Aumentocaca nikcasos, reinfecção e menor eficácia das vacinas: por que a variante do coronavírus detectadacaca nikManaus preocupa o mundo:caca nik

Crédito, BlackJack3D/Getty Images

Legenda da foto, Na segunda onda, as medidascaca nikrestrição não foram tão efetivas quanto na primeira. Com isso, o vírus ganhou muito espaço para se disseminar e sofrer mudanças

Na noitecaca nikterça-feira (26/01), o Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz confirmou os primeiros três casos da linhagem manauara no Estadocaca nikSão Paulo.

Junto com o agravamento da pandemia no país, o achadocaca nikuma nova variante por aqui fez com que vários países restringissem ou proibissem voos que têm como origem ou destino o Brasil.

O último governo a adotar tal medida foi Portugal, que anunciou a suspensão do tráfego aéreo na tarde desta quarta-feira (27/01).

Alémcaca nikJapão e Brasil, outros seis países já flagraram a P.1caca nikseus territórios: Itália, Coreia do Sul, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido e as Ilhas Faroe, um arquipélago europeu localizado entre a Islândia e a Noruega.

No entanto, ainda não há transmissão local nesses lugares: pelo que se sabe até o momento, todos esses casos foram importados do Brasil. Ao que parece, o diagnóstico rápido barrou o espalhamento da nova cepa por essas nações.

Mas por que a variantecaca nikManaus preocupa tanto? E o que ela pode significar para o enfrentamento da pandemia?

Avanço rápidocaca nikManaus

No dia 12caca nikjaneiro, especialistas do Imperial College London, da Universidadecaca nikOxford, da Universidadecaca nikSão Paulo, da Universidade Federalcaca nikMinas Gerais ecaca nikoutras cinco instituições publicaram o primeiro alerta sobre a nova variante.

Eles fizeram a análise genéticacaca nikamostras colhidascaca nik31 pacientes manauaras com covid-19 que foram diagnosticados entre os dias 15 e 23caca nikdezembrocaca nik2020. Desses, 13 (ou 42% do total) já apresentavam a P.1.

Na última segunda-feira (25/01), o mesmo grupo publicou uma atualização da pesquisa,caca nikque foram contabilizado um número maiorcaca nikamostras colhidas do finalcaca nikdezembro até o iníciocaca nikjaneiro.

Entre os dias 15 e 31caca nikdezembro, 35 das 67 amostras estudadas eram infecções causadas pela nova cepa. Isso representava 52% do total.

Já entre os dias 1º e 9caca nikjaneiro, 41 das 48 amostrascaca nikcasoscaca nikcovid-19 avaliadas tiveram o P.1 como causador, o que significa 85% do total.

Esse crescimentocaca nik33 pontos percentuais num períodocaca nikapenas duas semanas é um sinalcaca nikalarme, como admitem os responsáveis pela pesquisa:

"A nova análise inclui mais dados e sugere que os casoscaca nikcovid-19caca nikManaus estão sendo causados pela transmissão local da linhagem P.1, embora outras linhagens continuem circulando", escrevem.

Em outro trecho, os cientistas pedem cautela com as informações disponíveis até o momento. "Os resultados devem ser considerados preliminares. Dados mais robustos e representativos são necessários para investigar com mais detalhes as mudanças e a frequência desta linhagemcaca nikManaus ecaca nikoutros lugares".

Observações preocupantes

Durante uma pandemia, é esperado que os vírus sofram mutações e se adaptem a novos cenários e desafios.

Esse tipocaca nikfenômeno era tão previsível que diversos cientistas espalhados por todo o mundo já estavam acompanhando as evoluções e mutações no vírus desde que a pandemia começou a se alastrar, no primeiro semestrecaca nik2020.

As primeiras variantes do coronavírus que levantaram maior preocupação na comunidade internacional foram detectadas ao longo do mêscaca nikdezembro no Reino Unido e na África do Sul.

Os estudos genéticos indicavam que essas novas cepas haviam sofrido mutações nos genes que codificam a espícula, uma estrutura que fica na superfície do vírus e permite que ele invada as células do corpo humano para iniciar a infecção.

Isso,caca niktese, tornaria o coronavírus ainda mais infeccioso - uma vez que ele tem mais facilidadecaca nik"invadir" as células do corpo humano - e permitiria que ele se espalhasse mais entre a população.

Essa maior virulência foi observada na práticacaca nikalguns lugares do Reino Unido, por exemplo, onde a curvacaca niknovos casos cresceu vertiginosamentecaca nikuma hora para outra ao longo dos últimos mesescaca nik2020.

O cenário preocupante exigiu lockdowns rigorososcaca nikalgumas regiões da Europa e até fez com que líderescaca nikalguns países fechassem o espaço aéreo e restringissem a entradacaca nikestrangeiros.

"O que nos chama a atenção é que recentemente aumentou o númerocaca nikvariantes detectadas e algumas delas apresentam mutações iguais, mas têm origens geográficas diferentes", contextualiza o virologista Fernando Spilki, professor da Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul.

Mas por que esse fenômeno se tornou mais frequente nos últimos meses? "Nós atribuímos isso ao fatocaca nikque, na segunda onda, as medidascaca nikrestrição não foram tão efetivas quanto na primeira. Com isso, o vírus ganhou muito espaço para se disseminar e sofrer essas mudanças", responde o especialista, que também é coordenador da Rede Corona-Ômica, do Ministériocaca nikCiência, Tecnologia e Inovação

Além da variantecaca nikManaus, nos últimos dias cientistas brasileiros também flagraram novas cepas do coronavírus no Riocaca nikJaneiro e no Rio Grande do Sul. Ainda não se sabe ao certo o impacto delas no atual estágio da pandemia.

O que a variantecaca nikManaus tem?

A exemplo do que ocorreu nos exemplos citados acima, os estudos com a linhagem manauara indicaram a presençacaca nikmutações com potencialcaca nikagravar ainda mais o cenário da pandemia.

A primeira delas é a N501Y, que também aparece nas cepas do Reino Unido e da África do Sul. Essa alteração genética mexe justamente na tal da espícula, tornando o vírus ainda mais infeccioso.

Outras duas mutações presentes na P.1 são a E484K e a K417T. Pelo que se sabe até o momento, elas "atualizam" o coronavírus e permitem que ele drible o sistema imune. Isso pode acontecercaca nikindivíduos que já tiveram a covid-19 antes.

"Alguns estudos indicam que essas mutações podem ajudar o vírus a escapar dos anticorpos neutralizantes, da imunidade natural obtida após a infecção por outras variantes ou pela vacinação", explica o virologista Felipe Naveca, do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/FioCruz Amazônia),caca nikManaus.

Essa possibilidade, claro, precisa ser melhor estudada pelos cientistas antescaca nikser confirmada oficialmente.

Não se sabe por enquanto se a nova linhagem é mais agressiva ou está relacionada a quadros mais gravescaca nikcovid-19.

Mas o fatocaca nikela atingir mais pessoas já representa um riscocaca niklotação e até colapso dos sistemascaca niksaúde, o que certamente tem impacto na mortalidade.

Crédito, MARCIO JAMES/Getty Images

Legenda da foto, Apesarcaca nikas mutações detectadas indicarem uma maior virulência, não é possível creditar à nova linhagem todo o caos que tomou conta do sistemacaca niksaúdecaca nikManaus nas últimas semanas.

Reinfecção confirmada

No dia 17caca nikjaneiro, Naveca e uma equipecaca nik25 cientistas publicaram um artigo que descreve o primeiro casocaca nikreinfecção pela nova variante.

Trata-secaca nikuma mulhercaca nik29 anos que reside no Amazonas e teve covid-19 diagnosticada pela primeira vez no dia 16caca nikmarçocaca nik2020, quando apresentou febre, tosse, dorcaca nikgarganta e dores espalhadas pelo corpo.

No dia 19caca nikdezembro, a mesma paciente voltou a apresentar sintomas sugestivos da infecção pelo coronavírus (febre, tosse, dorcaca nikgarganta, diarreia, perdacaca nikolfato…). Um teste comprovou que ela estava com a doença novamente.

A análise genética feita nas amostras colhidascaca nikmarço ecaca nikdezembro revela que o segundo episódio foi provocado pela P.1.

"Há outros casoscaca nikinvestigação, mas esse foi o primeiro que preenche todos os critérios que permitem afirmar que se trata, sim,caca nikuma reinfecção", aponta Naveca.

Mais infectados?

Apesarcaca nikas mutações detectadas indicarem uma maior virulência, não é possível creditar à nova linhagem todo o caos que tomou conta do sistemacaca niksaúdecaca nikManaus nas últimas semanas.

"Não podemos acusar a variantecaca niktoda essa mortandade e confusão. Isso é obra nossa e se deve a uma falha no sistemacaca nikcontenção do vírus e na preparação dos hospitais", analisa o médico virologista Amilcar Tanuri, professor titular da Universidade Federal do Riocaca nikJaneiro.

Em outras palavras, por mais infeccioso que o vírus tenha se tornado, as medidascaca nikprevenção, como o usocaca nikmáscaras, o distanciamento físico e a lavagemcaca nikmãos, continuam efetivas.

Além disso, a segunda onda que surgiu na Europa a partircaca nikagosto e setembrocaca nik2020 já era um indicativocaca nikque as coisas iriam se complicar novamente por aqui também.

Portanto, se as medidas individuais e coletivascaca nikcontenção da pandemia tivessem sido respeitadas e reforçadas, o estrago poderia ter sido bem menor na capital do Amazonas (ecaca nikoutras cidades do Brasil inteiro, diga-se).

E as vacinas?

As mudanças no código genético do coronavírus também levantam o temorcaca nikque as novas linhagens consigam "escapar" das vacinas que já estão sendo aplicadascaca nikmuitos países, inclusive no Brasil.

Afinal, se as novas cepas desenvolveram estratégias para fugir dos anticorpos neutralizantes produzidos pelo sistemacaca nikdefesa, será que elas também diminuem a eficácia dos imunizantes?

Pelas análises feitas até o momento, esse risco parece ser baixo. Testes feitos com as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna revelam que as doses são capazescaca nikproteger contra as variantes encontradas na África do Sul e no Reino Unido, o que certamente é uma boa notícia.

Especialistas até especulam que pode acontecer uma diminuiçãocaca nikeficáciacaca nikalgumas vacinas, mas nada que comprometa seu usocaca niklarga escala ou seus efeitoscaca nikproteção coletiva.

Em relação à versão manauara, ainda não há nenhum estudo que avalie o poderio das vacinas diante dessas mutações.

Independentemente disso, o aparecimento das novas linhagens reforça a necessidadecaca nikvacinar o maior númerocaca nikpessoas com muita rapidez.

"Quanto mais gente imunizada, menor a chance das variantes aparecerem ou se espalharem", concorda Tanuri.

Formascaca nikse proteger

Mesmo diantecaca niknovas cepas, as orientaçõescaca nikprevenção continuam as mesmas.

É importante ficarcaca nikcasa sempre que possível e, ao sair, preferir ambientes abertos e bem arejados, sempre usar máscaras e manter uma distânciacaca nik1 a 2 metroscaca nikoutras pessoas. Lavar as mãos com água e sabão ou álcoolcaca nikgel é outra atitude imprescindível.

"Nós precisamos frear a evolução desse vírus e só fazemos isso diminuindo a taxacaca niktransmissão entre as pessoas" complementa Naveca.

Crédito, Luis Alvarenga/Getty Images

Legenda da foto, Se as medidas individuais e coletivascaca nikcontenção da pandemia tivessem sido respeitadas e reforçadas, o estrago poderia ter sido bem menor na capital do Amazonas

Do pontocaca nikvista comunitário, especialistas defendem que as autoridadescaca niksaúde pública tomem medidas para diminuir a circulaçãocaca nikpessoas e quebrar a cadeiacaca niktransmissão do vírus entre cidades ou Estados.

No contexto internacional isso já está acontecendo: nas últimas semanas, países como os Estados Unidos, Reino Unido e Portugal adotaram uma sériecaca nikrestrições a voos vindos do Brasil..

Um relatório do Observatório Covid-19BR sugere que os governos adotem precauções com as viagens intermunicipais e interestaduais neste momento:

"De forma preocupante, são aeroportos que também apresentam potencial para espalhar rapidamente novas variantes para outras regiões. Nesse sentido, recomendamos máxima atenção aos Estados receptorescaca nikgrande númerocaca nikviajantes da regiãocaca nikManaus e às autoridadescaca nikvigilância sanitária no governo federal".

Em outro trecho, o documento escrito por um coletivocaca nikpesquisadores brasileiros chama a atenção para as comunidades do interior da Amazônia:

"Lembramos também que há uma extensa redecaca nikcomunicação fluvial entre as populações ribeirinhas ao longo dos rios Negro, Solimões e Amazonas, que inclui capitais na Colômbia e no Peru. A atenção dada aos Estados receptorescaca nikviajantescaca nikManaus se estende, com maior preocupação, a essas comunidades, principalmente àquelascaca nikdifícil acesso".

Com a confirmação dos primeiros casos da nova linhagemcaca nikSão Paulo, pode parecer um pouco tarde para conter o seu espalhamento pelo país. Mas Spilki afirma que políticas do tipo podem ajudar a controlar o númerocaca niknovos casos.

"Medidascaca nikrestrição ajudam a quebrar as cadeiascaca niktransmissão, independentemente da cepa do coronavírus que estivercaca nikmaior circulação", reforça o virologista.

caca nik Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube caca nik ? Inscreva-se no nosso canal!

Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscaca nikautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacaca nikusocaca nikcookies e os termoscaca nikprivacidade do Google YouTube antescaca nikconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecaca nik"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocaca nikterceiros pode conter publicidade

Finalcaca nikYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscaca nikautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacaca nikusocaca nikcookies e os termoscaca nikprivacidade do Google YouTube antescaca nikconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecaca nik"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocaca nikterceiros pode conter publicidade

Finalcaca nikYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscaca nikautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacaca nikusocaca nikcookies e os termoscaca nikprivacidade do Google YouTube antescaca nikconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecaca nik"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocaca nikterceiros pode conter publicidade

Finalcaca nikYouTube post, 3