Covid-19: na marca dos 310 mil mortos, vale mudar a prioridade das vacinas?:que es novibet
'Todo mundo é prioritário no momento'
Ao mesmo tempo, a atual situação pandêmica do Brasil — com maisque es novibet310 mil mortos, um enorme número diárioque es novibetnovos casos da doença, colapso dos sistemasque es novibetsaúde e médicos relatando quadros cada vez mais graves também entre não idosos — tornou-se um fator a mais nas discussões do estabelecimentoque es novibetprioridades,que es novibetum momentoque es novibetque o país não tem vacinas o bastante para todos.
"É muito difícil a situação atual do país. Todo mundo é prioritário no momento. Vemos uma taxa altíssimaque es novibetcasos entre policiais, e professores precisando da vacinação para voltar à escola. Sem dúvida professores e policiais precisam ser priorizados, mas no pontoque es novibetque chegamos é uma 'escolhaque es novibetSofia' entre quem tem que ser vacinado antes", diz à BBC News Brasil Carla Domingues, ex-coordenadora do Programa Nacionalque es novibetImunizações (PNI).
"Vamos ter que ir achando um pontoque es novibetequilíbrio, porque o aumentoque es novibetjovensque es novibetUTIs coloca a genteque es novibetuma situação dessas. Se a epidemia estivesse controlada, com certeza não seria o momento (de ampliar para outros grupos que não idosos)."
'Injustiça e imprevisibilidade'
No entanto, para Jorge Pinto Andrade, imunologista e professor titular da Faculdadeque es novibetMedicina da Universidade Federalque es novibetMinas Gerais (UFMG), colocar outros grupos no topo das prioridades não só é problemático, como também tira a previsibilidade e a justiça do programaque es novibetvacinação.
"Abrir para novos grupos prioritários, cedendo a pressões locais, torna a coisa toda mais injusta. Um dos aspectos da priorização é justamente reduzir as desigualdades sociais", opina, apontando que o país ainda está longeque es novibetter alcançado níveisque es novibetimunidade coletiva adequados entre os grupos mais vulneráveis que já começaram a ser vacinados.
"Em qualquer epidemia você prioriza grupos bem estabelecidos, definindo a necessidadeque es novibetproteção direta (prevençãoque es novibetmortes) e reduçãoque es novibettransmissão. As prioridades (de vacinar primeiro esses grupos) continuam as mesmas. O problema é que estamos lidando com a escassezque es novibetvacinas, e o país não tem um plano nacional consistente e previsível, então, fica um processoque es novibetcada um por si nos Estados e municípios."
No momento, o Brasil é o país do mundo que tem contabilizado o maior númeroque es novibetcasos diários confirmados do coronavírus, tendo superado os Estados Unidos. Só na quinta-feira (25/3), segundo o Conselho Nacionalque es novibetSecretários da Saúde (Conass), foram registrados 100.736 novos casos da doença, um recorde. Neste sábado (27/3), foram mais quase 86 mil novos casos.
Como não há dados nacionais com a idade dos infectados, é difícil saber se as infecções têm crescido maisque es novibetum ou outro grupo populacional, por exemplo.
O que se sabe a partir da experiênciaque es novibetoutros países, diz Pinto Andrade, é que, quando se chega ao picoque es novibetcasos, ainda são necessárias mais cercaque es novibetquatro semanas para o númeroque es novibetnovos casos cair pela metade. "E não tem nenhum sinalque es novibetque o Brasil já tenha chegado no pico: nossa curva está ascendente."
Plano nacional
A situação é dificultada pela faltaque es novibetuma política federal clara, dizem os especialistas.
Em fevereiro, o Supremo Tribunal Federal pediu esclarecimentos ao Ministério da Saúde, a respeito dos critérios para definir gruposque es novibetprioridade das vacinas, dianteque es novibetdiversas denúnciasque es novibetque, na ausênciaque es novibetdiretrizes concretas a Estados e municípios, estava ocorrendo a vacinaçãoque es novibetpessoas que não eramque es novibetgrupoque es novibetrisco nem estavam sob perigo elevadoque es novibetcontrair o novo coronavírus.
Em nota técnicaque es novibetresposta, o ministério listou as categorias prioritárias e afirmou que, "considerando que alguns grupos prioritários possuem grande volume populacional, faz-se necessário prever prioridades dentro desses estratos populacionais ('prioridade dentro da prioridade')".
O Plano Nacionalque es novibetOperacionalizaçãoque es novibetVacinação contra a covid-19, feito pelo governo federal, elencou os seguintes grupos, nesta ordem, como prioritários à vacina:
- pessoas com 60 anos ou mais e pessoas com deficiência institucionalizadas;
- povos indígenas vivendoque es novibetterras indígenas;
- trabalhadoresque es novibetsaúde;
- pessoasque es novibet75 anos ou mais;
- povos e comunidades tradicionais ribeirinhas e quilombolas;
- pessoasque es novibet60 a 74 anos;
- pessoas com comorbidades;
- pessoas com deficiência permanente grave;
- pessoasque es novibetsituaçãoque es novibetrua;
- população privadaque es novibetliberdade e funcionários do sistema carcerário;
- trabalhadores da educação do ensino básico (creche, pré-escolas, ensino fundamental, ensino médio, profissionalizantes e EJA);
- trabalhadores do ensino superior;
- forçasque es novibetsegurança e salvamento;
- Forças Armadas;
- trabalhadoresque es novibettransporte coletivo rodoviárioque es novibetpassageiros, metroviário e ferroviário, aéreo e aquaviário;
- caminhoneiros;
- trabalhadores portuários e industriais.
Estados e municípios, porém, têm tido flexibilidade para ajustar a vacinação conforme a disponibilidadeque es novibetdoses e as necessidades locais.
No inícioque es novibetmarço, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, chegou a comemorar como uma "vitória da educação brasileira" o pedido ao Ministério da Saúde pela inclusãoque es novibetprofessores entre os grupos prioritários, mas até agora a medida não teve efeitos práticos - como mostra a lista acima do Plano Nacionalque es novibetOperacionalização da Vacinação, não constam mudanças no statusque es novibeteducadores na ordem dos grupos prioritários.
Na Câmara, ao menos dois projetosque es novibetleique es novibettramitação pedem a inclusãoque es novibetprofessores entre os prioritários.
Em linhas gerais, a lista do Ministério da Saúde segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde, que orienta que "quando os suprimentosque es novibetvacina estão severamente reduzidos, (...) justifica-se um foco na redução direta da morbidade e mortalidade e na manutenção dos serviços mais essenciais, ao mesmo tempoque es novibetque considerando-se reciprocidade a grupos colocados sob riscos desproporcionais (como trabalhadores da saúde)."
À medida que mais doses chegarem, "a estratégia se expande para reduzir a transmissão para conter as perturbações às atividades socioeconômicas."
Mas a OMS faz a ressalvaque es novibetque deve-se priorizar, também, locais "com alta transmissão ou onde se antecipa que haverá alta transmissão".
O problema é que esse é o caso da maior parte do Brasil neste momento. É o sinalque es novibetque "já passou a chanceque es novibetter feito qualquer bloqueioque es novibettransmissão" comunitária, diz Pinto Andrade, "mostrando a completa ausênciaque es novibetanálise epidemiológica" por parte do governo federal.
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