Racismo: como a educação brasileira acentua desigualdade racial e apaga os heróis negros da história do Brasil:pixbet galera

Punho negro fechado sobre fundo vermelho

Crédito, EPA

Legenda da foto, Manifestantes protestaram contra o homicídiopixbet galerasoldador negropixbet galeraloja do Carrefour

João Alberto foi levado ao estacionamento após algum incidente por outros funcionários do supermercado. Imagens divulgadas mostram uma altercação entre João Alberto e os dois seguranças que deflagrou o espancamento e morte do soldador.

O caso ainda tramita na Justiça do Rio Grande do Sul.

Os dois seguranças estão presos e outros quatro funcionários do Carrefour continuampixbet galeraliberdade, à espera do julgamento.

Aindapixbet galera2020, a Organização das Nações Unidas (ONU) dissepixbet galeraum comunicado que "a violenta mortepixbet galeraJoão, às vésperas da datapixbet galeraque se comemora o Dia da Consciência Negra no Brasil, é um ato que evidencia as diversas dimensões do racismo e as desigualdades encontradas na estrutura social brasileira".

No Twitter, o presidente global do Carrefour, Alexandre Bompard, afirmou que "meus valores e os valores do Carrefour não compactuam com racismo e violência", ressaltando ainda que as imagens da agressão "são insuportáveis".

Marina Pereirapixbet galeraAlmeida Mello, doutorapixbet galeraAntropologia Social e professora da Universidade Federalpixbet galeraSão Paulo (Unifesp), explica que o racismo implica na crençapixbet galeraque as diferenças humanas, do pontopixbet galeravista físico, devem ser naturalmente hierarquizadas.

"É uma ideologiapixbet galeraexclusão, ao pressupor uma classificação dos diferentes, pautada na ideiapixbet galerasuperioridade epixbet galerainferioridade", afirma Mello.

No Brasil, diz a especialista, prevalece o que o sociólogo Oracy Nogueira [1917-1996] identificou como um "preconceitopixbet galeramarca", ou seja, uma pessoa é discriminada conforme suas características físicas: o tom da pele, o desenho do nariz e dos lábios, a natureza do cabelo, os gestos, o sotaque.

Isso é diferente do que ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos, onde prevalece um "preconceitopixbet galeraorigem": uma pessoa é identificada como negra se pertence a uma família negra.

De acordo com Mello e com historiadoras e pedagogas ouvidas pela BBC News Brasil, a educação tem um papel crucial na perpetuação e no combate ao racismo no país.

"A escola deve desconstruir o ideal do homem europeu e cristão perfeito, naturalmente superior, exemplo do bem, da beleza e da verdade", diz Mello.

"Porque esta lógica implica que todos os outros seres, classificados como amarelos, vermelhos ou pretos, têmpixbet galerahumanidade diminuída, imperfeita, o que justificaria apixbet galeradominação, exploração e até mesmo apixbet galeramorte."

Apesarpixbet galeramudanças nas leis, 'escola ainda perpetua preconceitos'

A lei 10.639, sancionadapixbet galerajaneiropixbet galera2003 no Brasil, tornou obrigatório no ensino fundamental e médio o estudo da história e cultura afro-brasileira.

Ficou estabelecido que os alunos devem aprender a respeito da história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra e o papel do negro na formação da sociedade nacional.

Esta seria a basepixbet galerauma educação antirracista: valorizar a identidade e a trajetória dos diferentes povos que formam o país,pixbet galeravezpixbet galeratomar a visão do colonizador como a dominante

Neste sentido, a lei 11.645,pixbet galeramarçopixbet galera2008, porpixbet galeravez, acrescentou à legislação a obrigatoriedade do ensino da cultura e história indígenas.

Ambas as leis alteraram, assim, a Leipixbet galeraDiretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que regulamenta o sistema educacional público ou privado do Brasil da educação básica ao ensino superior.

Mas, quase 18 anos depoispixbet galerasancionada a primeira lei, os livros escolares ainda reduzem a história dos negros no país à época da escravidão, retratando-os como coadjuvantes passivos, incapazespixbet galeraalterar o próprio destino, dizem os especialistas ouvidos pela reportagem.

Mulher com máscarapixbet galeraque se lê vidas negras importam

Crédito, EPA

Legenda da foto, 'Racismo é uma ideologiapixbet galeraexclusão', diz a antropóloga Marina Mello

"A escola, lugar tão relevantepixbet galerasocialização e construção dos significados, ensina que negros são descendentespixbet galeraescravos, nãopixbet galerapessoas comuns que foram escravizadas, sequestradas dapixbet galeraterra natal", afirma Mello.

"Eles são sempre representadospixbet galeraforma humilhante, a partirpixbet galeraestereótipospixbet galerafeiura, rudeza, ignorância, primitivismo e agressividade."

Para Sherol dos Santos, mestrepixbet galeraHistória e professora da rede estadual do Rio Grande do Sul, trata-sepixbet galerauma descrição que afasta não só o interesse pela cultura negra, mas cria uma rejeição.

"Que tipopixbet galeraidentificação você, uma criança, vai querer criar com um povo retratado dessa maneira?", diz Sherol, especialistapixbet galeraescravidão e territórios quilombolas.

É na escola que a criança irá experimentar a igualdade e aprender a lidar com a diversidade, contribuindo para a passagem do espaço privado para o coletivo.

Uma visão eurocêntrica da história do Brasil, no entanto, cria uma tensão racial entre os alunos, que tendem a se aproximar da cultura ou do fenótipo europeu, desprezando as suas raízes africanas.

Para especialistas, é fundamental que os educadores mostrem que todas as raças presentes no Brasil têm e tiveram importâncias iguais na formação da nossa história.

"Se o aluno entender o processo histórico que desencadeou a desigualdade entre negros e brancos, ele não vai reforçar o preconceito", diz Mônica do Amaral, professora do Diversitas - Núcleopixbet galeraEstudos das Diversidades, das Intolerâncias e dos Conflitos da Universidadepixbet galeraSão Paulo (USP).

"É preciso explicar aos alunos brancos que seus privilégios têm uma origem histórica, que nada tem a ver com competência, capacidade intelectual superior. Mas com condições desiguaispixbet galeraacesso aos bens culturais e materiais".

O antropólogo Kabengele Munanga, professor do Centropixbet galeraEstudos Africanos da Faculdadepixbet galeraFilosofia, Letras, Ciências e Humanidades da USP, criticoupixbet galerareportagem publicadapixbet galera2017 pela BBC News Brasil o que chamoupixbet galeraesquecimento do negro na educação brasileira.

"Parece que os negros não têm passado, presente e futuro no Brasil. Parece quepixbet galerahistória começou com a escravidão, sendo o antes e o depois dela propositalmente desconhecidos."

'Personagens negros são apagados dos currículos escolares'

O Brasil ainda se apresenta ao mundo como uma democracia racial, como se fosse o resultadopixbet galerauma mistura harmoniosapixbet galeraraças, diz Heloise Costa, mestrepixbet galerarelações étnico-raciais e professorapixbet galeraLíngua Portuguesa, o que faz com que o combate ao racismo não seja uma prioridade no país.

"A nossa educação formal fortalece a ideiapixbet galerauma humanidade branca universal, que nada mais é do que o olhar europeu sobre o mundo."

Com isso, os currículos escolares omitem diversos personagens negros relevantes para a história nacional. "Os africanos e indígenas não deram simplesmente uma contribuição ao país, eles são a base da nossa cultura", diz Sherol dos Santos.

Um exemplo são as reuniõespixbet galeraformatopixbet galeraroda, que pressupõem uma participação mais igualitáriapixbet galeratodos os membros. "Isso não foi trazido pelos colonizadores, faz parte das culturas indígena e africana", afirma.

Psicanalista e pesquisadora das questões étnico-raciais há maispixbet galera15 anos, Mônica do Amaral identificou que a expressão cultural por meio da música, mais especialmente do hip hop, era capazpixbet galeragerar reconhecimento e autovalorização entre jovens negros.

Autorapixbet galeraO que o rap diz e a escola contradiz: um estudo sobre a artepixbet galerarua e a formação da juventude na periferiapixbet galeraSão Paulo (Alameda Editorial, 2017), ela afirma ter se interessado pela pauta antirracista ao conversar com crianças e jovens negros.

"Percebi o sofrimento deles, o quanto se sentiam diminuídos, rejeitados, alémpixbet galeraserem vítimaspixbet galeraperseguição policial. A partir do acolhimento familiar e escolar dirigido às crianças e jovens que sofrem preconceito, é possível fortalecê-los afetivamente e psiquicamente, para lutarem pelo reconhecimento pessoal e coletivo, cultural e religioso."

A especialista percebeu o preconceito racial na própria família,pixbet galeraorigem portuguesa e holandesa.

Imagempixbet galerapreto e brancopixbet galeraescravos no Brasil

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Visão eurocêntrica da história do Brasil cria uma tensão racial entre os alunos, dizem especialistas

"O meu trisavô, português, deixou anotadopixbet galeraum livropixbet galeracontabilidade que destinava umapixbet galerasuas fazendas a uma escrava liberta, com quem havia tido filhos", diz Amaral. Por escrito, ele advertiu que "ninguém ousasse torná-los escravos ou subjugá-los".

"Quando levantei a hipótesepixbet galeraque poderíamos ser descendentes diretos deste ramo da família, um dos meus tios se sentiu muito ofendido", diz Amaral, pesquisadora da Faculdadepixbet galeraEducação da USP.

É difícil entender as razões que levam alguém a ter orgulho dapixbet galeraascendência portuguesa, holandesa, espanhola, italiana ou alemã, e repulsa pelapixbet galeraorigem africana, afirma.

"Principalmente quando sabemos que a mestiçagem brasileira provém, na maioria,pixbet galeraestuprospixbet galeramulheres negras ou indígenas por homens brancos. Mas essas questões não são tratadas na escola."

Em História, diz Heloise Costa, os alunos não conhecem, por exemplo, a real dimensão do Quilombo dos Palmares, que ocupava uma área próxima ao tamanhopixbet galeraPortugal.

"Aprende-se pouco sobre Zumbi e Dandara, que governaram este quilombo, e sabe-se menos ainda sobre figuras importantes da história da resistência negra no país, como Francisco José do Nascimento, o 'Dragão do Mar', que ajudou o Ceará a se tornar o primeiro Estado do país a abolir a escravidão,pixbet galera1884, e Terezapixbet galeraBenguela, que governava o Quilombo do Piolho, no Mato Grosso, por meiopixbet galeraum sistemapixbet galeraparlamento", diz ela.

pixbet galera Personagens hist pixbet galera óricos

A pedido da BBC News Brasil, as professoras Heloise Costa e Mônica do Amaral identificaram alguns dos principais personagens negros relevantes para a história do Brasil.

Parte das informações foram complementadas com dados e imagens dos portais Excluídos da História, Geledés e Museu Virtual das Heroínas sem Estátua.

Alguns desses personagens são reconhecidos oficialmente pelo governo brasileiro, ao integrar o Panteão da Pátria Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes,pixbet galeraBrasília.

O espaço foi criado para homenagear os personagens da história nacional que possuíram ideaispixbet galeraliberdade e democracia. Mas se o país reconhece por escrito, não valoriza na prática a históriapixbet galeraseus heróis negros.

pixbet galera Abdias do Nascimento: Nascidopixbet galera1914pixbet galeraFranca (SP), Abdias do Nascimento se mudou para São Paulo na décadapixbet galera1930 e integrou a Frente Negra Brasileira. A militância permeoupixbet galeravida, na literatura, na arte e na política. Foi preso duas vezes (1937 e 1941) por conta das críticas feitas ao Estado Novo e ao regime militar e se exilou entre 1968 e 1981. Fundou o Teatro Experimental Negropixbet galera1944, o que permitiu o protagonismo negro nas artes cênicas. Em 1983, foi eleito deputado federal pelo Partido Democrático Trabalhista, que fundoupixbet galera1979. Teve forte atuação no Congresso na defesa da causa negra, tendo participado da criação do Dia da Consciência Negra no Brasil.

pixbet galera André Rebouças: Netopixbet galerauma escrava liberta, André Rebouças foi uma das principais vozes do movimento abolicionista no Brasil do século 19. Nascidopixbet galera1838 na Bahia, foi para o Rio aos 8 anos. Na então capital brasileira, ele se formou na Escola Central do Exército, especializando-sepixbet galeraEngenharia Civil. Em 1885, fez parte da projeçãopixbet galerauma das mais importantes contribuições da engenharia brasileira, a Estradapixbet galeraFerro Curitiba Paranaguá. Rebouças acreditava que todo trabalhador deveria ser remunerado com um salário, independentementepixbet galerasua cor ou nacionalidade.

pixbet galera Aqualtune: Aqualtune Ezgondidu Mahamud da Silva Santos nasceu no Congo, no século 17. Filha do rei do Congo, foi uma princesa e guerreira africana, que comandou um exércitopixbet galeramaispixbet galera10 mil homens, na batalhapixbet galeraMbwila,pixbet galera1665. Após derrota, Aqualtune foi presa e trazida ao Brasilpixbet galeraum navio negreiro, onde foi estuprada. Ao desembarcar no Recife, estava grávida e foi vendida para fins reprodutivos, para o donopixbet galeraum engenhopixbet galeraPernambuco. Junto com outros escravos, Aqualtune planejoupixbet galerafuga e descobriu o caminho para Palmares. Com a chegada ao quilombo, foi reconhecida apixbet galeraascendência real e, por isso, recebeu um lotepixbet galeraterras onde passou a conservar as tradições africanas. Teve quatro filhos, entre eles Sabina, mãepixbet galeraZumbi, e Ganga Zumba.

pixbet galera Arthur Bispo do Rosário: Artista plástico brasileiro nascidopixbet galera1911pixbet galeraSergipe, foi considerado gênio por alguns e louco por outros. Apixbet galerafigura foi importante para o debate sobre o racismo, a eugenia e os limites entre a insanidade e a arte no Brasil. Mudou-se para o Riopixbet galera1925, para trabalhar na Marinha e na companhiapixbet galeraeletricidade Light. Após um delírio místico, apresenta-se a um mosteiro,pixbet galera1938, que o envia para o Hospital dos Alienados. Diagnosticado como esquizofrênico-paranoico, foi internado na Colônia Juliano Moreira. Destacou-se por desenvolver, com objetos cotidianos do local, uma produçãopixbet galeraartes visuais reconhecida internacionalmente.

pixbet galera Carolina Mariapixbet galeraJesus: Nascidapixbet galerauma comunidade rural do interiorpixbet galeraMinaspixbet galera1914, Carolina Mariapixbet galeraJesus teve pais analfabetos. Aos 7 anos, porém, passou a frequentar a escola e desenvolveu o gosto pela leitura. Em 1937, se mudou para São Paulo. Aos 33 anos, desempregada e grávida, foi morar na favela do Canindé, na Zona Norte da capital. Trabalhava como catadorapixbet galerapapel e, nas horas vagas, registrava o cotidiano da favelapixbet galeracadernos encontrados no material que recolhia. Um destes diários deu origem ao seu primeiro livro, Quartopixbet galeraDespejo, publicadopixbet galera1960. Para a publicação, contou com o auxílio do jornalista Audálio Dantas, que a descobriu enquanto apurava uma reportagem. A obra foi vendidapixbet galera40 países e traduzida para 16 idiomas.

pixbet galera Dandara: Guerreira negra do período colonial, foi esposapixbet galeraZumbi dos Palmares e, com ele, teve três filhos. Dominava técnicas da capoeira e lutoupixbet galeramuitas batalhas durante os ataques realizados a Palmares. Após ser presapixbet galera1694, cometeu suicídio ao se jogarpixbet galeraum abismo, para não retornar à condiçãopixbet galeraescrava.

pixbet galera Dragão do Mar: Nascidopixbet galeraCanoa Quebrada (CE)pixbet galera1839, Francisco José do Nascimento, também conhecido como Dragão do Mar ou Chico da Matilde, foi um líder jangadeiro e prático-mor, com participação ativa no Movimento Abolicionista cearense. Ele e seus colegas se recusaram a transportar para os navios negreiros os escravos que seriam vendidos para o Rio. Contribuiu para fazer do Ceará o Estado pioneiro na abolição da escravidão no Brasil, antes mesmo da assinatura da Lei Áurea.

pixbet galera Esperança Garcia: nascidapixbet galera1751, cresceupixbet galeraNazaré do Piauí até os 9 anos,pixbet galerauma fazendapixbet galeradomínio jesuíta. Após o Marquêspixbet galeraPombal expulsar os jesuítas, foi levada à força para a casa do capitão Antônio Vieirapixbet galeraCouto. Aos 19 anos, escreveu uma carta denunciando os maus tratos e defendendo direitos dos negros, como o convívio entre os casais, a limitação aos castigos físicos e o direito ao batismo. Fugiu para entregar a carta ao governador da província do Piauí, Gonçalo Botelhopixbet galeraCastro. Oito anos depois, reapareceu casada com o angolano Ignácio, e mãepixbet galerasete filhos. Sua carta é considerada a primeira petição do Estado e,pixbet galera2017, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a reconheceu como a primeira advogada do Piauí.

pixbet galera Juliano Moreira: Médico psiquiatra, nasceupixbet galeraSalvador,pixbet galera1872. Sua condiçãopixbet galeranegro, advindo da classe baixa, seria um forte obstáculo ao ingresso na Faculdadepixbet galeraMedicina da Bahia. Naquela época, estudar era privilégiopixbet galerapoucos, algo reservado a pessoaspixbet galerafamílias tradicionais epixbet galeraalto poder aquisitivo. No entanto, Juliano matriculou-se na renomada FAMEB aos 13 anos, graças ao fatopixbet galerasua mãe trabalhar como doméstica na casa do Barãopixbet galeraItapoã, médico e um dos diretores da FAMEB. Aos 18, Moreira já havia conquistado o doutorado. Em sintonia com influências internacionais, como Sigmund Freud, se tornou pioneiro na aplicaçãopixbet galerapreceitos psicanalíticos no ensino das escolaspixbet galeraMedicina no Brasil. Fundou no Riopixbet galeraJaneiro um centropixbet galeraatenção à saúde mental e procurou humanizar o tratamento dos pacientespixbet galeraprocedimentos psiquiátricos, antes considerados loucos bestializados. Correntes e camisaspixbet galeraforça deram lugar a salas higienizadas, diagnósticos neurológicos, laboratórios e um espaço agradável no interior do hospício, adequado ao tratamento dos enfermos. Sua jornada inclui a luta contra teses racistas que relacionavam a miscigenação às doenças mentais no Brasil.

pixbet galera Luiz Gama: Nascidopixbet galera1830pixbet galeraSalvador, Luís Gonzaga Pinto da Gama era filhopixbet galeraum fidalgo português e da ex-escrava Luiza Mahin. Aos 10 anos, Luiz foi vendido pelo pai como escravo para um comerciante, que não conseguiu revender Luiz, e acabou por enviá-lo a uma fazendapixbet galeraLimeira (SP). Em 1848, conseguiu a liberdade e foi para São Paulo onde tentou ingressar no cursopixbet galeraDireito da USP. Por conta dapixbet galeracor, só pode frequentar as aulas como ouvinte, e concluiu os estudos sem se formar. Em 1856, se torna secretário da Polícia da Provínciapixbet galeraSão Paulo e funda o jornal Diabo Coxo,pixbet galeraviés humorístico. Com seus conhecimentos jurídicos, conseguiu libertar maispixbet galera500 cativos. É considerado o Patrono da Abolição da Escravidão do Brasil.

Estátuapixbet galeraZumbi

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Zumbi é uma das mais importantes figuraspixbet galeraresistência contra a escravidão no Brasil

pixbet galera Luiza Mahin: Mãe do poeta e abolicionista Luiz Gama, lutou pelo fim da opressão e da libertação dos escravos durantepixbet galeravida na Bahia. Em 1812, após comprarpixbet galeracartapixbet galeraalforria, começou a trabalhar como quitandeira. O fatopixbet galeratransitar pela cidadepixbet galeraSalvador vendendo quitutes facilitoupixbet galeraatuaçãopixbet galerarebeliões, que incentivavam os escravizados a lutar pela liberdade. Participou ativamente da Revolta dos Malês (islâmica, codificava,pixbet galeraárabe, informações para organizar o levante) e da Sabinada.

pixbet galera Terezapixbet galeraBenguela: De origem incerta - alguns historiadores acreditam que tenha nascido no reinopixbet galeraBenguela (na atual Angola) -, "Rainha Tereza", como ficou conhecida, viveu no século 18 no Vale do Guaporé, no Mato Grosso, região que abrigava a Vila Bela da Santíssima Trindade. Como milharespixbet galeraoutros escravos que buscavam a liberdade a qualquer custo, Tereza acabou refugiada no Quilombopixbet galeraQuariterê, liderado por José Piolho, com quem se casou. Após o assassinato do marido por soldados, ela se tornou rainha do quilombo. Administrou o lugar nos moldespixbet galeraum parlamento, alinhado com as tradições africanas, fato que foi descrito nos Anaispixbet galeraVila Bela como um "negral Senado". Durante seu governo, o quilombo alcançou autonomia com o cultivopixbet galeraalgodão, para produzir tecidos, alémpixbet galerafeijão, milho e mandioca. Sua destreza à frente do quilombo, onde reuniu índios e negros contra a escravidão, ressalta a capacidade dos negrospixbet galeraatuar como agentes políticos e a excelência femininapixbet galeragovernar.

pixbet galera Tia Ciata: Hilária Batistapixbet galeraAlmeida, mais conhecida como Tia Ciata, nasceu na Bahia,pixbet galera1854. Viveu no seu Estado natal até os 22 anos, onde foi iniciada no candomblé. Veio para o Rio após perseguições ocorridas na Bahia, no êxodo que ficou conhecido como "diáspora baiana". Na capital fluminense, morava na "Pequena África", região da zona portuária onde viviam alforriados e migrantes baianos. Hilária se casou duas vezes e teve 15 filhos. Napixbet galeracasa, considerada um dos berços do samba, lugarpixbet galeraencontropixbet galeradiferentes culturas, foi composto o primeiro samba a ser gravado, Pelo Telefone,pixbet galeraDonga.

pixbet galera Zumbi: Líder quilombola, é uma das mais importantes figuraspixbet galeraresistência contra a escravidão no Brasil. Zumbi fazia parte do Quilombo dos Palmares, localizado na Capitaniapixbet galeraPernambuco, atual regiãopixbet galeraSerra da Barriga, União dos Palmares,pixbet galeraAlagoas. Era uma comunidade formada por escravos negros que haviam escapado das fazendas, prisões e senzalas. Ocupando uma área próxima ao tamanhopixbet galeraPortugal, o quilombo chegou a reunir cercapixbet galera30 mil pessoas. Zumbi foi capturado e mortopixbet galera1695.

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