacinas

A CPI revelou que, além da rejeição à ofertaroleta relâmpago blazevacinas da Pfizer, o governo- Bolsonaro também negou ofertasroleta relâmpago blazevacinas do Instituto Butantan,roleta relâmpago blazeSão Paulo.

A primeira foiroleta relâmpago blazejulhoroleta relâmpago blaze2020, quando foram ofertadas 60 milhõesroleta relâmpago blazedoses, que poderiam ser entregues ainda no último trimestreroleta relâmpago blaze2020. O ministério da Saúde, no entanto, não aceitou as ofertas e o contrato foi fechado apenasroleta relâmpago blazejaneiroroleta relâmpago blaze2021, com um númeroroleta relâmpago blazedoses menor do que a instituição tinha oferecido.

Em janeiro a oferta do instituto foiroleta relâmpago blaze100 milhõesroleta relâmpago blazedoses, mas já não era possível manter o cronogramaroleta relâmpago blazeentrega. "Os parceiros internacionais (de fornecimentoroleta relâmpago blazeinsumos) já tinham outros compromissos, e o ambiente internacional eraroleta relâmpago blazefaltaroleta relâmpago blazevacinas", disse Covas à CPI.

Segundo o diretor do Butantan, as dificuldades impostas pelo governo federal nas negociações atrasaram a vacinaçãoroleta relâmpago blazemilhõesroleta relâmpago blazebrasileiros.

"O Brasil poderia ter sido o primeiro país a começar a vacinação", disse o médico.

O diretor afirmou também que a instituição pediu ajuda financeira do governo para montagemroleta relâmpago blazeuma fábricaroleta relâmpago blazevacinas que poderia ampliar a capacidaderoleta relâmpago blazeprodução, mas o apoio não veio.

Nise Yamaguchi negou fazer parteroleta relâmpago blazegabinete paralelo, mas reconheceu "conselho independente"

A CPI ouviu a médica Nise Yamaguchi para investigar a afirmação do ex-ministro Luiz Henrique Mandettaroleta relâmpago blazeque o presidente recebia conselhos sobre saúde pública e pandemiaroleta relâmpago blazeum grupo paraleloroleta relâmpago blazeconselheiros que não faziam parte do ministério da Saúde.

Cotada para ministra da Saúde, Yamaguchi sempre se posicionou publicamenteroleta relâmpago blazeacordo com o presidente Jair Bolsonaro e disse que aceitaria o cargo se fosse convidada, mas a possibilidade nunca se concretou.

Defensora da cloroquina para "tratamento precoce" contra covid, Yamaguchi faz parteroleta relâmpago blazeum grupo minoritárioroleta relâmpago blazemédicos que defende que existem evidências daroleta relâmpago blazeeficácia contra o coronavírus.

No entanto, as entidades mais respeitadas da área médica no mundo inteiro concordam que não há estudos confiáveis, feitos com a metodologia correta, que comprovem essa versão. Nem os próprios fabricantes dos remédios afirmam ter encontrado essas evidências.

Yamaguchi estava presente na reuniãoroleta relâmpago blazeque o governo levantou a possibilidaderoleta relâmpago blazemudançaroleta relâmpago blazebula da cloroquina, segundo Mandetta.

Crédito, Agência Senado

Legenda da foto, Nise Yamaguchi disse que foi uma 'colaboradora eventual' do governo federal no combate à pandemia

A médica, no entanto, negou à CPI que houvesse essa intenção do governo e afirmou que tanto o ex-ministro quanto do presidente da Anvisa "podem ter se equivocado". No entanto, voltou a defender, na comissão, o uso da cloroquina para tratamento precoce.

Yamaguchi negou fazer parteroleta relâmpago blazeum conselho paraleloroleta relâmpago blazeaconselhamento a Bolsonaro, mas admitiu que participava do que chamouroleta relâmpago blazeum "conselho independente"roleta relâmpago blazediscussão sobre a pandemia organizado pelo empresário do ramoroleta relâmpago blazeescolasroleta relâmpago blazeinglês Carlos Wizard.

"Não participoroleta relâmpago blazenenhum gabinete paralelo", disse Yamaguchi, apesarroleta relâmpago blazeadmitir que participouroleta relâmpago blazeuma reunião com o comitêroleta relâmpago blazecrise interministerial e que fazia parteroleta relâmpago blazeum grupo organizado por Wizard.

A médica afirmou que esse "conselho científico independente" trabalhou "fazendo levantamentoroleta relâmpago blazedados científicosroleta relâmpago blazeforma voluntária" e apresentou essas informações ao governo.

"A princípio, ele seria do ministério, mas não foi. Foi independente", disse.

A médica afirmou que esteve com o presidente "umas quatro vezes" e que nunca teve encontros privados com Bolsonaro, embora a agenda oficial do presidente informe uma reunião entre ele e Yamaguchiroleta relâmpago blaze15roleta relâmpago blazemaioroleta relâmpago blaze2020.

Consta na mesma agenda pelo menos duas outras reuniõesroleta relâmpago blazeBolsonaro com Nise, com a participaçãoroleta relâmpago blazeoutros integrantes do governo federal, nos dias 6 e 7roleta relâmpago blazeabrilroleta relâmpago blaze2020.

Além da Yamaguchi, na semana passada a CPI ouviu também a infectologista Luana Araújo, que foi indicada para uma secretaria no ministério da Saúde, mas ficou apenas alguns dias antesroleta relâmpago blazeter a nomeação cancelada.

Araújo, que se posiciona publicamente contra o uso da hidroxicloroquina e ao chamado "tratamento precoce", foi questionada pelos senadores da CPI a respeito dos motivos do cancelamentoroleta relâmpago blazesua nomeação.

Ela respondeu que essa pergunta deveria ser encaminhada ao ministro Marcelo Queiroga, que a contratou. "O ministro disse que lamentava, mas que meu nome não ia passar pela Casa Civil", disse.

Queiroga deve voltar a prestar depoimento nesta terça (7).

Próximos depoimentos

A CPI aprovou a convocaçãoroleta relâmpago blazediversas outras testemunhas, mas nem todas têm data marcada.

Na terça (8), a comissão vai ouvir novamente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Para esta semana estão marcados também os depoimentos do ex-secretário executivo do ministério da Saúde Antonio Elcio Franco e do marqueteiro Marcos Arnoud, o Markinhos Show, ex-assessor especial do ministério. Na sexta,roleta relâmpago blazecaráter excepcional, haverá um debate com médicos e cientistas.

Na semana seguinte estão marcados os depoimentos do secretárioroleta relâmpago blazesaúde do Amazonas, Marcellus Campêlo; do ex-governador do Rioroleta relâmpago blazeJaneiro Wilson Witzel; do empresário Carlos Wizard eroleta relâmpago blazePaulo Baraúna, representante da empresa White Martins (responsável por fornecer oxigênio para hospitaisroleta relâmpago blazeManaus).

Convocaçãoroleta relâmpago blazegovernadores e do presidente da República

A CPI também fez a convocaçãoroleta relâmpago blazenove governadores (veja quais) para falar sobre o usoroleta relâmpago blazerecursos enviados para o governo federal para o combate a pandemia nos Estados.

No entanto, é possível que essa convocação ainda seja questionada, já que há previsão legal para que a CPI possa convocar governadores.

A professoraroleta relâmpago blazeDireito Constitucional Estefânia Barbosa, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explicou à BBC News na semana passada que o artigo 50 da Constituição Federal prevê apenas a convocaçãoroleta relâmpago blazetitularesroleta relâmpago blazeórgãos subordinados ao presidente da República. Governadores e prefeitos não estariam incluídos.

Eles ainda poderiam ser convidados a comparecer à comissão, mas nesse caso seu comparecimento não seria obrigatório.

Diante da faltaroleta relâmpago blazeprevisão para convocaçãoroleta relâmpago blazegovernadores, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou um requerimento pedindo a convocação do Presidente da República.

Rodrigues disse considerar inconstitucional a convocaçãoroleta relâmpago blazegovernadores pela CPI. No entanto, como a comissão aprovou os nove depoimentos, o senador argumentou que, "por coerência", Bolsonaro também deve ser convocado.

Rodrigues diz que "a cada depoimento e a cada documento recebido, torna-se mais cristalino que o presidente da República teve participação direta ou indireta nos graves fatos questionados por esta CPI".

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