Invasão com suásticas e vídeosentrar na blazedecapitação interrompe reunião virtualentrar na blazemulheres sobre racismo:entrar na blaze

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Legenda da foto, Desenhoentrar na blazesuástica foi colocado sobre imagens desconexas durante invasão a reunião sobre racismo

"Mas, uma hora antes, divulgamos o link direto para o eventoentrar na blazenossas redes sociais para aqueles que quisessem participarentrar na blazeúltima hora", explica Marianaentrar na blazeAssis, uma das organizadoras.

"Eles entraram depoisentrar na blazeuma horaentrar na blazewebnário, quando tínhamos maisentrar na blaze70 pessoas participando. Toda a nossa equipe é formada por mulheres, 95% das presentes também eram mulheres. De repente, entra uma música dizendo que mulher tem que morrer, depois outra janela mostrando pornografia, outro comentando, fazendo ataques. Foram dois minutosentrar na blazeataques até que a equipe conseguiu tirá-los", explicou Assis.

O instituto, uma organização sem fins lucrativos criada há 15 anos na capital catarinense, registrou um boletimentrar na blazeocorrência após o episódio, ao qual a BBC News Brasil teve acesso.

À reportagem, a diretora da polícia civil na Grande Florianópolis, delegada Eliane Chaves, disse que vai instaurar um inquérito para apurar as denúncias. O vídeo da reunião foi gravado e será uma das fontes para a investigação.

Ataques semelhantes

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Legenda da foto, Homem se masturbou durante ataque a reunião virtual na plataforma Zoom, na última quarta-feira

O episódioentrar na blazeFlorianópolis segue padrão semelhante aoentrar na blazeoutros ataques registrados nas últimas semanasentrar na blazediferentes estados.

No inícioentrar na blazeabril, uma vídeochamada organizada pela SBI Imuno e pela Agência Bori pelo aplicativo Zoom discutia a pandemia do novo coronavírus com 60 participantes quando foi interrompida por imagensentrar na blazeHitler.

Em maio, um debate sobre divulgação científica organizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência foi interrompido por ofensas racistas e saudações nazistas.

Na última semana, pelo menos quatro ataques semelhantes foram registrados.

Na segunda-feira, um debate universitário sobre negritude com professores da Universidade Federal da Bahia também foi interrompido por imagensentrar na blazeconotação racista. Segundo uma das organizadoras, a reunião foi suspensa após inúmeras tentativasentrar na blazeretirar os estranhos do ambiente, que festejaram a decisão aos gritosentrar na blaze"mito, mito" -entrar na blazereferência ao presidente Jair Bolsonaro.

Já na terça-feira, um ataque durante o webinário Atlântico Negro, organizado por professores da Unicamp, também foi "invadidaentrar na blazeforma massiva por vozes e imagens que impediram o direitoentrar na blazefala da professora da Unicamp, dra. Lucilene Reginaldo, bem comoentrar na blazetodos que acompanhavam a atividade, numa clara agressão à missão que a sociedade entregou à universidadeentrar na blazeproduzir conhecimento e difundi-loentrar na blazeforma livre e democrática", segundo nota emitida pela universidade.

"Esse gesto violento e autoritário procura também, por meio da intimidação, calar os avanços que a sociedade realizou nas últimas décadas no reconhecimento da injustiça representada pela escravidão. Procura, na mesma lógica racista que sustentou a escravidão, ocultar a competência intelectual dos negros, impedirentrar na blazemanifestação pública e seu direito elementarentrar na blazeter protagonismo na construção do conhecimento a respeitoentrar na blazesua própria história", prossegue a nota.

No mesmo dia, um evento organizado pelo centro acadêmico da faculdadeentrar na blazedireito da UFRJ foi "alvoentrar na blazeuma invasão promovida por um grupo neonazista durante o evento do Conhecendo o CACO na plataforma Zoom".

"Dianteentrar na blazeimagens nazistas, vídeosentrar na blazepornografia e fotosentrar na blazepessoas mutiladas exibidasentrar na blazenossa reunião com calouros e calouras, vimos necessidadeentrar na blazelevar a ocorrência às autoridades competentes", diz o centro,entrar na blazenota.

Porta fechada

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Especialista defende que acesso a reuniões por videoconferência seja restrito, para evitar ataques como os que foram registrados nas últimas semanas

Para Renato Opice Blum, especialistaentrar na blazecrimes digitais e um dos advogados da plataforma Zoom no Brasil, os ataques poderiam ser tipificados como uma sérieentrar na blazecrimes, incluindo ameaça, calúnia, injúria e difamação, alémentrar na blazeinjúria qualificada e racismo.

"A figura da suástica é inclusive citada na descrição do crimeentrar na blazeracismo", diz.

Professorentrar na blazeproteçãoentrar na blazedados e direito digital do Insper, Blum afirma que a plataforma Zoom "não tem responsabilidade" sobre este tipoentrar na blazeataque.

"Não são problemas que decorrem da ferramenta, mas da situação comportamental", diz. "As plataformas, não só o Zoom, são muito seguras. Inseguro é o ser humano."

"Recomenda-se que, quando uma reunião for realizada, não se divulgue o link nas redes sociais e que a reunião fique restrita. O administrador tem que autorizar ingressar na videoconferência", afirmou a delegada-chefe da polícia da Grande Florianópolis.

O advogado sugere que o acesso às reuniões seja restrito.

"Normalmente, essas invasões acontecem porque as pessoas divulgam o canalentrar na blazeacesso, o link. É como deixar as portasentrar na blazecasa abertas", diz. Mas ele completa: "Mas não é porque você deixou a portaentrar na blazecasa aberta que você é responsável por um eventual ataque àentrar na blazecasa."

A recomendação, segundo o advogado, é registrar a queixaentrar na blazequalquer delegacia. "Não precisa ser uma delegacia especializadaentrar na blazecrimes digitais."

Mariana Assis, uma das organizadoras do eventoentrar na blazeFlorianópolis, conta que precisou abandonar a reunião.

"Eu estou traumatizada. Fiquei com muito medo e caí no choro. Ainda faltavam 40 minutos e eu, enquanto mulher preta, não tive mais condiçõesentrar na blazecontinuar, não não tive força para me posicionar nas minhas mídias sociais e não sei como vou conseguir lidar com isso daqui para frente. Nem sozinha eu estou conseguindo ficarentrar na blazecasa", diz.

A professora Lia Vainer Schucman, do Departamentoentrar na blazePsicologia da UFSC, foi quem continuou a condução do debate.

"Na hora, eu fiquei super assustada, não sabia que havia essa práticaentrar na blazeinvasões e demorei para entender. Uma coordenadora disse que havíamos sido invadidos e, na hora, um dos homens desenhou uma suástica", contou Schucman, que é judia, à reportagem.

"Os mediadores conseguiram tirá-los. Eu já fui muito atacada e hoje lido bem. Parei, respirei e propus uma análise sobre o que tinha acontecido. Falei sobre como esse tipoentrar na blazeataque é comum quando as vozes negras questionam a hegemonia branca", disse.

"Apesarentrar na blazetudo isso, nós temos uma rede forte e isso me dá esperanças. Muita gente veio se solidarizar. Para além disso, espero do fundo do meu coração que a justiça seja feita e que os responsáveis sejam presos", diz Assis.

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