Vacinas aprovadas no Brasil: afinal, quem pagou pela CoronaVac?:esporte da sorte l
Minutos depois, Doria se disse atônito com as declaraçõesesporte da sorte lPazuello e discursouesporte da sorte lSão Paulo, durante o eventoesporte da sorte lvacinação: "Ministro Eduardo Pazuello. É inacreditável como um ministroesporte da sorte lEstado da Saúde (...) ainda mente ao dizer isso. A vacina do Butantan só estáesporte da sorte lSão Paulo e no Brasil porque foi investimento do governo do Estadoesporte da sorte lSão Paulo. Não há um centavo, até agora, do governo federal, para a vacina — nem para o estudo, nem para a compra, nem para a pesquisa. Nada. Chegaesporte da sorte lmentiras, ministro."
Afinal, quem tem razão sobre o dinheiro usado para pagar a CoronaVac?
Quem pagou pela pesquisa?
Tanto a compra como a pesquisa das vacinas foi paga com dinheiro dos contribuintes brasileiros. Mesmo orçamentos estaduais recebem recursos redistribuídos da União para complementar suas arrecadações. No caso da pesquisa das vacinas, parte do investimento veio tambémesporte da sorte lparceiros internacionais.
O que Doria e Pazuello reivindicam é a tomadaesporte da sorte ldecisãoesporte da sorte linvestir dinheiro no desenvolvimento e compra da vacina.
Nas suas entrevistas coletivasesporte da sorte ldomingo, as autoridades abordaram dois aspectos distintos sobre o financiamento das vacinas. Em primeiro lugar,esporte da sorte londe veio o dinheiro para financiar a pesquisa que levou à CoronaVac. Em segundo, existe a questãoesporte da sorte lquem vai comprar a vacina — recompensando o esforço pela criação do imunizante.
Sobre a primeira questão, a vacina foi desenvolvida com recursos da empresa chinesa Sinovac e do Instituto Butantan — cujo orçamento está ligado à Secretariaesporte da sorte lSaúde do Estadoesporte da sorte lSão Paulo.
O governo federal investiu seus recursos para auxiliar nas fasesesporte da sorte ltesteesporte da sorte loutro imunizante, o da Oxford-AstraZeneca, por intermédio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde. A Fiocruz também será responsável por produzir a vacinaesporte da sorte lOxford no Brasil.
No caso da CoronaVac, o governo federal pretende contribuir no futuro com a construçãoesporte da sorte lum parque fabril do Butantan para ampliar a produção do imunizante.
Existe a perspectivaesporte da sorte lum investimentoesporte da sorte lR$ 63,2 milhões a ser feito pelo Ministério da Saúde no Butantan. Um convênio foi assinado entre as duas partes e,esporte da sorte lnota à BBC News Brasil, o ministério da Saúde falou que os recursos estão empenhados para "aquisição dos equipamentos para o centroesporte da sorte lprodução multipropósitoesporte da sorte lvacinas".
Esse convênio, no entanto, foi assinado apenas no dia 24esporte da sorte ldezembro do ano passado, quando a CoronaVac já estavaesporte da sorte lestado avançadoesporte da sorte ldesenvolvimento.
Naesporte da sorte lcoletivaesporte da sorte ldomingo, o ministro Pazuello anunciou esse investimento como se ele já tivesse sido feito.
"Fomos nós que fizemos o desenvolvimento do parque fabril do Butantan para fazer a vacina. Fizemos um contratoesporte da sorte lconvênioesporte da sorte lmais R$ 80 milhões. Issoesporte da sorte loutubro. Você sabia disso? Pois é", disse o ministro na entrevista coletiva.
Houve,esporte da sorte lfato, reuniões entre o Ministério da Saúde e a Fundação Butantan no dia 20esporte da sorte loutubro para a negociação do convênio. E na época Pazuello chegou a anunciar o investimento. Pazuello também anunciou a intençãoesporte da sorte lcomprar 46 milhõesesporte da sorte ldoses da CoronaVac.
Mas o ministro foi desautorizado horas depois pelo presidente Jair Bolsonaro. A notícia sobre o anúncio foi retirada do site do governo.
Em seguida, o secretário-executivoesporte da sorte lSaúde, Elcio Franco, convocou outra coletiva para ler uma notaesporte da sorte lesclarecimento do Ministério da Saúde na qual tratava o investimento apenas como "intenção".
"Houve uma interpretação equivocadaesporte da sorte luma fala do ministro da Saúde", diz o ministério.
"Não houve qualquer compromisso com o governo do Estadoesporte da sorte lSão Paulo ou o seu governador no sentidoesporte da sorte laquisiçãoesporte da sorte lvacinas contra covid-19. Tratou-seesporte da sorte lum protocoloesporte da sorte lintenção entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantanesporte da sorte lcaráter vinculante por se trataresporte da sorte lum grande parceiro do ministério da Saúde na produçãoesporte da sorte lvacinas para o Programa Nacionalesporte da sorte lImunização (PNI)."
O vídeo com essa notaesporte da sorte lesclarecimento foi publicado por Jair Bolsonaro no Facebook, com o presidente destacando no título uma frase do pronunciamento: "não há intençãoesporte da sorte lcomprar a vacina chinesa".
Na nota, o governo Bolsonaro afirma que não compraria qualquer doseesporte da sorte lvacina antes que essa tivesse sido aprovada pela Anvisa — no entanto o contratoesporte da sorte laquisição da CoronaVac aconteceu semanas antes da aprovação emergencial.
Quem pagou pela vacina?
Sobre a segunda questão,esporte da sorte lquem comprou a vacina, o governo federal é o cliente das doses produzidas pelo Instituto Butantan, que serão incorporadas ao Programa Nacionalesporte da sorte lImunização (PNI). Algumas doses já estão sendo distribuídas para os Estados.
No entanto, esse pagamento não foi feito ainda. Em resposta a questionamento da BBC News Brasil, o governo federal divulgou nota na segunda-feira afirmando que "o valor será pago quando a totalidade das 100 milhõesesporte da sorte ldoses, bem a nota fiscal referente aos insumos, forem entregues ao Ministério da Saúde".
Naesporte da sorte lfalaesporte da sorte ldomingo, o governador João Doria fala que "não há um centavo, até agora, do governo federal, para a vacina — nem para o estudo, nem para a compra, nem para a pesquisa".
A informaçãoesporte da sorte lque o governo federal ainda não pagou pelas vacinas coincide com o que disse o Ministério da Saúdeesporte da sorte lnota à BBC News Brasil. No entanto, o governadoresporte da sorte lSão Paulo omitiu naesporte da sorte ldeclaração que o governo federal é cliente das doses produzidas pelo Instituto Butantan.
Fora do âmbito politizado do primeiro escalão, as entidadesesporte da sorte lpesquisa e desenvolvimentoesporte da sorte lvacinas mantém boas relações.
Na semana passada, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, enviou uma carta ao Instituto Butantan parabenizando os pesquisadores pelo anúncio da eficácia da CoronaVac.
"Em um dia marcado pelo sentimento do luto diante da perdaesporte da sorte lvidas e das dificuldades no enfrentamento à pandemia, contar com a vacina do Instituto Butantan é um alento para sociedade brasileira", diz a carta.
Além da CoronaVac, a Anvisa aprovou no domingo o uso emergencial do imunizante da Oxford-AstraZeneca que está sendo produzido pela Fiocruz. As duas vacinas são as grandes apostas das autoridades brasileiras para colocar fim à pandemiaesporte da sorte lcoronavírus, que já infectou 8,5 milhõesesporte da sorte lbrasileiros e matou 210 mil, segundo dados oficiais.
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