Brasil consegue vacinar 60 milhões por mês contra covid-19; só falta a vacina, diz fundador da Anvisa:vaidebet proprietário

"Temos hoje 38 mil unidades básicasvaidebet proprietáriosaúde com pelo menos uma salavaidebet proprietáriovacinação com geladeira especializadavaidebet proprietáriomódulos, que conserva a temperaturasvaidebet proprietáriodois a oito graus. Na pior das hipóteses, se consegue vacinar 10 pessoas por hora", explica Vecina Neto, que já foi secretário municipalvaidebet proprietárioSaúdevaidebet proprietárioSão Paulo (2003 a 2004) e secretário Nacionalvaidebet proprietárioVigilânca Sanitária no Ministério da Saúde.

"Se vacinarmos 10 pessoas por hora, num diavaidebet proprietáriotrabalhovaidebet proprietáriooito horas, dá 80 vacinas. Então, eu tenho condição teóricavaidebet proprietáriovacinar 3 milhõesvaidebet proprietáriopessoas por dia útil. Isso para 20 dias úteis, tenho condiçõesvaidebet proprietáriovacinar,vaidebet proprietárioum mês, sem fazer muito esforço, 60 milhõesvaidebet proprietáriopessoas", calcula.

Apagãovaidebet proprietáriovacinas?

Do início da vacinação,vaidebet proprietário17vaidebet proprietáriojaneiro, até agora, 5,5 milhõesvaidebet proprietáriopessoas receberam a primeira dose. O Brasil é o oitavo paísvaidebet proprietárionúmero absolutovaidebet proprietáriovacinados.

Mas só foram distribuídas pelo país 12 milhõesvaidebet proprietáriodoses dos imunizantes CoronaVac e Oxford-AstraZeneca, quantia suficiente para vacinar apenas 6 milhõesvaidebet proprietáriopessoas — menos que 3% da população.

Municípios já começaram a alertar para a necessidadevaidebet proprietáriosuspender as vacinações, porque as primeiras doses acabaram antes da segunda remessa chegar.

É o caso da cidade do Riovaidebet proprietárioJaneiro, que paralisou a vacinação na quarta-feira (17) para quem ainda não recebeu a primeira dose. A expectativa é retomar uma semana depois (23), quando está prevista a chegadavaidebet proprietáriouma nova remessavaidebet proprietáriodoses. Também suspenderam a vacinação Porto Alegre, Salvador e Cuiabá.

"A nossa experiência com a vacina da gripe mostra que temos capacidadevaidebet proprietárioimunizar rapidamente. No ano passado,vaidebet proprietário2020, vacinamos 80 milhõesvaidebet proprietáriotrês meses. Temos condiçõesvaidebet proprietáriofazer. O que falta? Faltam vacinas", lamenta Gonzalo Vecina Neto.

O Ministério da Saúde diz que reservou mais 364,9 milhõesvaidebet proprietáriodosesvaidebet proprietáriovacinas com o Butatan, a Fiocruz e o consórcio internacional Covax Facility, ligado à Organização Mundial da Saúde. Mas a distribuição desses lotes vai ocorrer ao longo do ano.

Negociação tardia

Segundo Vecina Neto, o grande erro do governo federal foi não ter negociado e reservado lotes no ano passado, quando as fabricantes ainda estavam produzindo os imunizantes e testando a eficácia. É o que fizeram Chile, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e dezenasvaidebet proprietáriooutros países.

"O Chile hoje tem três dosesvaidebet proprietáriovacina por habitante, só que ele começou a comprar vacinavaidebet proprietáriosetembro. Nós não fizemos isso. Não fosse a Fiocruz e o Butantan, não teríamos vacina."

Agora, diz o sanitarista, os principais fabricantes, como Pfizer e Moderna, já negociaram grande partevaidebet proprietáriosua produção, e não teriam volume disponível para suprir a população brasileira.

Além disso, a capacidadevaidebet proprietárioprodução do Butatan e da Fiocruz, para produção das vacinas CoronaVac e Oxford-AstraZeneca, esbarra no ritmovaidebet proprietárioimportaçãovaidebet proprietárioinsumos da China.

"O Ministério da Saúde foivaidebet proprietáriouma miopia muito grandevaidebet proprietárionão fazer aposta,vaidebet proprietárionão investir na produçãovaidebet proprietáriovacinas antes do registro. Quem fez aposta e correu o risco foram Butatan e Fiocruz, a primeira apostando na CoronaVac e a segunda, na Oxford-AstraZeneca", critica.

"A questão agora nem é preço. É ter o produto. Évaidebet proprietárioacesso mesmo."

Restou apostar na Sputnik V e na indiana Covaxin

Como boa parte dos lotes das vacinas com eficácia comprovada já foram negociadas, no curto prazo, o Brasil pode comprar o excedente ou apostarvaidebet proprietáriovacinas que ainda despertam desconfiança ou que não concluíram a fase 3vaidebet proprietáriotestes.

Vecina Neto cita como exemplos a russa Sputnik V e a indiana Covaxin. O Ministério da Saúde informa,vaidebet proprietárioseu site, que negocia a compravaidebet proprietário10 milhõesvaidebet proprietáriodoses da Sputnik V, entre março e maio, e outras 20 milhõesvaidebet proprietáriodoses da Covaxin, para o mesmo período.

As duas vacinas ainda não apresentaram detalhesvaidebet proprietáriotestes clínicos para que a Anvisa possa liberar o uso emergencial.

A Sputnik V, especificamente, já foi alvovaidebet proprietáriocríticas internacionais pela faltavaidebet proprietáriotransparência no processovaidebet proprietáriofabricação do imunizante. Mesmo na Rússia o ritmovaidebet proprietáriovacinação começou lento, porque a população questionava a eficácia da vacina.

Em 02vaidebet proprietáriofevereiro, o Instituto Gamaleyavaidebet proprietárioPesquisa da Rússia, responsável pela vacina Sputnik V, divulgou os resultados preliminares da vacina Sputnik V no renomado periódico científico The Lancet. Os dados revelaram uma taxavaidebet proprietárioeficáciavaidebet proprietário91,6%.

O estudovaidebet proprietáriofase 3 que avalia a eficácia e a segurança deste imunizante envolve 20 mil voluntários e continuavaidebet proprietárioandamento para avaliar a proteção ou possíveis efeitos colateraisvaidebet proprietáriolongo prazo. Outra importante observação do artigo publicado no The Lancet foi o fatovaidebet proprietárioa Sputnik V ter funcionado bemvaidebet proprietárioindivíduos acima dos 60 anos. Na análisevaidebet proprietárioum subgrupovaidebet proprietário2 mil idosos, a eficácia também ficou na casa dos 91%.

A vacina, aplicadavaidebet proprietárioduas doses com um intervalovaidebet proprietário21 dias entre elas, está aprovadavaidebet proprietáriomaisvaidebet proprietário15 países, incluindo Rússia, Argentina, Paraguai e Venezuela.

No Brasil, a Anvisa está avaliando um pedido feito pela farmacêutica União Química, que tem um acordo com o Instituto Gamaleya para transferênciavaidebet proprietáriotecnologia. A empresa brasileira calcula que tem capacidadevaidebet proprietáriofabricar e distribuir 150 milhõesvaidebet proprietáriodoses do imunizante até dezembrovaidebet proprietário2021.

Mas tudo dependevaidebet proprietárioautorização da Anvisa.

No caso da vacina indiana Covaxin, especialistasvaidebet proprietáriodoenças infecciosas da Índia criticaram a aprovação emergencial no país do imunizante antes da conclusão dos testesvaidebet proprietárioeficácia e segurança.

O controlador-geralvaidebet proprietáriomedicamentos da Índia, V. G. Somani, afirmou que a Covaxin é "segura e fornece uma resposta imunológica robusta".

Mas a entidade independentevaidebet proprietáriovigilânciavaidebet proprietáriosaúde All India Drug Action Network disse haver "preocupações significativas decorrentes da ausênciavaidebet proprietáriodadosvaidebet proprietárioeficácia", bem como uma faltavaidebet proprietáriotransparência.

"Eu não vejo problema nessas vacinas desde que tenham a fase 3 prontas. A Sputnik V não terminouvaidebet proprietáriofazer estudovaidebet proprietáriofase 3. A Índia não terminou a fase 3 para a Covaxin. Tem que terminar e apresentar o resultado, é o padrão internacional. Tem que ter estudo com tamanho razoável,vaidebet proprietárioentre 30 mil a 40 mil pacientes", opina o professor da USP.

Ritmovaidebet proprietáriovacinação pode acelerar a partirvaidebet proprietáriomarço

Vecina Neto diz, porém, que o ritmovaidebet proprietáriovacinação deve acelerar a partirvaidebet proprietáriomarço, quando está prevista a entregavaidebet proprietáriomaisvaidebet proprietário38 milhõesvaidebet proprietáriodosesvaidebet proprietárioCoronaVac e Oxford-AstraZeneca.

"A partir do finalvaidebet proprietáriomarço vamos passar a ter cercavaidebet proprietário30 milhõesvaidebet proprietáriodoses por mês para vacinar. O ritmovaidebet proprietáriovacinação deve melhorar", afirma.

Mas, segundo o professor da USP, alémvaidebet proprietáriocorrer atrás do prejuízo nas negociações por vacinas, o governo federal precisa organizar uma campanha nacionalvaidebet proprietáriovacinação, com propaganda e divulgaçãovaidebet proprietáriomassavaidebet proprietárioinformação.

"As pessoas vão vacinar porque são convocadas. Não tinha tido até hoje vacina, no âmbito do Programa Nacionalvaidebet proprietárioImunizações, que não tivesse campanha. Não houve campanhavaidebet proprietáriovacinação para covid-19", diz.

"Falta divulgação, falta marketing, falta Zé Gotinha."

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