Covid-19: Brasil deve enfrentar pior fase da pandemia nas próximas semanas:pixbet aposta online
A tendência,pixbet aposta onlineacordo com epidemiologistas, bioinformatas e cientistaspixbet aposta onlinedados ouvidos pela reportagem, é que esses números se mantenham elevados ou subam ainda mais daqui para a frente.
Mas qual a razão para isso? Há pelo menos quatro fatores que ajudam a explicar esse momento da pandemia no Brasil.
Efeito Natal e Réveillon
Não foram poucos os relatospixbet aposta onlineaglomerações nos últimos diaspixbet aposta onlinedezembro. A despeito das orientações das autoridadespixbet aposta onlinesaúde pública, muitos familiares e amigos resolveram se reunir para celebrar o Natal e a passagem para 2021.
Os efeitos das festas começam a ser sentidos agora. E isso pode ser explicado pela própria dinâmica da covid-19 e o tempo que a doença demora a se manifestar e se desenvolver.
"A transmissão do vírus pode até ter ocorrido durante essas festas, mas a necessidadepixbet aposta onlineficar num hospital ou até a morte do paciente leva semanas para acontecer", nota o estatístico Leonardo Bastos, pesquisadorpixbet aposta onlinesaúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Riopixbet aposta onlineJaneiro.
Em linhas gerais, o indivíduo que é contaminado pelo coronavírus pode demorar até 14 dias para ter algum sintoma (como febre, tosse seca, dores, cansaço e faltapixbet aposta onlinepaladar ou olfato).
O problema é que, nesse ínterim, ele pode transmitir o agente infeccioso para outras pessoas, criando novas cadeiaspixbet aposta onlinetransmissão na comunidade.
Já nos quadros mais graves da doença, que evoluem para faltapixbet aposta onlinear e acometimento dos pulmões, há uma janelapixbet aposta onlinecercapixbet aposta onlinesete dias entre o contato com o vírus e a necessidadepixbet aposta onlineinternação.
Depois da hospitalização, os pacientes que morrem por covid-19 podem ficar até cinco semanas num leito antespixbet aposta onlinefalecer.
Considerando esse tempo todopixbet aposta onlineevolução da doença e o atraso nas notificações, épixbet aposta onlinese esperar que as infecções pelo coronavírus que aconteceram entre os dias 24pixbet aposta onlinedezembro e 1ºpixbet aposta onlinejaneiro apareçam com mais frequência nos boletins epidemiológicos daqui pra frente.
Essa bolapixbet aposta onlineneve do finalpixbet aposta onlineano pode ser emendada com outra, provocada pelas aglomerações relacionadas ao Enem.
É preciso considerar que, no último domingo (17/12), maispixbet aposta online2,5 milhõespixbet aposta onlinebrasileiros se deslocaram até o local da prova e permaneceram por várias horaspixbet aposta onlinelocais fechados com desconhecidos ao redor.
Os epidemiologistas e cientistaspixbet aposta onlinedados poderão medir o efeito dessa movimentaçãopixbet aposta onlinetanta gente nas cidades brasileiras a partirpixbet aposta onlinefevereiro ou março.
Ondapixbet aposta onlinemutações e variantes
Nas últimas semanas, cientistas detectaram variantes do coronavírus que causaram grande preocupação.
Três dessas novas versões ganharam destaque. Elas foram encontradas no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil (mais precisamentepixbet aposta onlineManaus).
O que chamou atenção é que esse trio traz mutações nos genes relacionados à espícula, uma estrutura que fica na superfície viral e permite que ele invada as células do nosso corpo para dar início à infecção.
Tudo indica que essas mudanças genéticas deixaram o vírus ainda mais infeccioso e podem facilitar apixbet aposta onlinetransmissão. Isso ajudaria a explicar, por exemplo, o aumentopixbet aposta onlinecasos que ocorreupixbet aposta onlinealgumas cidades britânicas oupixbet aposta onlineManaus.
Por mais que essas variantes não tenham sido relacionadas a quadros mais gravespixbet aposta onlinecovid-19, elas podem ter um efeito indireto na mortalidade — afinal, se mais gente pegar a doença, o númeropixbet aposta onlineinternações e mortes subirá.
"Os vírus sofrem modificações a todo o momento e, quanto mais ele circular entre as pessoas, maior será a chancepixbet aposta onlineele ter mutações e se tornar mais ou menos agressivo", pondera o médico Marcio Sommer Bittencourt, do Centropixbet aposta onlinePesquisa Clínica e Epidemiologia do Hospital Universitário da Universidadepixbet aposta onlineSão Paulo (USP).
pixbet aposta online Demora na atualização pixbet aposta online dos dados
No mêspixbet aposta onlinedezembro, é comum que muitos funcionários tirem férias. Setores e departamentospixbet aposta onlineempresas privadas ou órgãos públicos entrampixbet aposta onlinerecesso por alguns dias. Alguns setores chegam a trabalhar com equipes reduzidas.
Isso, claro, aconteceu com trabalhadores da áreapixbet aposta onlinesaúde epixbet aposta onlinevigilância epidemiológica dos estados e dos municípios brasileiros.
"Uma coisa que notamos desde o finalpixbet aposta online2020 é um atraso muito grande na digitação dos dadospixbet aposta onlinepacientes com covid-19 confirmada. No Rio Grande do Sul, por exemplo, 68% dos casospixbet aposta onlineinfecção pelo coronavírus que apareceram nos sistemas do governopixbet aposta onlinejaneiro ocorreram nos meses anteriores", observa o cientistapixbet aposta onlinedados Isaac Schrarstzhaupt, coordenador da Rede Análise Covid-19.
Os laboratórios que fazem testes dos casos suspeitos da doença também estão demorando muito mais para soltar o resultado, segundo os relatórios do Gerenciadorpixbet aposta onlineAmbiente Laboratorial, plataforma mantida pelo Sistema Únicopixbet aposta onlineSaúde (SUS).
No mêspixbet aposta onlinenovembro, 91% das amostras dos pacientes com suspeitapixbet aposta onlinecovid-19 eram processadas e avaliadas num períodopixbet aposta onlineaté dois dias e 8% demoravam entre três e cinco dias.
Jápixbet aposta onlinedezembro, 73% dos exames tiveram seu lado liberadopixbet aposta onlinemenospixbet aposta online48 horas. Cercapixbet aposta online18% das análises levavam entre três e cinco dias e 9% tiveram que aguardar até dez dias para ter um diagnóstico confirmado ou descartado.
É claro que atrasos já aconteciam antes, mas eles estão mais graves e preocupantes nas últimas semanas, afirmam os especialistas.
Novas gestões e acúmulopixbet aposta onlinetrabalho
Outro fator que parece ter atrapalhado ainda mais a coleta das estatísticas foi a transiçãopixbet aposta onlinegovernopixbet aposta onlinemuitas cidades brasileiras. Várias prefeituras tiveram uma trocapixbet aposta onlinecomando a partirpixbet aposta onlinejaneiro.
"Há casospixbet aposta onlineque o novo prefeito modificou o secretáriopixbet aposta onlinesaúde e reformulou a equipe que acompanha essas questões. Há um tempo até que esses novos gestores se acostumem ao ritmo e às necessidades da pandemia", afirma Schrarstzhaupt, da Rede Análise Covid-19.
Por fim, os profissionaispixbet aposta onlinesaúde estão sofrendo com o acúmulopixbet aposta onlinefunções. Em muitos lugares, são os próprios médicos e enfermeiros que precisam alimentar o sistemapixbet aposta onlineinformática com os novos casos confirmadospixbet aposta onlinecovid-19 no hospital.
"E isso envolve até uma questão ética. Entre digitar uma ficha no computador e tratar um paciente que demanda cuidados, a segunda opção é sempre mais urgente. Necessitamospixbet aposta onlinemais investimentopixbet aposta onlinevigilância e profissionais que façam esse trabalhopixbet aposta onlineatualização", aponta Bastos, da Fiocruz.
"Tenho visto cada vez mais médicos postando nas redes sociais fotos da montoeirapixbet aposta onlinefichaspixbet aposta onlinepapel que aguardam digitação no sistema. É uma pilha que parece nunca diminuir", completa Schrarstzhaupt.
Realidade paralela
O descompasso entre o que mostram as curvas epidêmicas desatualizadas e o verdadeiro cenário da pandemia pode fazer muito estragos.
Para iníciopixbet aposta onlineconversa, essa subnotificaçãopixbet aposta onlinecasos e mortes por covid-19 traz uma falsa sensaçãopixbet aposta onlinesegurança, como se o pior já tivesse passado.
"E isso ajuda a vender uma retórica que agrada algumas pessoas. Quantas vezes já ouvimos gente anunciar que a pandemia estava chegando ao fim? Que teríamos uma queda dos casos e mortes a partir da próxima semana?", questiona Ribeiro-Dantas, do Institut Curie.
A principal lição é sempre tomar cuidado com as estatísticas mais recentes. "É preciso ter mais transparência e evidenciar que os dados dos últimos 15 dias não são absolutamente confiáveis e sofrerão atualizações. Se os números estiverem caindo, devemos ter um poucopixbet aposta onlinecalma antespixbet aposta onlineanunciar que a situação está tranquila", ensina o bioinformata.
A parte que nos cabe
Bittencourt, do Hospital Universitário da USP, diz que o aparecimento das variantes do vírus era algo esperado durante a pandemia. "O comportamento do vírus é altamente previsível. Mas a mesma coisa não pode ser dita sobre o comportamento das pessoas", diz.
O especialista se refere ao papelpixbet aposta onlinecada cidadão no enfrentamento da pandemia. Afinal, apesar do cansaço acumulado dos quase 12 meses pandêmicos, as medidas preventivas continuam essenciais.
Todos precisamos seguir com os cuidados básicos, como a limpeza das mãos, o usopixbet aposta onlinemáscaras e o distanciamento físico das pessoas que não fazem partepixbet aposta onlinenosso convívio diário. Outro ponto pouco lembrado na lista das recomendações básicas é a preferência por locais abertos e com boa circulaçãopixbet aposta onlinear.
Se, por um lado, há uma sériepixbet aposta onlineresponsabilidades individuais muito importantes, por outro não podemos nos esquecer também das políticaspixbet aposta onlinesaúde pública, que sempre carecempixbet aposta onlinereforço das autoridades municipais, estaduais e federais.
Nesse sentido, o recrudescimento da pandemia vai exigir ações mais contundentes para diminuir a circulação das pessoas.
"Não há a menor dúvidapixbet aposta onlineque temos que aumentar medidaspixbet aposta onlinecontrole. Isso depende da dinâmicapixbet aposta onlinecada lugar, mas no geral o maior impacto ocorre quando as intervenções são feitaspixbet aposta onlinelugares fechados, onde as pessoas ficam mais próximas umas das outras ou não usam máscaras. Esses locais não deveriam estar abertos agora", esclarece Bittencourt.
A chegada das primeiras vacinas sinaliza um caminho promissor para o fim da pandemia. Mas ainda há muito chão a ser percorrido antes que a covid-19 se torne um tormento do passado.
Danny Altmann, professorpixbet aposta onlineimunologia na Universidade Imperial College,pixbet aposta onlineLondres, diz que não aconselharia ninguém a se considerar seguro 14 dias após a primeira dose da vacina contra o coronavírus. "Me comportaria exatamente como se ainda não tivesse tomado a vacina", diz Altmann. "Não baixaria minha guarda ou faria algo diferente."
Deborah Dunn-Walters, professorapixbet aposta onlineimunologia da Universidadepixbet aposta onlineSurrey, na Inglaterra, concorda, inclusive para quem tomou duas doses. "Uma razão é que você não estará totalmente protegido. E outra é que ainda não há evidênciaspixbet aposta onlineque ter tomado a vacina vai impedir que você pegue o vírus e passe adiante".
Dunn-Walters faz questãopixbet aposta onlinesalientar que a imunidade leva tempo para se desenvolver. Então, independentementepixbet aposta onlineuma única dosepixbet aposta onlinequalquer uma das vacinas covid-19 poder fornecer proteção, não estaremos totalmente imunes nas primeiras semanas.
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