Brasil está relaxando medidasbaixar aplicativo da blaze apostasisolamento além do razoável, alerta cientista:baixar aplicativo da blaze apostas
Especialistasbaixar aplicativo da blaze apostastodo o mundo apontam que um risco da flexibilização é o fatobaixar aplicativo da blaze apostasque muitas pessoas podem pensar que a situação da pandemia está contornada.
Desta forma, podem ter a falsa impressãobaixar aplicativo da blaze apostasque a vida pode voltar a ser como era antes da propagação do Sars-Cov-2, nome oficial do novo coronavírus.
Na Europa, por exemplo, os casos voltaram a subir recentementebaixar aplicativo da blaze apostasdiversos países, após o fim da quarentena. Por lá, autoridades apontam um número crescentebaixar aplicativo da blaze apostasregiões com surtos localizadosbaixar aplicativo da blaze apostascovid-19. Em razão disso, governantes locais pediram mais cautela aos cidadãos.
Em meio à flexibilização da quarentena no Brasil, a microbiologista Natalia Pasternak, pesquisadora do Institutobaixar aplicativo da blaze apostasCiências Biológicas da Universidadebaixar aplicativo da blaze apostasSão Paulo (USP), considera que muitas pessoas "não entenderam que a pandemia continua no seu auge no país".
"Talvez essas pessoas sejam movidas pela falsa impressãobaixar aplicativo da blaze apostasplatô ebaixar aplicativo da blaze apostasque as coisas se estabilizaram. Mas elas não percebem que a gente estabilizou no alto, com maisbaixar aplicativo da blaze apostasmil mortes por dia. Isso não é normal. Por isso, não é desejável que normalizem isso e tudo bem viver assim", afirma a especialista à BBC News Brasil.
O país já registrou maisbaixar aplicativo da blaze apostas95 mil mortes por covid-19 e quase 3 milhõesbaixar aplicativo da blaze apostascasos. Apesar disso, cenasbaixar aplicativo da blaze apostaspessoas que vivem como se nada estivesse acontecendo são frequentes. Em locais reabertos, há constantes situaçõesbaixar aplicativo da blaze apostasclientes sem máscaras ou sem adotar o distanciamento social,baixar aplicativo da blaze apostasao menos 1,5 metro.
"As coisas não podem ser reabertas e parecer que liberou geral", critica Pasternak.
A flexibilização
A OMS recomenda que uma região só flexibilize o isolamento social quando os casos se tornam esporádicos e concentradosbaixar aplicativo da blaze apostasalgumas localidades,baixar aplicativo da blaze apostasum nível que não sobrecarregue o sistemabaixar aplicativo da blaze apostassaúde.
A entidade também aponta que esse afrouxamento da quarentena deve ser acompanhadobaixar aplicativo da blaze apostastestesbaixar aplicativo da blaze apostasmassa para identificar os casos, isolá-los, tratá-los e monitorar os pacientes positivos e as pessoas com quem tiveram contato.
Ainda segundo a OMS, é recomendável que antesbaixar aplicativo da blaze apostasflexibilizar o isolamento a região consiga proteger os mais vulneráveis a surtos, comobaixar aplicativo da blaze apostasfavelas, onde há grande concentraçãobaixar aplicativo da blaze apostaspessoasbaixar aplicativo da blaze apostasespaços pequenos.
A organização também orienta que sejam tomadas medidas para evitar transmissão do vírusbaixar aplicativo da blaze apostaslocaisbaixar aplicativo da blaze apostastrabalho e que a população seja conscientizada da importânciabaixar aplicativo da blaze apostascombater a pandemia.
Um dos principais critérios apontados por especialistas para que a reaberturabaixar aplicativo da blaze apostasuma região aconteça com segurança é avaliar a taxabaixar aplicativo da blaze apostasreprodução do coronavírus, ou Rt, que deve ser menor que 1 — o número indica quantas pessoas podem ser contaminadas por quem está com o vírus.
Quando essa taxa é maior que um, significa que o infectado pode transmitir o vírus para maisbaixar aplicativo da blaze apostasuma pessoa. Assim, representa que o númerobaixar aplicativo da blaze apostascasos pode aumentar exponencialmente. Muitos países esperaram esse índice ficar abaixobaixar aplicativo da blaze apostasum, indicando assim desaceleraçãobaixar aplicativo da blaze apostasnovos casos, para afrouxar as medidasbaixar aplicativo da blaze apostasisolamento.
De acordo com o Imperial College,baixar aplicativo da blaze apostasLondres, a taxa atualbaixar aplicativo da blaze apostasreprodução do vírus no Brasil ébaixar aplicativo da blaze apostas1,08, índice que representa que a transmissão continua descontrolada no país — há maisbaixar aplicativo da blaze apostastrês meses, esse número é superior a 1.
Mesmo sem seguir adequadamente as recomendações da OMS para reabertura da economia e com a taxabaixar aplicativo da blaze apostasreprodução do vírus acimabaixar aplicativo da blaze apostas1, diversos Estados brasileiros têm flexibilizado o isolamento social.
Em virtude da dimensão do Brasil, especialistas apontam que é difícil que haja uma mesma medida para todos os lugares. Desta forma, recomendam que cada autoridade local defina o melhor momento para a reabertura, com basebaixar aplicativo da blaze apostascritérios como análise da curvabaixar aplicativo da blaze apostascasos e mortes na região e a quantidadebaixar aplicativo da blaze apostasleitos disponíveisbaixar aplicativo da blaze apostashospitais.
'A cooperação das pessoas é fundamental'
Para Natalia Pasternak, que é presidente do institutobaixar aplicativo da blaze apostasdivulgação científica Questãobaixar aplicativo da blaze apostasCiência, uma das grandes dificuldades no Brasil é que muitas pessoas não perceberam que são as principais responsáveis pelo controle da epidemia.
"A cooperaçãobaixar aplicativo da blaze apostastodos é fundamental. É preciso haver engajamento, porque o vírus não circula sozinho. Ele circula com as pessoas."
"Tenho a impressãobaixar aplicativo da blaze apostasque até hoje não conseguimos comunicar para as pessoas,baixar aplicativo da blaze apostasforma efetiva, que elas fazem parte da solução e que o comportamento delas vai dizer quando isso acaba", acrescenta.
A especialista pontua que a flexibilização no Brasil ocorre após baixa adesão da quarentena no país e grande pressão econômica para a reabertura dos estabelecimentos.
"Decidiram flexibilizar muito mais pela exaustãobaixar aplicativo da blaze apostasuma quarentena mal feita. Esse não é um fator ideal. Se fosse uma quarentena feita corretamente, com grande adesão, agora poderíamos estar reabrindo com mais segurança", explica.
"Foi tudo difícil desde o começo. Nunca tivemos muito apoio da população para uma boa quarentena", declara.
"Muita gente pensou que achatar a curva significaria que todos iriam contrair o vírusbaixar aplicativo da blaze apostasalgum momento e a pandemia aconteceria mais devagar, porém duraria para sempre. Mas não é verdade. A quarentena funciona, porque impede que o vírus encontre mais pessoas suscetíveis até reduzir a taxabaixar aplicativo da blaze apostastransmissão."
Uma das grandes dificuldades para comunicar sobre a importância da quarentena, aponta Pasternak, foi causada pelo presidente Jair Bolsonaro, que por diversas vezes questionou os riscos da pandemia e foi contra o isolamento social.
"Se ele fosse uma pessoa sensata, poderia estar coordenando nacionalmente as diretrizes para reabertura (da economia) com segurança. Mas ele não é sensato, é a primeira pessoa a fazer bagunça com as informações. Não temos diretrizes do Governo Federal, que poderia colaborar no atual momento. Sequer temos um ministro da Saúde", diz — atualmente, o Ministério da Saúde é comandado pelo general Eduardo Pazuello, ministro interino.
As consequências da flexibilização com maisbaixar aplicativo da blaze apostasmil mortes diárias
Pasternak ressalta que a flexibilização da quarentena precisa ocorrer com segurança, com as pessoas usando máscaras e adotando o distanciamento físico, sem aglomerações.
"Mas não é o que está acontecendobaixar aplicativo da blaze apostasmuitos locais. Falta entendimento para muitas pessoas, que se aglomerambaixar aplicativo da blaze apostaslocais que não tinha necessidadebaixar aplicativo da blaze apostasir neste momento, comobaixar aplicativo da blaze apostaslojas ou shoppings."
Ela destaca que, com a reabertura da economia, o transporte público também fica cheio. "As pessoas precisam trabalhar e não é possível pedir isolamento nos ônibus ou metrôs. É uma situação que demonstra a faltabaixar aplicativo da blaze apostascomunicação e logística nessa pandemia", diz.
A cientista não descarta que a flexibilização da quarentena cause uma segunda onda, nos locaisbaixar aplicativo da blaze apostasque os casosbaixar aplicativo da blaze apostascoronavírus estabilizaram ou diminuíram, ou piore a situaçãobaixar aplicativo da blaze apostaslugares que enfrentam a primeira ondabaixar aplicativo da blaze apostasSars-Cov-2.
"É difícil prever. Mas pode, sim, acontecer uma segunda onda bastante elevada ou piorar a atual situaçãobaixar aplicativo da blaze apostasalguns lugares, pois estamos relaxando as medidas além do razoável. As pessoas estão se aglomerandobaixar aplicativo da blaze apostasum período que o vírus ainda estábaixar aplicativo da blaze apostasgrande circulação", diz.
"O Brasil é muito grande. Há locais que já saíram da primeira onda, como Manaus e São Paulo, masbaixar aplicativo da blaze apostasoutras regiões, como no Sul e no Centro-Oeste, os casos estão aumentando agora. Por conta do tamanho do país, as regiões serão atingidasbaixar aplicativo da blaze apostastempos e intensidades diferentes", explica Pasternak.
O aumentobaixar aplicativo da blaze apostascasos após a reaberturabaixar aplicativo da blaze apostasuma região é natural, segundo Pasternak. "O vírus não foi a lugar nenhum e dificilmente vai ser erradicado. O que temos que fazer é controlar a transmissão dele, vigiar e controlar novos casos e surtos que podem se tornar novos focos da epidemia", declara.
"Por isso, o ideal é que a reabertura aconteça somente quando a taxabaixar aplicativo da blaze apostastransmissão do vírus estiver abaixobaixar aplicativo da blaze apostasum. Somente assim, cada vez menos haverá pessoas suscetíveis a infectar os outros", afirma a cientista.
A especialista frisa que a decisãobaixar aplicativo da blaze apostasreaberturabaixar aplicativo da blaze apostasuma cidade tem que ser tomada por uma equipe multidisciplinar, que inclui diversos especialistas da área da saúde, e não pode se restringir a atender os interesses da economia.
"É preciso avaliar se os números, ao menos, estão caindo com frequência. Também é necessário analisar a capacidadebaixar aplicativo da blaze apostasleitosbaixar aplicativo da blaze apostasUTI nos hospitais da região. Tudo isso precisa influenciar a decisãobaixar aplicativo da blaze apostasum gestor", detalha a cientista.
"Acredito que os gestores são pressionados por vários setores da economia, que estão atuando no desespero. Claro que a economia foi prejudicada. Mas é preciso que um comitê interdisciplinar avalie essa situação. Abrir com segurança é o que todos queremos. Ninguém aguenta mais ficarbaixar aplicativo da blaze apostascasa, mas é preciso avaliar corretamente e tomar os cuidados necessários", ressalta.
Ela considera, por exemplo, que é equivocado reabrir estabelecimentos como bares, restaurantes e academiasbaixar aplicativo da blaze apostasregiões que enfrentam altabaixar aplicativo da blaze apostascasosbaixar aplicativo da blaze apostascovid-19.
"Nenhum gestor vai reabrir imaginando que aquilo vai prejudicar a população. Mas isso é faltabaixar aplicativo da blaze apostascompreensão da gravidade, é acreditar que a situação já está melhorando mesmo com os números crescendo. São apostas ruins, que confundem esperança com realidade", declara a especialista.
'Quarentena não é castigo'
Pasternak afirma que a quarentena não pode ser vista como um castigo. "Ela deve ser colaborativa, as pessoas precisam se sentir parte da solução e não pensar que estão sendo proibidasbaixar aplicativo da blaze apostasalgo. É preciso que todos tenham essa consciência, para que possamos nos sair da melhor forma", declara.
Ela lamenta o fatobaixar aplicativo da blaze apostasque muitas pessoas não entenderam a importância da quarentena no Brasil. "Não conseguimos uma adesão maciça, uma quarentena com 70% da população, por conta dessa dificuldadebaixar aplicativo da blaze apostascomunicação com a sociedade. Ao falharmos nisso, ficamos nessa quarentena meia-boca. E, assim, as pessoas engajadas sentem que estão se sacrificando à toa."
Um estudo feito no Brasil, publicado recentemente pela revista Science, apontou que o país não tem, atualmente, medidas suficientesbaixar aplicativo da blaze apostasvigor para conter a disseminação do novo coronavírus.
O estudo revelou que, apesarbaixar aplicativo da blaze apostasinsuficiente para conter a expansão do coronavírus, o fechamento do comércio ebaixar aplicativo da blaze apostasescolasbaixar aplicativo da blaze apostasSão Paulo e no Riobaixar aplicativo da blaze apostasJaneiro após o início da pandemia reduziu a taxabaixar aplicativo da blaze apostastransmissão do vírus para até um terço do identificado antes das medidas.
Os cientistas que participaram do estudo afirmaram que existe a necessidade urgentebaixar aplicativo da blaze apostasque o Brasil adote medidas como testagembaixar aplicativo da blaze apostasmassa, mapeamentobaixar aplicativo da blaze apostascontatos entre pessoas contaminadas e alternativasbaixar aplicativo da blaze apostasdistanciamento social.
"Até vacinas e medicamentos estarem disponíveis, as medidas sociaisbaixar aplicativo da blaze apostasdistanciamento são essenciais para reduzir o númerobaixar aplicativo da blaze apostasinfecções e salvar vidas", disse o cientista Nuno Rodrigues Faria, professor do Imperial College e da Universidade Oxford e um dos autores do estudo,baixar aplicativo da blaze apostasentrevista à BBC News Brasil no mês passado.
Para Pasternak, ainda há tempo para que as pessoas entendam a importânciabaixar aplicativo da blaze apostasadotar medidas para se proteger do novo coronavírus.
"A gente precisa encontrar maneirasbaixar aplicativo da blaze apostasfazer as pessoas entenderem a necessidade do isolamento social,baixar aplicativo da blaze apostasusar as máscaras quando saem nas ruas e do distanciamento. Se não fizermos isso, vamos continuar com essa quarentena pela metade e esse platô no alto, com muitas mortes e novos casos por dia", afirma a especialista.
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