Como força-tarefabrabet tigrecientistas encontrou variante do coronavírusbrabet tigreSorocaba:brabet tigre
Com a ajudabrabet tigrealguns especialistas, nossa reportagem localizou cientistas diretamente envolvidos na descoberta. A bióloga Maria Carolina Elias Sabbaga, vice-diretora do Centrobrabet tigreDesenvolvimento Científico do Instituto Butantan, está entre eles.
A especialista conta que o Butantan montou, no iníciobrabet tigremarçobrabet tigre2021, uma redebrabet tigrevigilância genômica do coronavírus no estado paulista.
"A ideia é saber como está a distribuição das variantesbrabet tigreSão Paulo, se apareceram alterações nos genomas e se os vírus estão mais ou menos problemáticos. Nós iniciamos com a análisebrabet tigre100 amostras coletadasbrabet tigrepacientes com covid-19 por semana e já ampliamos para cercabrabet tigre500 amostras semanais", relata.
A proposta dessa rede é fazer a detecção precocebrabet tigrevariantes potencialmente perigosas, para que as autoridades públicas possam lançar medidas capazesbrabet tigrecontê-las antes que elas se espalhem para outros lugares.
Na prática, o esforço envolve dezenasbrabet tigreinstituições públicas e privadas.
"Nós recebemos amostrasbrabet tigretodas as regiões do estado e fazemos o sequenciamento genético. A seguir, enviamos os resultados para o Butantan, que tem uma equipe super capacitada para consolidar todos esses dados e fazer as análises necessárias", detalha o médico geneticista David Schlesinger, CEO da Mendelics, único laboratório privado que faz parte da rede genômica paulista.
Antes mesmobrabet tigreconstituir essa redebrabet tigrevigilância, o Butantan já era responsável por um enorme esquemabrabet tigrediagnósticos da covid-19brabet tigreSão Paulo, que atende maisbrabet tigre20 mil pacientes todos os dias.
Descoberta da nova variante
Sabbaga estima que a amostrabrabet tigreSorocaba tenha sido coletada nos últimos 15 dias.
"Nosso objetivo é fazer os examesbrabet tigresequenciamento o mais rápido possível, para que possamos detectar as variantes num intervalo muito curto,brabet tigremodo que essa informação seja relevante para a saúde pública", destaca.
O caso já foi descritobrabet tigreum artigo científico, que acaboubrabet tigreser submetido ao site MedRxiv e deve entrar no ar nos próximos três dias.
Isso permitirá que outros cientistas que não estão necessariamente envolvidos na pesquisa possam se atualizar sobre o assunto e fazer questões e análises independentes.
O artigo também deve ser divulgadobrabet tigrebrevebrabet tigreuma publicação científica, que é revisada e editada por outros especialistas na área.
Mistérios sem resposta
Como adiantado por Covas, a variante encontradabrabet tigreSorocaba se assemelha muito à linhagem do coronavírus descrita na África do Sul a partirbrabet tigreoutubrobrabet tigre2020.
Na prática, isso significa que a amostra do interior paulista apresenta mutações genéticas muito parecidas à versão sul-africana, que possui alterações importantes na proteína da espícula, como é chamada a parte do vírus responsável por "invadir" as células do nosso corpo e dar início à infecção.
"A variante foi identificada na Baíabrabet tigreNelson Mandela, na África do Sul, e tem múltiplas mutações na proteína S, incluindo as K417N, E484K e N501Y", informa o Centrobrabet tigreControle e Prevençãobrabet tigreDoenças (CDC), dos Estados Unidos.
Por ora, não há evidênciasbrabet tigreque essas mudanças afetam a gravidade da covid-19, mas há indíciosbrabet tigreque elas podem diminuir a resposta imune e afetar a taxabrabet tigreeficácia das vacinas.
Mas há ainda um grande mistério a respeito da descobertabrabet tigreSorocaba: essa variante foi "importada" da África do Sul ou surgiubrabet tigreforma independente na cidade do interior paulista?
Até agora, os especialistas não sabem a resposta.
"Nós estamos trabalhando com a bioinformática e a vigilância epidemiológica para entender justamente isso. Devemos ter mais informaçõesbrabet tigrebreve", aponta Sabbaga.
Pelo que foi detalhado à imprensa, a amostra veiobrabet tigreuma mulherbrabet tigre34 anos com covid-19, que não fez nenhuma viagem nacional ou internacional nas últimas semanas.
Isso abre a possibilidadebrabet tigreque a variante tenha surgido no Brasil mesmo — mas a paciente também pode ter se infectado a partir do contato com uma pessoa que tenha ido ao exterior e trouxe a variante da África do Sul para o país.
"Sorocaba é uma regiãobrabet tigremuitas indústrias e com grande circulaçãobrabet tigrepessoas, então o fatobrabet tigreela não ter viajado não significa que essa variante não seja a mesma da África do Sul. Precisamos entender esse fato e a relevância clínica dele", observa a bióloga.
Vale mencionar que o surgimentobrabet tigrevariantes do vírus é algo absolutamente esperado durante uma pandemia: num períodobrabet tigrealta transmissibilidade e sem controles sanitários mais rígidos, o agente infeccioso ganha novas versões que podem facilitar o seu espalhamento entre a população.
O impacto das novas versões do vírus
Até o momento, a Organização Mundial da Saúde e o CDC americano destacam cinco variantes como as mais preocupantes: a B.1.1.7 (detectada inicialmente no Reino Unido), a P.1 (Brasil), a B.1.351 (África do Sul), a B.1.427 e a B.1.429 (ambas dos Estados Unidos).
Em linhas gerais, elas se mostraram mais infecciosas, mais agressivas ao organismo humano ou com o potencialbrabet tigreescapar da resposta imune produzida pela vacinação ou por um quadrobrabet tigrecovid-19 anterior.
Na prática, porém, algumas dessas linhagens têm dominado mais as cadeiasbrabet tigretransmissãobrabet tigrerelação às outras.
"Em linhas gerais, das amostras brasileiras que recebemos para análise, 90% delas apresentam ou a P.1., a P.2 (outra variante detectada no Brasil) ou a B.1.1.7, do Reino Unido", descreve Schlesinger.
"Nenhuma dessas três aparenta ter uma grande vantagem ou estar se sobrepondo às outras", completa.
E, até o momento, a variante sul-africana não foi oficialmente encontrada no Brasil.
"Se olharmos os dados dos Estados Unidos, a B.1.351, da África do Sul, representa cercabrabet tigre0,5% das infecções analisadas por lá. Parece então que ela tem uma certa frequência, mas, por ora, não tem conquistado um espaço maior do que as variantes do Reino Unido ou dos Estados Unidos", estima o geneticista.
Por mais relevantes que as pesquisas genéticas sejam para preparar o sistemabrabet tigresaúde diantebrabet tigrenovas ameaças, elas não alterambrabet tigrenada as recomendações mais básicas sobre a prevenção da covid-19.
"Com novas linhagens ou não, nada muda neste quesito: é importante que todo mundo faça distanciamento social, use máscara ao sairbrabet tigrecasa e continue a cuidar da higiene das mãos", conclui Sabbaga.
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