Covid-19: Vacinados podem precisar400fs novibet3ª dose contra variantes, dizem cientistas:400fs novibet

Um voluntário recebe uma injeção400fs novibetum profissional400fs novibetsaúde durante o primeiro teste clínico humano do país para uma potencial vacina contra o novo coronavírus, no Baragwanath Hospital400fs novibetSoweto, África do Sul, 24400fs novibetjunho400fs novibet2020

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Pessoas que já se vacinaram podem ser chamadas a tomar mais uma dose

Isso porque duas variantes do coronavírus, a encontrada400fs novibetManaus, batizada400fs novibetP.1, e a da África do Sul, chamada400fs novibet501.V2, parecem reduzir a eficácia400fs novibetvacinas por possuírem a mutação E484K, capaz driblar a ação400fs novibetanticorpos produzidos pelo corpo. Uma terceira variante encontrada no Reino Unido também passou a apresentar a mutação E484K400fs novibetalgumas regiões do país, segundo análises da Public Health England, agência ligada ao Ministério da Saúde britânico.

"Pessoas que já se vacinaram poderão ter que tomar mais uma dose, quando adaptações das vacinas forem concluídas para proteger contra variantes", disse à BBC News Brasil o virologista Julian Tang, professor da Universidade400fs novibetLeicester, no Reino Unido.

"Nessa mesma época no ano passado, tínhamos o vírus que surgiu400fs novibetWuhan, na China. Neste ano, já temos três variantes que causam preocupação. Nesse período do ano que vem, poderemos ter mais variantes. Então, é possível que a vacina tenha que ser atualizada todo ano para acompanhar esse ritmo", avalia.

O governo britânico confirmou neste domingo (7/2) à BBC que pretende disponibilizar para a400fs novibetpopulação vacinas anuais contra a covid-19, como ocorre atualmente com a gripe.

"Vemos como muito provável uma imunização400fs novibetreforço no outono (no hemisfério Norte) e, então, vacinações anuais, como fazemos hoje contra a gripe, adaptando para variantes que se espalham pelo mundo", disse o secretário para vacinas Nadhi Zahawi ao programa Andrew Marr, da BBC.

Diversos fabricantes anunciaram que estão desenvolvendo novas vacinas capazes400fs novibetaumentar a proteção contra variantes com as mutações E484K, embora pesquisas preliminares indiquem que os imunizantes disponíveis ainda oferecem alta proteção,400fs novibetquase 100%, contra os casos mais graves da doença - aqueles que podem resultar400fs novibetmorte.

O maior problema parece residir na eficácia global das vacinas, que engloba casos leves, moderados e graves.

"O que apareceu nesses dados preliminares é que houve uma queda no percentual400fs novibetpessoas que não tiveram nenhum sintoma. Mas não teve aumento no percentual400fs novibetcasos graves", disse às BBC News Brasil o virologista Felipe Naveca, que participou do primeiro sequenciamento da variante400fs novibetManaus.

"Se a vacina continua protegendo para as formas graves da doença, essas pessoas continuam protegidas para aquilo que é o mais importante da vacina. Agora, se os estudos demonstrarem queda400fs novibeteficácia nesse sentido, provavelmente as pessoas já vacinadas terão que ser reimunizadas (com vacina adaptada) ou tomar uma dose adicional", completa Naveca, que é pesquisador do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/FioCruz).

Nesse contexto, a vacina CoronaVac, por enquanto a predominante no Brasil, parece apresentar alguns pontos fortes (veja mais abaixo).

Mas o que exatamente se sabe sobre a queda da proteção das vacinas?

Vacina400fs novibetcovid

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Fabricantes anunciaram que estão desenvolvendo novas vacinas capazes400fs novibetaumentar a proteção contra variante

Vacinas já testadas contra novas variantes

As pesquisas mais amplas até o momento foram feitas com as vacinas Novavax e Johnson & Johnson. Um estudo, divulgado400fs novibet29400fs novibetjaneiro, mostrou que a eficácia global (para impedir casos leves, moderados e graves) da Novavax cai400fs novibet95,6%, contra o vírus original, para cerca400fs novibet60%, quando aplicada na África do Sul, onde predomina a variante com mutação E484K.

Já a vacina Johnson & Johnson,400fs novibetdose única, mostrou uma eficácia400fs novibet72% para formas moderadas e graves da covid-19 nos Estados Unidos, 28 dias após a injeção. Na África do Sul, esse percentual caiu para 57% e, na América Latina, para 66%.

Mas não houve casos400fs novibetmortes. Ou seja, a vacina se mostrou 100% eficaz400fs novibetevitar os casos mais graves da doença. Para esse estudo, foram analisados os resultados400fs novibet43,7 mil voluntários.

Atualmente, no Brasil, duas vacinas estão sendo aplicadas: a Oxford-AstraZeneca e a CoronaVac.

No domingo (7), a África do Sul suspendeu o início da vacinação com o imunizante Oxford-AstraZeneca, depois que um estudo preliminar, feito com 2 mil pessoas de,400fs novibetmédia, 31 anos, revelou "proteção mínima" contra casos leves e moderados provocados pela variante.

A pesquisa, que ainda não foi publicada e revisada, foi feita pela Universidade400fs novibetWitwatersrand,400fs novibetJohannesburgo. Não foi avaliada a eficácia da vacina400fs novibetOxford400fs novibetevitar casos graves e mortes, porque o público do estudo era jovem e sem comorbidades.

A equipe que produz a vacina Oxford-AstraZeneca anunciou que já está trabalhando numa versão adaptada do imunizante e que poderá disponibilizá-la "até o outono" do hemisfério Norte. Ou seja, até 21400fs novibetsetembro.

A expectativa é que essa nova vacina funcione como uma dose400fs novibetreforço às duas outras que as pessoas estão recebendo.

O Instituto Butantan, que fabrica a CoronaVac400fs novibetconjunto com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, disse à BBC News Brasil que "realiza estudos400fs novibetrelação à variante identificada no Amazonas, ao mesmo tempo400fs novibetque a Sinovac avalia variantes encontradas na Inglaterra e na África do Sul".

As fabricantes400fs novibetvacina Moderna e Novavax disseram que já estão desenvolvendo vacina ou dose400fs novibetreforço capaz400fs novibetresponder à mutação E484K, enquanto a Pfizer está aprofundando estudos sobre o impacto do seu imunizante contra a variante da África do Sul.

Mulher recebe vacina na Hungria

Crédito, EPA

Legenda da foto, Atualmente no Brasil duas vacinas estão sendo aplicadas: a Oxford-AstraZeneca e a CoronaVac.

Potencial vantagem da CoronaVac contra variantes

Apesar400fs novibeta CoronaVac ter percentual menor400fs novibeteficácia global que vacinas como Oxford-AstraZeneca, Pfizer e Moderna, a tendência é que ela tenha a eficácia menos afetada pelas variantes com a mutação E484K, segundo a especialista400fs novibetmicrobiologia Ana Paula Fernandes, professora e pesquisadora do Centro400fs novibetTecnologia400fs novibetVacinas e Diagnóstico da Universidade Federal400fs novibetMinas Gerais (UFMG).

A mutação E484K afeta exatamente o principal ponto400fs novibetligação entre o vírus e as células, tornando o "encaixe" mais eficaz. Esse é o local onde os chamados anticorpos neutralizantes, produzidos pelo nosso sistema imunológico, se encaixam para impedir a entrada do vírus na célula.

Logo após se infectar, o corpo passa a produzir anticorpos para tentar combater o vírus. Alguns dos mais importantes deles são justamente os neutralizantes, que se colocam entre a célula e a proteína spike, impedindo que o vírus se fixe e se multiplique pelo organismo humano.

Grande parte das vacinas, inclusive Oxford-AstraZeneca, Novavax e Pfizer, focam400fs novibetinjetar no corpo humano genes da proteína spike do vírus para estimular a produção dos anticorpos neutralizantes. Já a CoronaVac é produzida a partir do vírus inteiro inativado.

"Quando você entra400fs novibetcontato com vírus inteiro inativado, várias células do seu sistema imune são ativadas e são produzidos vários outros anticorpos, não só esse que a gente chama400fs novibetneutralizante" explica Ana Paula Fernandes, que também é coordenadora da rede nacional400fs novibetdiagnósticos, que une diferentes universidades e institutos400fs novibetpesquisa do Brasil para responder à pandemia.

O Instituto Butantan também disse,400fs novibete-mail enviado à BBC News Brasil, que a CoronaVac, por ser produzida a partir do vírus inteiro inativado, deve gerar "uma resposta imune ampla" contra a doença.

"A vacina que pode perder o maior nível400fs novibeteficácia é a focada numa única porção da proteína spike, que é onde o vírus está mutando. Porque você tem um repertório menor400fs novibetoutros mecanismos para socorrer o seu organismo, já que400fs novibetresposta vai estar focada naquela região da molécula onde o anticorpo encaixa", diz Ana Paula Fernandes.

Mas como é que, mesmo focando exatamente na proteína que sofreu mutação para driblar anticorpos, essas vacinas ainda parecem apresentar grau importante400fs novibetproteção contra variantes?

"É possível que anticorpos dessas vacinas continuem conseguindo se ligar (à proteína spike) ainda que com menor afinidade. Então, a imunidade não desaparece", explica professora da UFGM.

"E o nosso próprio sistema imune não coloca os ovos numa cesta só. Ele responde à vacina feita para o vírus original apostando400fs novibetvários tipos400fs novibetanticorpos, não só os neutralizantes, e ativando células400fs novibetdefesa do organismo, os linfócitos."

Essas hipóteses ajudam a explicar por que as vacinas têm eficácia reduzida contra infecções leves e moderadas, mas continuam garantindo proteção para casos graves.

Os anticorpos ajudam a reduzir a concentração e multiplicação do vírus no nosso organismo, garantindo quadros mais leves ou assintomáticos da doença. Quanto maior a carga viral, maior a possibilidade desenvolver sintomas mais graves da covid-19.

Uma médica retira da embalagem a vacina contra a covid-19 produzida pela Sinopharm no Hospital Seychelles400fs novibetVictoria,400fs novibet10400fs novibetjaneiro400fs novibet2021

Crédito, AFP/Getty Images

Legenda da foto, Países correm para conseguir vacinar400fs novibetpopulação

E se tiver vacinada adaptada, quem deve receber primeiro?

Quando surgirem as primeiras vacinas adaptadas a variantes, os governos deverão tomar uma decisão: focar primeiro400fs novibetvacinar a população que ainda não recebeu imunizante ou reforçar a proteção dos idosos e mais vulneráveis que já se vacinaram.

Para Ana Paula Fernandes, a melhor estratégia é focar400fs novibetfinalizar a imunização400fs novibettoda a população para conter as altas taxas400fs novibetcirculação do vírus o mais rápido possível e evitar o surgimento400fs novibetnovas variantes.

Já o virologista Julian Tang, da Universidade400fs novibetLeicester, no Reino Unido, defende focar nos extremos da pirâmide: vacinar os extremamente vulneráveis (como idosos com comorbidades graves) e os jovens400fs novibetidade400fs novibettrabalhar e estudar.

"Assim, você alcança um meio-termo que garanta proteger os muito vulneráveis e reabrir a economia e as escolas", defende.

Por enquanto, as vacinas só serão oferecidas para maiores400fs novibet16 anos, porque não houve testes400fs novibetcrianças e adolescentes, mas a tendência é ampliar a faixa etária, quando esses estudos forem concluídos.

Outra estratégia possível para garantir maior proteção contra o vírus e as variáveis é combinar vacinas diferentes, lembra o virologista Felipe Naveca. Por exemplo, usar a CoronaVac, que utiliza o vírus inteiro inativado, com uma vacina focada na espícula do vírus, como a Oxford-AstraZeneca.

"Você estaria apresentando um vetor diferente na segunda ou terceira dose. O corpo não conheceria aquele vetor e geraria anticorpos variados. Estudos estão sendo conduzidos para verificar o grau400fs novibeteficácia dessas combinações", ressalta Naveca.

Não há passaporte400fs novibetimunidade agora

Em um aspecto todos os pesquisadores ouvidos pela BBC News Brasil concordam: enquanto a grande maioria da população não tiver sido vacinada, devem ser adotadas medidas proteção e restrição400fs novibetcontato social, inclusive por quem já se vacinou.

Naveca, Tang e Fernandes recomendam, por exemplo, usar máscaras profissionais, como N95,400fs novibetambientes fechados, tentar circular apenas ao ar livre ou400fs novibetambientes ventilados, abrir o vidro do carro, principalmente se estiver400fs novibettáxi ou Uber, evitar frequentar bares, restaurantes e outros locais400fs novibetlazer que concentrem pessoas400fs novibetlocal fechado, usar máscaras mesmo ao ar livre, lavar as mãos constantemente e usar álcool400fs novibetgel.

"As medidas400fs novibetcontrole devem ser intensificadas para conter o espalhamento das novas variantes e, principalmente, o surgimento400fs novibetnovas mutações. Quanto mais pessoas infectadas numa população maior a chance400fs novibetaparecer variante", diz Ana Paula Fernandes.

"Até agora, as variantes têm um mecanismo400fs novibetescape dos anticorpos, mas as vacinas ainda apresentam eficácia. (Mas) as mutações continuam e temos que minimizar o risco400fs novibetuma que seja capaz400fs novibetdriblar totalmente as vacinas."

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