Medidas do Brasil são 'insuficientes' para conter coronavírus, diz força-tarefa internacionalfan tan betanocientistas:fan tan betano
Divulgadofan tan betanoum momentofan tan betanoque o Brasil registra recordes diáriosfan tan betanocasos e passa da casa das 80 mil mortes, ficando atrás neste quesito apenas dos EUA, o documento assinado pela força-tarefafan tan betanocientistas aponta a "necessidade urgentefan tan betanomedidas como testagem, mapeamentofan tan betanocontatos entre pessoas contaminadas medidasfan tan betanodistanciamento social" no país.
Também entre os resultados do estudo, segundo os cientistas, está o maior conjuntofan tan betanodados genômicos sobre o novo coronavírus na América Latina.
Entre março e abril, a força-tarefa sequenciou 427 novos genomas do vírus no Brasil - um material inédito que pode ajudar na resposta a vacinas e na antecipaçãofan tan betanonovos surtos.
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A partirfan tan betanodadosfan tan betanoanônimosfan tan betanocirculaçãofan tan betanopessoas a partirfan tan betanotelefones celulares, o estudo permitiu informações estatísticas que permitiram que os pesquisadores estimassem a taxafan tan betanotransmissão do vírus, representada pela letra R (reproduction number, ou númerofan tan betanoreprodução,fan tan betanotradução livre).
"Até vacinas e medicamentos estarem disponíveis, as medidas sociaisfan tan betanodistanciamento são essenciais para reduzir o númerofan tan betanoinfecções e salvar vidas", diz à BBC News Brasil o cientista Nuno Rodrigues Faria, professor do Imperial College (Londres) e da Universidade Oxford e um dos autores do estudo.
A partir da mobilidade das pessoas, o estudo mostra que medidas como o fechamentofan tan betanoescolas e do comérciofan tan betanomeadosfan tan betanomarço, no Riofan tan betanoJaneiro efan tan betanoSão Paulo, permitiram que a taxafan tan betanotransmissão R caíssefan tan betano3 para valores entre 1 e 1,6.
"Resultados acimafan tan betano1 indicam que a transmissão está crescendo. Abaixofan tan betano1, que está sob controle", explica o professor. Desde o relaxamento das medidasfan tan betanorestrição, a taxa R se mantém acimafan tan betano1 no Brasil.
O estudo também mediu o impacto das limitações impostas à entradafan tan betanoestrangeiros no país e revela que maisfan tan betano100 linhagens do vírus haviam entradofan tan betanodiferentes lugares do Brasil até o fimfan tan betanoabril, vindo principalmente da Europa.
A maioria esmagadora dos vírus presentes no Brasil chegaram antes das restrições à entradafan tan betanoestrangeiros, indicando que as medidas chegaram tarde demais.
Incêndio
Em 19fan tan betanomarco, o governo brasileiro determinou o fechamentofan tan betanoquase toda a fronteira terrestre do país.
Onze dias depois,fan tan betano30fan tan betanomarço, a partirfan tan betanorecomendação da Agência Nacionalfan tan betanoVigilância Sanitária (Anvisa), o governo proibiu a entradafan tan betanoestrangeirosfan tan betanoqualquer nacionalidade no Brasil por meiofan tan betanovoos internacionais.
Antes do bloqueiofan tan betanoaeroportos, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas, o númerofan tan betanovoos internacionais com chegada e saída do Brasil já havia despencadofan tan betanomaisfan tan betano85% ante o mesmo período do ano passado.
"O númerofan tan betanovoos caiu e muito com as restrições impostas sobre viagens, mas essas reduções aconteceram depois do das linhagens no país - o vírus já estava circulando, já estava estabelecido."
As principais portasfan tan betanoentrada para o coronavírus no Brasil, segundo o estudo, foram os estados altamente conectados como São Paulo (36%), Minas Gerais (24%), Ceará (10%) e Riofan tan betanoJaneiro (8%).
Em outras palavras, compara o professor, "novas faíscas não eram necessárias para o incêndio na floresta, ele já estava acontecendo".
Medidas coordenadas
Fruto da colaboração entre vários gruposfan tan betanopesquisa, o estudo começou como uma atividade do Centrofan tan betanoGenômica e Epidemiologiafan tan betanoArbovírus (CADDE) e se expandiu entre instituições do Reino Unido e do Brasil.
Ao fim, 75% dos autores são oriundosfan tan betanoinstituições brasileiras como USP, UFMG, UFRJ, IPEA, UNICAMP, FGV, entre outras.
"Há uma força muito fortefan tan betanopesquisa brasileira", diz Nuno Rodrigues Faria, que liderou as pesquisas no Reino Unido. No Brasil, A força-tarefa foi chefiada por Ester Cerdeira Sabino, pesquisadora e professora do IMT-USP.
Faria diz que o estudo reforça a necessidadefan tan betano"medidasfan tan betanodistanciamento social e físico são recomendadas para diminuir a dispersão do vírus".
"Isso permite que as cadeiasfan tan betanotransmissão sejam quebradas e previne que novas cadeiasfan tan betanotransmissão apareçam", diz.
A recomendação mais aceita entrefan tan betanocientistas é o distanciamento físico entre as pessoas,fan tan betanopreferênciafan tan betanodois metros. O isolamento social também reduz contatos com superfícies potencialmente contaminadas.
"Para que sejam efetivas, todas as campanhas precisam ser implementadas com engajamento totalfan tan betanotodos os membros da sociedade. Daí a importânciafan tan betanomedidas coordenadas no pais para trazer os melhores resultados possíveis", diz o professor.
'Revolução genômica'
A partirfan tan betanoamostras colhidas entre março e abril, vindasfan tan betanopacientes que testaram positivo para o novo coronavírusfan tan betano85 municípiosfan tan betanotodo o país, os pesquisadores sequenciaram 427 novos genomas do coronavírus no Brasil.
O resultado criaria o maior conjuntofan tan betanodados genômicos sobre o novo coronavírus na América Latina.
"Como cientistas, temos que estar sempre um passo à frente. Entender a diversidade do vírusfan tan betanovárias partes do país e ajuda a antecipar quaisquer potenciais problemas", diz Faria.
"Estes dados genéticosfan tan betanovárias partes do Brasil vão ajudar, por exemplo, a entender melhor a resposta potencial a uma vacina, assim que ela for implementada. Ajudam a entender melhor se os métodos de diagnóstico funcionam bem e,fan tan betanocasofan tan betanoproblemas, por que funcionam mal", diz o cientista.
Entre 2015 e 2020, por exemplo, o esforço conjuntofan tan betanocombate à epidemia do zika vírus resultou no sequenciamentofan tan betanocerca 500 genomas.
Desde janeiro, a epidemia do novo coronavírus já resultoufan tan betanomaisfan tan betano60 mil genomas sequenciados, um recorde global.
"Estamos vivendo uma revolução genômica e essa revolução só vai ajudar e facilitar a detecção e controlefan tan betanonovos surtos no futuro", diz Faria à reportagem.
A identificaçãofan tan betanocaracterísticas genéticas do vírus permite que comparações entre amostras presentes no Brasilfan tan betanooutras partes do mundo. Assim, os genomas ajudam na construçãofan tan betanouma espéciefan tan betanoárvore genealógica do vírus, indicandofan tan betanotermos cronológicos e geográficosfan tan betanoonde o vírus vem e para onde ele circula.
O sequenciamento também permite que se identifiquem mutações conforme a evolução da pandemia.
"O genoma é o material genético do vírus que é acopladofan tan betanouma determinada pessoafan tan betanoum determinado dia e um determinado lugar. Tem sempre uma data e um local associado a uma determinada mostra, que depois é sequenciada", explica o professor.
"O mapeamentofan tan betanogenomas fala sobre o processofan tan betanoexpansão do vírus no Brasil."
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